" E que porra nós somos?
Não me diga que
Somos apenas amigos
Isso não faz muito sentido, não."
Chase Atlantic- Friends.
…
Eu confesso que tive muito medo de que algo pudesse acontecer com Hyunjin por minha causa. A angústia me consumia e eu estava preocupada até demais pro meu gosto. Eu prometi a mim mesma que o trataria melhor daqui para frente, mas deixaria as minhas verdadeiras intenções bem claras. Não era como se eu quisesse ser sua namorada agora. Só queria que ele ficasse seguro e soubesse que eu me importava com ele.
Passou-se uma semana desde o nosso" término". E durante todos esses dias, eu ignorei as ligações e as vistas de Min Yoongi como se ele nunca tivesse existido para mim. Era difícil ter que ignora-lo, mas Min Yoongi precisa entender que eu nunca seria submissa a ele. Não estou aqui para ser capacho de ninguém. Se ele me quiser, vai ter que se acostumar com o meu jeito de lidar com tudo. E também não quero que Hyunjin fique longe.
Éramos melhores amigos desde a pré-escola, mas tudo mudou quando fizemos dezoito anos. Achamos que iríamos conseguir manter uma amizade com benefícios e prometemos que não iríamos nos apaixonar porque estragaria a nossa amizade. E foi o que aconteceu. Desde aquela maldita festa de formatura do ensino médio, Hyunjin e eu deixamos de ser o refúgio um do outro.
Éramos apenas eu, ele e a minha avó. E antes de falecer, ela pediu para ele cuidar de mim. Acho que é por isso que ele nunca consegue se afastar,mesmo tendo tantos motivos para me odiar. Ele foi a primeira pessoa que encheu a porra do meu saco naquela maldita escola, e eu gostei daquilo. Sempre me senti confortável ao seu lado, até consegui chorar na sua frente quando a minha avó morreu sem me preocupar com o fato de que ele estava vendo a minha vulnerabilidade.
Enquanto estava sentada, com um pé de cada lado da mesinha de centro que tinha na sala, lendo um dos meus livros, ouvi a campainha tocar. Levantei-me do sofá e encaminhei-me para a porta da frente da minha casa. Ao abrir a porta, a felicidade me consumiu por inteiro. Hyunjin estava ali, diante da minha porta com um belo sorriso estampado no rosto. Já faziam algumas semanas que não nos víamos, e agora, ele finalmente estava ali. E estava bem.
— Que alívio.— Me aproximei dele e o envolvi em um abraço apertado.
— Olá, princesa.— Ele sorriu, e apoiou os braços na minha cabeça.— Eu senti sua falta.
— Acreditaria se eu dissesse que também senti a sua?— Perguntei, e ele deu uma risada nasalada.
— Você está bêbada?
Franzi as sobrancelhas e me afastei.
—Não.— Falei simplesmente.— O que está fazendo aqui?
— Eu vim te ver, S/N.— Falou ele.— Você vai começar a me tratar como merda agora que eu disse isso?
Ele baixou a cabeça e se encostou na moldura da porta. Suspirei,enquanto balançava a cabeça negativamente. Hyunjin passou as mãos no rosto e depois apontou por cima do meu ombro.
— Posso entrar?
— Acho que sim. Se me disser o que quer.— Hyunjin entrou e fechou a porta. Ele olhou ao redor, e colocou as mãos nos quadris enquanto me encarava. Parecia um pouco preocupado e triste, mas não sei se era por minha causa ou por algum outro motivo.
— Você limpou?— Perguntou ele, franzindo as sobrancelhas.
Concordei com um aceno de cabeça.
— Está tudo bem?— Perguntou ele.— Você só limpa quando está chateada.
Bingo! Hyunjin me conhecia como ninguém.
— Então, o que você quer?— Perguntei, tentando mudar de assunto. Ele revirou os olhos e sentou-se no sofá.
— Lá vem uma notícia muito dolorosa, tá bom?— Disse ele.— Prepare-se.
Cruzei os braços e o observei preparando-se para falar.
— Vou voltar a morar na Coreia.
Ouvir aquilo me quebrou, mas ao mesmo tempo me deixou aliviada. Hyunjin iria embora. E ficaria longe de mim e do mafioso possessivo que eu trouxera para as nossas vidas.
— Dolorosa para quem?— Brinquei, lhe arrancando um riso.
— Para mim.— Disse ele.— Eu vou sentir sua falta, S/N.
Eu sorri, enquanto caminhava em sua direção e sentei-me ao seu lado.
— Você nunca vai aprender a se valorizar, Hwang Hyunjin?— Perguntei, e um sorriso fino se formou em seus lábios.
— Acho que deveria aprender a me fazer de difícil.— Disse ele.
— Eu gosto da sua companhia, idiota.— Admiti.— Eu vou sentir sua falta.
Ele sorriu como se aquilo fosse tudo o que precisava ouvir naquele momento, e deslizou para perto de mim.
— Você fica linda quando diz esse tipo de coisa.
— Não faça eu me arrepender de ter falado isso.— Falei, lhe arrancando uma risada nasalada.
— Tudo bem, eu prometo.— Disse ele, levantando as mãos.— Para alguém que não sabe demonstrar afeto, você já se abriu demais. E eu fico feliz que tenha feito isso por mim.
— Eu sinto uma vontade incontrolável de proteger você.— Admiti.— E eu sei que não mereço você.
— Você merece sim.— Disse ele, tocando meu rosto.— Só precisa me deixar tentar.
Ele me olhava com ternura, e aquilo me trouxe paz. Uma paz que eu nunca havia sentido antes.
— Não…— Ele colocou o dedo indicador sobre o meu lábio, me impedindo de continuar falando.
— Você é a única mulher que me interessa, S/N. E você sempre será o grande amor da minha vida.— Disse ele.— Eu não te trocaria por nada.
Ele me beijou. Me beijou como se sua vida dependesse daquilo. E eu retribui da mesma forma. Não tinha como negar, se eu pudesse escolher, escolheria dar todo o meu maldito afeto para ele.
Porra, eu não mereço ele.
Ele desceu os seus beijos para o meu pescoço, e seus lábios sugaram a minha pele. E aquilo provavelmente deixaria uma marca forte em mim.
Antes que algo acontecesse, ouvimos a porta da sala se abrir abruptamente e nos afastamos pelo susto.
E lá estava ele, Min Yoongi, nos encarando com seus olhos frios, e sem expressão alguma no rosto.
— Merda.— Murmurei, enquanto me levantava.
— O merda do Hyunjin?— Gritou ele, enquanto caminhava em passos pesados em nossa direção.
Hyunjin levantou-se do sofá e eu entrei em sua frente, tentando manter uma distância segura entre os dois.
— Saí da minha frente, S/N.— Min Yoongi segurou em meus ombros e tentou me tirar do meio deles, mas eu resisti.
— Não…— Rosnei.— Para.
— Eu só quero conversar com ele.
— Para. Agora.— Anunciei cada palavra lentamente.
Min Yoongi segurou em meu pulso e me puxou,me afastando totalmente de Hyunjin.
— Me solta agora, porra.— Gritei, puxando meu braço de sua mão.
Ele tentou me segurar outra vez, mas Hyunjin se aproximou e parou em minha frente.
— Toque nela de novo, eu te desafio.— Disse Hyunjin, irritado.
Meus olhos se lançaram de volta para Min Yoongi e seus olhos brilhavam de raiva, uma onda de ciúmes surgiu através dele quando ele notou que outra pessoa estava tentando me proteger.
— Mantenha essas suas mãos sujas longe da minha garota.— Disse Hyunjin.— e vá embora daqui.
Ele caminhou em direção a Min Yoongi, e eu notei ele apertando o pulso fortemente, tentando se controlar.
— Fale isso de novo, bonitão.— Falou Min Yoongi.— Eu te desafio, tente me ordenar outra vez.
Eu estava em choque, sem saber o que falar ou fazer.
— Chega.— Gritei.— Vá para casa, Hyunjin. Por favor.
Ele olhou para mim, decepcionado.
— Não vou te deixar sozinha com esse idiota.— Disse ele.
— Por favor.— Insisti.— Não precisa se preocupar comigo. Nos falamos depois.
Ele me encarou por alguns segundos, antes de sair dali em passos rápidos.
Eu olhei para Min Yoongi, e seus olhos estavam afiados como lâminas.
— O que porra você está fazendo aqui?— Gritei.— Sai daqui agora.
Caminhei até a porta e a escancarei com violência. Ele continuava me encarando com a mesma expressão fria no rosto.
— Qual a parte do sai você não entendeu?— Rosnei.
Ele começou a vir em minha direção em passos rápidos e pesados. Senti os anéis frios que ele usava fazerem contato com a pele de meu pescoço. Ele me prensou contra a parede e aproximou o rosto do meu.
— Diz que não quer me beijar, e eu vou.— Ele disse, enquanto seus dedos se apertavam contra o meu pescoço.— Diz que não quer tirar a minha roupa, e eu vou.— Ele colou nossos corpos, me fazendo tremer.— Diz que não quer trepar comigo, e eu vou.
Meus olhos vibraram e eu senti seu nariz esfregando contra o meu, sua respiração ventilava o meu rosto e meus olhos permaneciam perto.
De repente, ofeguei enquanto ele apertava grosseiramente o meu rosto.
— Yoongi.— Falei, enquanto fechava os olhos.
Soltei um gemido rouco, sentindo seus dedos queimando em minhas bochechas.
Abri os olhos e pude sentir a raiva irradiando dele. Seu rosto ficou rígido e ele estreitou os olhos para mim.
— Que porra é essa?— Perguntou ele, virando meu rosto para o lado.
Porra, o chupão.
Eu olhei para ele furiosamente, tentando arrancar minha cabeça de seu aperto forte. Minha tentativa só estava o motivando a apertar ainda mais.
— Responde.— Rosnou Min Yoongi, mas eu permaneci em silêncio.
Abaixei o meu olhar, mas ele pegou em meu queixo e inclinou a minha cabeça para trás grosseiramente.
— Responde, porra.— Gritou.
— É um maldito chupão. Com o que diabos parece.— Gritei. Ele rolou a língua no interior da bochecha enquanto olhava para mim.
Seus olhos estavam queimando de fúria.
— Foi ele?— Ele questionou.
— Quem mais poderia ser?— Indaguei, lhe arrancando um sorriso diabólico.
— Ouça com atenção.—Disse ele.— Você vai ignora-lo a todo custo a partir de hoje.
Minha temperatura aumentou novamente.
— Não me diga o que fazer.— Rosnei.— Eu não sou a porra do seu brinquedinho.
— Por que diabos você não nos dá uma chance, S/N?
— Não há “Nós”, Min Yoongi. Eu já te dei inúmeras chances. E eu estou cansada disso.— Retruquei.
— Eu estou pedindo uma maldita chance.
— Pare com isso, Min Yoongi.Eu não quero mais ouvir isso. Apenas respeite que não quero mais você na minha vida.— Falei, enraivecida.
— É isso que você quer? Você tem certeza?— Perguntou ele, olhando intensamente para mim, me fazendo tremer.
— Sim. Quero que sejamos apenas estranhos de novo. Por favor, me deixe Min Yoongi.— Ele parecia surpreso, mas assentiu solenemente.
— Tudo bem, se é isso que você quer.— Seus olhos tristes se iluminaram de raiva. Eu ofeguei quando ele se inclinou para perto de mim, colocando a mão em meu rosto.— Eu não vou deixar você, mesmo que você implore.
Ele sussurrou, mordiscando o meu lábio inferior.
— Você é louco pra caralho.— Rosnei, saindo de seu aperto.
Mas antes que eu pudesse me afastar, ele segurou em meu pulso e me parou.
— S/N…— Sussurrou ele.
— O quê?
— Seja minha namorada.
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