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História Olhos Frios - Elsanna - 15 - Recaída?


Escrita por: AlexiaNeveu

Notas do Autor


Olá, pessoal! Tudo bem? Todos vivos? Seguros? Se cuidando? Maravilha!

Bem, eu sei que demorei e tudo mais e peço desculpas. A vida está bastante corrida e, como tinha mencionado, as aparições estão mais escassas. Maaaaaas, me deu um lapso de criatividade e tive que escrever. Espero que apreciem e, por favor, não me abandonem!

Até breve.

Capítulo 15 - 15 - Recaída?


Naquela noite, ao invés de ir para casa como de praxe, Anna resolveu ir para o escritório. Sabia, é claro, que encontraria Elsa lá, mas o assunto que tinha pendente consigo não podia esperar e, além do mais, precisava vê-la. Aquele último dado, a ruiva guardaria para si, pois não queria apressar as coisas entre elas, tudo parecia tão bem, tão certo, que não havia necessidade de ser intensificado – ainda. Contudo, podia reconhecer para si mesma que sentia falta dela. Sentia falta de vê-la, de apreciar sua beleza, de observar seu sorriso, ou quando ela, instintivamente, jogava os cabelos para trás, sem nem perceber que fazia aquilo. 

Quando alcançou o 28º andar do prédio, um sorriso pairava em seus lábios. O andar estava silencioso. “Por conta do horário”, imaginava, afinal, eram por volta de 21 horas. Quando alcançou a sala que dividia com Elsa, sentiu o coração bater mais acelerado. Observou a irmã sentada, como de praxe, com um calhamaço de documentos e uma caneta na mão. Estava tão concentrada que sequer percebeu a chegada de Anna ou desviou o olhar dos papéis dispostos em sua frente. A loira fazia anotações rápidas e do modo que estava inclinada, mechas platinadas caíam por sua face, cobrindo-a parcialmente. 

– Queria eu ter tanta atenção quanto esses documentos em sua mesa…

Foi engraçado, para Anna, observar a loira se sobressaltar e olhá-la como se visse um fantasma. A ruiva não aguentou e começou a rir, como se a loira tivesse caído da cadeira de alguma forma engraçada.

– Tenho perguntas a lhe fazer e não sei se quero saber as respostas. – A mais velha enunciou – Mas, vamos lá. O que faz aqui, Anna? E… Do que está rindo?

A ruiva, diante da seriedade na voz de Elsa, não deu continuidade ao momento cômico, ao menos para ela. Tratou de se recompor, ao mesmo tempo em que se aproximava da mesa da irmã, sentando-se em uma das cadeiras à sua frente.

– Desculpe, Elsa. Vi você tão concentrada e não sabia se seria mais apropriado me aproximar em silêncio, ou já denunciar minha presença. Pelo visto, era melhor não ter dito nada. – A mais nova tentou permanecer séria, enquanto a irmã lhe analisava. – E, estar aqui é porque preciso falar sobre aquele caso, lembra?

A loira parou por um instante, parecendo buscar informações sobre aquilo e, segundos depois, suspirou longamente, soltando a caneta sobre a mesa.

– Anna… Eu já te disse tudo, não? Olha, esse caso é complexo demais, desgastante demais… Não prefere deixar para lá? – Naquele momento, Elsa passou uma das mãos nos cabelos, parecia um pouco impaciente.

– Eu sei que disse tudo isso, mas por que só agora? Foi você que insistiu para eu investigar, lembra?

Anna não queria falar em voz alta, porque não sabia qual seria a reação da irmã, mas algo dentro de si dizia que ela sabia exatamente por qual motivo Elsa se comportava daquela forma. Lembrava-se nitidamente do receio da mais velha para que ela não encontrasse Hans. Estaria Elsa com ciúmes? Como quem parecia ler seus pensamentos, a loira arqueou uma sobrancelha, enquanto se recostava em sua poltrona.

– Eu não estou com ciúmes, Anna Arendell. Por favor, isso não é um comportamento de uma pessoa adulta e madura. Não esqueça que não somos mais adolescentes apaixonadas. – A ruiva segurou o riso, tentando se manter séria. – O que eu quis dizer é que, concordo com você quando disse que essa família tem algo obscuro escondido. Mas, novamente, tanto eu quanto papai já conversamos com vários deles e, penso eu, que não há muito a ser feito. Eu te pedi para ver esse caso, porque te ajudaria a ter um pouco mais de prática. Porém, depois do tempo que me cobriu, não imagino que seja mais necessário, certo?

– Els, é muito legal da sua parte, mas lembre-se de uma coisa: somos pessoas incansáveis. Eu não sei você, mas eu não vou me contentar enquanto não descobrir o que aconteceu. E é por isso que estou aqui. Quando você conversou com o Hans sobre tudo, se recorda de como ele se comportou? 

Anna percebeu que aquele assunto era mais delicado quando Elsa ficou mais séria. A loira inclinou o corpo sobre a mesa, se apoiando nos cotovelos e, aquele simples movimento fez a ruiva esquecer momentaneamente o que fazia ali. Foi somente quando a mais velha falou que ela conseguiu voltar a se concentrar.

– Ele era frio como uma pedra de gelo, Anna. A todo momento dizia que quando encontrasse o pai, o mataria. Seus irmãos pareciam mais comedidos que ele, mas o Hans era o mais indignado, digamos assim. Eu entendo a dor que passou, bem como o comportamento, afinal, eles tinham idades próximas. Ela tinha apenas dois anos de diferença . Na época, Hans tinha 22 e ela, apenas, 20 anos. 

– Ela teria a minha idade hoje… Que… Cruel.

– Sim. Há um laudo da perícia, mas ele foi feito depois de toda a tragédia. Não há muitas informações da moça, muito menos a data exata de sua morte. Inclusive, achamos esse fato estranho, porque não havia registro de entrada dela em nenhum hospital da cidade e o enterro ocorreu exatamente no mesmo dia da morte. Quer dizer, algumas horas depois. 

– Pobre Elisa…

– O quê? Você sabe o nome dela?

– Hans me disse.

Elsa, de repente, ficou pálida. Anna, assustada, aproximou-se da irmã de modo automático.

– O que foi, Els? Está tudo bem?

– Está sim, me desculpe. É que… Durante esses três anos, lidamos com este caso sem saber sequer o nome da vítima. Todas as informações que conseguimos, foi através da família Island Soul. Eles são poderosos demais e papai não quis buscá-los de outra forma, mesmo que eu tenha achado isso um ato covarde. Então, todos os laudos, autópsia, declarações, depoimentos, fichas, dentre outros dados do dossiê não consta o nome da moça. A conhecíamos, apenas, como a “13ª filha”. 

– Mas, e o que o juiz falou sobre isso?

– Não houve julgamento, Anna. Como não temos o culpado, muito menos testemunhas presentes durante o ato, ou qualquer outra pista, o caso não teve como ser julgado, infelizmente.

– E por que o Hans me falou o nome dela e não para vocês?

Talvez aquele não tivesse sido o melhor questionamento escolhido por Anna, pois assim que fez a pergunta, percebeu as sobrancelhas da irmã franzir-se, demonstrando que estava irritada. Um meio sorriso brotou em seus lábios e, daquela vez, ela preferiu não manter-se em silêncio.

– Você me diz que não age como adolescente, que é uma pessoa madura, decidida sobre si, certo? Mas, ando percebendo, cara irmã, que a cada vez que cito o nome do Hans, você parece não gostar muito. Seria algum motivo que eu deva saber?

Elsa enrijeceu a coluna, fitando Anna com aquele olhar que ela não apreciava, como se a congelasse de dentro para fora.

– Não deveria me preocupar com você, é isso que quer que eu diga? Não temos ideia do que realmente aconteceu naquela noite, Anna. E, baseado em fatos e documentos não totalmente seguros, sabemos que o pai de Hans matou a própria filha. Quem nos garante que os filhos não tenham consigo a mesma índole?

Daquela vez foi a ruiva que arqueou uma sobrancelha surpresa.

– Muito me surpreende que você pense uma coisa dessas, Elsa. Não acha que é uma hipótese ridícula? Hans não parece ser o tipo de pessoa que faria algo assim.

– Você o conhece, então?

A loira levantou-se de repente, levando uma das mãos a têmpora, como se as massageasse. Anna suspirou, mantendo-se onde estava. Não entendia muito bem o que acontecia ali, muito menos os motivos de sua irmã agir daquela forma. Se não era ciúmes, mas apenas preocupação, Elsa lhe tratava como se tivesse cinco anos de idade. Não desviou o olhar de si, enquanto a mais velha começava a caminhar de um lado para o outro. Era verdade que ela tinha dito que não se incomodava com a ruiva, mas como explicar aquele incômodo no peito? A vontade de dizer o quanto a queria por perto, bem longe daquele homem e de sua família, ou, ainda, poder conversar consigo mais vezes, observar seu sorriso, sentir seu cheiro. Respirou fundo, voltando a encarar Anna.

– Você quer que eu diga que é ciúmes? Bem, eu digo. – Elsa andou em sua direção, aproximando-se o suficiente para que Anna sentisse seu perfume. – Sinto ciúmes de você de tantas formas que não consigo enumerar. Eu sei que é necessário que fiquemos afastadas, mas vê-la aqui, tão perto e não poder sequer ter uma conversa com você, Anna, está me consumindo. Não devia ter te falado sobre o que sentia. Era melhor ter entranhado lá fundo do meu peito, assim, nenhuma de nós sofreria. Porque sei que você sofre, talvez mais do que eu. E que tipo de pessoa sou por deixar isso acontecer?

 – Els, não diga isso. – A ruiva levantou, aproximando-se ainda mais de sua irmã. Naquele momento, não importava exatamente o que uma tinha dito à outra. – Eu sei como se sente e entendo perfeitamente. Conversamos para que as coisas não ficassem tão complexas ou fora de nosso controle, somente isso. 

– É o certo, Anna? O que estamos fazendo, aliás? Eu nunca vou poder te apresentar para os meus pais como minha namorada. Lembra-se disso? Tudo isso porque, é claro, você é minha irmã! Que loucura estamos fazendo, Anna?

– Não mandamos no nosso coração, Elsa! – Anna elevou a voz, já que a irmã parecia ter decidido que aquele era o momento para ter uma briga com ela. – Você disse que me amava, o que quer que eu faça? Quer que finja que nada aconteceu? Você quase morreu, Elsa, quando brigamos! Como acha que me senti?

Ela não queria chorar, não ali, não naquele momento. Porém, se recordar do que aconteceu, relembrar Elsa presa a uma cama, sem sequer reconhecê-la lhe trazia uma dor que não queria sentir mais. Era quase como se a visse, novamente, em meio aquele caos que passou. Queria abraçá-la, dizer-lhe que tudo ficaria bem, mas como poderia? Foi então que sentiu o toque dela, que, ao contrário de seu olhar, era quente. Elsa limpou as lágrimas que corriam por seu rosto e, sem esperar qualquer reação de Anna, a beijou.


Notas Finais


Uma briga leve sempre é bom para apimentar. Agradeço, novamente, por acompanharem e tentarei não demorar tanto. Até breve ;*


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