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História Obsessed - Miya


Escrita por: Matana

Capítulo 4 - Miya


Fanfic / Fanfiction Obsessed - Miya

Sentava-me para ouvir mais uma história das que meu pai contava.
Sobre como era incrível as estrelas, o céu..

Mas parece que ele havia se esquecido...
Naquela noite meu pai não foi em meu quarto, era como se eu estivesse esperando a porta de um carro velho se fechando e adentrando na antiga casa em que vivíamos.

Assim ele nunca mais contou-me histórias, assim eu nunca tive o prazer de olhar para o céu.
Era difícil aceitar que meu pai estava em um lugar melhor, porque era apenas eu e minha mãe agora.

Uma mãe que nunca se lembrava do nome e quem era o seu filho...
Sem condições, minha tia e meu primo Eitan  foram os únicos que cuidavam da minha mãe e tentavam me dar o máximo de carinho e conforto.

Quanto mais eu procurasse o sentido da vida, com meus dez anos, eu nunca poderia entender algo tão complexo.

" Meu pai dizia:
Não se preocupe, não se preocupe criança..
Veja, o céu tem um plano para você"

Às vezes eu olhava para o céu, com aquele aperto no coração e algo apertando minha respiração.
De fato, eu ainda não havia superado.

Não é como se o céu tivesse mesmo um plano para mim...

Como se a angústia voltasse, subindo e me espancando.
Abri meus olhos, sentindo uma  imensa formigação em todo o corpo, a visão meu turva e a dor física e mental me deixavam fraco.

Pensei ser outro sonho, ao ver Michael sentado ao meu lado, me olhando fixamente.
Seu olhar como nunca aconteceu antes, me incomodavam.

Tentei me erguer, frustrando em tal ato.
Eu queria que ele dissesse algo, o silêncio incomodava enquanto escutávamos o barulho do relógio se movimentando.

Clifford abaixou a cabeça, acariciando aquelas mãos um pouco machucadas.
Fiz o mesmo, abaixando a cabeça, algo chamou minha atenção, eu tinha uma mordida em meu ombro.

Michael ao notar minha expressão confusa,  se levantou bruscamente, pegando seu casaco preto que estava pendurado na porta.

-Não somos mais nada, além de estranhos..- A porta bateu forte, mas não escutei.

O primeiro amor é o mais dolorido.
E eu me perguntava se era isso que eu o céu havia planejado.

Grande bosta.

Eu não sabia de quem era a casa, muito menos onde eu estava, parecia ser um depósito vazio.

Eu sabia do que havia acontecido, Clifford tirou minha virgindade.
Do jeito como ele saiu, me senti como mais uma conquista dele.

Estranhos? Como ele poderia pedir algo tão baixo?

Nada mais do que apenas estranhos.

×POV Michael×

Como o vento parecia querer bagunçar nossos cabelos naquele dia.
A garota com que havia sido a única naquele coração ruim que era esse meu.

Tentava aproximar sua cadeira de rodas mais perto do mar, ela suplicava querendo sentir a água fria.
Seus olhos brilhavam ao ver a lua namorando o mar naquele dia.

"- Quero que seja feliz Mi..."- Ela sorria ao sentir a água finalmente indo ao seu encontro, seus pés brincavam.
Eu sabia que ela não tinha mais fé, nem eu a capacidade de dar um pouco do calor dos meus braços.

Eu estava perdendo o pouco de calor, o frio parecia me cobrir, como eu me sentia incapaz de fazê-la acreditar novamente.


Impotente.

Odiava quando ela dizia para eu me permitir.
Permitir que alguém fizesse meu coração parar e bruscamente bater forte.
Ela sempre foi a única.

Tive de deixar aquela cidade, tive que deixar aquele mar, pois ela só me deixou saudades.

De acordo com os anos, aprendi a viver da minha maneira, ninguém precisava saber muito sobre mim.
Ninguém precisava saber da minha vida, apenas estava lá para um social básico, com conversas sem sentido jogadas fora.

Qualquer sinal de algo profundo, eu cortava pela raiz, eu me afastava como a presa fugindo de ser devorada.

Era idiota eu sentir alguém me observando, minha pele queimava toda vez que eu sentia olhos em mim.

Levei como algo da minha cabeça, pois já não me considerava alguém totalmente lúcido.

Eu sempre esquecia seu nome.
Luke Hemmings...
Ele foi a única pessoa que eu não conseguia ler suas intenções em mim.

Às vezes ele me parecia inocente, mas algo malicioso percorria aquele rostinho.
Eu não conseguia, nem sequer, formular um adjetivo para aquele rapaz.

Sem poder explicar como havíamos mantido tantos olhares e toques mesmo não sendo proposital, pelo menos da minha parte.

Me perdi apenas uma vez nos seus olhos claros. Naquele dia que havia sido puxado para uma festa, que eu o vi dançando como um louco no meio de todos.

Tão solto. Ficou até mais difícil de formular algo sobre ele, tão imprevisível.
Ficava até difícil me perguntar o motivo de estar querendo saber tanto daquele rapaz.

Suspirei ao vê-lo se entristecer do nada, o ver cambaleando para fora daquelas pessoas vazias.

" Quero que seja feliz Mi...."
A voz de Miya ecoava na minha cabeça, eu pensei que já sabia controlar aquela dor a ponto de não me sentir tão machucado.

Logo fui eu quem já não estava mais com vontade de estar naquele lugar, ou talvez já não estava.
Fui até onde o loiro havia estado, corredores  sem fim e pessoas se comendo nos quartos.

Ainda não acreditava que havia concordado de ir naquela festa.
Ouvi um choro baixo, alguns soluços meio desengonçados.

Tão imprevisível.
A pouco tempo ele  estava dançando como louco, agora chorava como alguém deprimido.

Depois a conversa ou melhor, uma briga, se é que eu podia chamá-la disso.
Nem eu sabia o que estava acontecendo entre nós naquele momento.

Para falar a verdade aquele garoto andava me deixando louco.
Ainda mais quando dizia que não aguentava mais, eu também já não aguentava me sentir tão frustrado na vida.

Como um choque vi seus olhos atravessando os meus.
Naquela hora Involuntariamente meu coração disparou 50, 100 metros e ainda continuou no meu peito.

Involuntariamente.

Uma vontade de chegar mais perto, com vontade de se afastar me fizeram perder a cabeça.
Eu queria algo quente para aquecer o frio que estava me matando todos os dias, eu perdi a cabeça.

Quando abria meus olhos podia ver aqueles lábios rosados, sendo mordiscados pelo loiro, toda vez que minha boca encostava em sua pele.
Cheiro que me lembrava os perfumes que minha mãe borrifava na casa, quando os vizinhos iriam a visitar.

Não sei o motivo de ter pensado algo como isso.
Eu estava me agarrando com um cara, que estava bêbado, tudo porque eu estava precisando de um carinho.

Se eu soubesse de alguém que teria feito algo como aquilo, antes eu o chamaria de covarde.
É eu fui mais que um covarde naquele dia.

Suas mãos que apertavam minhas costas, que às vezes iam até os meus cabelos, bagunçando mais do que estava.
Me provocou sensações que eu nunca sentia, nem mesmo quando qualquer pessoa me tocava.

Seu corpo bem cinturado, um pouco afeminado, se encostava no meu, arrepiando todo o meu corpo.
Ofegos e meu nome sendo chamado por aqueles lábios já vermelhos, por estarem sendo mordiscado pelo mesmo por muito tempo.

Senti liberdade.
Mas sentia arrependimento também.

Nosso corpo se choca, tendo seu rosto muito próximo ao meu, aqueles olhos deixavam minha expressão meio perdida, porque a maneira que seu cabelo caia em seu rosto me deixava com vontades obscenas.

Eu sabia que era virgem, não contei como uma conquista, mas algo que me deu mais vontade de fazer coisas muito erradas com ele.

Nunca me passou pensamentos sujos, eu sabia o errado e o certo das coisas.
Mas não quando eu deixava minhas angústias transbordarem.


-Hmm... Mi...Chael...-Sua voz entre ofegos, prazerosa até mesmo para os meus ouvidos, arrepiou enquanto sentia sua respiração em meu pescoço.

Chegamos no ápice.
Segurava suas coxas, enquanto suas mãos ainda estavam apertando meus cabelos.
Que coisa mais louca e excitante foi aquilo.

Ele tinha gosto de poesia.
Linha por linha, eu o devorava
Eu amava poesia...

Mesmo assim, quando o vi abrir os olhos, por dentro eu sorria, ao ver aquele cabelo bagunçado e os olhos ainda semi-abertos.

Estava tão errado, tanto que ao ver os chupões e mordidas nele eu me desculpava por dentro.
Pedia desculpa para aquele rapaz.
E para Miya.

Luke nunca teve culpa de eu o deixar naquela hora, era eu...
Eu que deixei a angústia falar mais alto, ultimamente venho sentindo falta de um calor.

Fui rude, tive vontade de voltar atrás, mas eu tinha um lado orgulhoso, um lado que me mantinha longe de tudo e todos.

Passaram-se dias, aquela imagem de sua feição.
De seus lábios brincando nos meus, era até engraçado quando o mesmo dizia coisas sem nexo.
Me peguei pensando muito nele.
Eu não devia substituir...

Miya ainda tinha que estar em meu coração.
Alguém não podia substitui-la...


Notas Finais




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