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História Olhos Frios - Elsanna - 10 - Amnésia


Escrita por: AlexiaNeveu

Notas do Autor


Olha só quem voltou!? Pois é... Prometi e tá aí.

Peço desculpas se tiver muito ruim, pois deu uma meia crise de criatividade. Tento melhorar nos próximos.

E o que estão achando até agora? O que esperam dos próximos capítulos? Deixem sua opinião!

E caso eu só volte em janeiro, já deixo um Feliz Natal e Próspero Ano Novo à todos. Até mais ;*

Capítulo 10 - 10 - Amnésia


A pergunta pairou no ar durante alguns segundos. Segundos que fizeram com que Anna congelasse no mesmo lugar em que estava. Seus olhos não desgrudaram dos de Elsa, mas, diferentemente do brilho gélido que eles emanavam na maioria das vezes, havia somente uma coloração azulada totalmente opaca. A mais velha, apesar de confusa, parecia agitada, principalmente com a aproximação do médico que, por conta do estado de sua paciente, ignorou a presença da ruiva. Em contrapartida, a loira tentou erguer o dorso para se levantar, contudo, sentiu uma forte vertigem no simples ato de erguer a cabeça, voltando a deitar-se.

– Minha cabeça… O que está acontecendo?

– Fique calma, Elsa. Tudo será explicado em seu devido tempo. – O Dr. Alexander aproximou-se lentamente, com as mãos levantadas, como se dissesse que estava ali para ajudá-la. – Você sofreu um acidente, ocasionando um sério ferimento na cabeça. Sua recuperação está indo muito bem, mas preciso que você se acalme, por favor.

Anna nunca pensou que veria sua irmã em uma situação como aquela. Ela parecia aterrorizada ao olhar de um lado para outro, sem reconhecer ninguém, sem entender direito o que lhe acontecia e, ainda por cima, vendo todas aquelas máquinas e fios interligados em si. Lágrimas finas escorriam por seu rosto pálido, provavelmente por conta de todo o estresse que sofria, mas a mais nova só queria afastar a tudo e todos e lhe abraçar, afastando todo aquele medo que pairava sobre a loira. Infelizmente, não podia fazer aquilo, pois nas duas vezes em que fez menção de se aproximar, percebeu a outra retesar o corpo, como em um instinto de defesa. 

Elsa não a queria perto, aquilo era nítido e, portanto, ela não tinha muito o que fazer. Acabou saindo da sala de modo cabisbaixo, voltando para sua velha e conhecida parede de vidro. O chão, felizmente, estava limpo e Kristoff a aguardava com um sorriso animado.

– Por que essa cara? Ela acordou, Anna!

Deveria estar, não? Um sorriso devia estar presente em sua face e esticado em seus lábios, mas não era exatamente o que sentia, por isso, não fazia sentido que o mantivesse. Tentou forçar, afinal, o amigo não entenderia o que ela passava.

– Eu sei, Kris, mas ela não se lembra de mim…

O sorriso que pairava nos lábios de Kristoff foi desaparecendo aos poucos quando o loiro entendeu o que aquela frase queria dizer. Sem esconder a surpresa, o jovem rapaz só desviou os olhos da amiga, observando a mais velha pela parede de vidro. Naquele momento, o Dr. Neveu medicava Elsa, pois a moça parecia bastante agitada e aquilo não ajudava em sua recuperação.

– Poxa, sinto muito, Anna. Eu… Não imaginava que isso fosse acontecer agora, mesmo que soubéssemos dessa possibilidade antes, não parecia real.

– Eu agradeço a preocupação, mas agora só nos resta esperar.

As horas se passaram rapidamente e, mesmo diante da insistência de Kristoff para que fosse para casa descansar, Anna permaneceu ali, parada, olhando através do vidro transparente. Elsa dormia profundamente após a visita do médico que cuidava de si, ele, inclusive, havia lhe dito que ela ter acordado era uma ótima notícia, que ajudaria na recuperação, mas a ruiva não estava totalmente feliz. Não quando vislumbrou aquele olhar perdido, cheio de receio e medo, de dúvida. Não era o que esperava ver de Elsa tão cedo, ou, na verdade, nunca pensou que a veria numa situação tão delicada como aquela. Porém, parte de si lhe dizia para não ser tão egoísta. Sua irmã estava viva, bem, e logo mais se recuperaria totalmente, voltando a ser fria, ranzinza e solitária como sempre, do jeito que estava acostumada. 

– Anna!

Seus pensamentos foram interrompidos com uma voz que se elevou às suas costas. Ao virar-se, vislumbrou os olhos marejados de Iduna Arendell, que, automaticamente, jogou-se em seus braços. Sua mãe, assim como ela, parecia exausta. Na verdade, apesar do próprio Agnarr tentar fugir do hospital para não ver a filha naquelas condições, a ruiva sabia que ele sofria também, tanto quanto elas. 

– Onde ela está, filha?

– Na UTI ainda, mamãe. O Dr. Neveu preferiu mantê-la lá por questões de segurança. Eles ainda não sabem do real quadro dela, então preferem não arriscar. Mas… Ela parece não se lembrar de nada, nem de nós. – Havia dor no olhar de Anna ao fitar os olhos azulados na mãe, tão parecidos com os de Elsa. – Ela perguntou quem eu era…

– Oh, filha, sinto muito. 

– Eu também sinto… Tiveram que sedá-la, pois ela estava muito agitada quando acordou.

– Espero que ela possa sair desse lugar o mais rápido possível.

– Penso nisso à todo instante.

As horas passaram-se e, com elas, o cansaço da mais nova foi se intensificando até que, após muita insistência de sua mãe, ela se aconchegasse em um dos bancos da sala de espera para dormir um pouco. Foram muitos os sonhos que teve naquele meio tempo. No primeiro, estavam de volta ao quarto de Elsa, e, novamente, a loira lhe dizia que sentia algo por si. Diferentemente da realidade, Anna não se afastou da irmã, não pensou em nada, apenas juntou seu corpo ao dela e lhe beijou apaixonadamente. Contudo, as imagens fugiram de sua visão e ela voltava a ver a mais velha envolvida em tubos e cabos, fraca, ferida e… Em coma. Em um terceiro, que ela sabia ser um pesadelo, a ligação que recebeu, na verdade, era para informar que Elsa estava morta.

Acordou em um sobressalto. Apoiou-se no banco em que havia se encostado, olhando de um lado ao outro levemente confusa. Percebeu, com o coração acelerado, que a sala onde Elsa devia estar estava escura. Escura e fechada. Sem pensar em qualquer coisa mais, Anna se levantou e correu na direção da sala. As mãos tocaram o vidro, mas seus olhos nada viam, pois a cama estava vazia. Não havia ninguém no quarto, além de as máquinas e cabos ligados, mas o aparelho que devia medir o coração de Elsa não estava mais ligado a ela.

– Onde ela está…?

Seu coração batia acelerado, enquanto a moça olhava de um lado para outro. Quanto tempo dormiu? Pensou que poderiam ser algumas horas, mas não o suficiente para não escutar a movimentação ou as vozes, ou o que quer que tenha tirado sua irmã dali. Os olhos estavam marejados, enquanto a moça seguia até a recepção, prevendo muitas coisas em sua jovem cabeça. Culpabilizou a si mesma por ter dormido, mesmo que estivesse exausta, pensou no que o médico tinha feito de errado, para que sua irmã precisasse sair dali, imaginou uma piora considerável em seu quadro, porque temia que a tivesse perdido naquele meio tempo. No entanto, ao chegar à sala seguinte, viu sua mãe sair de um dos quartos e, pelo olhar dela, pelo menos algo de ruim não devia ter ocorrido de fato. 

– Conseguiu descansar, Anna? – Iduna parou de falar ao perceber a palidez na face da filha. – O que aconteceu? Está se sentindo bem?

– Eu pensei que a Elsa tivesse piorado quando vi seu quarto escuro.

– Não, ela está bem. O Dr. Alexander achou melhor transferí-la para um quarto, para que ela pudesse se manter mais calma e não ficasse tão exposta. Ele me disse que ela não precisa mais dos aparelhos. Acredita nisso?

– É… Maravilhoso. Será que… Eu posso vê-la?

– É claro que sim. Eu vou em casa buscar algumas peças de roupa para ela. Espero que ajude com sua memória. Depois, por favor, vá para casa para descansar de verdade, filha. Você está bastante abatida.

– Eu irei, prometo.

Entretanto, Anna não ouvia mais sua mãe com tanto afinco. Seus olhos estavam vidrados na porta do quarto 406, que era onde sua irmã estava. Limpou as lágrimas com as costas da mão, enquanto que, com a outra, girava a maçaneta da porta. Respirou profundamente antes de encarar a loira deitada na cama à frente. Elsa ainda parecia bastante fraca, com a palidez mais acentuada em seu rosto. Contudo, havia apenas um curativo menor, ao invés de uma faixa no ferimento de sua cabeça, bem como um pequeno band-aid no supercílio esquerdo. Os cabelos caíam soltos sobre seus ombros e travesseiro e, apesar da crescente falta de cuidado nos fios, eles pareciam tão belos quanto Anna se recordava. Os olhos azuis da irmã encararam os seus e, depois de tanto tempo, a ruiva viu um leve brilho, algo que não fazia mais parte da jovem há anos.

– Olá, Elsa. Eu sou a Anna e imagino que não lembre de mim, mas sou sua irmã e estou muito feliz em te ver.

– Olá. – Um sorriso fraco se formou nos lábios da mais velha, enquanto ela fitava a, até então, desconhecida. Anna sentiu o peito encher com aquele simples ato. – Eu posso...Não lembrar de você, mas sinto que é importante para mim. Isso é… Verdade?

O coração de Anna bateu mais acelerado. Seria possível que, mesmo sem lembrar de si, Elsa ainda mantesse seus sentimentos intactos? Será que seu amor era tão grande assim? As lágrimas que tentou segurar minutos antes vieram à tona ao pensar no quanto a mais velha sofreu durante todo aquele tempo. Aos poucos entendia toda aquela frieza, ou as tentativas de afastamento. Devia ser doloroso para Elsa lidar com a pessoa que amava, por não poder ser correspondida. A loira a olhava confusa, como se não entendesse realmente o que acontecia com a irmã.

– Você está bem?

– É claro que estou. – O choro de Anna misturou-se a um riso involuntário. – Um dia você entenderá, eu prometo. Agora, acho que precisa descansar um pouco. Se você melhorar logo, poderemos ir para casa e tudo se resolverá.

Aquilo era uma coisa que ela verbalizava mais para si do que para Elsa. Quando a primogênita Arendell recuperasse a memória, Anna estaria pronta para ter a conversa que prometeu. Ah, com certeza.


Notas Finais


Volto em breve, pessoal! <3


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