1. Spirit Fanfics >
  2. Olhares na Escola - Parte II - Desejo Profundo >
  3. Capítulo XLIV - Tanto faz

História Olhares na Escola - Parte II - Desejo Profundo - Capítulo XLIV - Tanto faz


Escrita por: WilkensOficial

Notas do Autor


Sim, eu sei que tenho estado bem ausente nas últimas semanas, mas é por uma causa nobre.
Estou desenvolvendo as narrativas que deverão estar prontas até o começo do próximo ano, algumas delas virão primeiro para o Spirit, outras primeiro para O Kindle. Ainda tem a publicação de Olhares na Escola e de Pequenos Infinitos que tem tirado meu sono....


Enfim, em breve teremos:
- DEPOIS DA LUA (narrativa inédita)
- OLHARES NA ESCOLA - VOLUME 3
- PEQUENOS INFINITOS - VOLUME DOIS
- A FÚRIA DO PEQUENO REI (FRONTEIRAS DO DESTINO: UNIVERSO NARRATIVO LIVRO I)
- PÉTALAS AZUIS (narrativa inédita)
- ONTEM QUIS PARTIR (minha primeira fanfic, que será uma trilogia inspirada no filme HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO, será exclusiva para o Spirit e Wattpad. O primeiro livro contará com eventos antes do filme, o segundo livro com eventos do filme e o terceiro com os eventos pós-filme).



Enfim, espero que continuem comigo nesta jornada.

Boa leitura.



<3

Capítulo 45 - Capítulo XLIV - Tanto faz


Capítulo XLIV - Tanto faz

 

Passaram-se alguns dias e Bruno parou de ligar e atender minhas ligações. Tentei pensar que não era nada demais e me mantive tranquilo, esperando que ele voltasse, pra minha sorte, eu tinha minha agitada rotina de estudar e trabalhar, era o que me impedia de surtar a cada minuto.

— Ano que vem é seu último ano no colegial. Já sabe o que vai cursar filho? — meu pai perguntou, sentado atrás de mim, assinando algumas coisas enquanto eu estava no caixa.

— Pensei em Arquitetura, Engenharia da Computação ou Design Gráfico. — Respondi, passando boletos.

— Tem que ter certeza. Não quero pagar anos de um curso pra você desistir porque não tá gostando.

— Pois é, mas ainda tenho um ano pela frente.

Acho que pela primeira vez em meses eu parava para pensar no que eu faria da minha vida após o colegial.

Eu estava em dúvida sobre o que cursar, mas não por estar realmente sentindo um chamado pra uma dessas áreas, mas por causa de meus amigos que viviam falando nesses cursos, o que acabou fixando na minha cabeça, mais pelo próprio nome do que pelo curso.

Depois do trabalho, decidi que iria para casa a pé. Era meio arriscado, mas não havia nada de valor para levar.

Durante o caminho, me fiz algumas perguntas e acabei descobrindo que eu nem mesmo sabia o que eram os cursos que estava querendo fazer. Descobri que não tinha um único plano para minha vida.

A gente acaba se acostumando com a escola e acha que todos os anos vão ser a mesma coisa, preguiça, acomodação, eu acho.

Era realmente estranho pensar que há menos de um ano eu nem sabia a diferença entre vestibular e faculdade. Eu vivia bem, vivia o presente, pois nunca tive que fazer uma escolha que mudaria minha vida para sempre.

Cheguei em casa um pouco antes da novela das oito, tomei banho e fui dormir. Já fazia um tempo que estava dormindo cedo. Eu era acostumado a dormir de tarde, depois da escola, mas não tinha mais esse conforto.

Acordei tarde no outro dia, mesmo sendo quinta-feira.

— Mãe, por que não me acordou? — Perguntei quando vi o relógio.

— Eu tentei, mas você não acordou de jeito nenhum. Não gosto de ver você faltando, mas preferi deixar você dormindo hoje.

Acho que eu tinha dormido mais de quinze horas e o cansaço tinha dado uma aliviada.

Almocei e fui trabalhar.

Não era um dia com muito movimento. Os meninos davam conta sozinhos dos poucos clientes que entravam, por isso fui tomar um suco na padaria ao lado. Aproveitei para tentar ligar pro Bruno. O telefone estava desligado. Eu só queria saber quando ele voltaria. Aqueles dias sem ele começavam a ser uma tortura.

No outro, dia cheguei bem cedo na escola. Tinha voltado a ir de van. Novamente eu era o primeiro a embarcar e o primeiro a chegar.

Logo senti mãos tapando meus olhos e pude reconhece-la pelo perfume por suas mãos delicadas.

— Melissa!

— Ai, sem graça… — Ela disse sorrindo — Tá sabendo da avó do Bruno? — Ela perguntou.

— Tô. — Respondi. — Quem te contou?

— Ele… ontem. Você não veio.

— O Bruno veio ontem? Certeza? — Indaguei, desacreditado que ele tinha voltado sem nem ao menos me avisar.

— Tenho. Ele disse que chegou já tinha uns dois dias. Como é que seu namorado chega e você não tá sabendo? Em que mundo você vive amigo?

Fiquei meio calado até que abrissem o portão. Me senti esquecido, deixado de lado. Eu, que era seu namorado, e com certeza o que mais o esperava de volta, não fiquei sabendo por ele, ainda assim, eu não queria fazer uma tempestade no copo d’água por isso. Fui para a sala e tirei um cochilo. Por mais que eu tivesse dormido na noite anterior, me dava sono só de pensar que teria que trabalhar mais tarde. E quando Bruno chegasse, ele me acordaria como sempre faz. O sono chegou rápido. Incrível que quando queremos dormir, ficamos horas rolando pela cama e quando não fazemos questão, dorme-se em segundos.

Acabei sendo acordado pela voz do professor de espanhol, que falava alto. Não me levantei de imediato. Só levantei quando lembrei que a aula dele era a segunda. Meio com vergonha, peguei meu caderno antes que ele percebesse e coloquei em cima da mesa, aberto. Só então dei uma olhada em volta da sala. Bruno se sentava no seu lugar, logo atrás de mim. Mesmo podendo ver que eu já tinha acordado, ele não tirou o caderno pra me olhar por nem mesmo um segundo. Não falei nada também. Fiquei calado, com raiva, até a hora do recreio. Bruno continuou sem dar um pio. Passei a terceira aula pensando e cogitei que poderia ser tristeza pela morte da avó ou mais problemas na família dele, que já não estava às mil maravilhas. Quando bateu o sinal pro recreio, ele já ia saindo, mas segurei-o pelo braço.

— Tá assim por causa da sua avó? — Perguntei, meio receoso.

— É.

— Hum… Você nem me disse oi.

— Oi. — Falou, dando um sorrisinho meio forçado e saiu indo em direção à fila do lanche.

Me deu um aperto no peito, mas ignorei. Tentei dar o meu melhor nos últimos dias, apesar do ataque desesperado de quando ele viajou, mas se ele preferia me ignorar e me tratar como um desconhecido, eu não ia correr atrás.

Andei sozinho pelo recreio, enquanto viajava em pensamentos.

Ao beber água, vi longe, uma menina também sozinha e aparentemente chorando. Me aproximei cuidadosamente e vi que era Mel. Sentei-me ao seu lado.

— O que aconteceu? — Perguntei, segurando sua mão.

— O IDIOTA DO SEU AMIGO! — Ela disse, falando alto, com a cara toda molhada e vermelha.

— O que ele fez dessa vez?

— Não quero falar disso aqui. Você tá livre de tarde?

— Eu tô ajudando na loja. Vou estar livre só de noite, mas se for muito importante…

— Não. — Ela disse, me interrompendo. — Pode ser de noite. Eu passo na sua casa. — concordei no instante em que o sinal bateu. Dei um abraço nela e fui para a sala, deixando-a mais um pouco sozinha.

Bruno já estava na sala, calado como antes. Passei direto e me sentei.

Aula de química, a que eu mais odiava, diferente do Bruno, que era mestre na matéria.

Como de costume, o professor distribuiu folhas impressas com exercícios de vestibular para que treinássemos. Fiz o que pude, mas confesso que quase me virei para trás para tirar uma dúvida com o Bruno, mas me lembrei da situação. Como já tinha me virado para trás, olhei para a pessoa mais próxima, Bianca, que acho que estava na mesma que eu quanto à matéria.

— Bianca, a terceira questão… é a letra B ou D? — Perguntei. Ela me olhou, pensativa.

— Eu coloquei letra A. — Ela disse, sem muita certeza.

— Então vai letra A! — Falei, sorrindo.

— É letra D. — Disse Bruno, com voz séria, olhando para o papel. Não consegui dizer nada. Apenas me virei para frente calado.

Nós dois sabíamos claramente o clima que estava ali, mas ninguém falava nada. Ele sabia que eu não ia falar nada. Ninguém me conhecia melhor do que ele. Já ele, às vezes era um grande mistério para mim, como um borrão difícil de decifrar. Eu conhecia seus gostos, sua vida, suas expressões e o que elas significavam, mas eu não entendia o que se passava em sua cabeça em grande parte das vezes. Ele guardava muita coisa pra si, ao contrário de mim, que sempre desabafava com ele. Bruno podia ser mais forte, mais seguro e mais maduro que eu, mas no fundo era bem mais sensível e carente, apesar de tentar ao máximo não demonstrar.

Fui embora sem conversar com ele. Almocei, trabalhei e voltei mais cedo.

Quando cheguei em casa, liguei para Mel. Estava curioso pra saber o motivo da briga deles.

Ela não demorou a chegar. Sentamos na rede, do lado de fora. Ela deitou a cabeça nas minhas pernas e voltou a chorar.

— Sabe, Lê… Acho que cometi um dos piores erros da minha vida. — Ela dizia, enquanto eu acariciava seus cabelos. — Já tem um tempo que eu e o Rafa transamos. Ele já deve ter te contado. Desde cedo eu tô com nojo de mim por ter feito isso.

— Mas por quê? O que aconteceu hoje?

— O Rafael me contou que… Que transou com a Bianca!

— A Bianca da sala? — Exclamei.

— É, ué!

— Mas eles nem conversam…

— Claro que conversam! Já tem um tempo que os dois vivem de papinho. Você não viu porque andou faltando muito e também deve tá cheio de coisas pra se preocupar depois desse problema com seu pai, mas o pior de tudo é que ela é cheia de papinho pra cima de mim. Duas cobras! — Melissa mordeu os lábios e me olhou de uma forma que me fez querer ficar preparado para o que vivia a seguir — Léo… você e o Bruno… já transaram, né?

— Bom, já. — respondi sentindo minhas bochechas ficarem quentes.

— E um de vocês já cometeu algum deslize? — engoli em seco quando ela disse aquilo.

— Não existe relacionamento perfeito. — falei meio sem graça por estar falando de minhas intimidades com ela de forma tão natural — Bruno e eu já nos desentendemos e ambos tivemos nossos deslizes, um exemplo disso foi ano passado, quando fomos a Caldas Novas. Nós dois extrapolamos e fizemos coisas que nunca comentamos a respeito.

— E como vocês souberam lidar com isso?

— Nunca é fácil, mas quando duas pessoas se gostam de verdade, os desentendimentos servem para fortalecer a relação de alguma forma.

— Sabe Léo, às vezes eu tenho dúvidas do quanto o Rafael gosta de mim, quer dizer, ele vive dizendo que me ama, mas… sinto que algo ainda o prende, algo que eu quase consigo ver no fundo de seus olhos.

Já tinha um tempo que eu e Rafa não conversávamos pra valer. Tantos problemas de uma vez… Era tanta coisa na minha cabeça que tinha hora que eu achava que ela ia explodir.

— Mas como você soube desse deslize do Rafael? Ele te contou?

— Ah, ele disse que tá com a consciência pesada, mas acabou! O que ele fez não tem perdão. E tem mais: Ele transou com ela DUAS VEZES! DUAS! Se fosse uma eu já não perdoava, imagina duas! Ele teve tempo o bastante pra se arrepender. — Ela falava, chorando. — Você não sabia disso né?

— Claro que não! Eu nem imaginava isso do Rafa. Ele parece ter mudado um pouco.

— Dane-se ele. Sabe o que eu vou fazer? Vou chegar linda na escola segunda feira, toda sorridente, vou cumprimentar ela, vou cumprimentar ele e fingir que já superei. — Ela dizia. Eu procurava nas palavras dela algum conselho pra mim.

— Ele vai perceber que você tá fingindo e vai ficar mais feio pra você.

— Vai nada. Se tem algo que eu sei fazer é fingir. Principalmente quando tô com raiva. — Ela disse, nos fazendo rir enquanto enxugava as lágrimas.

— Vocês ainda vão voltar. Tenho certeza. — Eu disse.

— Voltar? Já fui feita de trouxa duas vezes! Não vou ser burra pela terceira.

 

Ficamos um bom tempo conversando e colocando tanto tempo de conversa em dia. Ela acabou dormindo na minha casa. Ela dormiu na minha cama e eu dormi no chão, mesmo minha mãe torcendo o nariz para dormirmos juntos, já que a mãe da Mel tinha pedido pra minha para que não nos deixasse dormir no mesmo quarto. Rimos quando minha mãe nos contou, logo após desligar o telefone.

No outro dia ela foi embora cedo, pois tinha vôlei. Ela me chamou para ir, mas eu não tava com um astral muito bom pra ficar sentado na arquibancada.

Nem vi o rastro do Bruno no final de semana. Eu tentava buscar motivos pra ele estar fazendo isso comigo, mas quanto mais eu pensava, mais merda eu imaginava. No final de semana, liguei para alguns amigos e arrumei lugares para sair.

 


Notas Finais


LEIA O PRIMEIRO VOLUME DESTA NARRATIVA:

OLHARES NA ESCOLA PARTE UM: https://www.spiritfanfiction.com/historia/olhares-na-escola--desejo-secreto-21537531


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...