1. Spirit Fanfics >
  2. Ocultist - Joesar AU >
  3. Lembranças

História Ocultist - Joesar AU - Lembranças


Escrita por: shiftcohen

Capítulo 5 - Lembranças


O nome familiar ecoava pela cabeça de Cesar. Tentava se lembrar qual ocultista tinha aquele nome ou onde já tinha escutado-o. 

Flashs sobre o nome do homem que Bruno desenhará em seu trabalho de dia dos pais quando se conheceram lhe vieram a mente. 

Suspirou aliviado por ter se lembrado e também por não ser ninguém importante, apesar do nome lhe causar um incômodo estranho.

Arthur adentrava o automóvel com uma expressão triste. Joui intercalava seus olhares entre Beatrice e Kaiser, esperando a ação dos dois.

— O Padrinho Arnaldo era como um avó pra gente do Orfanato. Ele deu meu nome e o do Dante, e sempre lia A Divina Comédia pra gente. — Beatrice contava o que se lembrava sobre o homem, um pouco confusa com a expressão na cara dos outros agentes.

Kaiser se virou novamente para o computador, pesquisando sobre o agente e encontrando uma ficha com algumas informações ocultas. 

— O que diz aí, Kaiser? — perguntava Arthur preocupado, enquanto se aproximava do mais velho.

Joui se direcionou para perto dos dois, ambos esperando a resposta do programador.

— O Arnaldo não era um cara mal, pelo menos não parecia um. Por que estão tão preocupados? — a garota perguntava confusa, recebendo um olhar triste de Arthur. Joui somente franziu mais o cenho.

— Ele era pai de um agente que participou da nossa última missão. E esse cara era incrível. Temos medo do que podemos descobrir sobre o pai dele... — explicou o heterocromático tristemente enquanto olhava preocupado para Joui.

Os olhos do hacker percorriam cada linha daquela ficha, procurando qualquer informação útil. A maioria de suas informações tinham sido ocultas, e o irritava não poder descobri-las agora.

— Parece que ele financiava o Orfanato, e passava um tempo com as crianças. Não parece nada demais, já que temos outros locais com as mesmas ações. — apontava Kaiser para os locais que Arnaldo ajudava, recebendo suspiros aliviados dos agentes.

— Isso é bom. — Joui passou a mão nos cabelos aliviado, relaxando o corpo após o momento tenso. 

Beatrice após perceber que não ajudaria mais, saiu da Van à procura de Dante, encontrando os outros agentes no outro lado da rua conversando com crianças da casa da frente. Se juntou a eles contente, cumprimentando-os.

Arthur descansava uma mão sobre o ombro de Joui, tentando o reconfortar. Falar sobre a última missão sempre era uma tarefa difícil, ainda mais para o mais alto.

Os olhos de Kaiser passavam sobre a tela quando se fixaram na imagem que se encontrava no fim do site. A figura do homem de cinquenta anos, cabelos castanhos e aquele óculos de grau lhe fizeram arrepiar. 

Suas memórias iam para os dias de sua adolescência, onde começou a renegar seu próprio pai. 

A figura enorme e sorridente de Cris atravessava a porta em mais uma madrugada fria. Cesar podia ouvir a conversa, as risadas e o barulho familiar das garrafas que vinham da sala de estar.

Cris estava acompanhado mais uma vez de seu amigo ator que Cesar nem fazia questão de decorar o nome. Os dois eram bons amigos, sempre bebiam e jogavam conversa fora por longas horas. 

Assim como a presença do ator, seu filho sempre o acompanhava para a casa dos Cohen, e mesmo sem se darem muito bem, os adolescentes passavam longas madrugas na companhia um do outro.

A figura de Thiago abrindo a porta e se jogando na cama de Cesar não o surpreendia. Trocavam poucas palavras entre si e somente alguns olhares, mas gostava da presença do mais velho ali.

Suas madrugadas eram formadas por Cesar jogando jogos até adormecer na própria cadeira e Thiago se trancando na sacada para conseguir fumar escondido dos adultos. 

A mão de Cesar se moveu rapidamente para clicar sobre o único nome no espaço de "Familiares" ali, direcionando o garoto para uma nova guia sendo aberta.

"Agente Thiago Fritz"

Engolia o seco enquanto direcionava rapidamente para o final da página. Encontrando a foto de seu companheiro de muitas madrugadas, agora sendo um homem crescido com uma barba rala e uma cicatriz na bochecha. 

O cigarro sobre os lábios e o sorriso sempre ladino eram as únicas coisas que o lembravam do adolescente que era na época.

Sem perceber Kaiser sorriu. Implicavam sempre por coisas pequenas e nunca tiveram uma conversa de verdade, mas mesmo que nenhum dos dois admitisse, sempre se sentiam confortáveis na presença um do outro. Eram como irmãos.

— Esse era o Thiago. O agente que o Arthur estava falando. — Joui disse com a mesma expressão fechada de sempre, mas tinha tristeza em sua voz. Chamando a atenção de Kaiser. 

— E onde ele está? — se virou minimamente para Joui, tentando não parecer interessado.

— E-ele morreu... — a voz fraca de Jouki soltou, a cabeça fitando o teto da van enquanto lutava contra a água que se formava em seus olhos. 

Kaiser sentia suas mãos tremerem fracamente e a garganta secar. Encarava o rosto do mais novo tentando procurar desesperadamente algum sinal de que aquilo era uma mentira ou brincadeira.

— Ele salvou uma cidade inteira...Eles se sacrificaram por todos nós. — Joui dizia com um sorriso triste. 

— E-eles? — a expressão de Cesar se transformou em curiosidade por segundos, ainda que sua voz fosse mais falha que o normal.

Jouki passou a página do computador para outra ficha enquanto Cesar ainda observava seu rosto esperando uma resposta.

— Ele também foi um herói, e era como um pai pra todos nós... — outro sorriso saiu dos lábios do japonês, que agora encarava Kaiser novamente.

A atenção de Cesar foi até a tela e sentiu sua respiração inteira parar quando colocou os olhos sobre a figura grisalha com a grande cicatriz sobre o rosto. 

Suas mãos tremiam como nunca, e a respiração pesada e totalmente descontrolada tomava conta. O olhar de completo pânico encarando a figura de seu próprio pai na tela a sua frente.

Jouki observou a expressão do mais velho se transformar em completo pavor.

— Ei, tá tudo bem? — perguntou preocupado levando uma mão em direção ao outro para tentar o acalmar.

Antes que pudesse completar a ação foi empurrado por Kaiser, que se dirigiu rapidamente para fora da van com as mãos sobre os cabelos tentando controlar a própria respiração.

O moreno viu vultos do outro lado da rua e uma conversa embaralhada parecia soar de lá, mas não conseguia se concentrar nela. 

Correu em direção a porta a sua frente adentrando na grande casa. Escutava os próprios passos ecoarem assim como a respiração desestabilizada. 

Se encolheu no canto do grande cômodo de ladrilhos, talvez uma cozinha? Não se importava. As mãos trêmulas foram em direção aos bolsos do moletom retirando de lá duas fotos que guardava.

Mesmo com os olhos encharcados pelas lágrimas podia ver a imagem de seu pai sorridente posando em um dos estúdios de gravação que trabalhava. A outra foto mostrava Cesar ainda criança sentado nos ombros fortes de Cris, sua mãe sorria lindamente ao lado deles. 

Ele tinha perdido tudo. Era isso que passava na mente perturbada de Cesar naquele momento. 

Odiou seu pai por anos após ele ter deixado-os para trás, na mesma época que sua mãe adoeceu e acabou falecendo. 

Renegou Cristopher por anos, se negava a trocar até mesmo palavras com o mesmo e nunca correspondeu os sentimentos do mais velho. Até que o perdeu também.

Kaiser já sabia que Cris havia morrido há algum tempo. Passou por noites em claro tentando achar uma resposta pra sua morte, chegou ao seu extremo em tantos níveis naquela época que não conseguia explicar.  

Foi quando numa madrugada qualquer, em um dos sites estranhos da deep weeb achou um arquivo que levava a detalhes sobre a morte de Cris.

O símbolo em roxo brilhava ao fundo do documento. Naquele dia descobriu que Cris tinha se juntado aos Ocultistas, algo sobre o Culto do Anfitrião, e foi morto pelas mãos do próprio Chefe da Ordem da Verdade. 

Depois daquele dia conversou com Bruno e marcou de se encontrar com Gal, no velho Orfanato. Faria de tudo para vingar seu pai.

Mas agora, Kaiser estava a beira da loucura. Cris era um Agente da Ordem? Ele morreu salvando pessoas da Ordem? Eles são realmente maus? Os ocultistas fizeram isso com ele? Eles o manipularam?

O que era verdade e o que não era? Em quem devia confiar? Kaiser queria gritar, ele não aguentava mais os próprios pensamentos e perguntas o consumindo.

Joui corria pelos cômodos da casa procurando a figura cabeluda desesperadamente. 

Adentrou a cozinha e num canto escuro qualquer encontrou Kaiser. Uma mão segurava fortemente os cabelos completamente bagunçados, a pele avermelhada abaixo do rosto encharcado que só pode ver ao chegar mais perto e a outra mão fechada fortemente em punho, segurando algo.

Se aproximou rapidamente e envolveu a figura em seus braços firmemente. Queria passar toda a segurança de que estaria ali por ele. Apesar de não entender muito suas próprias ações, só pensava em como queria o confortar.

Kaiser se assustou com o contato repentino e até tentou se soltar em reflexo, mas a pouca força não permitia. 

Se deixou ser abraçado pela figura maior, um abraço quente. Desmoronou ali mesmo, nos braços do agente que sempre implicava com si.

Se forçou a acreditar que era por não se lembrar muito bem de como era um abraço de verdade, mas sabia que de alguma maneira se sentia confortável e seguro ali.


Notas Finais


Olha só quem resolveu atualizar a história, desculpa pela demora e não desistam de mim!!

Tô com um bloqueio criativo enorme pra escrever Ocultist e esse capítulo não me agradou 100%.

Percebi que sou horrível pra desenvolvimento entre os personagens, peço desculpas por isso também.

Bom, me digam o que acharam, se a história tá entediante ou se tão interessados sobre o que está por vir. Beijão 🤍


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...