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História Olhares na Escola - Desejo Secreto - Decisão


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


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Capítulo 10 - Decisão


Fanfic / Fanfiction Olhares na Escola - Desejo Secreto - Decisão

Acordei bem cedo. Revigorado. Nem parecia que tinha desmaiado na noite anterior. Só estava um pouco resfriado, mas nada demais. Lembrei de como foi estranho meus últimos dois dias. Peguei um dos meus melhores amigos num dia e no outro o garoto que eu gosto me beija e se arrepende logo depois. E pra piorar minha confusão, brigou comigo, preocupado. Afinal o que ele sentia? Senti minha cabeça doer, então parei de tentar pensar. Fui escovar os dentes, jogar uma água na cara e ver TV.

Minha mãe já estava acordada arrumando a bagunça que meu pai faz na cozinha de madrugada. Quando me viu veio me paparicar querendo saber tudo o que aconteceu na noite passada. Ela me conhecia muito bem e sabia que eu era cagão pra andar sozinho na rua.

Já fui assaltado trocentas vezes, então peguei medo. Falei que não queria dar trabalho pro pai dele e que ele exagerou um pouco, me colocando no carro. Não colou muito, mas pelo menos ela parou de encher o saco.

Fiquei vendo TV até a hora do almoço quando o noticiário começou. Nunca fui muito interessado em ver telejornais, mas acabei tendo minha atenção presa no repórter que falava sobre os rumores de uma guerra catastrófica e que os governos dos principais países estariam se preparando pata tal acontecimento. O repórter dizia ainda que não deveríamos nos surpreender caso passássemos a ser obrigados a servir à pátria em prol de uma guerra que nem era nossa.

Desliguei a TV e logo meus pais desceram.

Eles iam almoçar na casa da minha avó, que mora nos limites da cidade e eu tive que implorar à mamãe para não ir, mesmo com a tradicional torta que ela fazia todo domingo. Desde que meu avô faleceu, esses almoços são obrigatórios. Prometi que iria visitá-la na segunda. Não queria sair de casa de modo algum. Meu programa para o dia era baixar os episódios dos meus seriados e passar o dia assistindo, só de cuequinha. Grande parte dos motivos de eu não ter ido à minha avó, é que eu teria que colocar uma roupa maior naquele calor. Incrível como quando eu dormia mal, sentia frio o dia inteiro e quando tinha uma boa noite de sono quase derretia, talvez posse psicológico.

Minha mãe ainda se despedia de mim, enquanto meu pai já buzinava no carro.

Saíram e liguei o computador.

A campainha tocou.

Suspeitei ser minha mãe que tivesse esquecido de alguma coisa, mas ela tinha uma cópia da chave, então deduzi que se fosse ela, com certeza não queria entrar por preguiça ou algo do tipo.

- Quem é? – Gritei de longe, enquanto ainda me aproximava do portão.

- Sou eu. – Disse uma voz rouca e baixa. Tinha certeza que era meu pai, apesar de a voz não lembrar em nada.

- Tá, tô indo.

Abri.

Quase caí de queixo quando vi Bruno me olhando. Ele desceu o olhar, reparando que eu estava só de cueca. Foi então que eu também percebi e quase morri de vergonha.

- Ah eu pensei que fosse meu pai, que acabou de sair. – Disse eu, cruzando as mãos na frente da cueca.

- Tudo bem. – riu sem graça.

- Foi mal por ontem, você deve ter levado uma bronca do seu pai né? – Perguntei enquanto andava para dentro da casa, pretendendo por uma roupa.

- Ah, ele nem ligou.

- Hum… - Ele parecia meio pensativo – Te devo desculpas né?

- Pelo quê? – Perguntei, querendo dizer que não tinha motivos de ele pedir desculpas, afinal, se eu estava em casa hoje é por causa dele.

- Bom… Por aquele… beijo. – Fiquei sério. Não queria que ele se desculpasse pelo beijo. Queria que se desculpasse por se arrepender depois.

- Ah… Você já se desculpou por isso ontem. – Falei, ainda sério enquanto colocava uma roupa.

Ele ficou meio pensativo, na dele. Fingi que arrumava meus perfumes, enquanto pensava em algo pra quebrar o silêncio.

- Como foi o resto do aniversário ontem? Eu estraguei tudo?

- Ah foi massa, alguns ficaram até as quatro da manhã. Inclusive a Mel.

- Ah, aquela menina é doida da cabeça. – Ri junto com ele. Ficamos mais um tempo calados.

- Leandro… posso te fazer uma pergunta? – Minha barriga gelou quando ele disse isso. Sempre tenho medo do que vem pela frente quando as pessoas me perguntam isso.

- Pode.

- Você tá apaixonado? Tipo… pela… pela Mel, ou alguma outra menina? Só por curiosidade sabe… – Ele com certeza estava bem nervoso. Mas o que me dava raiva era ele deixar bem claro que eu só poderia estar apaixonado por uma menina. Deixei a raiva falar mais alto de novo.

- Acho que tô começando a gostar da Ana Clara, a loirinha amiga da Mel. – Menti. Acho que ele não estava esperando por isso, pois ele me olhou com uma cara muito decepcionada, como se não fosse a resposta que ele queria ouvir. Mas bem feito, quem mandou ficar com essa historinha de pedir desculpas pelo beijo?

- Ah… – Ficou calado alguns instantes. – E… o que você vai fazer hoje? Tipo… agora?

- Bom, eu tinha pensado em baixar uns filmes ou seriados pra assistir. – Percebi certa vontade nele de ficar e assistir comigo. – Me faz companhia?

- Ué… pode ser. – Sorriu aquele sorriso mais lindo que eu toda noite tentava montar na minha mente.

Enquanto eu esperava baixar os últimos 3%, sentado na cadeira do computador, ele já estava deitado, todo espalhado na minha cama. Era uma cama de casal, já que minha mãe detestava camas de solteiro – não me perguntem porquê – e por isso elas não existiam na minha casa.

Enquanto a barrinha do download ia se preenchendo, reparei que nós dois teríamos que deitar juntos na cama para assistir aos filmes, mas eu não queria parecer que queria aquilo. Ele estava claramente arrependido do beijo e eu queria parecer que também estava. O download terminou, abri o filme e fui para a cama. Deitei na pontinha, o mais afastado possível de Bruno. Ele ficou me olhando como se não estivesse esperando por aquilo.

- Chega mais pro meio, você vai cair aí. – Disse Bruno. Cheguei um pouco, o suficiente para não ficar desconfortável. Começamos a ver o filme Ratatouille.

Rimos bastante até o meio do filme, quando resolvemos preparar pipoca.

Clássico.

Fomos para a cozinha e eu fui pegando o saquinho de milho de pipoca e ele a panela. Bruno, todo experiente, colocou o óleo e eu o milho. Ele brigou comigo porque eu tinha colocado demais e segundo ele ia sair pulando pipoca pela casa inteira. Enquanto as pipocas iam estourando, fomos fazer suco de morango com leite condensado, já que era a única polpa que tinha em casa. Ele ria de tudo que eu fazia. Sempre falava que eu só fazia cagada.

Incrivelmente, nos divertimos muito na cozinha. A pipoca ficou pronta. Coloquei na bacia e ele temperou. Eu, enchendo o saco dele, passei um pouco de leite condensado em seu nariz. Ele riu e fez uma cara de sapeca, de quem vai se vingar. Afastei-me, rindo, pronto pra correr. Não deu outra! Ele já tinha passado leite condensado no dedo e veio atrás de mim. Não demorou pra me alcançar e me prender no canto da parede. Ficou rindo, ofegante, enquanto curtia com a minha cara. Então melecou minha boca passando seu dedo sujo de leite condensado e ficou me olhando.

Nessa hora eu já previ o que aconteceria.

Minha previsão estava certa.

Ele me beijou de novo, mais feroz que no outro dia. Uma de suas mãos apertava minhas costas e a outra puxava meus cabelos. Pensei por algum segundo em não retribuir, mas seu cheiro, o gosto de sua boca, tudo nele me deixavam desarmado.

Novamente, ele me empurrou e se afastou, repetindo a cena da noite anterior. Já coloquei a mão na cabeça e fechei os olhos, prevendo o que vinha por aí.

Pelo menos eu estava em casa e seco.

Ele, como o previsto, se virou para a parede com os olhos fechados também. Bateu a cabeça nela umas cinco vezes e ainda deu um soco na coitada.

- QUE MERDA! – Dizia enquanto dava cabeçadas e socos na parede. Fiquei um tempo calado, vendo aquele ritual todo, enquanto o sangue me subia à cabeça.

- VOCÊ É BIPOLAR, MEU FILHO?! SE VOCÊ NÃO QUER FAZER POR QUE VOCÊ FAZ? – Gritei com a voz mais alta que pude, exalando todo o meu ódio.

- EU… EU NÃO CONSIGO CONTROLAR! QUE CARALHO! NÃO É CULPA MINHA! VAI NO IMPULSO, QUANDO EU VEJO JÁ FOI! – Ainda com a voz exaltada ele gritava, mexendo os braços apontando para os lados.

Minhas pernas bambearam, senti a tontura novamente e resolvi sentar na cama para me acalmar.

- Então aceita isso ué. – Eu disse enquanto tentava me livrar da tontura.

- SE VOCÊ É VIADO O PROBLEMA É SEU, MOLEQUE! EU NÃO SOU E MUITO MENOS QUERO SER!

- Tá bom, tá bom, agora você vai se foder, mas bem longe daqui. Você tá fazendo minha pressão cair de novo, vaza. – Tentei falar no tom de voz mais calmo possível, segurando a cabeça antes dela explodir.

- EU ATÉ QUERO IR EMBORA, MAS… mas eu não vou com você passando mal aqui sozinho! – Sua voz foi amansando até o final da frase.

- Eu não preciso de você aqui, que coisa! Sai logo!

- Tá! Mas eu vou ligar pra Mel ou outra pessoa ficar aqui com você… não quero ter culpa nenhuma relacionada com você. – Essa foi a gota d’água. Levantei da cama, juntei todas as minhas forças no meu braço e acertei um soco em sua cara. Não foi muito forte, mas o bastante para doer por algumas horas.

- VOCE É LOUCO, MOLEQUE? PERDEU O JUÍZO? - Bruno gritou, passando a mão no rosto.

- Eu vou ter que te dar outro pra você sair? Você aqui só tá piorando a minha situação!

- VAI SIM, SEU CUZÃO! BATE, QUERO VER SE TU É HOMEM MESMO! – Ele gritou, deixando o rosto livre pra levar outro soco.

Preparei o segundo soco.

Quando lancei o braço, ele segurou e me jogou na cama. Tudo rodou. Então ele estava em cima de mim, me segurando. Ficou ali por alguns segundos, até fazer o que temia. Me beijou de novo! Mas dessa vez, eu resisti e empurrei sua cabeça. Ele insistiu e me beijou novamente. Empurrei sua cabeça de novo, saí debaixo dele e comecei a andar para fora do quarto. Ele me pegou mais uma vez e me jogou na parede me beijando à força de novo. Empurrei-o. Vi um sorriso em seu rosto. Logo aquele sorriso encostou-se a minha boca. Cansei de resistir. Aceitei o beijo, retribuindo-o. Após o melhor beijo da minha vida, voltei à realidade.

- Sai de perto de mim, você é louco! – Falei, desgrudando sua boca da minha.
Ele foi descendo, escorregando pelo meu corpo. Fiquei tentando adivinhar o que ele faria. Então ficou claro. Ele estava ajoelhado à minha frente, com os olhos úmidos.

- Perdão. Leandro me perdoa, eu te falei que eu era um idiota. É que pra mim tá muito difícil! Você não sabe o que lutar contra o próprio corpo e… e contra o próprio… coração. Eu tô sentindo algo muito forte por você. Coisa que nunca senti por menina nenhuma. Eu não queria isso pra mim, mas eu vi agora que não dá mais pra lutar contra isso. Me dá uma chance de tentar concertar tudo, por favor.

Puxei ele para cima e demos o nosso verdadeiro primeiro beijo. Ao contrário dos outros, esse fora um beijo calmo, leve, carinhoso, terno. Seus braços seguravam minha cintura e minhas mãos acariciavam seus cabelos. No fim do beijo estávamos os dois de olhos molhados e sorrindo um pro outro.

Nos abraçamos e em seguida Bruno apoiou sua cabeça no meu ombro, ficando assim por longos minutos.

- Vamos ver o final do filme então? – Ele perguntou, com os olhos brilhando e sorrindo.

- VAMOS! Vou pegar a pipoca e o suco. – A essa altura eu já estava pulando de alegria, nem dava para esconder. Até a tontura tinha passado completamente.

Deitamos novamente na cama, desta vez o mais perto possível. Eu não podia acreditar em nada daquilo. Eu tinha medo de um dia esquecer que um dia isso aconteceu. Queria que meus olhos pudessem tirar fotos nessa hora.

A cada cinco minutos, eu beijava seu rosto e ele pulava em cima de mim, me beijando sem parar. Eu sabia que não duraria muito tempo, que logo ele sairia do transe e me esqueceria, talvez teria até raiva de mim. Decidi que aproveitaria cada segundo enquanto durasse.

Parei de ver o filme. Eu queria olhá-lo, mastigando a pipoca enquanto ria, vidrado no filme. Era uma cena linda mesmo. Até o final do filme, estávamos com minha cabeça em seu ombro, sua cabeça na minha, e nossos dedos entrelaçados como um casal de namorados. Depois de um tempo, meus pais chegaram, mas Bruno continuou lá. Minha mãe já tinha virado sua fã. Dizia que ele era educadíssimo, que não me ajudava a fazer bagunça, que era responsável, que era lindo e blá, blá, blá.

Trancamos meu quarto, como sempre faço e continuamos lá, mexendo no computador, falando de jogos, dando dicas um ao outro, etc. Sempre abraçados, ou de mãos dadas ou trocando beijos a cada minuto.

E assim foi durante umas três semanas. Na escola ele continuava carinhoso. Mudou-se para trás de mim e vivia me mandando bilhetinhos de amor, que na maioria deles dizia como eu era importante pra ele. Ele já tinha me contado toda a história de sua vida. Que mudou para de escola depois que terminou com a menina que gostava e não queria ter que encará-la todos os dias.

Como consequência de nossa aproximação, Rafa estava começando a ter implicância com Bruno, ciúmes. Não ciúmes de amor, mas de amizade, pelo menos era assim que eu imaginava, mas isso é uma história que não cabe aqui no momento.

Rafa dizia que eu agora só queria saber de Bruno, Bruno e Bruno, mas não era totalmente verdade, só dividi meu tempo, que antes era praticamente todo do Rafa.

Eu estava surpreso por Bruno não tentar passar de beijos e mãos bobas comigo. Na verdade, eu não estava a fim de passar disso mesmo por enquanto. Estava tudo tão perfeito, que arriscar algo novo não era uma boa ideia.


Notas Finais


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