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História Olhares na Escola - Parte III - Desejo Quebrado - Caem as máscaras


Escrita por: WilkensOficial

Capítulo 21 - Caem as máscaras


Fanfic / Fanfiction Olhares na Escola - Parte III - Desejo Quebrado - Caem as máscaras

Capítulo Vinte e Um — Caem as máscaras
— Bruno —

 

— EI MOCINHAS! VOCÊS ESTÃO AONDE HEIN? — berrou Mel da beira da piscina, rindo feito uma louca e com os olhos concentrados em Leandro e Rafael,

Enquanto isso, Ana Clara conversava distraidamente com Joaquim e Henri se aproximava de mim, tentando me agarrar por trás e se insinuando pra mim, chegando até mesmo a esfregar sem membro em mim. Era como se ele estivesse se divertindo com o caos.

— Seus amigos são incríveis. Principalmente o Léo. — disse Henri com maldade na voz.

— O que você tá querendo, hein? — perguntei baixando o tom de voz, mas expressando minha revolta nos gestos e no olhar.

— Eu só quero me divertir, qual o seu problema com isso? — disse jogando água na minha cara e se afastando — A Bruninho, não se preocupa, ninguém vai saber do nosso segredinho não. Eu sou um cara legal, esqueceu?

Tive vontade de afoga-lo, mas me contive em virar a cara. Era melhor evitar aquela situação antes que piorasse.

 

Logo Rafa trouxe Léo carregado e o jogou na piscina.

Leandro pegou fôlego e mergulho. Henri mergulhou logo em seguida. Fiquei o observando, impressionado com seu nado.

Então, para meu desespero, Henri pareceu segurar Leandro no fundo da piscina.

Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, Leandro emergiu e começou a xingar Henri.

— QUAL É O TEU PROBLEMA? QUEM ME MATAR? — dizia ele assustado, sem entender direito o que tinha acontecido.

— Desculpa amigo, foi só uma brincadeira. — respondeu Henri com o jeito mais cínico do mundo.

— VAI SE FODER! — Leandro falou isso e foi pra perto de Clara e Guilherme.

 

— O que aconteceu? — perguntava Melissa olhando para mim. Henri logo fez um olhar doce e choroso, tentando se explicar dizendo que só estavam brincando.

 

Não era fácil ter que fingir que estava tudo bem quando não estava. Por um lado, eu queria que ele se sentisse bem naquele fim de semana, por outro, eu queria falar a verdade a ele, mas se eu dissesse eu o perderia pra sempre. Não era fácil tomar aquela decisão, mas eu precisava antes que coisas piores acontecessem.

 

O que ainda não fazia sentido, era o porquê de Henri estar agindo de forma tão cafajeste. Era como se fosse algum tipo de vingança pessoal contra Leandro ou talvez, contra mim.

Não demorei a concluir que talvez sua chegada à cidade não fosse só por causa da morte de seu irmão, talvez fosse por algum outro motivo pessoal.

Eu não podia permitir que aquilo continuasse.

 

 

Leandro olhava em minha direção com um olhar choroso, como se implorasse por um abraço, como se necessitasse de minha presença para se sentir melhor, mas eu estava paralisado ali, sem saber que atitude tomar. Eu queria chorar, gritar… eu queria que Henri nunca tivesse surgido em nossas vidas.

— Porque não foi socorrer seu namorado? — disse Henri em meu ouvido, com um sorriso cínico — Olha só… ele está lá, olhando pra nós dois, tentando adivinhar o que estou falando pra você. — agora Henri acenava falsamente para Léo, que parecia em conflito entre vir até nós ou ficar onde estava.

— Porque você está fazendo isso? — perguntei com os olhos chorosos.

— Mas eu não estou fazendo nada. Embora eu tenha as minhas motivações, tudo o que eu fiz foi obra do acaso — disse ele com um sorriso — E eu não tenho culpa se você é fraco e não é capaz de resistir a um homem bonito e gostoso como eu! Agora, eu me pergunto… é assim que você diz amar Leandro? Eu não vejo problema no poliamor ou em um relacionamento aberto.

— Eu só não te encho de porrada agora porquê…

— Porque senão você vai perder o seu namoradinho, eu já sei disso, mas, agora eu te pergunto Bruno… de quem é a culpa: do tentado ou do tentador? Pense nisso.

— O que você ganha com isso? Olha, podemos esquecer e…

— Ah, seria bem difícil eu esquecer… tenho uma memória ótima. Como eu poderia esquecer da sua boquinha chupando meu pau com maestria?

— Leandro jamais acreditaria em você?

— É claro que acreditaria. Eu tenho um filme caseiro de nós dois bastante interessante que pode ser de interesse dele.

— Mentira!

— Paga pra ver?

Suspirei e o encarei. Seu sorriso era sarcástico e provocativo. Eu estava chegando no meu limite.

— O que seu irmão diria se soubesse que você está agindo de forma tão cruel? O que seus pais diriam?

— Meu irmão está morto e meus pais… ah… meus pais… eles sempre criticaram minhas escolhas, me enchiam de regras. Às vezes sinto falta deles, mas acredite, ficar longe deles me faz sentir uma pessoa melhor do que eu era. Acho que passei a me encontrar depois da morte de Guilherme.

 

Mergulhei novamente e fui até Leandro. Ele estava sentado na borda, com um olhar confuso.

— Tá tudo bem Léo?

— O que o Henri estava falando a você?

— Nada demais.

— Quero ir embora daqui! Quero sair daqui, por favor Bruno, me tira daqui.

Sentei ao lado dele e passei o braço por trás de seu ombro.

— Fica calmo meu amor, vai ficar tudo bem. — sussurrei em seu ouvido, abraçando-o.

— Não quero que se afaste de mim.

— Tudo bem. Eu vou ficar aqui do seu lado.

— O casalzinho vai voltar pra piscina ou vai ficar namorando aí? — disse Melissa tentando animar a noite.

— Namorando! — respondeu Leandro, fazendo questão de beijar meu rosto só pra provocar Henri, que ria sem nem disfarçar.

— Tá tudo bem aqui? — perguntou Ana Clara que já ria à toa graças a dois copos de bebida que Mel lhe obrigou a tomar.

— Tá tudo ótimo. Obrigado! — falei meio ríspido, quem sabe assim ela iria embora.

— Acho que não sou bem-vinda, né? Tá bom! Boa sorte com o Henrique então. Vão precisar! — disse se afastando e cantarolando alguma coisa. Me senti tentado a chama-la para esclarecer aquilo, mas era tarde demais, ela já estava longe demais.

— O que será que ela quis dizer com isso? — perguntou Leandro — Enfim… eu… posso te perguntar uma coisa Bruno?

— Claro que pode. O que você quiser Léo.

— O que você acha do Henrique?

— Co-como assim? — perguntei desconcertado, temendo que ele já estivesse suspeitando de algo, afinal de contas, Leandro era bem esperto quando queria ser.

— Nada, só que… ele tem olhado pra você de um jeito diferente e… bom, vi que vocês são amigos no Orkut. — ele fez uma pausa misteriosa, olhou para as estrelas entre suspiros e me encarou — Tá escondendo algo de mim?

— Que bobagem. — respondi sorrindo sem graça — Ele só me adicionou, nada demais. — Leandro cruzou os braços, com a cara fechada — Qual é L, não vai surtar à toa, vai? Eu amo você.

— Mas ele é tão bonito…

— Eu tenho tudo o que preciso em você. — falei segurando sua mão e me sentindo a pessoa mais hipócrita do mundo, mas seria melhor assim. Leandro já tinha problemas demais e não seria justo quebrar seu coração.

Ele me olhava meio choroso, cheio de insegurança. Vê-lo daquele jeito tão frágil só fazia com que eu me sentisse pior.

Beijei sua testa e então o convidei para dançar ao lado das barracas.

Naquele momento, conseguimos nos divertir o suficiente para esquecer seu pedido de ir embora.

 

 

Horas mais tarde, quando a bebida já estava deixando nossas cabeças rodando, sentamos todos na borda da piscina e ficamos conversando sobre a vida, lembrando de bons momentos do passado, exceto pro Joaquim, que já tinha se recolhido para a barrada e estava dormindo como uma pedra.

Quando Henri se aproximou, houve certa tensão, mas ele logo se aproximou de Leandro e pediu desculpas pelo ocorrido de mais cedo. Leandro, mesmo cheio de desconfiança, o desculpou e o abraçou. Melissa e Rafa não compravam aquele teatro do Henri e se mantinham atentos a todos os gestos que ele fazia.

No decorrer da conversa, Mel tentou descobrir amis a respeito de Henri, perguntando sobre sua família, seu irmão e até mesmo sobre sua tatuagem na perna, mas ele era esperto e se esquivava com respostas vazias e muito bem pensadas.

— Vamos fazer uma brincadeira? — disse Henri interrompendo Rafael, que falava sobre o time de futebol da escola de forma completamente aleatória.

— Que brincadeira? — perguntou Melissa erguendo uma sobrancelha.

— Verdade ou consequência. Topam?

— Ah, porque não? Tô dentro! Quem sabe assim eu possa descobrir quem realmente é você, Senhor Bonitão-e-Misterioso. — disse Melissa de forma provocativa.

Fizemos um círculo e usamos uma garrafa de cerveja para girar.

— Só tem um porém… quem não responder ou não quiser fazer os desafios vai ter que beber dois copos cheinhos de Vodca pura! — completou Melissa, aos risos. Concordamos e então o jogo começou.

Na primeira rodada, quem perguntava era Melissa para Rafa.

— Verdade ou consequência?

— Consequência! — respondeu Rafael sem hesitar.

— Nossa! Que rápido! Tem medo de falar Verdade e eu descobrir algum segredo seu? Enfim…deixa eu pensar… hum… eu vou pegar leve… te desafio a ficar submerso na piscina por um minuto. Se subir pra puxar ar, você perde!

Rafa olhou para a água e fez uma careta, Melissa, impaciente, o empurrou, fazendo-o cair todo aberto na água.

Não demorou pra ele emergir e puxar ar para respirar, Melissa então o obrigou a tomar a Vodca.

— Vamos continuar. — disse Henri pegando a garrafa e girando ao mesmo tempo em que Clara resmungou algo na direção dele, ela falava tão baixo que não pude escutar— muito bem, muito bem, eu pergunto pra Ana Clara!

Os dois se olharam e conversaram com os olhos, então Henrique perguntou:

— Verdade ou consequência?

— Verdade! — respondeu a vadia sonsa.

— É verdade que você é loucamente apaixonada pelo Léozinho aqui… hein?

— Responde Clara… é verdade? — falei encarando a menina que ficou vermelha na hora.

— Ai gente, assim não vale!

— Clarinha, é só uma brincadeira. Responder sim ou não… não custa nada!

Ela olhou para mim e me lançou um sorriso sarcástico, deu um gole na bebida e respondeu:

— Tá gente! É verdade… e se querem saber… ele tem os lábios mais gostosos que eu já beijei na minha vida!

Quando ouvi aquilo, saltei pronto para esganá-la, mas Rafael e Leandro me segurara, pedindo que eu me acalmasse.

Falei alguns xingamentos enquanto ela ria da minha cara, Melissa, sendo sua amiga, a defendia, colocando a culpa na bebida.

— Uau! Esse seu lado eu não conhecia Clarinha! Isso acontece toda vez que você bebe é? — perguntou Melissa sorrindo a fim de amenizar a tensão. Ana Clara deu de ombros e Melissa prosseguiu girando a garrafa enquanto Leandro segurava minha mão com força.

Agora a garrava estava parada de frente para Leandro e Henrique.

Um silêncio se fez no momento.

 

 

— Uaaaauuu! O duelo do século… Leandro versus Leandro! Que épico! — disse Henrique num misto de zombo e sarcasmo enquanto encarava Léo — Verdade ou consequência?

Leandro, com firmeza, respondeu:

— Verdade!

Henri olhou de Léo para mim, e no canto de sua boca um sorriso se formou, então ele disparou:

— É verdade que você e Rafael se pegaram aqui no clube um dia antes do aniversário de dezessete anos do Bruno?

Todos ficaram calados. Até Melissa que estava super agitada parecia ter prendido a respiração depois daquilo. Rafael olhou para Leandro, que estava vermelho de raiva e prestes a explodir quando Henri começou a gargalhar.

— Brincadeirinha gente! — disse rindo da situação — vocês levam tudo tão a sério… cruz credo! Eu tava brincando! Fazei isso por falar, mas agora é sério… é verdade que você deu seu primeiro beijo aos doze anos de idade?

Leandro respirou fundo e tentou soltar minha mão, mas eu a segurei com mais força ainda pra que ele não fizesse nenhuma besteira da qual se arrependesse depois.

— Cansei dessa brincadeira — disse Leandro me empurrando e se jogando na piscina. Me apressei em ir atrás dele, juntamente com Melissa.

— EU NÃO AGUENTO MAIS ESSE CARA! — disse Leandro aos berros, sem se preocupar se Henri escutava ou não.

— Calma amigo, fica calmo. Talvez tenha sido um erro trazê-lo, mas agora que ele está aqui, precisamos saber o que ele quer e por que. — Melissa segurava Leandro pelos ombros e o forçava a olhar em seus olhos.

Ficamos conversando por mais algum tempo enquanto Rafael discutia alguma coisa com Henri, que sorria descaradamente.

 

Um pouco depois, Joaquim acordou e foi direto à piscina se refrescar e eu fui arrumar os edredons e colchonetes na barraca para dormirmos e acabar logo com aquele pesadelo.

— Seu namorado ficou bem nervosinho na hora do jogo né? — disse Henri entrando e sentando ao meu lado.

— Porque você está fazendo isso? Não acha que já causou problemas demais? Porque não vai embora e nos deixa em paz?

— Era só uma brincadeira. Desculpa. — disse enquanto alisava minha perna com a ponta dos dedos — eu não quero ser mal interpretado, de forma alguma. Acho que tenho pegado pesado com vocês dois. Você me perdoa Brunão?

— Seu cretino! Minha vontade é te encher de porrada e…

— Bruno, eu sei que seu amor por ele é cego, mas eu só estou tentando te proteger.

— Me proteger de quem? — falei me fazendo de ingênuo.

— Do seu Lezin ué…

— Do que você está falando?

— Você só pode ser cego mesmo né?  Olha pra ele e aquele pirralho… o jeito que eles trocam de olhares… não acha estranho?

— Você tá falando besteira! Não vai conseguir me manipular! Sai da barraca, por favor!

— Eles são vizinhos! Se eu fosse você ficaria de olhos bem abertos porque seu namoradinho não é nem metade do que você pensa.

— Tenha certeza de que eu conheço o Leandro muito melhor do que você e se não quiser levar um soco no meio desse seu rostinho bonito acho bom ficar bico fechado!

— Ui… adoro homens agressivos! — disse com desdém.

Idiota! Como eu pude desejar um cara desses? Pensei enquanto ele ria da situação.

— Eu tenho um amiguinho que tá morrendo de saudade de seus beijos… — disse Henri apalpando o saco — Hoje eu quero te comer bem gostoso tá bom?

Sem dizer nada, eu levantei e fui pra perto do Leandro e o abracei por trás. Ele se surpreendeu com meu gesto e ficou meio envergonhado, mas então eu beijei seu rosto e ele sorriu.

— Ai meu Deus… vocês são tão fofos juntos. Ainda bem que aquele otário não causou nenhuma briga. Aliás, porque ele ainda está aqui? — Melissa estava de mãos dadas a Rafael que, aparentemente, havia se reconciliado com ela e a convencido de que Henri só estava sendo provocativo.

 

 

Ana Clara já tinha ido dormir, Guilherme e Joaquim tinham sumido e Leandro surtando por isso.

— Ele está sob a minha responsabilidade. Não posso perde-lo de vista. — disse Léo, preocupado, fazendo aquela carinha inocente que eu adorava ver nele — acho melhor procurarmos por ele e…

— Acho que não vai precisar. Eles estão vindo! — disse Mel olhando para a escuridão das árvores.

Henri vinha coçando o saco enquanto Joaquim tinha um olhar distante e choroso.

Comecei a imaginar o pior, mas por mais que perguntássemos, ele se recusava a falar.

Quando perguntei onde eles estavam, Joaquim apenas disse que estavam conhecendo o clube, obviamente era mentira. Me arrepiei ao pensar que Henri pudesse ter abusado dele.

 



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