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História Ocean Eyes (Armin Arlert x Fem!Reader) - Capítulo 42 - Zero por Cento


Escrita por: nilynixx_

Notas do Autor


Oii abelhinhas, como estão??

Meus amores, eu estou chorando um pouco com esse capítulo, e eu espero que vocês não me matem ainda, tenho muitos planos para concretizar antes dos meus 30.

Não vou falar muito pra não falar palco pra vocês pegarem suas armas.

Espero que gostem kkkkkkk
Boa leitura :)

Capítulo 44 - Capítulo 42 - Zero por Cento


Tem dias que acordo tão cansada
Sinto o peso das minhas escolhas
Ontem vaguei por ruas erradas
E, no vazio, lembrei de coisas

~ Maria - Perdão ~

Lancei-me sobre o corpo de minha prima um passo antes de realmente chegar nela. Seu vestido estava úmido, seu corpo, pesado. Seus olhos ainda estavam abertos, mas seu rosto não possuía mais vida. Enfeitando seu pescoço, um corte profundo ainda jorrava sangue, formando a poça na qual ela repousava.

- Mikasa! Prima, acorde, sou eu, eu estou aqui! - me posicionei sobre seu corpo e aproximei meu rosto do dela, pegando-o o mais delicadamente possível. Não havia expressão. Não havia gemido. Nem um suspiro sequer.

Meu choro saía do meu controle. Eu apenas gritava. Gritava como uma louca, como se isso fosse trazê-la de volta. Como se isso fosse desfazer todas as últimas horas das nossas vidas.

O arrependimento tocou meu peito. Por que eu havia trago ela? Por que eu trouxe meus amigos? Eu... eu a matei...

Abracei minha prima e me mantive ali, chorando. Seu sangue melou meus braços, meu ombro, meus joelhos, empapando um pouco mais meu vestido. Meu coração se apertava como se pudesse estourar. Repassei mentalmente todos os meus momentos com Mikasa. Quando Levi chegou em casa com ela dizendo que ela seria minha nova irmã; quando invadíamos a cozinha de noite e fazíamos lanches juntas. Quando conhecemos o Eren, quando brincávamos juntas...

Todas as noites do pijama, todas as brigas, todos os risos...

Nosso beijo...

Pensar naquele beijo apenas me fez desejar ainda mais a minha morte naquele momento. Seus lábios acariciando os meus daquela forma nervosa... Foi a maior demonstração de amor que já vi de Mikasa com alguém, depois do beijo dela com Eren, óbvio...

Embora o beijo dela com Eren provavelmente não tivesse tido tanto sentimento envolvido.

Minha prima me amava... Ela me amou desde sempre, e eu sempre duvidei disso... E eu parti o coração dela. Mil vezes, desde sempre. Em todos os momentos de briga, quando ela não sabia lidar com o fato de me amar e acabava descontando em forma de raiva... Eu a entendia, mas não queria entender.

E agora eu a arrastei para uma guerra que não era dela. Eu a matei.

Perdi a conta de quantos minutos haviam se passado. Talvez muitos. Apenas voltei à Terra quando senti uma mão em meu ombro. Ergui o rosto, vermelho, molhado de ranho e lágrimas, e me deparei com os olhos verdes de Eren me encarando, também avermelhados de choro.

- S/N, eu sinto muito... - ele se joelhou ao meu lado. Desci lentamente o corpo de Mikasa até repousá-la novamente na poça de sangue - Foi para me proteger...

Arqueei as sobrancelhas no mesmo instante, um pouco confusa.

- Ela entrou na minha frente... Perdoe-me - suas últimas palavras soaram baixas.

Engoli em seco e encarei Mikasa uma última vez. Suspirei e neguei com a cabeça.

- Está tudo bem - menti - Tenho certeza de que ela não se arrepende.

Foi quando decidi me levantar novamente. Passei o braço sujo pelo meu buço melecado, já não me importando mais com a meleca que se acumulava em meu corpo, e assoei de leve, liberando sangue e ranho.

- Mikasa ofereceu seu coração por nós - afirmei, colocando-me ao redor dela com os outros e então bati continência para minha prima - Não será em vão!

Meus amigos se entreolharam, todos com lágrimas nos olhos, e me acompanharam.

- Não será em vão! - todos repetimos em uníssono.

Suspirei. Armin, então, juntou-se a nós. Olhei de canto para ele e observei enquanto ele batia a mão direita no peito em continência.

- Não será em vão - prometeu ele, baixinho.

Tentei impedir que mais lágrimas descontroladas escapassem de meus olhos. Após mais alguns segundos, Eren tirou da camisa um cachecol vermelho. O cachecol que dera à Mikasa. Apenas observei enquanto ele dobrava o tecido largo e o colocava no rosto e no pescoço da asiática.

Notei Sasha morder o lábio ao meu lado, contorcendo-se para prender o choro. Instintivamente, coloquei a mão em seu ombro e assenti quando ela olhou para mim, ambas com sorrisos tristes no rosto.

- Precisamos ir - Armin teve coragem o suficiente para dizer - A lua está quase cobrindo o sol, temos pouco tempo.

- Mas... e o colar? - perguntou Jean com uma voz frustrada.

Armin apenas apontou para mim, e eu indiquei a concha em meu pescoço. Pude notar o suspiro de alívio vindo dos demais.

- Para onde vamos agora? - indagou Connie enquanto já seguíamos para a beirada do navio.

- Eu vou para o mar - respondeu Armin, e antes que ele continuasse eu já lhe lançava um olhar incriminatório - Vocês vão daqui direto para terra firme.

- Mas nem pensar! - gritei de uma vez.

- S/N, não é hora para discutir - Armin soava autoritário, como se sua raiva se dirigisse a mim - Você não está em condições de me acompanhar, nenhum de vocês está!

- Claro, porque o bonito está em perfeitas condições agora! - rebati.

- S/N, escute ele... - Não notei quando Connie se aproximou e pegou meus ombros - Precisamos sair daqui, agora!

- Sim, amiga... - Sasha concordava - Já houve perdas demais...

Olhei incrédula para eles.

- Não! - gritei - Vocês estão dizendo isso porque a minha vida importa mais que a de Armin para vocês, não me tratem como uma criança! - acusei sem dó.

Sasha pareceu ofendida, mas não me importei.

- Armin, eu não vou te deixar - falei me voltando novamente para ele - Não agora!

Meu coração estava se partindo com a ideia de perdê-lo também naquele dia. Meus ouvidos já ignoravam os poucos navios que ainda estavam de pé ao redor. Uns cinco ou seis no total, além das carcaças que ainda afundavam vagarosamente; o ar queimado e os soldados nadando por suas vidas.

Nada mais me importava. Eu agora tinha apenas Armin, e não o deixaria naquele momento.

Porém Armin não pensava o mesmo.

- Eu também não te deixaria, S/N - ele disse tomando minhas mãos. Mal percebi quando voltei a chorar - E é por isso que não posso permitir que vá comigo.

Arqueei as bochechas.

- O-O que? - indaguei baixinho, mas não tive mais tempo de pensar: Armin agarrou a concha em meu pescoço, e um choque repentino correu nossos corpos nanossegundos antes de algo forte envolver meu corpo, e eu fui puxada para longe dali. Para longe de Armin.

O colar, por sua vez, ficara em sua mão.

Apenas percebi que era um daqueles tentáculos de Água quando meu corpo afundou, e a pressão da água esmagou meus órgãos. Sufoquei quando instintivamente tentei respirar e um jato de água salgada invadiu meus sentidos. O tentáculo me puxava, cheio de força, velocidade e poder. Meus olhos não enxergavam nada ao redor além de bolhas e espuma.

A água me envolvia lavando minhas roupas e meu corpo, levando embora o sangue e as demais sujeiras que me envolviam, além de embaraçar um pouco mais meu cabelo empapado. Senti o sal arranhar cada um dos meus ferimentos, mas a velocidade com a qual corríamos causava um certo calor ao meu redor, que confortava meus membros doloridos.

Levei alguns segundos para notar que estava sentindo carência de ar, e a Água começou a inebriar minha capacidade de raciocínio. Mas não durou muito tempo, porque, em mais alguns demorados segundos, meu corpo foi atirado para fora d'Água, e eu caí como uma fruta, podre, mole e pesada, em cima de uma estrutura de madeira, que logo notei ser um píer.

Instintivamente, tentei engolir uma lufada inteira de ar, mas logo me engasguei com a água acumulada dentro de mim e comecei a vomitar todo aquele líquido quente. Nesse ato, percebi estar com o estômago totalmente vazio.

Fiquei tossindo e me desengasgando por alguns segundos até notar mais algo ser atirado de dentro d'Água para o píer. Ao olhar para trás, notei ser Eren, Jean, Connie e Sasha. Também foram mandados para cá.

Todos tossiam como eu, se desengasgando e engolindo ar para voltar à consciência. Cheguei à minha antes deles.

- Seu grande filho da puta! - grunhi como um bicho enquanto me levantava e direcionei meu olhar para o horizonte - ARMIIIN!!

Gritei com toda a voz que havia em minha garganta como se ele fosse capaz de ouvir.

- S/N, acalme-se, por Ymir! - disse Jean apoiando-se em seu joelho para se erguer - Já era, estamos na costa novamente.

Fuzilei-o com o olhar.

- Qual o problema de vocês? - ousei perguntar, já pisando forte na direção deles - Armin ainda está lá, está correndo uma guerra, e você me pede calma? Ele pode morrer!

- A MIKASA MORREU, S/N! - gritou Jean na minha cara, fazendo-me vacilar um passo. Seu rosto estava perto, e foi só então que notei as lágrimas acumuladas em seus olhos - Mikasa está morta, ela morreu numa guerra que não era dela. Eu perdi uma amiga, uma companheira, uma irmã! - ele fez uma pausa, umedecendo os lábios, e pareceu baixar o tom de voz - Eu não quero arriscar perder você também por causa daquele menino...

Meu coração desacelerou lentamente enquanto Jean se afastava, seus olhos ainda nos meus. Respirei fundo, ainda sentindo minha garganta arder.

Mikasa... Na minha cabeça, ela não havia morrido. Na verdade, não processei de verdade nem metade do que aconteceu no dia de hoje.

Pisquei algumas vezes, notando que os demais não tentaram intervir na discussão. Eles concordavam com Jean. Estavam esgotados, magoados...

Perdidos...

Meus ombros relaxaram de uma tensão que eu não havia notado sentir. Nesse momento, as lágrimas escaparam novamente do meu controle e eu caí de joelhos sobre a madeira. Ninguém tentou me segurar. Apenas me encolhi contra o chão e afundei meu rosto na madeira, chorando incansavelmente e socando o chão cm toda a minha força, ignorando minhas dores que me torturavam de forma gostosa.

Então, eu gritei. Gritei o mais forte possível, com toda a voz que havia em minha garganta, arranhando minhas cordas vocais gastas como um diamante risca uma pedra.

Chorei como uma criança pelo que pareceram horas, mas foram apenas alguns minutos. Como sei? O céu começou a escurecer.

Foi quando pausei parte do meu escândalo e ergui o olhar. A lua já começara a cobrir o sol. Em pouco tempo, tudo estaria escuro, e Armin estaria no fundo do mar.

Respirei fundo, o mais fundo possível, e me levantei lentamente, sentindo cada membro fraquejar a cada ato. Tentei manter a respiração regulada a cada passo manco que dei em direção à beira do píer. Estranhamente, toda a praia à volta estava vazia. Talvez a Água tenha pensado nisso ao nos trazer para cá.

Água... Ela sabia de tanta coisa. Sabia que Armin queria que viéssemos embora. Sabia quando deveria fazer isso. Mas uma questão ainda pairava sobre a minha mente.

- O que aconteceu lá? - perguntei de forma audível, não para alguém em específico.

- "Lá", onde, S/N? - indagou Connie erguendo o olhar para mim.

- No porta-aviões - concluí voltando o olhar para eles - Todos os soldados sumiram, até aqueles desgraçados... - eles sabia a quem eu me referia - O que houve?

Pude ouvir Jean respirando fundo antes de abrir a boca, sem erguer o olhar de suas mãos.

- Armin subiu ao navio pouco tempo depois de Pieck te levar para longe - disse ele.

- Estávamos levando uma surra - Sasha também não ergueu o olhar, mas deu um riso anasalado - Uma onda enorme se ergueu do mar e, como se tivesse vida, pegou os soldados e os afogou.

Meu coração pareceu perder peso ao ouvir.

- Armin perguntou onde você estava; apontamos e ele foi atrás de você. - continuou Jean, negando com a cabeça - Foi quando nos distraímos e um desgraçado tentou atacar o Eren... - o moreno engoliu em seco, e suas próximas palavras foram quase inaudíveis - Do resto, você já sabe...

Senti o nó apertar em minha garganta novamente. Mikasa...

Voltei o olhar para o horizonte. A brisa estava morna, mas gelava ao tocar em meu rosto e minhas roupas úmidas. Meu nariz ainda doía pelos murros de Pieck contra minha cara. Na verdade, meu rosto todo devia estar desfigurado.

- E quando a Reiner e os outros? - ousei perguntar, sem encará-los dessa vez.

Eles soltaram um riso abafado em uníssono.

- Annie já era... - resmungou Eren com um leve sorriso.

Arregalei os olhos no mesmo instante e os encarei.

- O que?! - quase gritei.

- Digamos que a arrogância dela a matou - continuou Jean - Ela estava com uma ferida de bala no ombro e ainda foi tentar lutar...

Não soube reagir às suas palavras.

- Resumindo, Eren acertou um tiro nela acidentalmente e ela caiu no mar. Então, deve estar morta... - Sasha concluiu abraçando seu próprio corpo. Parecia incomodada com isso.

Olhei para Eren. Ele, por sua vez, não parecia arrependido.

- Se ela morreu, não foi pelo tiro... - disse ele. - Reiner, Berthold e Porco fugiram como três arregões quando vira a Água prestes a matá-los.

Respirei fundo. Profundamente, de novo.

E então me sentei à beira do píer antes que meu corpo despencasse.

Mas isso não impediu meu corpo de despencar.

E a última coisa que ouvi antes de desmaiar foram os gritos dos meus amigos me chamando.


Notas Finais


ABELHINHAS, NÃO ME MATEM!!

Desculpem, eu tive que fazer isso :') juro que foi muito difícil tomar essa decisão kkkkkkk

Enfim, estou esperando mais alguns surtos. Sei que muitas abelhinhas desistiram de ler essa fic, e eu compreendo, mas ainda vou persistir com ela até à minha próxima...

Ainda devo um momento soft pra vocês huehuehue

Enfim, espero que, mesmo com o trauma, vocês tenham gostado kkkkkkk não esquece de comentar o que achou u.u

Obrigada por ter lido :)
Até o próximo❤


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