Olá.
Seria "Olá" uma boa maneira de começar uma história?
Primeiramente vou me apresentar.
Me chamo Luhan e tenho 19 anos. Nasci na China, mas vim para a Coréia ainda pequeno com meus pais. Não tive uma boa infância. Desde cedo vi mamãe apanhar daquele desgraçado que se dizia meu pai, até que eles se separaram aos meus nove anos. Minha mãe sempre fora uma guerreira, que carregara sozinha uma casa e um filho delinquente. Em meus 12 ou 13, regido pelos péssimos exemplos comecei a maltratá-la, sair de casa escondido, me embebedar e fazer todo o tipo de coisa que pessoas ruins fazem. Fora um mártir para a pobre ter de me aturar daquela maneira, ouvir meus desrespeitos enquanto gritava para ela ficar de boca fechada e ainda me levar para cama quando eu chegava tão drogado a ponto de não conseguir entrar em casa. Creio só ter mudado meus hábitos depois do acidente. Foi necessário ver um de meus amigos, com a mesma idade que eu na época, sangrar até morrer atrelado no banco do carro que capotara. E aos meus dezesseis anos, eu resolvi mudar. Não me arrependo de meus muitos erros. Eles me fizeram ser quem sou. Aprendi a ver o melhor nas pessoas sempre, da mesma forma que ninguém fizera por mim quando eu mais precisava. Aprendi a esperar pelo sol incessantemente e apreciar quando ele nasce. Não literalmente claro. Entendam minhas palavras. Aprendi a ser forte e aturar as pancadas que a vida nos dá. Uma hora você cai. Na outra, você levanta e segue andando. Ninguém deve ficar no chão por tempo demais. Por fim, aos meus dezenove anos, eu descobri aquele câncer. Mais uma pancada da vida, suave se comparada a todas as outras. Ou melhor, ela foi suavizada. Por ele.
Me lembro exatamente o dia em que resolvi escrever uma história. Eu ainda sentia meus dedos e era fácil para mim ficar horas apenas encarando aquele diário que minha progenitora me dera até que algumas palavras surgissem, fossem apagadas e substituídas por novas. Era necessário guardar minhas recordações de alguma forma. Era necessário entregá-las para ele.
E é aí que se inicia minha história. Aliás, a história dele.
Fiquem calmos se não conseguirem absorver todas essas informações sobre mim. Não é do Luhan que se trata esse relato escrito por volta do meu terceiro mês de tratamento, em um momento que eu sabia que perderia minhas lembranças e minha capacidade de guardá-las logo em breve e minha esperança não era mais relativa a mim.
Porém, devo adverti-los de que não irei permitir que conheçam nosso protagonista por completo. Vou deixar que o provem aos poucos como eu próprio o fiz. Sehun pode parecer extremamente misterioso, e manterei seus maiores mistérios comigo até que chegue a hora de revelá-los. Não mentirei, não omitirei e serei verdadeiro em todas as linhas.
Sehun, caso não concorde com nenhuma das características que lhe atribuí aqui, peço que não as mude. Se digo que minha primeira impressão ao te ver deitado naquela cama foi que você era um garoto mimado, peço que a respeite, pois essa foi realmente minha impressão. Apesar de a história ser sua, o ponto de vista será único e exclusivamente meu.
Então, enfim, olá.
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