1. Spirit Fanfics >
  2. Olhe com o seu coração >
  3. Capitulo 7

História Olhe com o seu coração - Capitulo 7


Escrita por: nath182

Capítulo 7 - Capitulo 7


- Senhor, chegamos. O cocheiro da carruagem assustado anunciou que tinha chegado ao local indicado.

- .... - O homem vestido com vestes pretas e um chapéu cobrindo a cabeça, apenas desceu da carruagem e suspirou.

" Amigo... Tinha lugar mais afastado do que esse" o homem observou a mansão, que era afastada do vilarejo. 
A residência era suntuosa, não era por menos, ele mesmo tinha construído.

" Um lugar que era para ser meu e de você, meu amor..." O homem observava o grande portão que trazia as iniciais ED.

Dentro da mansão os diversos empregados estavam agitados. Os rumores que o dono da mansão iria finalmente aparecer, fizeram causar uma pequena comoção.

O empregado mais velho, um senhor elegante, que vestia um terno e luvas nas mãos. O mordomo, que tinha visto apenas uma vez o homem, tentava colocar ordem no ambiente.

- Por favor, todos vocês! Me escutem!! Prestem bastante atenção!! O senhor, dono deste lugar, está quase chegando. E peço que vocês não o encarem ou olhem muito tempo para ele. Sem perguntas... Sem gracinhas... O senhor olhava para cada um dos empregados.

De repente a enorme porta principal se abre. Revelando um homem com trajes escuros e um enorme chapéu. Sabia que aquelas vestes eram caríssimas. O homem trazia com uma bengala, com a ponta de uma caveira.

- Senhor Destler, e uma honra revê-los! O mordomo fez uma referência.

O resto dos empregados acompanharam e fizeram o mesmo gesto.

O homem só observou todos, e continuou a caminhar para o segundo andar.

- Senhor Destler. Por favor, deixe-me mostrar seu quarto. O mordomo se apressou o correu atrás do homem

- Eu sei onde fica. Afinal eu que projetei este lugar. O homem falou ríspido.

O mordomo decidiu ficar em silêncio, e deixar o homem caminhar sozinho.

O interior da mansão era decorado com esculturas em mármore branco. Quadros e mais quadros. O chão refletia o sol, paredes claras com pontos onde o papel de parede bordô realçava o ambiente.

" Minha amada... Acho que é realmente hora de me despedir de você, de uma vez por todas" o homem no quarto, estava cansado. A viagem foi tão demorada, e sua face queimava. Era sinal que ele estava ficando irritado.

Retirando o chapéu, e a máscara que cobria metade de seu rosto, o homem se observava no espelho.

" Um monstro... É aqui que devo ficar afastado de tudo. Sem meu amor, porque a morte não o levou ao invés de sua tão gentil Christine" o homem em fúria quebrou o espelho, tingindo o chão de vermelho. Sangue escorria de suas mãos.

 

 

 

Anastásia tinha dormido tão bem... Oh poderia ser essa paz todos os dias. Seria perfeito, um paraíso.

- Bom dia, Constance. A jovem estava se esticando, dormirá tão bem.

- Olá, menina. Vejo que perdeu hora. A senhora se aproximou da cerca, que dividia as casas.

- Pois é, fazia anos que não dormia tão bem. Mas terei que limpar a casa hoje. Se elas chegarem e não virem o chão brilhando, terei problemas... Anastásia suspirou.

- Não se force, veja... Está tão magrinha. Coma primeiro sim? Constance sorriu para a jovem.

- Pode deixar. Depois do café eu irei fazer minhas tarefas. Anastásia acenou e foi para casa.

" Ah... Poderia ter tido mais uns dias de descanso. Agora, o que eu faço? Limpar, passar... Hum, vamos para o mais difícil, o quarto das gêmeas." Anastásia subia as escadas, pensava que o quarto das gêmeas era tão grande. E mesmo assim, seu antigo quarto se tornou no closet pessoal das garotas.

- Olá, velho quarto. Sinto sua falta, mas espero que você esteja gostando de viver como um enorme guarda roupa. Anastásia tagarelando sozinha, limpava cada canto do local.

Aquele dia foi passando, era quase noite, quando Anastásia resolveu caminhar um pouco.

" Feito! Casa brilhando e cheirosa, vestidos passados. Trabalho feito" Anastásia olhou orgulhosa para a casa que cheirava limpeza.

A noite no vilarejo era tão tranquila, as estrelas brilhavam e as árvores se movimentavam com o vento, uma brisa suave.

Recordava suas melhores lembranças, ao ver o lago lembrou de sua primeira pescaria com o seu pai. Ao avistar o lindo jardim que fazia parte da praça central, recordou de sua mãe, que adorava passear nas tardes de domingo apreciando as flores.

Aquele lugar era seu lar, como poderia fugir de lá? Como iria sobreviver? Ninguém iria notar uma maltrapilha como ela, seria um desastre. Tentar sobreviver sozinha, sem ninguém....

" Deve ser meu destino, ficar com minha madrasta" Anastásia estava com os olhos molhados, chorava ao ter que aceitar uma dura realidade.

- Olá, querida. Você pode me dizer como chegar até esse endereço? Uma mulher muito bonita se aproximou de Anastásia de repente.

Anastásia ergueu o olhar, ainda estava chorando. Ao perceber a mulher, tentou disfarçar.

- Oh... Olá senhora. Claro, posso ver o endereço? Anastásia observou o papel.

- Me desculpe querida, não percebi que estava chorando, está... Tudo bem? A mulher observou a jovem.

- S... sim... Não se preocupe. Anastásia sorriu gentilmente.

- Mamãe!! Papai tá perdido de novo né?! Uma menina de uns seis anos, correu na direção da mulher. A garota tinha cabelos negros, e um rosto de porcelana, tão lindo.

- Sim querida... Seu pai, que sempre vem para cá, se perdeu... E eu preciso agora, procurar o caminho. Seu pai nunca foi bom com mapas. A mulher acariciou o rosto da criança.

- Oi moça! Olha mamãe, que moça bonita. Ela parece aquelas esculturas que o tio Erik tem na casa dele. A menina abriu um grande sorriso para a jovem.

" Bonita? Eu... As crianças tendem a ver coisas além da imaginação" Anastásia corou, e sorriu sem graça.

- Muito bonita mesmo... Filha, por que você não volta para a carruagem com seu pai? Vou achar o caminho para a casa do tio Erik, ok? A mulher se agachou e deu um beijo na menina.

- Senhora... Esse endereço é bem distante daqui, na verdade ele pertence ao vilarejo, mas fica na saída dele. Hum... como vou explicar. Anastásia coçou a cabeça pensativa.

- Aqui, vamos nos sentar... Eu tenho papel e lápis. Posso desenhar um mapa, se você não se importar. A mulher guiou a jovem até um banco.

- Ah... Isso seria bom. Bem, você precisa pegar a estrada principal, aquela que dá para a igreja. Depois a uns metros você precisa virar a esquerda, passando uma árvore, ela é bem grande, tem folhagens verdes. Daí, você andará hum.... Alguns quilômetros, e se não me engano, passará por uma ponte. Depois disso você chegará. Anastásia explicava e observava a mulher habilmente desenhar um mapa.

- Wow, que explicação mais acurada. Acho que iremos achar sim... Mais uma vez obrigada, querida. Aqui para você... A mulher ofereceu algumas moedas para a jovem.

- Não!! Não precisa... Eu fiz sem querer nada em troca. Anastásia se sentiu mal ao ver que a mulher queria pagar.

" Ela deve pensar que sou uma andarilha... Que vergonha" Anastásia estava sem graça.

A mulher percebeu, balançou os cabelos longos castanhos, tinha ofendido a jovem.

- Oh, céus... Me desculpa, eu não quis te ofender. Eu só a queria presentear... Você foi muito gentil. As pessoas tendem a ser um pouco ríspidas, sobretudo quando veem minha filha. A mulher ficou triste.

- Ah? Anastásia questionou, o que ela estava falando? O menino era tão lindinho.

- Ah... Você sabe, uma britânica como eu casada com um árabe, minha filha pegou a beleza do pai. As pessoas torcem o nariz por isso... A mulher suspirou.

- Oh... Eu acho você e sua filha lindas, vocês parecem pintura, de tão lindas. Anastásia não entendia, como as pessoas poderiam ser tão preconceituosas?

- Obrigada!! Por isso, eu sempre quero ser amiga, de quem é gentil comigo, e você senhorita foi muito gentil. Mas, se você não aceita as moedas, aqui... Por favor, aceite isso. Eu sou desenhista, e bem... Adoro desenhar tudo que vejo. A mulher mexeu em sua bolsa, e tirou um papel.

- Oh... Que lindo!! Bem, eu vou aceitar, porque é muito lindo, ficará muito bonito em meu quarto. Anastásia se surpreendeu, era um desenho tão belo. Mas não sabia aonde era tal construção divina.

- Ah... É algo que você imaginou? Esse lugar, parece um palácio!! Anastásia questionou a mulher.

- Ah... Querida, você não conhece o Opera Garnier? Fica em Paris. Hum, há uns 6-7 horas daqui. A mulher estava espantada, era para todos conhecessem esse lugar, não?

- Oh...me desculpe. Eu nunca sai do vilarejo. Fico muito maravilhada que construções desse tipo, existam. Anastásia corou.

" Agora, você entregou sua carta de bicho do mato, parabéns Anastásia!" A jovem ficou calada.

- Quem sabe um dia você não o visite? É lindo..., mas por ora, fique com o desenho. Minha querida, não fique assim... As coisas em nossas vidas, as vezes... Podem mudar de uma hora para a outra. A mulher sorriu, e abraçou a jovem de repente.

O abraço daquela mulher era tão aconchegante, lembrava o abraço de sua mãe, fazia tempo que não ganhava um abraço tão amoroso.

- Fico feliz que eu te ajudei. E mais uma vez obrigada pelo desenho. Anastásia voltou a sorrir, e acenou para a mulher que entrará na carruagem. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...