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História Olhares na Escola - Desejo Secreto - Desejo secreto


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


Não deixem de ler as notas finais e de deixar seu comentário.

Abraço forte.... <3

Capítulo 9 - Desejo secreto


Fanfic / Fanfiction Olhares na Escola - Desejo Secreto - Desejo secreto

A campainha tocou.

Pensei ser meu pai, que até aos sábados trabalhava até o fim da tarde ultimamente. Ele não tinha chave, pois eu consegui perder todas as extras. Destranquei o portão e nem esperei abrirem, dei de costas, já voltando rápido ao caminho da sala. Mas algo segurava meu ombro. Virei-me.

- Troca de roupa e vamos logo! – Era Bruno. Lindo como sempre. Ele cheirava a bebê e tinha estampado no rosto um largo sorriso.

- Cara, você é louco! – Eu estava espantado, mas muito feliz de vê-lo e saber que ele se importava tanto comigo.

- Eu sei, agora vamos lá escolher uma roupa bem rápido, pois meu tio tá esperando no carro!

Aceitei seu pedido mais por vergonha de seu tio ter ido me buscar e eu não ir ou atrasá-lo, que por vontade de ir. Escolhi a roupa que eu já tinha pensado antes e peguei seu presente.

- Esse aí é o meu presente? – Bruno disse olhando para o pacote, todo curioso.
- É… não liga não, eu disse que não era muito bom pra escolher presentes. – Falei estendendo o presente em sua direção.

Ele pegou, abriu e fez uma carinha linda ao ver os óculos, todo espantado.

- Nossa, cara! Obrigado! Sério mesmo, adorei! Deve ter custado uma grana hein? – Na verdade era o mais barato da marca. Mas não deixava de ser muito bonito, talvez o mais bonito e menos emperiquitado da loja.

- Não precisa agradecer – Disse eu, tímido.

- Claro que preciso. – Ele veio e me deu um abraço de longos segundos e momentos antes de me soltar, me deu um beijo no rosto. Devo ter até ficado vermelho.

Fomos para o carro do tio dele em direção à tal festa, onde alguns já esperavam por ele. No caminho, Bruno colocou os óculos e ficou fazendo várias poses sensuais, fazendo graça. Rimos muito durante todo o percurso.

Quando chegamos, vários meninos da escola e alguns desconhecidos estavam esperando sentados na calçada, conversando. Bruno saiu do carro e foi calorosamente recebido por todos. Fiquei na minha rindo daquilo tudo, assistindo de longe. Rafa também já estava lá. Nos tratamos normalmente, como se nada tivesse acontecido. Por alguns momentos cheguei até a não lembrar do ocorrido.

Bruno veio em minha direção, segurou meu pulso e saiu me puxando pra dentro de sua casa, vendo que eu estava tímido. Lá dentro, me sentei numa daquelas cadeiras de plástico, separada do conjunto da mesa. Uma mulher muito bonita, provavelmente a mãe dele, julguei pela aparência, chegou até mim com um pratinho com carne. Peguei um pedaço, agradeci e continuei no meu canto, admirando Bruno, todo lindo, alegre por seus amigos terem ido. Eu repetia a mim mesmo a velha pergunta: Como alguém normal, que vive na mesma cidadezinha que eu, pode ser tão bonito? Nem espinhas no rosto ele tinha! Viajei um pouco em meus pensamentos. Quando voltei, ele tinha colocado uma cadeira do lado da minha e estava sentando me olhando, com um sorriso curioso.

- Em quê você pensa? – Disse ele ainda com o tal sorriso curioso.

- Em muita coisa, cada hora uma coisa diferente. – Sorri.

- Agora você tava pensando em que?

- Que se eu tivesse motivos pra me matar, e quisesse, pularia daquele prédio ali. – Apontei para o enorme prédio elegante em frente sua casa. Tinha visão por cima do muro. Eu realmente estava pensando naquilo. Não que eu quisesse me matar, era só minha imaginação dando voltas mais uma vez.

- Credo, eu morreria junto! – Percebi que ele ficou muito sem graça quando percebeu o que disse, e eu também. – Tipo… se eu… ham… se eu visse você na rua da minha casa, sabe… morto… – Ele tentou concertar, nervoso, o que havia dito, mas sem muito sucesso.

Ri com a tensão dele e ele riu junto, acho que mesmo sem saber do que eu ria.

Era óbvio que ele estava dando muito mais atenção a mim, que a qualquer um naquela festa. Talvez porque eu estava sozinho no meu canto e ele ficou com pena.

Fiquei reparando a casa. Estava bem claro que sua família tinha bastante dinheiro. Pelo menos o suficiente para ter uma vida com luxo. Se meu pai não estivesse tão endividado, poderíamos estar em uma situação parecida.

Escutei uma voz familiar vindo de fora da casa, em alto e bom tom. Ri para mim mesmo quando reconheci a voz de Mel. Eita menina escandalosa. Nem precisava dela ter espancado o portão como ela fez. Todos já sabiam que ela tinha chegado mesmo.

Ela entrou, toda cheia de si e já foi abraçando Bruno e entregando seu presente. Logo após, rodou seus olhos procurando algo. Levantou as sobrancelhas, mostrando que encontrou, quando me olhou. Sentou onde Bruno havia sentado e começou a me contar um monte de fofoca. Eu mais ria do jeito que ela contava as coisas do que dos assuntos. Qualquer coisa saindo de sua boca ficava engraçada.

- O que você deu pra ele? – Perguntei curioso.

- Um relógio, faz de conta que foi caro! – Gargalhamos juntos. Ela já sabia o que eu tinha dado, pois contei antes, na escola.

Começaram a jogar o pessoal na piscina e eu já fui tratando de ficar ainda mais na minha. Chegaram perto de Melissa, ameaçando pegá-la para lançar à piscina.

- Tô de chapinha, seus mongoloide! E ainda por cima tô menstruada, vocês não iam querer nadar na piscina vermelha… quer jogar alguém, joga o Leandro, que é homem. – Olhei pra ela com uma cara como se dissesse ironicamente: Obrigado por me jogar aos lobos! Ela só ria da minha desgraça.

Não deu outra. Eles me pegaram, já metendo as mãos no meu bolso, tirando meu celular e minha carteira. Tiraram meus tênis e minhas meias enquanto eu me debatia e me lançaram no meio da piscina. Olhei ao meu redor e Bruno, que tinha sido jogado um pouco antes, se divertia me olhando e me jogando água na cara. Já tinha umas dez pessoas dentro da piscina, incluindo Rafa.

Começamos várias brincadeiras aquáticas que inventamos na hora. Bruno não parava de me olhar e ria de tudo que eu fazia ou falava. Até mesmo quando eu resmungava coisas para mim mesmo, ele estava atento e rachava o bico. Sempre que ele passava perto de mim na piscina, ele dava um jeito de me enconchar ou passar a mão no meu peito ou na minha barriga. Comecei a me excitar com aquilo e resolvi ficar na borda da piscina conversando com Mel antes que alguém trombasse em mim e reparasse minha situação. O papo não durou muito, pois logo depois Bruno estava me abraçando, me levando pro meio da piscina e tentando me afogar. Mordi seu ombro para escapar. Ele sorriu safado, mergulhou e mordeu minha barriga. Escapei de novo, rindo. Olhei onde ele tinha mordido e ficou uma marca bem forte. Ele riu mais ainda quando mostrei a marca, que nem se comparava com a mordidinha que eu dei em seu ombro. Esperei meu amiguinho dentro da cueca se acalmar e saí da piscina. Enxuguei-me o pouco que pude e me sentei perto da churrasqueira, para me esquentar. Bruno chegou perto de mim, colocando mais uma toalha nas minhas costas, me protegendo do frio. Achei isso bonitinho da parte dele.

- Cara, onde tem um banheiro? – Perguntei.

- Ah, usa o do meu quarto, vamos lá que eu já te empresto uma roupa enxuta.

Entrei em seu quarto, que parecia mais um quarto de criança. Cheio de aviõezinhos, carrinhos, motinhas. Ele parecia colecionar.

Enquanto ele fuçava seu guarda-roupa, entrei no banheiro pra fazer xixi. Estava penteando o cabelo, quando ele bateu na porta para me entregar a roupa. Abri uma brecha, peguei e vesti. Quando saí, ele estava lindo, deitado em sua cama me esperando.

- Vamos? – Perguntei e já fui indo em direção à porta.

Quando eu estava quase chegando, ele se levantou, puxou meu braço, fechou a porta e me jogou contra ela. Assustei-me um pouco, mas estava curioso pra saber o que ele ia fazer.

Ele ficou parado me olhando, com uma cara meio assustada. Ele demorou muito. Percebi que se ele tinha alguma intenção de fazer alguma coisa, tinha desistido.

Então tentei sair.

Foi quando ele me surpreendeu com um beijo. Um beijo cheio de desejo e fome.

Chupava meus lábios, mordia-os, lambia-os. Então parou. Do mesmo modo que começou, acabou, de uma vez.

Fiquei ainda encostado na porta, respirando. Ele se virou para a parede e apoiou sua cabeça nela, esfregando os olhos com os dedos.

- Foi mal. – Disse ele de uma vez, como se tivesse me feito algo ruim.

- Tudo bem… – Eu falei, tentando acalmá-lo.

- Não, não tá nada bem! – Ele disse, aumentando o tom de voz, como se estivesse bravo comigo. Então saiu pela porta sem olhar na minha cara.
Fiquei lá ainda, com lágrimas nos olhos, sem entender nada. E mesmo não entendendo nada, fiquei com muito ódio dele. Tirei sua roupa, dobrei e coloquei em cima de sua cama. Vesti a minha, molhada. Saí e fui para perto da piscina pegar meu tênis e minhas coisas.

Ele estava sentado apoiando a cabeça nas mãos e um monte de gente lhe bajulando.

Abri o portão e ele me viu. Já era mais de onze da noite. Fechei rápido e apressei o passo. Quando estava quase na esquina uma mão violenta segura meu ombro e me vira em sua direção.

- Você é louco ou o quê? Vai sair a pé a essa hora e ainda assim, todo molhado?

- Nossa, Bruno, me deixa! – Me livrei de sua mão e tentei voltar ao meu caminho. Mas novamente ele me segurou.

- Você vai voltar pra lá agora, vestir a roupa que eu te emprestei. Se quiser ir embora, eu te levo de carro! – Ele já estava gritando comigo e apertando cada vez mais forte meu braço.

- Cara, sabe que que você faz? Enfia essas roupas no cu! Agora me solta, porque você já tá me machucando. – Falei no mesmo tom que ele. Talvez, ainda mais bravo.

- Você tá querendo o quê? Ser sequestrado, estuprado e ainda pegar uma pneumonia? Meu filho, ao contrário do que você pensa, você não mora no mundo das fadas! Sair à essa hora, ainda mais nesse bairro é suicídio. Agora você vai voltar comigo! – Ele me puxou pelo braço ainda me apertando até a casa dele, me jogou lá perto do portão e entrou correndo em casa.

Aproveitei a oportunidade pra fugir de novo. Dessa vez, ainda mais rápido.

Já estava a uns três quarteirões de distância da casa dele, quando vi um grupo de rapazes se aproximando. Eufórico do jeito que eu estava, não me importaria muito, estava até disposto a entregar o celular se eles me abordassem. Eles estavam me encarando muito e quando eu estava quase me aproximando, minhas pernas bambearam. Então um carro parou do meu lado e o vidro se abriu.

Bruno estava dirigindo o carro do pai dele e gritando comigo.

- Entra aqui agora! Anda moleque! – Gritava ele de dentro do carro. Entrei mais por vergonha dos marginais do que por medo. Na hora ele já me jogou um cobertor, que recusei, jogando pro lado e fechando a cara.

- Que droga, moleque, você tá tremendo de frio, se cobre! – Ele tentava dirigir e me cobrir ao mesmo tempo.

- Bruno, já passamos deles, pode me deixar aqui.

- Você só pode estar de brincadeira mesmo né? – Comecei a ficar tonto, então parei de discutir. Quando já tinha um tempo de silêncio, ele recomeçou.

- Olha o que você me faz fazer… Meu pai deve estar puto e sem entender nada lá em casa por eu ter pegado o carro.

- Não mandei você fazer nada disso! – Ele reparou que eu estava quase desmaiando e com a voz fraca.

- O que você tem? Hein? Eu vou te levar a um hospital.

- Não! – Juntei todas as minhas forças pra tentar falar isso em um tom convincente. – É só minha pressão que caiu, preciso ir pra casa. Se quiser ajudar, dirige pra casa. Nada de hospital. – Já estava sentindo cair em um sono pesado enquanto falava.

- Então fica acordado, a gente já tá chegando. – Sua voz estava bem mais mansa e preocupada agora.

Eu estava meio enjoado, sentindo que podia vomitar a qualquer momento.

Logo senti ele me pegar no colo e atravessar a rua comigo. Juntei as forças para ficar em pé em frente ao portão da minha casa. Ele bateu a campainha e logo minha mãe foi abrir.

- O que aconteceu com ele? – Disse minha mãe preocupada e já me segurando.

- Acho que a pressão dele caiu, ele não quis colocar a roupa enxuta que eu emprestei e queria vir a pé. Consegui por ele no carro e ele ficou meio tonto. – Dizia ele para minha mãe. Então tudo se apagou.

Senti o calor da minha cama, então abri os olhos. Eu estava coberto com uns três cobertores, e vestindo apenas a cueca, ainda meio úmida, mas quente. Ao meu lado, estava Bruno, me olhando preocupado.

- Eu tô bem, volta pro seu aniversário. – Eu disse, com a voz meio rouca.

- Por que você é tão teimoso? - Não respondi, apenas fechei os olhos e fingi que tinha voltado a dormir. Escutei ele sair do quarto e murmurar algo com minha mãe.

Percebi que ela estava levando-o até o portão. Só então dormi de verdade.


Notas Finais


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