História Obsession - A casa caiu, literalmente!

Acordei em um quarto desconhecido, minha cabeça doía. O que foi que aconteceu? 

De repente começo a me lembrar, Yoongi e eu dançando na pista, eu rebolei para ele, ele me agarrou pela cintura e sussurrou no meu ouvido, eu me arrepiei e desejei beijá-lo, mas eu não fiz aquilo naquele momento. Pedi para tomarmos alguma coisa e então fomos para a salinha em que estávamos quando cheguei na festa. Bebemos e dançamos a noite inteira, acho que eu bebi até demais. Me lembro de em um momento ter começado a girar enquanto estávamos dançando e quase caí, mas o Yoongi me segurou. Eu tô feito uma idiota e ele me levou para o quarto. Dizia que eu já tinha bebido demais e que eu precisava descansar, e eu ficava dando em cima dele, tentando beijá-lo. 

Aí meu Deus! Será que a gente transou? 

Ouvi a porta se abrindo de vagar, Yoongi entrou no quarto vestindo apenas uma cueca.

Arregalei os olhos ao vê-lo daquele jeito.

- A princesa finalmente acordou. Dormiu bem? - ele falou sentando na beira da cama. 

- Eu tô com muita dor de cabeça. - falei baixinho. 

- Toma. - ele me deu um remédio e um copo de água que estavam em cima do criado-mudo. 

Hesitante, peguei o remédio e o copo e tomei.

- Obrigada. 

- De nada. - ele sorriu.

- Yoongi, eu queria saber se... - respirei fundo - Aconteceu alguma coisa entre a gente?  

Ele começou a rir.

- Não S/n, eu jamais transaria com você estando bêbada. Eu vou te comer, quando estiver em sã consciência, quero que você se lembre de tudo. - ele levantou-se. - Mas você queria transar comigo, tentou me beijar e me agarrar, mas eu coloquei você cama e deixei você dormir. 

Fiquei sem graça pela pergunta que fiz, ao menos ele não se aproveitou da situação ontem. 

- Ah e você tem umas vinte chamadas perdidas, não sei quem é, mas ouvi seu celular tocando mais cedo. - ele disse apontando para minha bolsinha que estava no criado-mudo e saiu. 

Peguei o celular.

Droga! Vinte e cinco chamadas perdidas da minha mãe, deve ter acontecido alguma coisa.

Liguei de volta para ela, que atendeu no segundo toque.

- S/n! Onde você está? Eu te liguei a manhã inteira! Não dormiu em casa, dormiu aonde?

- Desculpa mãe, eu dormi... - se eu dissesse que dormi na casa de um cara ela teria um ataque. - na casa de uma amiga, eu fiquei sem bateria e o celular dela é diferente do meu.

- Olha S/n eu sei que você já é adulta, mas você ainda mora comigo, devia ter ao menos ligado ao invés de me deixar preocupada! Quando acordei e não te vi em casa eu achei que um dos pedaços do teto tinha te esmagado!

- Aí que exagero mãe. Por que um pedaço do teto me esmagaria? 

- S/n o nosso prédio está desmoronando. - ela falou em um tom triste. 

- O que? Mãe você precisa sair daí! 

- Eu já saí, todos saíram. O prédio pode cair a qualquer momento, alguns apartamentos já estão caindo e o nosso é um deles, o nosso teto caiu pela metade hoje de manhã. Evacuamos o prédio e agora estou aqui na casa dos seus avós, estamos pegando nossas coisas aos poucos, você precisa vir ajudar a gente. 

- Eu já estou indo mãe, te encontro em frente ao prédio.

- Tudo bem, até lá.

Desliguei o telefone e peguei minha bolsa e o casaco. Peguei minha sandália de salto e saí apressada com ela nas mãos. Desci as escadas que dava na sala de estar. 

- Ei! Aonde você vai? - Yoongi gritou da cozinha.

- Preciso ir para casa, meu prédio desmoronou, minha mãe precisa de mim.

- Calma S/n, e suas amigas?

Eu tinha me esquecido desse detalhe. Onde elas estavam?

- Onde elas estão?

- Dormiram aqui também, é justo que você as avise também sobre o prédio, afinal, elas moram lá também.

Ele tinha razão, Rosé precisava tirar as coisas dela de lá, e também tinha a avó da Jisoo que devia estar lá sozinha. 

- Vou falar com elas. 

- Então vem. - ele segurou minha mão e me puxou até um quarto que ficava lá em cima. 

E lá estavam as duas, deitadas juntas e dormindo. 

- Meninas acordem! - balancei as duas.

- O que? Onde? - Jisoo falou sonolenta. 

- Vocês precisam levantar, temos que ir para casa agora! Nosso prédio está prestes a cair. - falei.

- O que!? - Rosé sentou-se rápido na cama. - minha roupas caríssimas!

- Vovó! - Jisoo gritou. 

As duas se levantaram apressadas.

- Minha mãe me ligou e disse que evacuaram o prédio, mas é melhor irmos rápido para ajudar a pegar nossas coisas antes que caía. - falei.

- Eu levo vocês, vai ser mais rápido do que esperarem um uber ou táxi.

- Obrigada Yoongi. - falei.

Fomos todos para a garagem do Yoongi, entramos no carro e fomos para o prédio.

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Chegamos no prédio e encontramos vários moradores em frente, também tinha uma faixa laranja em volta da entrada do prédio.

Descemos do carro e fomos até minha mãe, que estava acompanhada dos meus avós e da avó da Jisoo.

- Que bom que chegaram! - ela gritou ao me ver. 

- Vó! - Jisoo gritou e foi abraçar a avó. - Me perdoa vovó, eu não queria ter te deixado sozinha. - ela falava quase chorando. 

- Está tudo bem querida. - dona Lucy disse abraçando a neta. 

- Vocês foram muito irresponsáveis mesmo, não deviam ter saído com essa garota, ela é uma má influência para vocês! - minha mãe se referia a Rosé. 

- Mãe por favor! A culpa não é da Rosé. 

- É minha! - Yoongi falou chamando a atenção de todos que olhavam o barraco. 

- Quem é esse S/n? 

- É... o Yoongi, o dono da festa que nós fomos. Mas a culpa não é dele, Yoongi você já pode ir, obrigada pela carona até aqui.

- Não! S/n eu nunca deixaria vocês sozinhas em uma situação dessas. Vou ajudar a pegar suas coisas. 

Até que foi uma atitude fofa, admito.

- Olha não precisamos da sua ajuda, seja lá quem você seja. - minha mãe falou, orgulhosa como sempre. Tenho que admitir que puxei isso dela.

- Yoongi você pode ir, é sério, nós ficaremos bem. 

- Não, eu não vou S/n. 

Que teimosia desse cara! 

- Acho que se o Yoongi pode ajudar será bom. - Rosé falou.

- Sei bem o tipo de ajuda que você quer dele garota! - minha mãe insinuou.

- Já chega mãe! Por favor! Não insulte minha amiga. Ela tem razão, Yoongi pode nos ajudar a tirar as coisas, uma ajuda a mais será ótimo.

Assim começamos a tirar as coisas do prédio e colocar lá fora. 

Aluguei um caminhão de mudanças e nossas coisas foram junto com as da Jisoo e da avó. 

Rosé não teria onde ficar e minha mãe se recusava a abrigá-la, mas meus avós eram generosos e como a casa era deles, eles a deixaram ficar também, então Jisoo, Yoongi e eu ajudamos ela a pegar suas coisas e  colocar no caminhão.

Depois que o caminhão se foi e meus avós, minha mãe e a avó da Jisoo foram para casa, nós três ficamos porque não caberíamos no carro. 

- Rosé eu sinto muito pela minha mãe, ela é bem ignorante quando quer.

- Tudo bem amiga, ao menos seus avós me aceitaram na casa deles, ou eu não saberia o que fazer. 

- Aí gente eu me sinto tão mal por ter deixado minha avó passar a noite sozinha em casa, mesmo ela dizendo que está tudo bem, eu nunca durmo fora para não deixá-la só. - Jisoo choramingou. 

- Não se culpe, você não sabia o que ia acontecer. - falei a abraçando.

- S/n posso falar com você? - Yoongi falou.

- Tudo bem. - fui até ele.

- Eu posso levar vocês até a casa dos seus avós.

- Eu agradedeceria muito. - sorri.

Logo meu sorriso se desfez. 

- Você está bem?

- Aí Yoongi meu prédio vai desmoronar, não tenho dinheiro para comprar ou alugar um apartamento novo, eu tô muito preocupada com minhas amigas, não podemos passar tanto tempo assim na casa dos meus avós, temos que ter onde morar. Durante o meu período do ensino médio inteiro eu juntei dinheiro para minha faculdade, e eu ainda trabalho para poder pagar e tem as contas de casa, minha mãe e eu vivemos juntando nossas economias para podermos viver bem e agora vamos ter que gastar para comprar um apartamento para nós. Estou muito triste com isso, provavelmente vou trancar a faculdade e economizar mais dinheiro. - senti meus olhos se encherem de lágrimas, meu sonho em me formar para ser advogada estaria se afastando mais ainda de mim. 

- Calma S/n. - Yoongi me abraçou. - Não precisa chorar. - ele limpou minhas lágrimas como o polegar. Eu tô aqui por você.

- Você mal me conhece, como pode dizer isso? - falei pasma. 

- Eu conheço você, já te disse que você vai ser minha. 

Dei uma risada. Como ele podia falar aquilo tão diretamente em um momento como aquele? 

- É sério S/n, vou ajudar você, sua família e suas amigas e não adianta tentar recusar! - ele usou um tom autoritário.

Percebi que discutir naquele momento seria inútil. O melhor era ir para casa e pensar com calma no que eu iria fazer.

- Tá bom Yoongi, pode nos levar agora?

- Claro. - Ele concordou e nos levou embora.