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História Olhares na Escola - Parte II - Desejo Profundo - Capítulo XXXIV - Convicção


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


Ah como o tempo voa.... já estamos no capítulo 34!


Espero que estejam gostando.


Boa leitura.



<3

Capítulo 35 - Capítulo XXXIV - Convicção


Fanfic / Fanfiction Olhares na Escola - Parte II - Desejo Profundo - Capítulo XXXIV - Convicção

Capítulo XXXIV - Convicção

 

Os dias iam passando e eu e ele não nos víamos muito fora da escola. Ele andava muito ocupado com algumas coisas. Ele tinha resolvido começar a trabalhar na empresa do pai. Perguntei a ele o motivo e ele veio com aquela historinha de que o trabalho faz bem ao homem, que era hora de crescer etc.

Ele estava tão diferente. Não era o meu Bruno palhaço e divertido. Às vezes, ele fazia alguma palhaçada, mas muito raramente. Algumas vezes ele me olhava como se achasse ridículo meu jeito infantil, mas antigamente, ele admirava isso em mim. Ele sempre ria das bobeiras que eu fazia. Quando a gente estava em algum momento mais quente, como um beijo mais picante, ele não aceitava brincadeiras. Eu não entendia o porquê. Tudo era tão monótono. Não havia paixão, não havia aventura, não havia fogo, mas eu ainda acreditava que com o tempo ele voltaria a ser o velho Bruno.

 

Já tinha dez dias que ele havia voltado e parecia que a cada dia ele estava mais sério.

Ele estava levando muito a sério o trabalho na empresa do pai. Nunca saía de lá antes das sete da noite. Depois disso, fazia natação ou karatê. No máximo nos víamos por uma ou duas horas no sábado, fora da escola.

Com a chegada das férias do meio do ano tudo ficou mais impossível.

 Numa sexta-feira, liguei pra ele chamando-o para a estreia de um filme no cinema. Ele disse que não podia ir, pois não daria tempo de sair do trabalho e ainda alcançar a sessão. Ana Clara e Mel me chamaram pra ir no mesmo dia. Como Bruno já tinha dito que não iria, não pensei duas vezes. Fui com elas. Havia mais algumas pessoas da escola junto.

Como de costume, sempre que vai uma grande turma ao cinema, tiramos uma foto de todos juntos. Abracei Ana Clara e uma outra amiga dela para posar para a foto.

O filme foi ótimo, mas eu não conseguia parar de pensar em como teria sido melhor com o Bruno, mas com o antigo Bruno.

Ele estava tão diferente, que quando eu ligava pra ele no horário de trabalho ele reclamava e dizia que só era pra ligar quando fosse importante. Isso me magoava muito, mas eu não deixava ele perceber.

 

No outro dia, acordei tarde, assim como em todos os outros dias de férias. Minha mãe estava na casa da minha avó e eu estava sozinho vendo TV. Filminhos repetidos da sessão da tarde.

A campainha tocou, mas não atendi. Não estava esperando ninguém e estava todo mal vestido e descabelado. Deveria ser algum pedinte. Então meu celular toca. Vi que era Bruno. Atendi.

 — Onde você tá? — Ele perguntou, nada feliz.

 — Em casa. Foi você que bateu?

 — Foi.

 — Já vou abrir.

Coloquei uma camiseta e fui abrir o portão. Ele já foi entrando com a cara fechada segurando um papel dobrado.

 — Dá pra explicar isso? — Ele disse, desdobrando o papel, e me mostrando a foto que nós tiramos no shopping impressa.

 — Você não quis ir no cinema nesse dia. A Mel me chamou pra ir. — Expliquei.

 — E o que eu te falei sobre não querer amizade sua com essas meninas?

 — Cara, você não é meu pai. Não pode dizer com quem eu devo ou não sair. — Eu disse, já de saco cheio de toda essa bobeira.

 — Porra, parece que você não tá nem aí mesmo se eu abandono ou não minha família né?

 — É claro que eu tô. Olha, Bruno, você não é mais o cara por quem eu me apaixonei. Sei lá, não consigo ver ele em você. Você anda tão sério, tão mesquinho. Se acha que não valeu a pena ter voltado, acho melhor você voltar pra ajudar a sua mãe. Não quero que troque a família por mim. — Eu dizia, com uma dor gigantesca no peito, mas continuava forte. Ele me olhou espantado, meio com raiva.

 — Pelo menos um de nós tem que crescer né? — Ele disse.

 — Isso não é crescer, Bruno. Você tá me afastando a cada dia. E se você não pode ser o cara que eu amo, eu não quero ficar com você. — Eu dizia, com a fala calma, mas tirando tudo que havia no meu peito.

 — Uma vez você me disse que me amaria de qualquer jeito… — Ele disse, com uma expressão triste.

 — Eu disse isso pro meu Bruno. Não pra você! — Eu falei, já derrubando algumas lágrimas. — O meu Bruno me liga trocentas vezes até eu atender. Ele não reclama quando ligo em hora nenhuma. Ele brinca e ri de toda bobeira que eu falo. Ele é sensato, sabe? O ciúme dele é bonitinho. Não é sufocante e sem motivos. Ele faz questão de mostrar que me ama vinte e quatro horas por dia. — Eu falava, chorando muito. Ele tentava segurar algumas lágrimas, mas seu olho vermelho, o dedurava.

 — Eu não sou mais um adolescente! Uma hora precisamos amadurecer! — ele suspirou — Quer mesmo que eu volte pra Novo Progresso? — Ele disse, mudando um pouco o assunto.

 — Quero que você faça o que achar mais importante. — Falei, no fundo morrendo de medo de perdê-lo de novo.

 — Com tudo que você disse, dá pra deduzir que você não gosta mais de mim… então terminou? — Ele disse, deixando as lágrimas caírem.

 — Terminou. — Falei, meio por impulso, me arrependendo dois segundos depois, mas já havia dito. Ele abaixou a cabeça e foi embora sem mais nenhuma palavra.

Por mais que eu o amasse, eu sentia que estava traindo o velho Bruno com ele. Os momentos em que ele era como antigamente eram muito raros. Além de não querer estar entre ele e a família. Se ele se sentia tão culpado por ter abandonado a mãe e a avó, ele deveria voltar. Seria difícil, mas eu o esperaria, se fosse pra ele voltar a ser como antes.

Por um lado, foi bom desabafar e tirar tudo o que estava engasgado. Por outro, ele iria embora novamente e eu talvez nunca mais o visse. Mas eu tinha uma certeza: Se ele voltasse a ser como antes, me entenderia e voltaria pra mim.

Já estava no final das férias, que não eram bem férias. Eram menos de duas semanas sem aula. Os dois últimos dias de descanso que me faltavam, passei deprimido e chorando.

 


Notas Finais




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