História Odio que no te odio - ZURENA - Capitulo 15

A ponta dos dedos na morena percorria toda a extensão do abdômen desnudo de Macarena que estava deitada em estado de relaxamento apreciando o teto depois de uma sequência maravilhosa de orgasmos. Zulema deslizava delicadamente desde o espaço entre os seios da loira até a região debaixo do umbigo e sorria cada vez que sentia a barriga dela contrair a cada vez que ela tocava naquela região.

— Estava lembrando do momento que nos vimos pela primeira vez – Zulema cessou o carinho, puxou uma coberta e se deitou mais próximo a loira, passou o braço livre por cima, abraçando Macarena pela cintura, se sentia abrigada, no mais puro sentido da palavra, estava em seu "lugar de abrigo", no refúgio que ela nunca teve na vida — Eu pensava que não iria durar uma semana naquele lugar! – Macarena continuou.

— Você parecia uma criança assustada, eu apostei que você duraria menos de uma semana! Veja bem Rubia, no seu primeiro dia na prisão mais parecia que você estava indo para um ensaio fotográfico temático, ou algo do tipo, com cabelo perfeitamente penteado, uma pele impecável... jurava que você passaria pela mão de todas as presas da penitenciária.

— Todas? Incluindo você?

— Não do jeito que você está pensando, na época eu não transava com mulheres.

— Humm no plural... agora você transa com mulheres? – ela deu ênfase na palavra mulheres.

— Você entendeu o que eu quis dizer Rubia – Macarena não podia ver, mas sabia que a morena tinha revirado os olhos no mesmo segundo que finalizou a frase — Antes da nossa primeira vez aqui eu nunca tinha ficado com uma mulher.

— Entendi que agora você gosta de mulheres, que já não corro risco de você me matar, mas pode me trocar por outra.

— Rubia... – a morena respirou profundamente — Não entendi o rumo que essa conversa tomou, isso é uma crise de ciúmes sem motivos? – Zulema levantou o suficiente para se virar ficando de barriga para baixo, apoiou os cotovelos na cama e agora poderia encarar incrédula mais uma crise da loira.

— Não, eu pretendia confessar que eu sentia uma atração muito fodida e errada por você... – Macarena xingava internamente por perder o controle tantas vezes, talvez o fato de já ter perdido tanto na vida faz com que ela reproduza esse comportamento diversas vezes pelo medo de perder Zulema.

— Esse tópico é mais interessante, discorra – Zulema se mostrou tão interessada que mudou a postura, levantou e se sentou de frente para a Macarena com as penas cruzadas, o que não facilitou para loira que agora tinha uma bela visão da morena que apenas usava uma calcinha.

— Já tive pensamentos bem sórdidos enquanto você agarrava meu pescoço ameaçando arrancar ele da minha cabeça e nesses momentos eu sabia que já tinha perdido o juízo – a loira respondia enquanto corria os olhos pelo corpo de Zulema.

Entrar na prisão, perder a carreira, a liberdade, a família e todo o resto que a vida encarcerada trazia já era algo devastador para a loira, somado com a novidade de sentir atração por mulheres e estar no meio de uma relação nada saudável com Rizos deixava Macarena com a cabeça a mil por lidar com diversos sentimentos ao mesmo tempo, mas nada era tão desafiador para ela quanto entender e aceitar o efeito que Zulema tinha sobre ela. Era um misto de repulsa, com ódio, um certo medo e o mais estarrecedor: a atração, sendo ela física e sentimental, o desejo de estar perto mesmo com a razão gritando CORRA!

— Minhas ameaças te deixavam excitada? – ela fingiu uma falsa indignação.

— Você não respeitava meu espaço pessoal Zulema, sempre falava em cima de mim ou no meu ouvido, o que você queria? – Macarena tinha plena noção do quanto aquilo era problemático, longe dela romantizar o que aconteceu naquela época, mas hoje as coisas mudaram e ela consegue falar disso, até porque era o que ela sentia, mesmo sabendo que não era saudável.

— O fato de não ter cumprido minha ameaça não te diz nada? Por acaso eu deixei de cumprir alguma ameaça destinada a alguém naquele lugar? – Zulema esperava que Macarena entendesse o que ela queria dizer.

— Você também... – a morena assentiu — Definitivamente somos duas loucas! – ambas riram da situação e não havia uma gota constrangimento.

— Agora falando sério Rubia, não há outro lugar que eu queira estar e preciso que você entenda e confie em mim – jeito de se portar e as expressões atuais eram novidade para a loira, ela admirava com os olhos marejados e aceitava de bom grado e coração aberto essa nova Zulema.

— Eu confio meu amor! – ela sorriu de orelha a orelha e para Zulema aquela era a visão perfeita.

POV ZULEMA

Me inclinei o suficiente para alcançar a boca dela, nossos lábios se tocaram com delicadeza, movimentei meu rosto roçando nossas bocas e tocando levemente a ponta do meu nariz com o dela e senti o sorriso se formando novamente e me afastei um pouco para apreciar e gravar aquele momento em minha memória.

— Te quiero Zulema – escutei ela sussurrar baixinho entre os sorrisos.

Me aproximei novamente e dessa vez aprofundei o beijo, senti seus dedos mergulhando pelas laterais do meu pescoço e pressionando nossas cabeças com um pouco mais de intensidade, sua língua ditava o ritmo tornando tudo mais enérgico, dessa vez não iria lutar, me rendi e a acompanhei naquela dança, apenas sentindo o momento. Ela finalizou o beijo com um selinho e uma leve mordida em meu lábio inferior, como sempre fazia e eu adorava.

Fitei novamente aqueles olhos verdes que também me olhavam fixamente e não hesitei em tentar reforçar mais uma vez que não existia mais ninguém além dela.

— Também te quiero Rubia.