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História Olhares na Escola - Desejo Secreto - Presságio


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


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Capítulo 26 - Presságio


Fanfic / Fanfiction Olhares na Escola - Desejo Secreto - Presságio

Era como eu pensava.

Estar longe do Bruno era desperdiçar o tempo. Nosso tempo juntos agora era tão pouquinho. Me dava raiva sempre que lembrava que Bruno voltara para a antiga escola. É estranho como antes eu morria de vontade de vê-lo pelo menos uma vez na semana, e agora só me contentaria se passasse a vida toda com ele. Quanto mais ele me dava, mais eu queria.

Acordei e fui ver Caldeirão do Huck, que já estava acabando – não que eu gostasse de assistir isso, mas porque não tinha nada melhor pra ver.

Minha mãe tinha ido à feira naquele sábado e meu pai provavelmente estava em um bar bebendo, algo que estava se tornando recorrente nos últimos meses.

Por alguma razão ele parecia não ligar muito para nada além da bebida depois do trabalho, o que passou a causar brigas constantes entre ele e mamãe.

Fui ao computador fiquei vendo vídeos na internet, até que olhei pra porta e percebi que alguém estava ali.

Bruno me olhava com uma certa atenção e um sorriso faceiro.

- Isso é jeito de chegar? – Falei meio sem jeito, assustado por ele ter entrado sem avisar.

- Uai, o portão tava aberto!

- Meu Pai! – Falei comigo mesmo. Era comum quando bebia, ele deixar o gás ligado, portões abertos, telefone fora do gancho, etc. – Como foi o almoço com seus pais? – Perguntei, tentando mudar de assunto, enquanto caminhava até o sofá e me jogava nele.

- Chato, mas pra minha mãe é importante. Meus pais estão se reconciliando. Depois a gente foi pra casa da minha avó e eu pedi pra minha mãe me deixar aqui.

- Nem sabia que seus pais eram separados.

- São mais ou menos. Eles moram na mesma casa e ficam meio brigados, mas agora eles estão se dando melhor.

- Aqui não tem essas frescuras não. Quando tá com raiva, rola porrada. Depois de cinco minutos eles esquecem. – Falei rindo. Bruno riu também.

- Fiz mal em vir? – Perguntou Bruno, sendo educado. É claro que ele sabia pela minha cara de felicidade que ele não poderia ter feito nada melhor.

- Você fez é bem. Deu pra ver o tanto que eu tô aqui à toa né?

- Você é à toa, né? – Disse ele, tirando sarro com a minha cara. Fiz uma cara de mau.

Fiquei passando os canais da televisão pelo controle.

Logo ele deitou a cabeça no meu colo, amenizando um pouco a tensão.

- Quando a gente casar, você vai cantar pra eu dormir? – Bruno perguntou, fazendo uma voz manhosa e soltando alguns biquinhos. Sorri espontaneamente. Ele era lindo mesmo. Ainda mais ali, deitando no meu colo, manhoso, como um gatinho.
Fiquei fazendo carinho em seu cabelo e ele ficava mordendo minha barriga toda hora.

- Poxo mimir aqui hoje? – Disse ele, imitando o olhar do Gato de Botas do Shrek.

- Acho que não, minha mãe jogou todas as mamadeiras fora. – Falei, sendo irônico com seu jeitinho infantil. Ele fez um biquinho triste. Sua expressão logo mudou para uma maligna. Ele me jogou no chão, pulou em cima de mim e ficou me mordendo.

Começamos uma lutinha, até que meu celular tocou. Ele me segurou para não atender e eu tentava me livrar de seus braços. Eu ria sem parar e ele beijava minha nuca, ainda me segurando. Fiz um pouco de corpo mole quando ele começou com os beijos, mas finalmente consegui atender.

Era Mel. Ela perguntou por que eu estava ofegante.

Expliquei a ela, que riu.

Bruno disse que queria dar um alô pra ela, então coloquei no viva-voz. Ficamos quase uma hora conversando com ela.

Quando minha mãe chegou, ainda estávamos no telefone. Quando desliguei, contei a ela que meu pai deixou o portão aberto. Ela já começou a murmurar: “quando aquele velho safado chegar…”. Claro que ela disse isso baixinho, só pra mim. Minha mãe também é muito vergonhosa, odeia que o povo veja os barracos dela com meu pai.

Então me disse pra levar travesseiros e edredom para os quartinhos separados. Provavelmente para Bruno não escutar as brigas. Eu estava torcendo por isso. Lá a gente teria mais privacidade. Bruno me ajudou a levar o computador para o quartinho para não ter que ficar descendo toda hora.

Conectamos todos os cabos e ligamos o computador. Bruno queria me mostrar umas músicas no Youtube.

- Sempre que escuto essa, lembro de você. – Bruno dizia, enquanto a música começava.

Bruno se levantou da cadeira e veio se deitar do meu lado na cama, colocando seu braço debaixo da minha cabeça e sua mão no meu peito. Olhei para a porta, tentando me lembrar se havia trancando-a. Sim, havia.

Aconcheguei-me em seu corpo quente. Era um dia frio e romântico.

Nunca pensei na vida que os momentos mais românticos e significativos pra mim seriam com um homem.

O frio na barriga foi aumentando quando comecei a imaginar quanto tempo duraria isso. Um dia ele enjoaria de mim, isso era obvio.

Um dia ele iria cansar de tanta dificuldade, de ter que esconder tudo de todos. Seria melhor eu aproveitar enquanto durasse. Balancei a cabeça, tentando tirar esses pensamentos e me concentrar nele e na música que ouvíamos.

- Quer ir comigo pra Caldas Novas? – Ele perguntou de repente.

- Caldas novas? Quando? Como assim?

- Ah, meus pais estavam combinando hoje no almoço. Estão pensando em passar nove dias. Em setembro. É baixa temporada, alugariam dois quartos, um pra nós e outro pra eles. Você nem ia precisar pagar nada.

- Nossa, minha mãe nunca vai deixar eu perder tanta aula! – Falei já desanimado.

- Claro que deixa! Parece que você não sabe o tanto que seu namorado é foda! Deixa comigo. – Disse Bruno, se gabando.

- Você tá é doido! Minha mãe acha que faltar de aula é crime! Se você falar disso com ela, é capaz de ela perceber que você é má influência! – Bruno riu.

Aproveitei a oportunidade e me afastei dele um pouco, tentando admirar seu sorriso.

- Já falei pra deixar comigo. Quer apostar quanto que ela vai deixar?

- Mesmo se ela deixar, seus pais vão achar que eu sou intrometido! – Eu morria de vergonha dos pais dele, talvez por eles serem bem mais sérios que os meus.

- Foram eles que falaram pra eu chamar um amigo. E se você não for eu também nem vejo graça em ir!

- Ainda tem mais um mês até lá. A gente combina melhor depois.

- Pensa bem: Um apartamento só pra gente… Já podemos treinar pra quando a gente tiver o nosso próprio apê. – Já era a segunda vez que Bruno tocava nesse assunto.

É tão bom me sentir amado, mesmo eu sabendo que logo sua cabeça mudaria, assim como seus sonhos. Mas mesmo assim, saber que pelo menos naquele momento ele quer passar o resto da vida comigo é incrível.

- Eu te amo. – Falei, seguindo algo que mexia dentro de mim, querendo sair. Sua expressão, que esperava uma resposta sobre a viagem mudou, ficando mais séria e até um pouco espantada. Seu rosto aproximou-se do meu. Beijei seu queixo. Ele retribuiu com um selinho.

- Também te amo. – Respondeu logo me dando um beijo de verdade. Não sei como aguentei tanto tempo do lado dele sem arriscar um beijo. Já tinham se passado cerca de três horas que ele estava em casa. – Mas por que isso agora? – Bruno perguntou, após uma pausa.

- Sei lá, deu vontade. – Expliquei.

- Hum. Sabe o que é que me deu vontade? – Olhei pra ele, surpreso e curioso. – De te morder até arrancar um pedaço! – Assim, ele já veio pulando em cima de mim, tentando imobilizar minhas pernas com as suas e segurando meus braços. Consegui me livrar e saí correndo tentando destrancar a porta. Eu morria de medo quando ele fazia isso porque ele realmente mordia pra valer. Uma vez ele mordeu meu rosto e ficou a marca uns três dias.

Bruno me alcançou antes que eu abrisse a porta, me pôs em seu ombro e mordeu minha perna. Sorte que eu estava de calça e não doeu muito. Ele me jogou na cama e tentou tirar minha camisa.

- Sem camisa vai doer muito mais! – Bruno disse, quando finalmente conseguiu tirá-la.

- Sai Bruno! Eu vou te morder também! – Ameacei.

- Pode tentar! Você morde que nem moça. – Fiz uma careta de bravo pra ele. – E pra ficar mais justo… – Bruno tirou a própria camisa. Nossa! O corpo dele estava cada dia mais lindo. Não sei como ele conseguia aquele bronzeado indo no máximo umas duas vezes por mês ao clube. Eu ia quase todo fim de semana e não ficava assim. Ficava era mais vermelho que um pimentão.

Algo na minha cabeça começou a esquentar. Já imagino que minhas orelhas deviam ter ficado mais vermelhas que tudo. Bruno veio com tudo pra cima de mim. Tentei mordê-lo várias vezes, sem sucesso. Ele pegou o lençol, praticamente sentou em cima de mim e amarrou meu braço na cama com ele. Estava muito apertado. Tentei usar os dentes para desamarrar, mas logo ele me puxou para o outro lado, amarrando o outro braço ao outro lado da cama. Ele ria sem parar, às vezes mordendo meu queixo.

Comecei a ficar mesmo com medo. Se ele resolvesse me morder, nem como me defender eu teria.

Bruno se afastou um pouco e ficou me olhando enquanto eu implorava pra ele me soltar. Ele tinha um sorriso malicioso no rosto que me preocupava. Meus pedidos de nada adiantaram. Além de não me soltar, ele ainda amarrou meus pés, com maior dificuldade, já que eu não deixava a perna quieta.

Mesmo desesperado, eu não parava de rir, assim como Bruno. Ele ficou me olhando um tempinho de longe. Notei que um volume em suas calças começou a ganhar vida. Fingi não ter percebido.

Bruno apagou a luz, foi se aproximando aos poucos e subiu em cima de mim, lambendo meu pescoço.

- Você vai sofrer hoje! – Ele disse. Não sei se me deixou mais apavorado ou excitado.

- Por favor, Bruno, me solta, eu sou tão bonzinho. – Falei fazendo manha. Nessa hora nem eu mesmo acreditava na veracidade do meu apelo.

- Nada disso. Hoje você vai descobrir o que é dor. – Bruno tentava falar de um jeito assustador e misterioso. E conseguia. Cada vez que ele respirava em mim, minha pele arrepiava dos pés à cabeça. Meus pedidos por liberdade se tornaram apenas palavras sem significado que continuavam soando no quarto. Bruno ia descendo a boca, lambendo meu peito, minha barriga…

Quando já estava quase tendo um tipo de orgasmo, voltei do transe com uma forte mordida no abdome. Segurei o grito. Imaginei o tamanho do sinal que ficaria depois. Por incrível que pareça, senti excitação na mordida. Algum tipo de sadomasoquismo momentâneo. Cheguei até a levantar o corpo da cama acompanhando seus dentes. Ele continuou mordendo. Junto com seus dentes, senti sua língua molhada acariciar-me. Finalmente tive coragem de abrir os olhos. Olhei para ele, que deu uma rápida olhada para meu volume. Fiquei meio envergonhado, mas relaxei quando ele sorriu todo safado.

Meu corpo estava quente. Era como se eu estivesse envolto a uma esfera de calor. Apesar disso, minha barriga continuava gelada e os arrepios eram constantes. Eu não comandava mais meus movimentos. Sem precisar olhar, percebi que Bruno estava tirando sua calça. Quando olhei, vi que ainda usava cueca. Aproveitei para admirar o recheio. Meu garoto torturador logo se aproximou de novo. Abaixou minha calça com os dentes e mordeu meu pau por cima da cueca. Não senti dor. Quis mais e mais.

Não demorou para que logo ele estivesse brincando com meu membro.

Não parecia sexo. Parecia que ele estava tentando descobrir cada parte íntima minha com a língua. Com certeza ele estava curioso, preso em seu mundinho.

Enquanto isso eu estava tendo as melhores sensações físicas e psicológicas que já tive na vida.

Em todas as minhas outras relações, o ápice do prazer vinha sempre nos segundos finais.

Desta vez era diferente. Talvez tenha sido a situação ou a pessoa que estava comigo, mas eu tive a certeza que aquele momento seria único e nunca mais sentiria nada parecido. Eu podia ver os olhos de Bruno brilhando, mesmo com a pouca claridade do quarto. Nem percebi o tempo passar. Logo ele já estava me beijando a boca.

- Você é uma delícia. Dá vontade de comer. – Bruno sussurrou no meu ouvido, seguindo com uma mordidinha leve. Seu corpo ia esfregando no meu, seu pau no meu pau. Suspeitei ser um sonho, até ele me morder e eu ver que felizmente era tudo real.
Percebi ele desamarrando uma de minhas mãos. Seu peito estava sob minha cabeça. Não perdi a oportunidade de descontar pelo menos uma das mordidas. Ele gemeu. Não tenho certeza se foi de dor ou prazer.

Já com a mão desamarrada, fui direto para dentro da sua cueca, sentindo toda a maciez de sua pele. Enquanto isso, ele desamarrava a outra, que, quando livre, se perdeu em seus cabelos suados.

Nos beijamos novamente. Ele segurava meus ombros enquanto eu continuava a massagem erótica. Ele me ajudou, tirando a última peça de roupa que ainda estava em seu corpo. Fiz a mesma coisa. Era mágico sentir nossos corpos inteiramente nus se esfregando um no outro. Eu sentia seu peso contra mim, suas mordidas em meus lábios, sua respiração invadindo minha boca, suas mãos me apertando, seus pés lutando contra os meus. Cada detalhe aumentava ainda mais meu desejo.

- Você é lindo mesmo! – Bruno dizia com sua boca colada na minha. Eu não respondi nada. Sua beleza era tão óbvia, que se eu dissesse a mesma coisa pareceria um bobo.

Ele saiu de cima de mim, ficando na mesma posição que eu estava, segurando os lençóis que continuavam amarrados na cama. Ele sorriu pra mim, que entendi o recado. Com seu consentimento, amarrei seus braços, mas bem fortes, para que ele se sentisse tão inválido como eu me sentira. Desamarrei os que ainda prendiam meus pés e amarrei nos seus. Então vi porque ele me olhava tanto quando eu estava preso. Ele ali, preso, submisso, ofegante, suado, excitado… era lindo. Eu tinha o tempo que quisesse, já que ele não iria a lugar nenhum. Aproveitei cada parte do seu corpo. Minha língua percorria todo pedaço de Bruno que encontrava.

- Me chupa, me faz gozar. – Ele repetia baixinho e continuamente.
Finalmente minha língua encontrou o pedaço mais interessante. Senti aquele pau duro e macio na minha boca. Aquela cabeça inchada e rosada fazendo cócegas no céu da minha boca me deixava louco!

- Chupa tudo, safado e engole todo o leitinho depois! – Bruno dizia, mexendo a cintura em direção à minha boca.

Mordi bem forte sua coxa, perto da virilha. Ele gemeu. Desta vez com certeza de dor.

Então senti seu pau pulsar na minha mão. Eu quis mostrar que quem estava no comando ali era eu. Resolvi descontar todas as mordidas que ele tinha me dado. Comecei a contar quantas marcas tinha no meu corpo. Cerca de seis ou sete. Subi o rosto para sua barriga e comecei a vingança.

Bruno se remexia, inutilmente. Sua pele era uma delícia, lisinha. Levantei a cabeça para ver o estrago que eu fizera. Até que não ficou tão feio. As marcas vermelhas de mordidas combinaram com a marquinha da cueca.

- Por favor, me faz gozar. Por favor, por favor… – Acho que ele finalmente entendeu a brincadeira.

Peguei uma parte do lençol e enfiei na boca dele. Continuei com minha turnê pelo seu corpo. Bruno ainda implorava. Resolvi atender seu pedido. Voltei a chupá-lo, tentando engolir o máximo que conseguia. Seus gemidos começaram a ficar altos. Fui até o computador e dei play na música de novo, aumentando o volume.

- Volta, volta aqui. Continua, por favor! – Ele se desesperou enquanto eu me distanciava poucos metros.

Voltei e ele respirou aliviado. Continuei o que estava fazendo, escutando seus gemidos misturados na música. Senti que ele ia gozar, quando seu pau dilatou na minha boca. Não errei. Logo aquele liquido invadiu minha boca. Ele gritou alto como um grito de dor. Engoli o que consegui. Ele ainda continuava gemendo, ainda mais ofegante.

- Me desamarra. Desamarra, anda! – Ele dizia desesperado, remexendo o corpo inteiro. Pensei que ele pudesse estar passando mal e desamarrei na hora. Enquanto eu desamarrava ele continuava implorando com desespero. Quando desamarrei a segunda mão, Bruno pulou em cima de mim, como um cão bravo.

Me empurrou para trás me fazendo deitar na cama e começou a me chupar violentamente, apertando com força minha bunda. Senti uma pressão muito forte na cabeça e meu corpo todo gelar. Segurei forte a cabeça de Bruno, pressionando-a contra meu pau. Gozei. – provavelmente muito, pois vazava pela sua boca o resto que ele não conseguiu engolir.

 Ele me levantou, me sentando e beijando todo o meu corpo, me abraçando muito forte no final. Fiquei até meio sem ar de tão forte.

Bruno saiu da cama e me puxou. Voltou a me abraçar e foi me guiando de costas pro banheiro. Quando estávamos bem embaixo do chuveiro ele abriu. Me assustei na hora com a água gelada que saiu, mas logo foi esquentando. Parecia que ele nem tinha sentido a água, pois continuava com a respiração pesada e concentrado em mim. Quando a água já estava quente, nos sentamos apoiados na parede e ficamos brincando com a espuma um no outro, fazendo barbas e bigodes.

Mesmo sabendo que minha mãe teria um ataque cardíaco quando visse a conta de luz e de água, ficamos debaixo do chuveiro uma hora ou mais. Saímos com os dedinhos todos enrugados para nos enxugar. Bruno vestiu apenas a cueca e fiz o mesmo. Depois de tanto tempo debaixo da água quente, o que eu não precisava era de roupa. Bruno ficava tão lindo de cabelo molhado, ainda mais só de cuequinha vermelha. Aproximamos a mesinha com o computador mais pra perto da cama para podermos usá-lo sentados nela, já que só tinha uma cadeira.

- Vamos lá pra casa amanhã? – Bruno perguntava enquanto ia entrando no seu MSN.

- Ué… A gente pode ficar aqui. – Respondi.

- Meus pais não vão estar lá e a piscina estar cheia.

- Bom… pode ser então.

Todo tempo com o Bruno era pouco. Pra falar a verdade eu não estava nem aí para o lugar que ficaríamos. Se ele me chamasse para ir com ele no lixão eu iria. O que importava mesmo era que eu estaria com ele. Era tão bom gostar dele.
Tentei esconder o ciúme quando aquele tanto de menininha metida foi falar com ele no MSN. Ele era todo atencioso com elas. Procurei não ficar lendo, pois já conheço minha imaginação e dali não sairia coisa boa. Deitei com a cabeça em seu colo enquanto ele conversava. Aquele dia parecia ter tido quarenta e oito horas. Meu corpo já estava mole.

Não demorei a dormir, afinal, era impossível não cair no sono, sentindo um cafuné do Bruno. Quando comecei a acordar, senti um pouco de cócegas no rosto. Abri os olhos. Bruno passava o dedo em meu rosto. Olhei ao redor e vi que ele tinha me deitado corretamente na cama.

- Foi mal te acordar. – Ele disse, sorrindo.

- Tudo bem, eu não queria dormir. Faz tempo que tô dormindo?

- Meia hora no máximo. – Respondeu. – Mas vamos dormir pra gente não acordar depois do meio dia. Já tá tarde.

- Tá.

Ele ainda colocou algumas músicas para tocar antes de se deitar ao meu lado. Dormimos com as pernas entrelaçadas.

Quando acordei, ele estava praticamente em cima de mim. Fiquei com dó de acordá-lo. Saí de mansinho, vesti uma roupa e escovei os dentes. Bruno continuava dormindo.

Estava no computador quando senti mãos no meu ombro e um beijo em meu rosto. Sem trocar palavras, Bruno correu pro banheiro. Devia estar bem apertado. Quando voltou me deu mais um beijo e me abraçou, sentando-se atrás de mim. Não passava de dez horas da manhã.

- Tá pronto pra ir? – Bruno perguntou, referindo-se à sua casa.

- Eu tô. Mas você vai de cueca? – Falei em tom de brincadeira.

- Vou, é claro! Não quer que eu vá pelado né? – Ri. Ele continuou sério, como se não tivesse sido brincadeira.

Quando olhei pra ele de novo, ele estava destrancando a porta e saindo, ainda seminu. Saí correndo atrás gritando seu nome, enquanto ele se fazia de surdo e ia andando pra fora como se nada estivesse acontecendo. Imagina se minha mãe o vê acordando assim, o que ela não pensaria… Quando consegui alcançá-lo, ele se virou de uma vez, me puxando pelo braço e me dando um beijão. Tentei resistir e ver se tinha alguém por perto. Me rendi, mesmo preocupado.

- Você é doido, moleque? – Falei, quando finalmente tive a boca livre.

- Por você! – Respondeu, com um sorriso na face.

- Que frase mais clichê.

- Mas é verdade.

- Então entra, antes que te vejam assim. – Ordenei. Quando Bruno finalmente vestiu uma roupa, descemos e avisei minha mãe e iria pra casa dele. Claro que ela ficou fazendo um interrogatório sobre termos entrado naquele quartinho e só saído um dia depois, mas tudo bem, acho que ela não desconfiava de nada, se desconfiasse, com certeza estava disfarçando muito bem.

Na casa de Bruno é o único lugar que minha mãe sempre me deixa ir sem meia hora de conversa antes. Talvez porque ele não saia lá de casa. Bruno aproveitou a chance para conversar sobre a tal viagem para Caldas Novas. Tenho que admitir que ele é ótimo com mães, principalmente a minha. Apesar de ela não ter dado uma resposta concreta, disse que iria pensar e ver se eu estava merecendo.

- Por que não disse pra ela que eu teria que perder cinco dias de aula? – Perguntei quando já tínhamos passado o portão.

- Porque esse tipo de coisa a gente conta faltando três dias pra viagem, quando tiver tudo pronto. – Respondeu Bruno.

- É assim que você trata sua sogra, é?

- O quê? Tratei ela com todo respeito e educação, amor.

- Mentindo pra coitada?

- Ocultar por alguns dias não é mentir. – Rimos, durante o caminho.

Pensar que iríamos pra Caldas Novas me deixava ansioso e com certo frio na barriga, sei lá, um tipo de pressentimento passava na minha cabeça, como se a partir daquele momento minha vida fosse mudar completamente.

No meio do trajeto, descemos em um quiosque pra comprar algumas bobagens. Enquanto Bruno escolhia o sabor do sorvete, eu separava alguns pacotes de salgados e de bolachas recheadas ao mesmo tempo em que algo na televisão chamava a minha atenção.

 

“Todos os dias milhões de pessoas imaginam suas vidas completamente diferentes do que realmente é, todos os dias desejamos o nosso final feliz. Em breve isso será possível com a nova tecnologia de Realidade Alternativa desenvolvida pelas Corporações Leben.”

 

Tentei me imaginar vivendo uma vida ao lado de Bruno sem preconceitos ou exclusão, esse seria um verdadeiro final perfeito.

- Eu fico imaginando aonde eles querem chegar com isso. – disse um rapaz que organizava as prateleiras logo atrás de mim.

- Co-como assim? – perguntei confuso.

- Você não tem internet em casa? Não vê os noticiários?

- Sim, mas…

- Essa tal de Corporação Leben está há quase um século envolvida com o desenvolvimento de tecnologias, armamentos e principalmente pesquisas genéticas e laboratoriais.

- E daí?

- Essa tal de Realidade Alternativa é só uma nova forma que encontraram de nos manter sob controle enquanto nosso mundo é consumido pela ganância daqueles que só pensam em si!

- Mas isso não vai ser obrigatório. Acho um exagero ficar espalhando teorias de conspiração por causa de uma bobagem.

- Bobagem é pensar que tudo é feito ao acaso. Somos todos vítimas de um terrível sistema! Se eu fosse você buscaria a salvação o quanto antes.

- Tá tudo bem por aqui? – disse Bruno se colocando na minha frente na tentativa de me proteger.

- Tudo sim. Nós só estávamos falando sobre o noticiário.

- Hum. Acho melhor irmos pagar isso. Cada minuto é precioso pra nós.

Enquanto caminhávamos em direção ao caixa, Bruno colava em mim para cochichar alguma coisa.

- Ele é o Maicon, obcecado por teorias de conspiração e como se isso não bastasse, ele é um religioso fanático. Se ele soubesse que somos namorados, sem dúvidas iria tentar tirar o demônio de nossos corpos. – forcei um riso quando ele disse isso.

Depois de pagarmos fomos para o estacionamento e algo do outro lado da rua chamou a minha atenção. Era o letreiro de uma vidente que chamava a atenção por suas cores vibrantes.

- Uma vidente! Vamos lá? – falei com um olhar sugestivo.

- Eu não sabia que você acreditava nessas coisas. – disse num tom surpreso.

- Ah, vamos lá. – falei cutucando Bruno a fim de irritá-lo.

- Só vou com uma condição.

- Qual?

- Quero um beijinho.

- Agora? – ele assentiu – Mas pode ter alguém olhando e… - antes que eu terminasse de falar, Bruno me roubou um selinho e me olhou com cara de safado, andando na minha frente todo feliz rumo ao outro lado da rua.

Atravessamos e entramos.

Uma mulher de meia idade estava sentada em uma mesa redonda cheia de pedras brilhosas e cartas. As paredes eram cheias de prateleiras e livros.

Nunca fui de acreditar em signos ou misticismo, ainda assim, sempre despertava a minha curiosidade.

- Sejam bem-vindos. Vejo que o destino os trouxe até mim. – disse com uma voz rouca enquanto estendia a mão cheia de pulseiras de pérolas em nossa direção – O valor da consulta é esse! – disse apontando o dedo comprido para uma placa.

Antes que eu puxasse a minha carteira, Bruno se adiantou em realizar o pagamento. Depois disso ela pediu que segurássemos a sua mão.

Ela fechou os olhos e ficou gemendo por alguns instantes enquanto um cheiro de incenso tomava conta do lugar.

- Eu vejo pétalas vermelhas no seu caminho. – disse olhando para mim e em seguida olhando para Bruno – Também vejo uma porta de fogo na sua jornada. Vocês dois têm um destino grandioso, precisarão de muita força para os desencontros que terão.

- Como assim?  Perguntou Bruno erguendo uma sobrancelha.

- Seus corações darão muitas voltas até se encontrarem, mas ainda não será o fim. No fim, o coração de vocês será também a perdição. Oh, meus queridos, vocês vão sofrer muito na vida. – Nessa hora Bruno puxou a mão.

- Desculpa dona…

- Madame Celeste.

- Que seja! Desculpa a indelicadeza, mas eu não acredito muito nessas coisas e pra ser sincero, a senhora só está dizendo coisas que qualquer um poderia dizer. Vamos Léo.

- Me desculpe. – sussurrei completamente envergonhado pelo comportamento de Bruno.

Antes que pudéssemos sair, ela deu um grito e começou a falar:

- Uma grande ordem está em ascensão e o vírus maldito se espalhando longe demais. Observem os sinais e se juntem a eles, pois a morte é certa. Você irá participar ou cairá!

Bruno fez uma cara nada amigável para a mulher e então saiu me puxando pelo braço.

Voltamos para o carro em silêncio e enquanto seguíamos nosso caminho, tentava entender o que ela quis dizer com aquelas frases sem sentido antes de sairmos.

- Bruno?

- Oi?

- Ham… você sente medo? – perguntei ficando sério de repente.

- Depende. Medo de quê? – disse me olhando sem entender.

- Do futuro. Quer dizer, aos poucos o mundo parece estar mudando, tenho medo que em algum momento mude pra pior.

Ele sorriu com suavidade e segurou minha mão sem se constranger.

- Aquela louca mexeu com sua cabeça né? Eu sabia que não era uma boa ideia irmos lá! Mas presta atenção: Enquanto estivermos juntos seremos indestrutíveis. – sorri para ele.

- Eu te amo. – falei de repente enquanto sentia meu coração apertar.

- Eu te amo mais.

Seguimos para a casa dele sem muitas palavras, talvez porque ele também tivesse ficado pensativo com as palavras da suposta vidente, de qualquer forma precisávamos viver o AGORA para que pudéssemos estar prontos para o AMANHÃ, afinal de contas muita coisa poderia acontecer quando nossos pais e amigos soubessem sobre nossa relação, o jeito era deixar tudo acontecer naturalmente.


Notas Finais




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