História Obsessão [Min Yoongi] - 30

Você vai entender o significado do amor quando quiser ficar por amar o outro, e ainda assim precisar ir por amor a si mesmo. Eu não  me curvaria ao capricho ou à ignorância de outra pessoa. 

— Você está errado,mafioso.— Eu o encarei gelidamente.— Eu não sou sua. Você deixou isso bem claro quando resolveu trepar  com a sua vadia pelas minhas costas ontem à noite. 

— S/N!— Ele chamou pelo meu nome com raiva.— Eu não trepei com vadia nenhuma, porra. Que merda você está falando? 

— Ah, não?— Eu rosnei.— Então, que merda Kim Yumi estava fazendo na sua casa ontem?

— S/N?—Eu podia ouvir todos os seus medos, silenciosamente esmagados entre cada letra do meu nome.— Você não confia em mim? 

— Responda a minha pergunta, Min Yoongi.— Eu sentia um nó se formar em minha garganta.— O que ela estava fazendo na sua casa? 

— Nós brigamos, depois começamos a conversar, e uma coisa levou à outra e… 

— Ah, meu Deus.— Eu engoli o choro, e ele tentou segurar minha mão, mas eu a puxei com violência. 

— Não, não é nada disso, porra.— Sua voz estava completamente aterrorizada.— A gente estava conversando sobre você. 

— Você acha mesmo que eu vou acreditar nisso, seu desgraçado?— Eu gritei.— Que você estava com a porra da vadia que comia antes, e que a única coisa que vocês fizeram foi falar sobre mim? Não fode. 

— Não me xingue assim, amor.— Sua voz estava baixa e doce.— Eu sei que fiz besteira… mas eu nunca trairia você. Eu sou a porra de um mafioso, S/N. E um dos princípios da máfia , é nunca trair a esposa. 

— Fez besteira? Você fez besteira?— Eu perguntei, e lágrimas encheram os meus olhos.— Só me diz o motivo. Por que eu? 

— Fala o que mais eu posso fazer para você acreditar que eu te amo e que nunca faria uma merda dessa com você, S/N?— O medo atravessou o seu rosto.— Me fala!Você nunca vai confiar em mim. 

— Confiar em você?— Eu perguntei com a voz calma.— Acha que eu devia confiar em você depois disso? 

— Acho.— Ele falou exasperado. 

— Me diz o que eu ganhei por confiar em você? 

Eu gritei, e tentei com todas as forças não derramar uma única lágrima, mas não consegui. 

— Quer saber? Eu não confio em você. E nunca vou confiar.— Ele olhou-me assustado. 

— Você age como se fosse toda inocente.— Sua expressão endureceu.— Como se fosse perfeita. Mas foi correndo para o Hyunjin quando as coisas entre nós começaram a ficar complicadas. Não ferra. Vai pro’ inferno. 

Ele gritou, e me prensou contra a parede do meu quarto.

— Vai pro’ inferno você, idiota. Sabe porque eu fui correndo para ele?— Eu gritei.— Porque ele nunca foi o meu maldito namorado, mas ele nunca teve olhos para outra mulher além de mim. 

Seus olhos me perfuravam feito lâminas afiadas. 

— Você o escolheu porque ele é gentil com você?— Ele gritou.— Porque ele oferece a você uma caridade básica? 

— Não é a caridade, ele realmente se importa comigo.

— E eu não?— Ele perguntou exasperado.—  Deixe-me te dizer uma coisa, S/N.— Ele apertou meus ombros.— Você devia pegar um cachorro, amor. Ouvi dizer que eles têm muitas das mesmas qualidades. 

Eu tentei me soltar de seu aperto, mas ele me impediu. 

— Qualquer um que quisesse trepar com você te trataria assim.— Ele gritou, e um sensação de ódio começou a tomar conta do meu corpo.— Mas eu sou o único desgraçado que te ama com todas as forças. Mesmo que você ainda duvide disso. 

— Hyunjin me ama com todas as forças.—Eu gritei de volta.— Ele sempre me amou. 

— Quer saber? Você tem razão. E para a sua informação enquanto você estava na casa do homem que te ama incondicionalmente, eu estava comendo Kim Yumi. 

Eu o encarei boquiaberta, tentando digerir cada maldita palavra que acabara de ouvir. E naquele momento, eu senti o meu coração parar. O momento em que escutei ele pedir desculpas e dizer que aquilo não era verdade, o momento em que ele murmurou um suspiro que jamais seria retribuído, o momento em que percebeu que havia me perdido. 

Eu o empurrei e o deixei sozinho no meu quarto. Peguei o meu carro na garagem e comecei a dirigir sem rumo—e em alta velocidade— pelas ruas de Los Angeles. 

Yoongi’s POV 

O céu virou de ponta cabeça. Assim como minha vida.  Há uma hora, eu era namorado da mulher por quem me apaixonei perdidamente. Agora, não mais. 

Eu era um maldito covarde.

A chuva começou a cair do nada. Nenhum chuvisco para sinalizar o que estava por vir. O céu apenas emborcou, como um balde cheio de água, e gotas pesadas batiam  com força contra a janela do meu carro. 

E sabe o que deixou tudo pior? Eu acabara de receber uma ligação que dizia que ela havia sofrido um acidente. Uma maldita batida de carro, que Hobi confirmou ter sido causada propositalmente .Tomei a mesma direção escolhida por Jungkook, à caminho do hospital, na  de que ao chegar lá, minha mulher ainda estivesse viva. 

Coloquei meu carro em uma vaga bem em frente ao hospital, e corri rapidamente para dentro do local. 

— Onde ela está?— Perguntei exasperado, enquanto corria na direção das diversas portas que haviam ali. Procurando por uma que tivesse seu nome. 

— Calma.— Jungkook segurou o meu braço.— O médico disse que viria nos avisar assim que ela estivesse fora de perigo. 

Aquele dia, aquele maldito dia, quando o peso apareceu em meu peito. Um lembrete constante do que eu fiz, de que aquele maldito acidente foi culpa minha, que eu provavelmente a perdi. Eu não deveria ter mentido, eu não deveria ter dito aquelas coisas. 

Porra. Eu não mereço essa mulher. 

Nunca quis me apegar a alguém dessa forma. O pânico — esse pânico filha da puta de perdê-la— não foi algo planejado. Eu estava à beira de um penhasco. E estava prestes a pular de cabeça. 

Vi a tristeza profunda nos olhos do médico, assim que ele parou em minha frente. Levantei-me abruptamente da cadeira de espera,e o encarei assustado. 

— O que aconteceu com ela, doutor?— Eu perguntei, e minha voz estava completamente aterrorizada.— Me diga que ela está bem, por favor. 

Algumas lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos. 

— Você é algum parente da moça?— O médico perguntou. 

— Eu sou o namorado dela. Min Yoongi. 

Ele concordou lentamente, e agora, seus olhos inundavam piedade. 

— A sua namorada está bem.— Eu suspirei aliviado.— Mas… 

— Mas?— Eu o interrompi. 

— Eu sinto muito, senhor Min.— Ele respirou fundo.— Mas não conseguimos salvar o seu bebê.