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História Olhares na Escola - Parte II - Desejo Profundo - Capítulo XIV - Planejamento


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


Acho que esse arco do aniversário do Bruno é um dos maiores deste volume de OnE, mas, obviamente, não desqualifica os outros, principalmente os que ainda virão.

No decorrer de cada capítulo venho deixando sementinhas e pistas para o que está por vir, e sem dúvidas será algo grandioso.


Espero que gostem.


Boa leiutra.



<3

Capítulo 15 - Capítulo XIV - Planejamento


Fanfic / Fanfiction Olhares na Escola - Parte II - Desejo Profundo - Capítulo XIV - Planejamento

Capítulo XIV - Planejamento

 

Quinta-Feira tentei novamente ficar um tempo com Bruno, mas novamente tive que ir pra longe dele resolver mais problemas.

Se tem algo que eu tive a certeza que nunca mais faria, era organizar festas. No máximo um churrasquinho.

As meninas estavam preocupadas com o DJ. Se fossemos arrumar algum que cobrasse caro, não teríamos dinheiro, pois ainda tínhamos muita coisa pra pagar, como o aluguel das mesas e da caixa térmica. E ainda teríamos que comprar gelo e mais coisas de última hora.

Pedi a elas que cobrassem o pessoal da nossa sala, pois já precisaríamos do dinheiro. Com a ajuda do professor, saí com Bruno enquanto elas falavam com a sala. O professor pediu para que nós pegássemos alguns gizes e tirássemos xérox de algumas páginas de um livro. Fui com ele e demoramos um pouco.

 — Ultimamente você mal fala comigo. Fica só com o pessoal lá do meio… — Ele disse, quase fazendo biquinho, enquanto esperávamos a moça tirar as cópias.

 — É só essa semana. É que elas tão com uns probleminhas que eu ainda não posso te contar, e tô ajudando elas. Mas semana que vem não vai ser mais segredo…

 — Me conta! — Ele disse, todo curioso, fazendo os olhinhos do gato do Shrek. — Por favor, não conto pra ninguém. — Continuou, beijando os dedinhos cruzados.

 — Não posso. Sábado eu te conto. Te juro. — Falei, como se conversasse com um bebezinho. Saiu quase que involuntariamente. Ele fez bico, cruzou os braços e se fingiu de bravo.

Ele ficou me olhando meio decepcionado.

 — Você viu o que tem dado nos jornais ultimamente? — olhei pra ele. Ele sabia muito bem que eu pouco me lixava pro que passava nos jornais.

 — Não. — falei sem me esforçar pra parecer interessado — o que deu no jornal?

 — Na Ásia mais de duzentas pessoas morreram infectadas pela MLC e quase todas eram LGBT. — ele fez uma pausa, pensativo — É meio bizarro e assustador pensar nisso. Não te preocupa?

— Pode ser qualquer coisa, mas o presidente já disse que é uma doencinha que está sob controle, sem contar que eu não duvidaria de terem assassinado eles e colocado a culpa nessa doença. Relaxa que não é o fim do mundo. — falei dando de ombros enquanto ele me encarava, todo orgulhoso por eu estar argumentando um assunto sério com ele.

— Sabe de uma coisa, amor? Se o mundo acabar, eu quero estar com você, dançando e curtindo meus últimos momentos. Seria a forma perfeita de partir.

— Credo! Não fala assim que eu fico até arrepiado! Não quero nem pensar em um mundo sem você! — quando eu disse isso senti ele vibrar de felicidade, mas era verdade. A existência de Bruno dava sentido à minha — Vamos! — falei quando vi que as cópias estavam prontas.

— Não vai me contar?

— O quê? — falei me fazendo de desentendido e correndo na frente, rindo.

 Cheguei na sala e falei que ele estava vindo. Todos voltaram a ficar calados. Ele entrou, entregou as coisas pro professor e voltou a se fingir de bravo no lugar dele, toda hora me mostrando a língua.

Às vezes, ele me mandava beijo, mas logo fechava a cara e mostrava a língua, como se ele tivesse esquecido que estava com “raiva” de mim, mas logo lembrasse. Eu só ria. As meninas me perguntavam qual a graça, mas eu não falava nada. Desconcentrei-me totalmente. Nem sabia mais sobre o que estávamos falando.

— Não é, Leandro? — Bianca disse, me encarando e esperando uma resposta.

— Não é o que? — Falei, olhando rápido pra ela.

— Acorda, menino! Confere aí os preços das coisas que já pagamos. — Ela disse, me dando um tapa na testa.

Dei uma olhada no papel. Parecia estar certo. Infelizmente. Se gastássemos mais um centavo, estaríamos endividados. Esse era o motivo de eu não gostar de mexer com muito dinheiro.

— O jeito vai ser eu levar meu som e tocar do CD mesmo. — Eu disse, tentando achar uma solução para o DJ.

— Ai, credo, Lê! Isso não! — Bianca me disse. — Amiga, pede pro Ivan tocar de graça pra gente. — Disse ela, rindo, para Lorena.

— Não, Bia! — Lorena respondeu. — Depois ele ainda vai querer cobrar favorzinho…

— Quem é Ivan, meu Deus do céu? — Perguntei, perdido no assunto.

— Meu ex. Ele é DJ. Você conheceu ele, lembra? Ele te deu carona na época da gincana uma vez.

— Ah, tá… Nossa, mas faz tempo hein?

— Pois é… Essa Bianca tem cada ideia. — Disse Lorena, fazendo-nos rir.
A cada minuto eu escutava um “psiu!” ou meu nome. Quando eu olhava pro Bruno, ele virava pra frente, com os braços cruzados e um biquinho. Não aguentei e fui lá dar um abraço nele.

— Ah, que gracinha… — Disse uma menina que se senta ao nosso lado, rindo.

— Bubu qué bezinho… — Bruno disse, durante o abraço, imitando um bebezinho, batendo o dedo indicador na bochecha.

— Tadinho, Lê! Dá um beijinho nele! — Bianca disse, lá de onde estávamos.

A sala estava uma zorra. Na verdade, o colegial sempre foi uma zorra.

Segurei suas bochechas, montando um biquinho em sua boca e dei um beijinho em seu rosto.

Ninguém ali ligava ou desconfiava de alguma coisa. Não por mim, mas por ele. Era como se fosse impossível ele ser gay ou algo do tipo. Para todos, era só brincadeira como tantas outras dentro da escola, coisa que já era extremamente normal.

— Bubu, papai vai voltar pra lá, depois dá mais beijinho, viu? — Falei em seu ouvido, brincando, ele riu.

Voltei pra perto das meninas e ele ficou lá conversando com o pessoal. Quando deu o recreio, fui correndo procurar a Cecília, antes que ela viesse falar comigo perto do Bruno e ele ficasse irritado com ela.

— E aí, tem mais algum dinheiro? — Falei, quando a encontrei. — Já se foi tudo que a gente tinha e ainda falta o DJ, além de mais algumas coisas pra pagar.

— Olha… aqui tem trezentos e vinte, mas ainda falta gente pra eu pegar o dinheiro. No fim da aula eu te entrego. Amanhã ainda vai ter muita gente trazendo o dinheiro, já que é o último dia.

— Nossa, mas já passou de cem pessoas fácil! Eles sabem quem é o Bruno? E todos são aqui da escola, né?

— Ai, acho que tem gente que acha que é só festa… — Ela disse rindo. Meti um tapa na minha testa. — Mas a grande maioria é da escola sim… — Olhei pra ela com uma cara de espanto. — Calma! É porque muita gente vai levar um amigo ou namorado… Coisa normal.

— Nossa! Isso já deixou de ser o aniversário dele faz tempo!

— Mas ele vai gostar, você vai ver.

— Tomara. — Eu disse, meio pensativo. — Mas sobre o DJ… Mesmo com esse dinheiro, não dá! Nem com todo o dinheiro da festa dá…

— Tô fazendo o possível pra achar alguém que toque, mas tá difícil.

Voltei pra perto do Bruno no recreio e consegui ficar um tempo com ele.

— Me dá um beijo? — Ele pediu.

— Dou. — Falei, sem mais nenhuma reação, continuando a mexer no meu tênis.

— Então me dá!

— Aqui? Tem certeza? — Eu disse, rindo.

— Tenho.

Peguei sua mão e dei um beijo nela. Ele riu.

— Na boca! Você nunca me beijou aqui na escola.

— Por motivos óbvios né? O fato da Melissa saber e aceitar, não significa que os outros aceitarão!

— Vem comigo. — Bruno disse, me puxando pelo pulso.

Fomos até uma sala fechada e ele me jogou lá dentro, entrando também e fechando a porta. Beijei-o, escorado na porta para impedir que alguém entrasse. Mal começamos e o sinal já tocou.

— Vamos matar aula aqui… — Disse Bruno. — Só hoje. Tô com saudade.

— Você é doido, Bruno? Se eles pegam a gente…

— Uma aula só!

— Não dá… E eu também tenho que fazer umas coisas lá…

Ele ficou meio triste, olhou pra baixo e abriu a porta, me deixando ir.

— Vai ficar aqui? — Perguntei, quando vi que ele não ia sair.

— Vou!

Nessa hora, o diretor estava passando e tive que sair sem falar mais nada. Corri para a sala e ainda levei bronca por chegar depois do segundo sinal. As meninas acharam até melhor ele não estar na sala, pois poderiam dar os recados pro pessoal.

Finalmente pegamos o dinheiro do terceiro ano. Tirando o DJ, estávamos com dinheiro de sobra.

Quando terminou a aula, não vi mais o Bruno. Nem como ligar pra ele eu tinha, já que não tinha mais celular. Peguei mais uma boa quantia com Cecília e fui com as meninas na mulher dos salgadinhos encomendar mais, já que o número de pessoas havia aumentado consideravelmente. A lista já estava com mais de cento e oitenta pessoas. Era estranho pensar que tanta gente estava pagando uma festa surpresa pra alguém que nem conhecia.

— E se a festa não for tão boa? — Perguntei às meninas durante o caminho.

— Não acho que importe. O Bruno vai gostar do mesmo jeito. Ele sempre diz que o que importa são as companhias e a intenção, né? — Lorena me lembrou.

— É. Acho que sim.

Foi bom para eu me lembrar de que quem tinha que gostar da festa era só o Bruno. O resto pagou porque quis.

Andamos mais um pouco e chegamos. Encomendamos mais um bom número de salgados.

— E o bolo? E as bebidas? — Falei, dando uma olhada no relógio.

— Nossa, é mesmo! — Lorena exclamou. — O bolo vai ter que ser grande… Bolos assim são caros.

— A menos que eu faça… Eu sei fazer bolo de doce. — Eu disse.

— Sério?! — Bianca perguntou, surpresa.

— Sério, ué. O do meu aniversário do ano passado fui eu que fiz!

Então tinha ficado combinado. Eu iria pra casa fazer o bolo e elas comprariam mais bebidas e alugariam mais mesas.

 

No caminho de casa, já passei no supermercado e comprei tudo que precisava. Saí carregando aquele tanto de sacolas e ainda a mochila cheia com livros. Ainda bem que o supermercado era a uma quadra da minha casa.

Minha mãe me ajudou a assar quatro placas de bolo. Fomos assando de duas em duas.

Terminamos já era tarde e ainda faltava montar ele inteiro. Coloquei duas partes juntas e outras duas em cima, recheando o meio com brigadeiro mole. Molhamos o bolo com leite e coloquei calda de morango em todo canto que consegui.

Por final, passei mais brigadeiro e joguei granulado por cima. Ficou muito bonito, mas ele não coube na geladeira. Tivemos que dividi-lo novamente e guardar em duas partes. Rapei o resto da lata do brigadeiro pra não sentir vontade de atacar o bolo à noite. Quando terminamos, já passava das quatro da manhã. Minha mãe estava morta de cansaço e eu também. Ainda fui tomar banho antes de dormir.

Mil preocupações passavam pela minha cabeça e quando finalmente durmo, o despertador toca.

Hora de ir pra escola.

 


Notas Finais




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