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História Obsessão. (Sasunaru) - O desafio de Orochimaru.


Escrita por: detailhatake

Notas do Autor


oi, né rs
sem enrolações e vejo vcs nas notas finais sz

Capítulo 4 - O desafio de Orochimaru.


Fanfic / Fanfiction Obsessão. (Sasunaru) - O desafio de Orochimaru.

Querido diário.

Eu nunca mais vou beber na minha vida.

Voltando para o início... com o que eu estava na cabeça na hora de me embriagar no meio de uma festa onde eu não conhecia praticamente ninguém? Que merda eu estava pensando na hora de aceitar um copo de uma estranha, que pelo visto havia me drogado?

Quando eu disse que queria mudar da água pro vinho, eu não estava falando no sentido literal. Não quero me tornar um alcóolatra ou algum tipo de viciado, apesar de ter gostado da sensação repentina eu estava tendo um dos piores efeitos colaterais da minha vida.

Havia passado o sábado inteiro dormindo. Se estivéssemos ainda no ano passado, eu aproveitaria o final de semana para tirar um tempinho e fazer alguns resumos sobre a escola e até mesmo adiantar o conteúdo. Na minha opinião os professores acabam sendo lentos demais, e se eu quisesse mesmo passar em uma faculdade nos Estados Unidos, teria de me esforçar muito mais do que todos os outros alunos.

Eu mal vi a noite passar, quando despertei o meu pai havia acabado de se deitar e acabamos nos desencontrando. De certa forma aquilo foi bom para eu repensar mais uma vez em qual desculpa eu daria por ter chegado literalmente acabado em casa, sendo que havia dito que iria dormir na casa do Kiba.

Não quis checar as redes sociais e nem fiz questão de pegar o meu celular. Apenas preparei algo para comer e assisti alguns filmes documentados sobre a mente humana. Se eu fosse procrastinar o dia todo, que fosse pelo menos consumindo algum conteúdo produtivo.

Acordei numa manhã quieta de domingo já me sentindo mais disposto. Conseguia processar melhor todas as informações daquela semana, e falhando em tentar tirar um pensamento em específico da minha cabeça: eu havia falado com Uchiha Sasuke. Pessoalmente, ao vivo e a cores.

Não havia se saído nenhum pouco como o planejado. Eu estava completamente vulnerável e solto em sua presença, mas pelo menos fui capaz de tirar algum proveito disso. Sinto que agora me sentia mais próximo de alcançar o meu objetivo.

Fui até a minha escrivaninha e abri a gaveta que eu deixava normalmente trancada com um cadeado. Dentro dela haviam alguns documentos essenciais, e também é onde eu deixo você bem protegido, diário. Afinal, se alguém descobrisse sobre você... provavelmente seria o meu fim.

Peguei em minhas mãos uma foto, que eu havia recortado do Livro Acadêmico do ano anterior. Lá haviam as fotos de todos os alunos, mas apenas uma chamava a minha atenção em específico. Passei a mão pela fotografia com um fundo azul, que como marco principal exibia toda a beleza de Sasuke.

— Preciso começar a fazer minhas anotações. – busquei uma folha em branco, e assim que a encontrei comecei a escrever em letra bastão.

 

Observação n° 1: Uchiha Sasuke se droga com bastante frequência.

 

Tendo em visto que apenas em alguns minutos de conversa havia o visto com dois tipos de substâncias ilícitas e ainda falando com propriedade sobre o assunto, achei que seria necessário ter aquilo em minha lista.

Observação n° 2: O seu relacionamento é... conturbado.

Cerrei os olhos apenas ao pensar na cena que havia capturado ao entrar naquele quarto sombrio e escuro, Sasuke devorando os lábios daquela garota da minha sala. Eu tinha total certeza de que o Uchiha ainda estava namorando, o que me fez ter ainda mais dúvidas sobre aquele namoro.

— Meu filho, eu posso entrar? – ouvi a voz do meu pai por trás da porta, acompanhada por três batidas.

Rapidamente, peguei a foto juntamente com a lista e as joguei de qualquer jeito dentro da gaveta. Me recompus sobre a cama, esparramado e logo em seguida afirmei.

— Entre.

Minato abriu a porta e me olhou com serenidade, seu rosto estava inchado e seus olhos azuis como os meus pareciam pequenininhos. Droga, ele estava de ressaca. De novo.

— Naruto, o que aconteceu na sexta? – engoli em seco com aquela pergunta, mas da mesma forma não me contradigo de nenhuma forma. – Você teve uma daquelas crises, de novo?

Já havia estipulado toda a história na minha cabeça, por mais que não soasse bom admitir isso eu era um mentiroso de primeira classe. Não hesitei nenhum segundo, e respondi firme.

— Não, pai... Eu só estava com enxaqueca. Não queria acordar o Kiba então achei melhor vir direto pra casa. – ele sentou-se na cama, ao meu lado. – Acho que eu só estava cansado.

— É, eu percebi. – sorriu fraco ao lembrar-se que eu havia dormido durante praticamente vinte e quatro horas. Diário, repito. Eu JAMAIS irei beber daquele jeito de novo.

Sorri sem mostrar os lábios para ele que me encarava, pouco a pouco fui me sentindo desconfortável sobre aquela situação. O sorriso sumiu do rosto do mais velho e sua expressão foi tomada por uma seriedade e angústia muito maior.

— Olha... eu sei que estou sendo um péssimo pai ultimamente. Mas eu não vou desistir, por você meu filho. Ela iria ficar muito brava se eu desistisse agora.

Desviei o meu olhar para o chão assim que tocou nesse ponto. Eu odiava ter que falar sobre a minha mãe com ele, porque era evidente que ele não tinha superado a sua morte em nenhum por cento.

— Enfim... estou aqui para o que você precisar. – falou, sincero. – Fico feliz que você está indo para festas, só não se esqueça do seu sonho e das suas responsabilidades.

Meu pai saiu do quarto antes que eu pudesse o agradecer. Tinha consciência do quanto estava sendo difícil para ele, perder tudo de uma vez só. Me sentia mais do que na obrigação de não me tornar um problema.

*3 ligações de Princesinha Hyuga*

— Ah, merda. – falei para mim mesmo ao observar a tela do telefone, onde haviam diversas notificações principalmente vindas do twitter.

Rapidamente retornei a ligação para a minha amiga antes que ela pudesse mandar a polícia até a minha casa. Hinata quando se estressava definitivamente era alguém que eu gostaria de manter distância.

— Bom dia, Hina.. – logo fui interrompido por um grito do outro lado da linha.

— Uzumaki Naruto, você perdeu a noção? O que deu em você pra ir embora tão cedo na sexta? – ela continuou aos berros. – Você disse que me esperaria!

— É, mas aconteceu um imprevisto... – falei enquanto pensava na conversa com Sasuke no quarto. Não queria decepcioná-la, por isso nem a mencionei. – E aí? Alguma coisa de interessante aconteceu?

Como se eu não soubesse de imediato o que acontecera no banheiro daquela festa. A Hyuga poderia ser capaz de enganar qualquer pessoa, incluindo seu pai. Exceto a mim. Eu sabia exatamente até onde ela iria para ter o que quisesse, assim como eu. Talvez isso justificasse toda a nossa proximidade.

— Eu beijei a Sakura! – ela exclamou, animada. – Porra, eu beijei a garota mais bonita da escola!

Sorri de lado apenas imaginando toda aquela cena. Nunca havia sido atraído pela rosada, que aos olhos de todos parecia ser tão irresistível. Mesmo assim, não negaria um convite para participar daquela ‘reunião’.

— Você não sabe o quanto ela beija bem, Naru... Eu te juro, você tem que experimentar! – eu já sabia que aquela ideia surgiria, assim como no passado ocorreu. – E você... algum avanço?

Não me sentia exatamente bem sendo forçado a mentir para a minha amiga. Mas aquele detalhe sobre a festa parecia desnecessário ao meu ver, e eu gostaria de conta-la sobre algo tão interessante quanto a sua novidade.

— Nenhum. – disse enquanto caminhava pelo quarto. Por algum motivo ao conversar no telefone eu não conseguia ficar quieto. – Hina, eu estava pensando aqui... A Sakura não namora o Sasuke?

Perguntei o óbvio. Todos da escola tinham ciência sobre aquele relacionamento, mas eu ainda não fazia ideia do que se passava por trás de tudo isso. A minha curiosidade de saber o porquê estarem juntos se ambos ficavam com outras pessoas, era insaciável.

— Ah, sobre isso... Eu também não entendi muito bem. – a Hyuga abaixou a voz. – Vamos conversar sobre isso amanhã na escola, tá? Você sabe que eu odeio falar no celular.

Respirei fundo, incomodado por ter que ficar esperando.

— Tudo bem. – me dei por vencido, e logo em seguida me despedi. – Até amanhã, Hina.

Desliguei a ligação com certa urgência, sabendo que eu teria outros assuntos para tratar: aquelas dezenas de notificações no Twitter.

Franzi o cenho no momento em que vi que diversos perfis haviam me seguido de volta ou então seguido pela primeira vez. Que merda havia acontecido?

Passei o dedo por toda a minha tela inicial, na tentativa de achar alguma pista que me indicasse a resposta para todos aqueles novos seguidores. Teria eu postado alguma coisa vergonhosa no dia da festa?

A resposta era não. A última coisa postada em meu perfil era ‘’tô morto’’, e eu me lembro exatamente de ter postado aquilo. Me lembrava exatamente do motivo também.

A publicação havia sido curtida apenas por Sasuke, o que fez com que eu voltasse a analisar o seu perfil com cautela. Desde a última vez que conferi, ele publicou apenas uma vez.

‘fui na festa pra ficar de boa e acabei virando babá de mlk drogado.’’

Fui forçado a ler aquela frase no mínimo umas três vezes para ver se eu tinha entendido direito. Babá de moleque drogado? Não, não podia ser. Uchiha Sasuke não teria postado nada em relação a mim.

A minha ansiedade começou a se manifestar assim que comecei a roer minhas unhas em um ato compulsivo. Eu simplesmente não sabia o que fazer. Não podia simplesmente responder a aquilo como se houvesse algum tipo de proximidade entre nós, eu conhecia os meus limites!

Totalmente impulsivo e irracional a qualquer tipo de controle, cliquei para enviar uma mensagem. Comecei a digitar e parava a todo o instante, inquieto e inseguro. O que eu deveria dizer? Começar a conversa com um oi, Sasuke, tudo bem?

Ah, claro. Como se ele fosse o tipo de garoto que responderia: estou bem meu amor, e você?

 

@uzumaki_naruto: eu sou o mlk drogado?

Foi a única coisa que consegui pensar que seria plausível naquela situação. Era apenas uma pergunta simples, não doeria saber a resposta. Simples.

@sasukeuchihx: kkkkkkkkkkkkkkk

Mil interrogações foram feitas na minha cabeça. O Uchiha havia respondido muito mais rápido do que eu pensava, e aquela reação definitivamente não era a que eu estava esperando.

@sasukeuchihx; você realmente acha que eu só conversei com você, durante toda a festa?

Arrogante. Eu já analisei esse ponto desde a primeira vez que o vi andando pelos corredores com um completo ar de superioridade estampado em seu rosto.

@uzumaki_naruto: como é q eu vou saber?

@uzumaki_naruto: é só responder com sim ou n

Aguardei ansiosamente por algum tipo de ação da sua parte. Ele estava demorando mais tempo do que na última mensagem, provavelmente não esperava que eu o responderia a altura.

@sasukeuchihx: você é realmente muito irritante.

Aquela atitude havia sido a gota d’água para mim. Por mais que o meu maior desejo fosse possuí-lo, não aceitaria que me tratasse com inferioridade. Eu era tão capaz quanto ele de agir daquela forma.

Desliguei o celular e o joguei de lado. Definitivamente Sasuke ficava muito mais bonito quando estava calado ou estático em alguma fotografia. Não suportava toda aquela arrogância, o seu jeito esnobe, aquelas curvas e o sorriso, e ah... Eu precisava esfriar a minha cabeça.

Passei o restante do dia cumprindo a minha grade de horários de estudos recompensando a sexta e o sábado que haviam sido desperdiçados. Não fui distraído por nenhuma notificação, e no início da noite fui chamado pelo meu pai para que pudéssemos jantar.

 

 

O dia de hoje havia iniciado de certa forma mais pacífico. Ainda não estava seguro o suficiente para conferir o celular, portanto me arrumei e parti em direção da escola sem ao menos checar a minha caixa de mensagens.

— Continuarei na procura de um emprego, meu filho. Tenha um bom dia. – me despedi com um aceno, levemente agradecido pelo esforço do meu pai. Tentava ao máximo aproveitar dia após dia antes que chegassem as primeiras contas e faturas daquele mês.

Não demorou muito até que eu chegasse ao portão da escola, onde meus colegas estavam parados e observando o que parecia ser um painel. Me aproximei da mesma forma para conseguir ler do que se tratava, algumas garotas desconhecidas ao lado cobriam o local com seus gritinhos estridentes.

‘’O primeiro show de talentos do colégio’’, era o anúncio do tal cartaz. Eu definitivamente não estava interessado naquilo, mas acabaria por ir vencido pelo tédio.

— Isso é demais! Será que aceitam um espetáculo de truques com o Akamaru? – o Inuzuka perguntou empolgado, falando sobre o seu cachorro. Não consegui conter o riso.

— Do que está rindo, hein? – Kiba perguntou, agora nervoso. Afirmei que não era nada e tentei me controlar. Eu apenas não achava que seria uma boa ideia colocar um cachorro maior do que ele em cima do palco. Akamaru não era nada treinado, e muito menos silencioso.

— A Ino bem que podia fazer aquelas danças... – Sai soltou um de seus desnecessários comentários sobre as práticas de dança do ventre que a loira havia postado em seu perfil nesse verão.

— Cara, desencana. – Neji o olhou de lado, desinteressado.

— Poxa, eu queria ter algum talento também! Porque você não canta, Naru? – Hinata me perguntou tímida, o que fez com que eu rapidamente acordasse para a realidade.

Pouquíssimas pessoas sabiam sobre o meu passatempo. Duas, para ser mais específico. Você incluído, diário. Afinal, te considero o meu melhor amigo também.

— O que? O Naruto canta? – Kiba começou a rir, descontrolado. – Essa eu quero ver!

— Não, eu não canto nada. – falei, em um olhar de repreensão para a Hyuga. Se ela começasse com aquelas provocações eu teria de ser obrigado a revelar quais eram os seus verdadeiros talentos.

— Ah, e vocês sabiam que a Hinata, quando está junta com mais duas pessoas sabe... – ela logo calou a minha boca com a mão, sabendo o que estava por vir.

— Ela o que? – o seu primo perguntou, curioso. Ainda abafado pela mão não fui capaz de responder.

A minha melhor amiga me puxou para a frente, enquanto o sinal tocava alertando que deveríamos entrar para a sala.

— Eu vou te matar! – ela disse irritada, o que logo fez com que eu me assustasse. Não seria ágil o bastante para escapar de uma Hyuga enfurecida as sete da manhã.

Logo em seguida, começou a rir e me deu um tapinha no ombro. Ri em alívio e fiz a pergunta que martelou em minha mente durante todo aquele final de semana.

— Hina... sobre a Sakura e o Sasuke... – disse olhando para os dois lados, conferindo se não havia ninguém por perto. Adentramos até a sala e sentamos em nossos lugares, que por coincidência eram um atrás do outro.

— O que é que eles tem? Quer dizer, eu vi o Sasuke na maior pegação com a Mitasashi ali. – a perolada encarou a garota que também sentava-se em seu devido lugar.

— Eu acho que eles namoram, mas também são livres para ficar com outras pessoas... – falou baixo, enquanto o professor anunciava o começo da aula.

— Um relacionamento aberto? – questionei, e ela assentiu com a cabeça. – Mas isso não faz sentido. Os dois vivem fazendo declaraçõezinhas por aí. Até parece que se amam.

Todo o meu raciocínio fazia sentido para mim, e pelo visto para Hinata também. Logo ela captou o que eu insinuava.

— Você está querendo dizer... que eles tem um relacionamento forjado? - repousou a mão sobre a boca, enquanto eu posicionava os meus materiais em cima da minha mesa. – Mas porquê?

Sorri ladino para ela, que complementou o meu cumprimento. Apenas o meu olhar já entregava os meus planos.

— Eu vou descobrir. – disse dando uma pausa. – E você vai me ajudar.

Paramos o nosso diálogo por ali, caso ao contrário seríamos pegos pelo professor e eu não estava nenhum pouco afim de levar a minha primeira bronca do ano – e possivelmente uma das únicas de toda a minha vida.

— Gostaria de apresentar pra vocês um desafio! – Orochimaru dizia animado, enquanto todos pareciam prestar atenção a o que ele dizia.

— Sensei, que tipo de desafio? – um garoto, tão antissocial quanto eu, fez questão de interrompê-lo.

— Nós vimos que no ano anterior as notas de exatas caíram bastante, e como vocês sabem nossa escola é a número um no vestibular. Queremos trabalhar nisso, propondo algo a vocês. – um silêncio frustrante calou a sala de aula.

— Os dois melhores alunos ou alunas, com as melhores notas e assiduidade nas aulas e nas atividades extracurriculares, ganharam uma vaga por indicação em uma das melhores universidades do Estados Unidos. A Stanford.

Os meus olhos arregalaram e eu pude jurar que perdi o direito de respirar por alguns segundos. Hinata virou até mim sorrindo, ciente de que meu sonho estava em minha frente. Não era algo tão difícil assim, considerando que eu já havia notas excelentes e não faltava as aulas. Só me faltava um requisito ali, a frequência nas atividades extracurriculares.

Aquilo não era exatamente um problema. Procuraria ainda hoje a secretaria para que eu pudesse fazer a inscrição no máximo de atividades que eu conseguisse.

O restante das aulas pareceu ter passado voando. Eu mal consegui me concentrar direito, estava eufórico com aquela notícia tão boa e repentina. Parecia até boa demais para ser verdade.

Eu e meus amigos caminhávamos pelo corredor após o último sinal indicar que estávamos liberados.

— Eu tenho certeza que posso conseguir essa vaga! Imagina eu, na Califórnia? As gatinhas iam pirar. – Kiba disse, se vangloriando. Revirei os olhos e permaneci apenas escutando a conversa.

— Eu nem vou me esforçar. Quero cursar Artes, aqui mesmo no Japão. – Sai dizia, desinteressado. Neji e Hinata voltaram a conversar entre si sobre os seus sonhos e planos para um futuro próximo, o caminho para a faculdade se aproximava a cada dia e eu mal podia esperar.

Não seria um péssimo amigo ao dizer que Kiba não teria capacidade de disputar por aquela vaga, mas eu não o via exatamente como um rival. Achava digno o seu direito de lutar por aquilo, mesmo que não enxergasse como um sonho e sim como um objetivo de vida. Eu simplesmente entraria em Stanford, de um jeito ou de outro.

— Eu acabei de lembrar que tenho algo pra resolver na secretaria. – disse sem jeito enquanto caminhava a direção contrária. – Vejo vocês amanhã?

— Até mais, Naruto! – pude ouvir o Inuzuka dizendo, enquanto os outros acenavam de longe. Hinata piscou para mim e apenas com aquele gesto pude saber que iríamos nos falar mais tarde.

Estava extasiado pela sensação dessa nova possibilidade. Corri até a secretaria o mais urgente possível, gostaria de resolver qualquer assunto pendente sobre essa vaga.

— Boa tarde. – falei sereno para a secretária nova, que me encarava aguardando o meu pedido. – Eu gostaria de me inscrever em alguns clubes.

— Tudo bem... qual o seu nome e a sua série? – questionou enquanto mexia em alguns papéis e preparava para digitar em seu computador.

— Uzumaki Naruto, terceiro ano A. – olhei seguro para ela que visualizava o computador.

— Temos dança, artes, natação, artesanato, canto, música, basquete, lacrosse e vôlei.

Fiquei pensativo durante alguns instantes, considerando as minhas habilidades técnicas e experiências passadas a melhor alternativa era escolher dois esportes dos quais eu já era familiarizado.

— Eu quero o basquete e o lacrosse, por favor. – ordenei educadamente.

— Essa inscrição... Por acaso está pensando em disputar pela vaga na tal universidade? – assenti com a cabeça, confuso. – Nesse caso, você terá de escolher um esporte e algo relacionado as Artes.

Bufei em sinal de repreensão, sendo forçado a escolher então algo que eu já estava acostumado a fazer mesmo que sem nenhuma prática ou treino.

— Fico com o basquete e o canto, então. – afirmei enquanto dedilhava o balcão, ansioso. Dentro de alguns segundos foi entregue até mim uma ficha com meus dados e a assinatura da secretária, que sorriu e agradeceu. – Obrigado.

 

Ainda prestando atenção nos detalhes da minha ficha e nos horários das atividades, me esbarrei com alguém que vinha de trás. Apenas olhei na mesma direção, confuso.

— Canto, huh? – ouvi aquela voz grave e firme em minha nuca, o que me fez inconscientemente arrepiar. Quando me virei me deparei com seus olhos negros e aquele maldito sorriso de lado. Ele estava ainda mais bonito hoje, totalmente vestido por aquele uniforme estúpido e careta.

— S-sasuke... – disse, ainda abalado por aquela surpresa. – Você não olha pra frente não?

Perguntei enquanto cruzava os braços, irritado ao lembrar-me do seu comportamento nas mensagens do dia anterior. Não poderia simplesmente ceder aos seus caprichos. O moreno riu da minha atitude, o que me desestabilizou por inteiro. Parte de mim considerava a possibilidade dele saber sobre essa minha fraqueza ao observá-lo, e fazia questão de sorrir para me ver naquele estado.

De longe, pude ver que o grupinho com quem o Uchiha andava todos os dias nos observava. Suigetsu e Deidara riam, enquanto Sakura o observava com certa malícia. Ino e Karin cochichavam e não pareciam se importar tanto com a situação quanto os demais. Para eles, assim como também para mim ter Sasuke e eu em uma conversa não parecia nada casual.

— Ele já foi com tudo! – o prateado gritava, enquanto a rosada sorria. – Vai que é sua, Uchiha safado.

Eu estava totalmente desconfortável a aquela situação. Dentro de alguns instantes todos aqueles outros haviam ido embora, enquanto o mais velho ainda me observava de perto. Estava começando a estranhar toda aquela aproximação repentina.

— Eu preciso da sua ajuda. – admitiu, de uma vez só. Tá vendo, diário? Eu sabia que não podia vir coisa boa daquela boquinha idiota.

Não disse nada, apenas aguardei que continuasse. Ergui a sobrancelha e comecei a encará-lo descaradamente em sua frente, era inevitável. Estava próximo demais, e por isso já podia começar a sentir o cheiro de sua fragrância, doce e marcante. Assim como eu imaginava.

Observação n° 3: o seu perfume é extremamente suave.

— Tenho que conseguir essa vaga. E descobri que você é o melhor aluno da escola até agora. – sorri ao ouvir aquela afirmação. Não deixava de ser verdade, mas escutá-lo admitir que eu era o melhor... Não consigo te explicar. Era gratificante.

— E o que você quer? – perguntei, agora interessado. Se naquela mesma situação houvesse apenas uma vaga, eu não hesitaria em deixar toda a minha louca obsessão por estar próximo ao Uchiha para correr atrás do meu sonho. Mas haviam duas vagas e duas oportunidades. Aquilo me abria um leque de opções.

— Quero que você me ajude a estudar, porra. Não sou muito obediente, mas posso ser um bom aluno. – ele disse sério, o que me faz ficar pensativo. No que diabos eu estava pensando? Estava claro que eu aceitaria aquele convite sem pensar duas vezes. Mas não poderia ser tão direto assim.

— E por que você não estuda sozinho? – o provoquei, o que fez com que ele revirasse os olhos.

— Porque não tem graça, seu idiota! – passou a mão pelos cabelos morenos, o que fez com que eu perdesse totalmente a minha postura enrijecida. – E então, o que me diz?

Olhei para o chão antes de olhá-lo mais uma vez, totalmente fixado. Se eu pudesse, passaria um dia inteiro apenas o analisando. Cada parte dele e do seu corpo...

— Tá, tá bom. – finalmente cedi. – Mas com uma condição.

O Uchiha me olhou confuso, e foi a sua vez de cruzar os braços. Aquilo estava começando a ficar interessante e da maneira que eu desejava.

— E o que você, quer? – ele disse dando ênfase no você, como se eu fosse incapaz de ter algum desejo em relação a ele. Você mal sabe, Sasuke...

— Não tenho nada em mente agora. Mas quando eu quiser alguma coisa, você vai fazer. Tudo bem? – a minha frase pareceu ter surtido como um choque para ele, que me observava de certa forma incrédulo.

— Fechado. – estendeu a mão esquerda em minha direção, para um cumprimento. Fiz a mesma coisa, e pelo o que parecia havíamos acabado de selar algum tipo de acordo. Eu mal podia acreditar que aquela cena toda era real. – Podemos ir agora? Quero muito saber onde você mora.

O meu corpo inteiro congelou com aquele comentário. Ele estava realmente insinuando que gostaria que eu o levasse para estudar dentro da minha casa? Imediatamente?

Chacoalhei a cabeça, ainda desacreditado. O moreno continuava a andar pelo corredor, tive a necessidade de segui-lo para não ficar para trás.

— Espera um pouco... nós não falamos nada sobre onde estudaríamos. Não acho que a minha casa seja muito-

Comecei a inventar uma desculpa qualquer, justamente eu que sempre estava na defensiva e precavido contra qualquer um desses ataques repentinos. Mas o que eu usaria como desculpa? A casa não estava bagunçada. Eu era metódico e tudo o que me pertencia estava em seu devido lugar. O meu pai, não estaria lá. Não teriam distrações ou algo que impedisse aquilo de acontecer.

— Não tem problema, cada um faz uma regra nesse acordo. Eu começo. – ele me interrompeu, e continuou caminhando até a saída. – Nos encontraremos todos os dias na sua casa.

Ainda não havia me dado por vencido. A uma semana atrás, Uchiha Sasuke mal sabia da minha existência. Éramos completos desconhecidos. E agora, ele estava indo para a minha casa?

— E por que não na sua? – debati, teimoso. O mais velho respirou fundo, na intenção de ser mais paciente.

— Porque essa é a minha regra. – caminhei para a direção contrária da dele, onde estaria a minha casa. – Pra onde você tá indo?

— Você não disse que íamos para a minha casa? – perguntei, começando a me acostumar com aquela ideia.

— A pé? – Sasuke riu, mais uma vez. Droga, por que ele insistia em fazer isso? Eu poderia simplesmente arrastá-lo dali o mais rápido possível e devorar aqueles lábios finos e rosados a qualquer momento se o fizesse novamente. – Anda, entra.

O garoto disse parado em frente ao seu carro, o que me fez franzir o cenho. Eu havia acabado de literalmente entrar no automóvel que o via dirigir todos os dias. Me perguntava se ele teria ao menos carteira para dirigi-lo.

Já com as mãos no volante, começou a manobrar loucamente e perigosamente o veículo. Nunca havia andado ao lado de alguém que corria tanto quanto ele.

— Ei, você quer nos matar? – perguntei assustado. Estava começando a me sentir desconfortável apenas ao imaginar toda aquela cena voltando na minha cabeça. Durante muito tempo não fui capaz de ao menos entrar dentro de um carro, mas por algum motivo vi razão para adentrar até ele acompanhado do Uchiha, que me encarava.

Ele diminuiu a velocidade ao perceber que eu estava prestes a ter um ataque, e assim fui lhe guiando até que finalmente chegasse até a porta da minha residência. Não era nem de longe uma das maiores da cidade, mas comparando ao geral era uma boa casa. Espaçosa e luxuosa, assim como requisitado por aquele bairro.

Sasuke não pareceu ter muita cerimônia. Jogou os seus materiais em cima do sofá assim que eu lhe dei passagem, como se estivesse se sentindo em casa. Diário, aquilo tudo era estranho e novo para mim. Ele me tratava como se me conhecesse a muito tempo, o que me causava um frio na barriga tremendo.

— Por que você... Por que está fazendo isso? – perguntei, direcionando a palavra a ele. Ainda estávamos parados na sala de estar.

— Eu já disse. Preciso dessa vaga, você é o mais inteligente e vai me ajudar. Simples. – disse, rispidamente.

Talvez toda aquela paranoia não passasse de coisa da minha cabeça. Ele estava certo em querer que eu o ajudasse, apenas me via como alguém que poderia guia-lo ao sucesso.

Fiz um sinal de que subiria as escadas, o que fez com que recolhesse as suas coisas e me acompanhasse sem dizer nada. Estranhei toda aquela quietude, não parecia ser normal vindo dele depois de tanta conversa.

— Meu quarto não tá organizado, não repa- tentei ser mais agradável, por mais que soubesse que meu quarto estava exatamente como eu gostaria. Novamente fui interrompido.

— Onde fica o banheiro? – acenei para a porta no corredor, o que fez com que logo se dirigisse até lá. Conferi rapidamente se a minha escrivaninha estava devidamente trancada, e tentei respirar fundo enquanto tirava apostilas e cadernos de dentro da minha mochila.

Os coloquei em cima da minha bancada de estudos, priorizando Matemática e Física. Eram as matérias que eu possuía mais facilidade e afinidade, pensando que seria mais fácil para lhe explicar.

Eu mal podia acreditar. Era um péssimo professor, Kiba e Neji sempre insistiam em dizer que eu não tinha paciência alguma para os ensinar quando era necessário. Não podia crer que estava sendo colocado nessa posição.

Não demorou muito para que ele estivesse de volta. Pegou uma cadeira e sentou-se ao meu lado, colocando suas coisas também em cima da mesa. Ele agia com tanta naturalidade, como se fizéssemos isso a séculos.

— Física e Matemática? – perguntou ao ler o nome da capa dos livros. – Que merda, eu odeio exatas.

— Azar o seu. São as minhas matérias favoritas. – disse ainda o olhando, enquanto ele folheava algumas páginas tentando encontrar a matéria. O seu caderno, por sua vez se encontrava praticamente em branco. Ele não mentia quando dizia que não levava nenhum jeito com os estudos. Eu teria um trabalho do caralho em fazê-lo aprender e ainda ter que estudar junto. Não poderia ficar para trás, mas também não o negaria aquela ajuda.

— O que foi? – o moreno questionou, franzindo o cenho. Provavelmente havia percebido que eu literalmente estava secando-o com os olhos. Por incrível que pareça, imaginei-o utilizando um óculos e sendo um daqueles nerds de filmes americanos que eu estava cansado de assistir. Eram os meus favoritos, para ser sincero.

— Não é nada. – disse, virando-me para os livros. Eu precisava me concentrar, e ficar ali olhando-o não me ajudaria em nada. Respirei fundo mais uma vez antes de dizer o nome da nossa última matéria, estudada ainda hoje. – Você anotou sobre Monômios e Polinômios?

— O que é isso?

Coloquei a mão sobre a cabeça, desesperado. Teríamos de começar do zero.

 

Observação n° 4: ele é péssimo em Matemática e Física. Péssimo.

 

 

 


Notas Finais


esse capítulo ficou ENORME. então, pra prolongar a história achei melhor dividi-lo rsrs
gente, não me matem pela demora. não tenho uma data certa pra publicar os capítulos, as vezes sai em 3 dias, 5... mas não passa de 1 semana viu? quem acompanha minhas duas outras fics sabe.


enfim, COMENTEM MUUUITO pra me incentivar. tô doidinha por essa história e o apoio de vcs contribui muito p eu continuar
amo vcs <3

(em breve minhas fics terão uma capa toda bonitinha, eu juro!)


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