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História Omega - Brevemente


Escrita por: vanaheim

Notas do Autor


Tenho um recado. Queria deixá-lo aqui, antes que vocês lessem o capítulo, como não será possível estará esperando nas notas finais.

Capítulo 26 - Brevemente


Stiles estava acabado. Literalmente acabado. Assim que desceu do carro seu corpo parecia ser sendo guiado por uma força superior, que ia além do sua mente. Bem como uma marionete em manuseio. Fora guiado escada acima, direto para o banheiro, se despindo e indo direto para debaixo do chuveiro. Nem a água fria fora suficiente para dissipar aquela nuvem densa de fadiga que pairava sobre a sua cabeça. Stiles ignorou os chamados do seu pai e seu interrogatório. Garantiu que outra hora explicaria, talvez.

Enquanto esfregava seu corpo – livrando-o da terra e do sangue – pensava e repensava. Havia uma angústia infiltrada em seu peito. Uma semente que começava a se enraizar e deixá-lo inquieta. Pensara nisso o tempo todo do trajeto do hospital até a sua casa. Quando a sensação morna do beijo passou o olhar veio como um banho de água fria.

As lágrimas se misturavam a água e a espuma. Dos acontecimentos daquele dia o olhar de Bruce foi o que mais o marcou. Estar na mira daquele olho azulado, um olhar cheio de significado. Stiles se perguntava a todo momento – assim que desceu do carro e a ficha caiu – se Bruce estava magoado. Se ele o odiava, se de alguma forma o culpava. Mesmo estando ciente que fora o lobo que pedira sua ajuda. Sua interpretação pesava mais que qualquer outro fato.

Stiles mais uma vez ignorou os chamados do pai para almoçar. Ele só pensava em uma coisa naquele momento. Dormir. Seu corpo precisava disso. Seus músculos doíam. Cada um deles, uns que ele nem sabia que existiam. Quando seu corpo tocou a cama ele literalmente apagou. Como se alguém tivesse apertado o botão para desligar.

   




•×•





Stiles acordou com dor no pescoço. A região estava rígido e reclamava da posição em que se encontrava. Sua cabeça pendia para fora do colchão e o seu corpo estava espalhado por todo ele.

O rapaz grunhiu aquando se moveu, rolando na cama e massageando a área que reclamava. Ele suspirou, piscando os olhos e só então percebeu a escuridão ao seu redor.

Stiles se ajoelhou num pulo, sentindo o pescoço reclamar com a movimentação repentina. Seus olhos se acostumaram com a penumbra e ele percebeu que aquele era o seu quarto.

— Carambaaa…

Ele balbuciou em meio a um bocejo. Coçando a nuca um tanto atordoado. Mal se lembrava de ter chegado em casa. Fora, literalmente, possuído pelo cansaço. Sua última lembrança daquela manhã conturbada fora o beijo. A, sim. Nitidamente. Estava um pouco satisfeito por Matt não ter aparecido para atrapalhar o momento dessa vez. Ou um ex-cunhado sem noção.

O rapaz coçou a barriga, olhando em volta novamente, lamentando não ter podido aproveitar o momento devidamente. Foram tantos acontecimentos que ele se surpreendeu não ter se jogado no primeiro leito hospitalar que encontrou. Estava surpreso por ter conseguido se banhar também.

Stiles ligou o abajur. Iluminando o quarto parcialmente. A luz fraquinha quase o cegou, ele piscou algumas vezes para se acostumar com a claridade. Fitando a cômoda onde jaziam o seu celular e o punhal que pertenceu a Paige; Stiles ainda estava surpreso por possui-lo. Aquilo era perigoso e parecia ser bastante importante. Mas Paige sequer fez questão de pedi-lo.

Stiles esticou o braço e pegou a arma. Pendendo um pouco para o lado, na direção da luz, para olha-la melhor. O metal cinza-prateado refugia a luz facilmente, como se a lâmina fosse virgem. Stiles se acomodou melhor, sentando-se na cama, fitando o objeto com minúcia. Ele dedilhou as runas em relevo, na parte chata e subiu para o cabo. Observando as imagens entalhadas no ossos: os dois lobos em lados opostos, um perseguindo o sol e o outro a lua. O entalhe seguia uma espiral, como se eles fossem ladear o objeto.

Stiles pressionou o lábio inferior entre os dentes. Lançando um olhar curioso para o celular; cujo a luzinha piscava com certa insistência. Ele tornou a encarar o punhal. Se perguntando mentalmente se encontraria algo jogando a imagem no google.

Ele tratou de pegar o celular. Assim que o encarou a realidade voltou com tudo. Parte da tela havia se perdido, parecia uma pequena raiz subindo do canto para todas as direções..

— mas que porra.

Ele praguejou. Tinha se esquecido que a tela estava trincada. Ele pressionou o botão vendo a mesma se ascender, pelo menos não estava escura. Stiles semicerrou os olhos para aparelho, só para ter certeza de que não estava alucinando. Haviam mais de quinhentas notificações dentre mensagens e chamadas.

O rapaz deixou o celular de lado. Não olharia aquilo tudo agora e ficaria ruim de utilizá-lo, lembrou-se de como foi difícil manuseá-lo para fazer a ligação. Preferiu dar atenção para a sua barriga, que doía e estava contraída de fome.

Stiles se espreguiçou e se levantou. Da cômoda ele puxou uma cueca e a vestiu. Encarando o próprio reflexo no espelho enquanto o fazia. O rapaz ligou a luz do quarto e se aproximou do guarda-roupas para ver melhor o reflexo; sua mão estava sobre o ombro tocando e pressionando a pele. Ele se virou e espiou por cima do ombro também. Estava tudo normal. Sem qualquer cicatriz. Aquilo o deixou aliviado e intrigado ao mesmo tempo.

Stiles fitou o punhal novamente. Se perguntando onde a mulher havia conseguido e como ele funcionava exatamente. Se era para um determinado tipo de criatura. Suas perguntas pararam por ali, quando mais uma vez sua barriga roncou, até porque a única que poderia responder se fora.

Assim que desligou as luzes Stiles saiu do quarto com cuidado. Se certificando de fazer o mínimo de ruído possível. A casa estava escura e silenciosA, o que significava que seu pai já estava dormindo. Ele desceu as escadas e seguiu direto para a cozinha.

O castanho abriu a geladeira e deu uma boa olhada, procurando o que comer. Seus olhos foram atraídos por um generoso prato de comida. Ele se agachou e fitou-o com atenção. Observando tudo o que ele gostava e mais. A, ele amava muito seu pai.

Stiles seguiu para mesa, pegando os talheres. Nem ao menos se deu o trabalho de esquentar. Se livrou do papel filme e passou a atacar a refeição de forma voraz. Enquanto repassava mentalmente o ocorrido daquele dia. Quer dizer, do dia anterior. Pois quando olhara o celular faltavam três para uma da manhã. Quando lembrava-se da conversa com a mulher franzia o cenho e se lembrava de como quase fora enganado por – devido a pressa e o despreparo – não ter sido minucioso em suas perguntas. Quando se lembrava dos lobos sentia um calafrio e seu rosto se contorcia em uma expressão assustada. Mordia o lábio quando pensava no olhar confuso de Derek sobre si; Stiles se perguntava se o homem se lembrava de alguma coisa. Se de alguma forma as memórias de Bruce foram repassadas. Aquilo era realmente complicado. Ainda mais quando não se tinha ninguém para tirar suas dúvidas. Lembrava-se perfeitamente da magia que a druida dos Hales fizera; de como, no começo os olhos eram verdes. Mas não fora quase nada. Ele podia contar nos dedos as vezes que aconteceu.

E quando pensava no beijo seu rosto esquentava. E um sorriso torto, devido ao mastigar constante, surgia. Ardia um pouquinho mais quando se lembrava do comentário sobre os seus dedos. Sempre que comentavam ele ficava encabulado; devido a um comentário que um ex colega seu fizera certa vez. Que fez-o passar pensar bobagem desde então.

Stiles perguntou-se se deveria ligar para ela. Mas concluiu que, naquele momento, estava um tanto tarde para isso. Como quando decidiu, quando saiu de fininho, que deixaria eles curtirem o retorno do de Derek. Dois anos não eram dois dias. Muitas coisas iriam ser colocadas em dia. Muita informação para se absorver.

John surgiu no cômodo alguns minutos depois. Quando saiu do deu quarto visava beber um copo d’água. Mas acabou sendo atraído pela luz acesa e o som nada discreto de talheres contra o prato.

O homem coçou os olhos, observando a briga do filho com a comida. O desespero, como se o prato fosse fugir com o alimento. Stiles ainda estava alheio a sua presença.

— Coma devagar. — Ele ralhou, seguindo para a geladeira após pegar um copo e se servindo com a água

Stiles ergueu os olhos. E forçou o que mastigava a descer. Observando os movimentos do mais velho.

— não consigo. — Ele afirmou. Preparando mais uma colherada generosa e levando a boca. — estou… morendo. De… fom…

Balbuciou o castanho. Procurando algo mais com os olhos. Caso o prato feito não o saciasse.

— Estou vendo. — John observou. Sorrindo divertido. — Estou surpreso por você ter acordado. Te chamei tanto para jantar.

Stiles balançou a cabeça, assentindo.

— Estava precisando desse sono.

— Percebi. — o Stilinski mais velho puxou uma cadeira e se sentou. — Parecia um zumbi zanzando pela casa. Antes de eu te levar até o banheiro.

Stiles riu baixinho, negando com a cabeça.

O xerife observou-o a todo momento. Esperando que ele terminasse para que pudesse perguntar.

— Vai me dizer o que está acontecendo? — Ele quis saber.

— o que?

Stiles estava recostado no encosto da cadeira, a cabeça jogada para trás. Desejando que um sanduíche e uma xícara com café se materializasse na sua frente, sem que ele tivesse que preparar.

— O que? — John bufou. Como se a resposta fosse óbvia. — uma hora você está triste ou com uma expressão assustada. Na outra está com um sorriso de orelha a orelha. O que está acontecendo?

O Stilinski mais velho ergueu a sobrancelha. Stiles torceu o nariz para a observação.

— E então? — Ele insistiu

— Pai… o senhor não gosta de se envolver nesse tipo assunto. — Stiles balbuciou. Fazendo questão de dar ênfase nas três últimas palavras.

— Eu não gosto que se envolva tanto. — Ele ditou. — Pois você, Stiles, leva isso como meta de vida. Não sabe quando parar.

John resmungou. Lançando um olhar atravessado para o filho, reforçando a sua pergunta anterior.

— é complicado. — Stiles balbuciou, empurrando o prato vazio para longe.

— Você consegue explicar. — O xerife garantiu.

Stiles olhava-o com atenção. Hesitando, não queria estressa-lo com tanta informação. Mas acabou suspirando e narrando os acontecimentos dos últimos meses; desde que souberam que um lobo estava fazendo bagunça na cidade, que chamou a atenção de caçadores que passaram a persegui-lo. Que se jogou com ele do quinto andar de um prédio abandonado para salva-lo de uma saraivada de balas. Que lhe rendeu um pulso torcido o que lhe rendeu um pulso torcida e fratura nas costelas por alguns dias e a primeira leva de castigo. Sobre como Bruce entrara na sua casa, ferido e assustado. De como conheceu os Hales e descobriu que Bruce pertencia a eles. Que Bruce na verdade era o espírito animal de uma pessoa que estava dormindo há anos. De como vira como aconteceu, após receber uma boa dose de memórias. De como reconhecera o rosto da mulher e só se lembrou de onde a havia visto quando seu pai reclamou da ausência de troco. De como a encontrou ainda no mercadinho. Do impasse, de que ad luzes eram lobos fantasmagóricos, de como unira o espírito e a alma em um só corpo.

E por mais que o assunto fosse extenso e cheio de detalhes e dramaticidade, John não o interrompeu. Era um bom ouvinte. Ele balançou a cabeça quando o jovem terminou. Não entendia muito daquilo; Stiles tinha razão, ele não gostava muito de assuntos que envolviam o mundo “sobrenatural”. Nunca fizera questão de participar. Embora aquilo fosse parte do seu filho. Começava a se perguntar se àquilo fora um erro. Pois se sim, não o fazia um pai tão bom quanto alegavam. Ele se levantou e aproximou-se do filho, se abaixando um pouco para que alcançasse a altura da cadeira que o filho estava sentado, para abraça-lo. Quase perdeu as forças das pernas quando Stiles lhe disse que fora esfaqueado, mesmo ele garantindo que já havia se curado do ferimento.

— Você é tão forte Stiles. Tão forte que as vezes me assusta.

Ele balbuciou, beijando topo da cabeça do jovem, antes de se encostar na beirada da mesa e fita-lo. Todo aquele empenho lembrava muito a sua ex mulher. Todas as qualidades que fizeram-no se apaixonar por ela. Stiles as possuía. Possuía o melhor dos dois.

— A, eu não sou tão forte assim.

Stiles brincou, sorrindo bem humorado, flexionando o braço esquerdo e olhando para o bíceps.

John revirou os olhos, puxando uma cadeira para si e se sentando.

— Eu deveria te mandar para longe daqui. Morar com sua tia, não sei. Ficar longe de toda essa merda já seria o suficiente. — o xerife balbuciou, esfregando os cabelos. Ignorava a careta do filho, que sequer gostava de pensar naquela possibilidade. — Já falei diversas vezes para você não se envolver tanto.

— Acho que não ia adiantar muita coisa, não é? — Stiles sorriu amarelo, sendo sincero.

John engoliu um grunhido. Ciente de que não era o momento para dar uns puxões de orelha no mais jovem; embora ele merece.

— Você tem que parar com esse complexo de super-herói. De achar que deve ajudar todo mundo.

— Você ajuda todo mundo.

Stiles fez uma pequena observação. Ouvindo o mais velho bufar.

— É o meu trabalho.

John pontuou exasperado. E Stiles retrucou:

— talvez essa seja a minha sina. — ele deu ombros

— seu o que? — o Stilinski mais velho franziu o cenho.

— Meu dever. — Stiles explicou. — Ajudar quem precisa.

John esticou os lábios em um sorriso, balançando a cabeça. Ele se levantou, erguendo a mão bem alta e descendo-a de uma vez; estapeando a nuca do rapaz.

— ou… — Stiles grunhiu sentindo a pele arder e a região latejar. — Porque fez isso?

Resmungou o mais jovem, massageando a nuca. Será que o seu pai não escutou parte em que ele fora esfaqueado, que aquilo já era o suficiente? Ele se perguntava.

John havia mudado de ideia sobre não ser o momento para puxões de orelha. Seu filho era um caso perdido mesmo.

— Seu dever é pensar um pouquinho mais em você. — o homem ralhou.

Stiles se levantou apressado e se afastou um pouco Com receio de levar outra tapa. Seu pai estava mesmo chateado.

— quanto estresse. — Ele reclamou. — fica calmo. Olha o coração.

Stiles avisou, vendo o rosto do pai tomar uma colocarão magenta. John bufou contrariado. Como se dissesse “se preocupasse mesmo com o meu coração não se meteria em tanta encrenca.”

— quer que eu fique calmo depois de saber que o meu único filho foi esfaqueado.

— Seu único filho pode se regenerar.

Stiles retrucou, dando-lhe a costa. Pegou um dos copos da bancada e seguiu direto para a geladeira, se servindo com uma dose generosa do suco.

John rangeu os dentes. Aquela resposta sempre o irritou. E Stiles sempre usava como desculpa, mesmo sabendo disso.

— Só porque você se regenera não quie dizer que não deve pensar em cada ação com cuidado. Que deve se machucar sempre, como se isso fosse uma meta. — O mais velho ralhou.

Stiles torceu o nariz para acusação de imprudência. Mas decidiu tranquiliza-lo.

— Pai… está tudo bem. Já acabou. — Stiles afirmou e bebericou um pouco do suco. Olhando para o pote em cima da geladeira e o pegando.

John possuía um olhar específico sobre o rapaz. Se ele pudesse escolher um poder seria o de esticar. Para puxar a orelha de Stiles, literalmente, até que ele criasse juízo. Mesmo que ele estivesse se aproximando, retornando para a mesa outra vez.

— Não fala isso. — John disse-lhe. Com uma seriedade que deixou o jovem atento, enquanto se sentava. — Tem noção que foram essas palavras, exatamente essas palavras, que você falou quando eu fui te buscar no hospital? Quando você se machucou depois de se jogar do prédio?

O Stilinski mais velho encarava-o com um misto de acusação e receio. Só de lembrar sentia um aperto no peito. Agora tinha o episódio da facada para comprimir o músculo um pouco mais.

— certo. Não digo mais nada. — Stiles balbuciou. E admitiu: — o senhor tem razão.

— É claro que eu tenho!

John concordou avidamente. Os olhos estavam fixos no ombro do filho. Como se a pele estivesse rompida e suja de sangue, o interior estivesse a mostra e ele pudesse ver além.

O mais novo comia seus biscoitos e bebericava seu suco em silêncio. Tentando absorver todo os acontecimentos do dia anterior. E decidido a não deixar seu pai preocupado. Deixá-lo às cegas não adiantava de qualquer forma, a preocupação vinha-lhe de toda a forma.

— já estou bem. Não vou me colocar em perigo. — ele prometeu.

O xerife riu com ironia. Puxando o pote com biscoitos para si e pescando alguns do interior.

— Estou escutando uma promessa vazia, Stiles.

— Credo pai.

Stiles resmungou.

— Daquela vez sua cura não funcionou muito bem. Porque? — O mais velho indagou. Ignorando a cara de ofendido do jovem.

— Ela é de gêmeo — Stiles balbuciou e olho notou o olhar atravessado do pai. — certo, certo, sem gracinhas. Eu sinceramente não sei.

John resmungou alho bem baixinho. Aquilo era uma incógnita mesmo, não é como se esperasse uma resposta clara do jovem. John se lembrava a todo momento da história que fora contada. Lançou um olhar hesitante para o filho, massageando o pescoço, ponderando se perguntava ou não.

— Então… — Ele balbuciou. Vendo Stiles erguer os olhos, como se esperasse outro puxão de orelha. John esfregou a nuca. — Todos os Hales são… lobisomens mesmo?

John indagou, lançando um olhar hesitante para o jovem.

Stiles o encarava com as sobrancelhas erguidas. Os lábios tremiam como se ele fosse sorrir ou uma enxurrada de palavras fossem lhe escapar. Mas ele se conteve, ao menos naquela parte.

— Com exceção da Malia todos, ao menos os que conheci, são lobisomens. Todos…. — O castanho balbuciou.

— entendo… — O homem balbuciou distraído.

— entende? — Stiles indagou. O sorrisinho lhe escapou. Interessado, pronto para arrancar quaisquer informação do pai.

— É… Hã…— Ele pigarreia, como se estivesse tossido pelo biscoito. Empurra o pote em direção ao jovem, reforçando a ideia. — já que tocou no assunto, habilidades especiais, chegou uma carta para vocês. Coloquei em cima da cômoda.

Ele desconversou. E de certo modo funcionou. Pois a atenção fora tomada.

— mãe — Stiles falou como se estivesse bebendo suco de limão com cebola.

— aham. — John assentiu pensativo.

— Dessa vez foi rápido. — Stiles murmurou com estranheza.

Eles ficaram fazendo companhia um para o outro. Até que não restasse nada naquele pote a não ser os farelos. Stiles esperou que seu pai se recolhesse para que jogasse as louças na pia e fizesse o mesmo.

Ele foi direto para o próprio quarto visando a cômoda.

O envelope estava bem ali, visível, parte dele debaixo de um livro. Nem ousou se perguntar como não percebeu-o ali antes. Acordara distraído a este ponto. Ele puxou o envelope e observou o tom creme do papel, o selo e a escritas a mão. Ele rolou os olhos para a assinatura da mãe.

— Era o que me faltava. A cereja do bolo. O…

Ele se calou. Não podia reclamar uma vez que pedira por aquilo. Ele abriu o envelope com pressa e deu uma rápido olhada no conteúdo pífio da carta. Sua mãe tinha mesmo zero de noção. Stiles estava começando a reler o conteúdo, para ver se entendeu direito ou só alucinou quando seu celular começou a tocar.

Stiles desviou o olhar da carta para o objeto. Espiando a cara gorducha de Matt que tomara de conta da tela. Ele ponderou ouvindo o vibrar do objeto, antes de colocar os papéis embaixo do livro e toma-lo em suas mãos.

— Oi Matthew.

Stiles balbuciou, se sentando na cama. Ele aproveitou para puxar as penas da box que se enrolavam e começavam a subir.

O Daehler gemeu desgostoso com a pronúncia do nome.

“hmn... porquê você me odeia? Eu te acordei foi?” Ele brincou. Dramatizando do outro lado da linha.

— Não. — Stiles disse-lhe. — mas poderia.

“A que pena.” o kanima grunhiu. “Fica para a próxima então.”

— Sabe que horas são? É madrugada. — Stiles pontuou. Controlando um bocejo. Foi só se lembrar de o quão tarde está que ele quis emergir.

“Em algum lugar do mundo agora é a manhã.”

Matt argumentou. Stiles pôde facilmente visualizar o sorriso de “espertinho” do amigo.

— Não fode, Matt. — Ele grunhiu baixinho.

O Daheler começou a rir baixinho.

“ei. Stiles. “ o rapaz gritou. Como se tivesse acabado de lembrar de algo. Algo engraçado pois ele continuava a rir descontrolado.

— Ainda estou aqui. — Stiles afirmou. — ouvindo perfeitamente bem. Por favor não grite.

“Desculpa. É que o Liam foi aí, hoje de tarde. E falou sobre ver “algo constrangedor”. Sério, foi engraçado a cara dele.”

Stiles franziu o cenho. Não demorou meio segundo para compreender o motivo da visita e do constrangimento.

— Provavelmente ele me viu pelado.

“a sim. “ Balbuciou o Daehler. “ compreensível.”

— Vá se ferrar. — Stiles ralhou risonho. — Não é culpa minha se vocês não respeitam uma porta fechada.

“Cara… você poderia ao menos se vestir. Ou se cobrir com um lençol.”

— olha só… meu quarto?. — O Stilinski balbuciou. — E eu estava muito cansado para isso.

“cansado para puxar o lençol?”

— Eu gosto de sentir o vento batendo no meu corpo.

“credo, Stiles.”

O Daehler guinchou. E Stiles riu baixinha, negando com a cabeça..

— Vocês são muito sensíveis.

“intimidade tem limites meu amigo.”

— Certo. Senhor vergonha. — Stiles balbuciou achando graça da timidez dos dois, quando o assunto era nudez. Principalmente Liam. — O que ele veio fazer aqui?

Perguntou curioso. Seu pai sequer mencionou a visita.

“A sim. Saber de você. Eu mesmo iria, agora agradeço por não ter feito, mas tinha um compromisso. Enfim, Melissa contou para o Scott o que aconteceu. Você ter trago o carinha de volta.”

— A isso…

“como foi? “ o Daheler quis saber.

Stiles suspirou a antes de contar-lhe em resumo como aconteceu. Acabou por rir quando Matt silvou irritado.

“porque não me chamou? Eu teria dado uns chutes na bunda dela.” Matt afirmou.

— Aposto que sim. — Stiles assentiu. — Mas precisava fazer isso sozinho.

Ele murmurou, brincando com a barra da cueca. Puxando e soltando-a a medida que o silêncio se esticava.

“Você está bem?” Matt perguntou por fim.

— Para see sincero, sim. — O Stilinski balbuciou. Embora não estivesse sendo totalmente sincero. O olhar do lobo ainda estava marcado em so. — Só com um pouco de sono.

“certo. Vou te deixar descansar.”

— Não precisa desligar agora.

“Você precisa disso, Sti. Até outra hora. Quero saber sobre esses lobos”

Stiles se jogou na cama logo que finalizou a chamada. Se arrependendo de não ter pedido a opinião do rapaz sobre aquilo. A todo momento olhava para a cômoda, onde jazia a carta de sua mãe. Encarou a mesma direção antes de se decidir, pouco antes de adormecer.


Notas Finais


Queria só falar uma coisinha, serei breve:
Galera eu acho que vocês estão confundindo uma coisa.

Acho.

“Bruce” é o “Bruce”. Derek Hale é o Derek Hale
Bruce é o espírito animal do Derek. Faz parte dele, sim, mas não é o Derek em si.
Já expliquei isso mil vezes dentro e fora da história. E por aqui será a última.
Stiles conviveu por todo esse tempo com o Bruce. BRUCE, o famigerado lobo interior, fera, o espírito e etc. Não com o Derek.
Como foi explicado no capítulo “apelos”(🙄🙄🙄🙄🙄) a druida da família Hale fez um feitiço para que a consciência do Derek deslizasse para o corpo do lobo. E como também foi menciono isso foi se tornando cada vez mais raro de acontecer, por tanto não era permanente. E quando isso acontecia os olhos do lobo ficavam verdes. Porque? Porque essa é a cor dos olhos do Derek, já os do lobo são azuis. Se isso aconteceu três vezes foi muito.

Agora vocês estão querendo o que, minha gente? Que o Derek acorde e o primeiro pensamento que ele tenha é se agarrar com um cara? Que ele troque saliva com o Stiles?
Ou que o Stiles se guarde para o Derek como uma donzela encantada até que eles se apaixonem perdidamente?
Que isso ocorra em dois dias como num estalar de dedos?

Eu super entendo. Vocês shippam sterek. Eu também, muito até, embora algumas coisas estejam me desagradando ultimamente. Não é a toa que possuo tantos contos sobre eles.

“seja aliado, não seja alienado.”
Shippem os dois mas não shippem de qualquer jeito. Pq assim, não é só pq é sterek que tem que acontecer de qualquer jeito. Se vocês estão acostumados a engolir sapos, não posso fazer nada.
Para mim sterek vai além de um beijo ou sexo. Lemon é bom? Ver um beijo é bom? Claro, óbvio. Eu seria muito hipócrita de dizer o contrário. Mas sterek é amizade também, é companheirismo, é entendimento, é respeito e uma série de outras coisas necessárias para um relacionamento saudável.

Eu não posso chegar e colocar os dois juntos sendo que eles mal se conhecem, não se amam, não estão apaixonados. Tem outras coisas para priorizar. PRINCIPALMENTE o Derek, que passou dois anos em um coma mágico. Por favor né?! Coerência? Tato? Noção?
Eu tenho mesmo que explicar que o Stiles e a Malia queriam se pegar desde a primeira conversa? Que ia rolar o, tão comentado beijo, se o Matt não tivesse aparecido?
Pq assim. Eu acho o auge, o auge mesmo, alguém que nunca comentou na história, não favoritou, brotar só pra reclamar que a Malia beijou o Stiles e foi correspondida. Como era para ter acontecido lá no capítulo “o adestrador”
Não foi uma coisa “aleatória”. Não foi uma coisa “nada a ver”, tampouco “incoerente”. Quem de ateve aos detalhes percebeu. Agora quem fingiu que não viu... Só lamento.

No dia que eu parar de escrever por um motivo tão tosco como “leitor abandonou a história”, “não tem comentários”, “não tem tantos favoritos”.
Eu deixo de ser o escritor que eu sou.
Pq se eu ligasse mesmo pra isso. Estaria escrevendo histórias do jeitinho que a maioria dos shippers gostam.
Um relacionamento abusivo pra passarem pano com gosto. Tóxico a ponto de fazer a pata de elefante tremer de inveja lá em Chernobyl. Única e exclusivamente bottom Stiles.

Quem está gostando do andamento da história, amém. Quem não está, paciência.


Bjs. fiquem na paz dos deuses.


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