O relógio era como um ímã para os olhos de Stiles. Atraindo-os de minutos em minutos. Era velho e analógico. Apesar de ter dificuldades em conferir as horas no objeto ficava observando os movimentos lentos dos ponteiros até se cansar. Depois olhava para a televisão, só para confirmar que era o horário que supunha. As vezes a acertava, eram minorias em suas tentativas.
Estava um pouco ansiosa sobre festejar qualquer coisa naquela mansão. Lhe preocupava ainda mais por Malia insistir em deixá-lo na ignorância e não lhe explicar os detalhes. E se tratando de Stiles, ele sempre os queria de forma minuciosa.
— O que você tanto olha nesse relógio?
John indagou um tanto curioso. Encarava-o de relance. Seu filho estava naquele estado inquieto – encarando p objeto como se ele fosse se transformar em algo – desde que chegara da delegacia.
— Uma festa. — Stiles explicou simplesmente. — posso...
— Está perguntando ou só avisando? — John ergueu as sobrancelhas.
Stiles sorriu minimamente.
— Por favor?
— Festa, humn... — O xerife murmurou pensativo. — Hoje?
— É, pai, hoje... — Stiles disse-lhe, com certa desconfiança.
— certo. Vá.
John tornou a focar no programa. E Stiles se manteve atento a isso. Não sabia dizer se àquele sorrisinho era devido aos desenrolar da cena ou por saber que ficaria sozinho.
— E o vai ficar aqui? Sem planos para hoje? — Indagou o rapaz, disfarçando o interesse.
— em casa, claro. — John desconversou, se remexendo na poltrona.
— Certo. — Disse-lhe o rapaz. — Talvez eu nem demore.
Stiles deu de ombros, fingindo desinteresse. mantinha o olhar sobre o pai. E viu na hora em que ele virou o rosto para fita-lo de forma abrupta.
— Não! Vá se divertir. E demore.
John ditou. E quis se estapear por cair nos joguinhos do filho.
O mais novo riu baixinho.
— não quer minha companhia?
— hoje eu dispenso. — Ele desconversou. — Tenho trabalho para fazer. E preciso de silêncio. Papeladas, você sabe.
Ele explicou. E Stiles franziu o cenho pois 1) seu pai dificilmente levava as papeladas para casa, por culpa da sua curiosidade. 2) ele não viu seu pai carregando nenhuma caixa quando entrou. Então era uma mentira.
— O senhor não vai sair com o Peter? — Ele perguntou de uma vez. Ficar enrolando lhe cansava. E enrolar era coisa do seu pai.
John tosse e o encara com uma careta.
— porque acha isso?
Stiles o encara com tédio.
— Não vai morrer se me contar que vai sair com um cara. — Ele balbuciou.
John suspira. Esfregando as mãos no rosto.
— Puta que pariu. — Resmungou. Não saia se aquela persistência do filho era um defeito ou uma qualidade. E pensou que ele deveria investir em outro lugar, não na sua vida amorosa. — Vou sair. Feliz?
— com ele, o Peter?
Stiles insistiu. E desviou de uma almofada que fora arremessada.
— Talvez. — John deu de ombros. — ou talvez não.
— Tanto mistério. — Stiles reclamou. — pra na hora dizer que era com ele.
— Stiles! Fique em silêncio ou suba. Está atrapalhando o filme. — O homem ditou com um ranger de dentes impaciente.
Stiles subiu, é claro. Já havia conseguido o que queria; implicar com o pai. E uma, suposta, confirmação de um encontro.
Ele abriu a porta do quarto com cuidado, com receio de encontrar algum olhinho brilhante na penumbra. Mas a barra estava limpa, até o momento. Stiles ligou a luz e olhou em volta. Seu quarto estava devidamente arrumado. Muito diferente da manhã do dia anterior. Os espectros fizeram uma festa, enquanto ele recolhia o lixo e conversava com Malia. Quando retornou parecia que um pequeno furacão havia passado pelo seu quarto e Pê palestrava sobre o que era o que. Esse sem vergonha.
Stiles se jogou na cama com o celular em mãos. Ficou conversando até dar o horário. Minutos, antes ao menos. Antes de separar sua roupa, deixar dobrada na cama e seguir direito para o banho. Enquanto a água escorria pelo seu corpo pensava naquela festa repentina. Pois Malia deixara claro que só tivera a ideia minutos antes de decidir ir lhe convidar. Também não explicou em como daria um jeito em Laura. Pois Stiles não acreditava que mulher concordaria com uma festa naquela casa. Ele suponha. Também pensava se a coiote teria outros planos para aquela noite, além de beber e dançar, eles esperava que sim. Por isso contrabandeara algumas camisinhas para dentro do bolso da calça antes mesmo de vesti-la. Só para não correr o risco de esquecer.
Stiles entrou no quarto um tanto distraído com aquela ideia que permeou seus pensamentos. Enquanto se livrava da toalha e empurrava a porta. Quando ergueu os olhos tomou um belo susto. Um breve tremor percorreu seu corpo; como se já esperasse por aquilo. Como uma rotina.
A loba estava desposta sobre sua cama. As patas cruzadas. A cauda balançava com suavidade para fora da cama os olhos dourados fixos no rapaz que adentrou o cômodo.
— sério. — Ele grunhiu. — Vocês tem que parar de aparecer assim!
Ele reclamou, esfregando os cabelos úmidos e tornou a encarar a loba.
“ Você se assusta fácil. Conosco, ao menos. “ ela rosnou. “Não tem outra forma de anunciarmos nossa presença, senão com um uivo...”
Ela de esticou toda sobre a cama. Stiles não poderia reclamar muito, afinal pedira silêncio e discrição.
— Hoje não, Roxy. — Ele pediu. Se aproximando. Vendo que perdera o tempo dobrando as roupas. — e o que eu falei sobre subir na minha cama?
O rapaz puxou as roupas debaixo da lobo, que não movera uma garra para facilitar. Ele retirava o que havia dito. Pê não era o mais abusado.
“Aquele lobo dormia aqui com você, não é?”
Stiles revirou os olhos enquanto vestia a cueca e se passava para as meias e a calça. Aqueles lobos pareciam saber de um tudo. Era irritante. Sentia-se em um reality show.
— O que quer?
Ele quis saber. Estava apressado. E vestiu a camisa polo errado duas vezes. Primeiro do avesso, depois ao contrário.
“Nada... “ a loba disse simplesmente.
Stiles semicerrou os olhos. Enquanto tateava a cômoda até sentir o fraco de perfume em seus dedos.
— Não chamei. — Ele disse. Não queria ser rude mas o tempo não corria a seu favor. — Porque veio?
Os olhos da loba pareciam uma poça de ouro, salpicada de breu. Olhando-o por tanto tempo que lhe deixou constrangido. Roxy se remexeu, deitando-se de frente para Stiles.
“Então eu só devo vir quando você me chamar? “ ela quis saber. A suavidade como se expressava era suspeita. “ como uma escrava?”
Stiles moveu os lábios, abrindo e fechando a boca, sem saber o que dizer de início.
— Eu não disse isso. — Ele balbuciou na defensiva.
“De fato, não.” Ela balançou a cabeçorra. “Mas foi como soou.”
— É que meu pai está aqui.
Stiles explicou. A loba fez questão de lembrá-lo:
“Assim como no dia em que nos reunimos.”
— Céus... — Stiles grunhiu. — Pode ficar se quiser. Estou de saída.
“Não irei ficar. “ ela avisou. Saltando da cama para o chão. “irei com você.”
— ir comigo? Porque? — Stiles resmungou impaciente.
“É complicado. “ Roxy disse simplesmente. Se sentando aos seus pés. Era mais alta que Pê, obviamente. Alcançava com facilidade os seus joelhos. “Vou ficar de olho em você.”
— Não precisa de uma babá.
Stiles ditou. Achava a ideia ridículo. Se pôs a calçar os sapatos.
“bom. Já foi decidido”
Ela afirmou. O corpo reluzente tremulou e foi desaparecendo aos poucos até não restar brilho algum. Ela ainda estava ali, exatamente no mesmo lugar. Stiles odiava quando eles faziam aquilo.
— Que seja. — Ele balbuciou, se empertigando. — não entre na casa.
Stiles rumou para fora do quarto. E o trancou, caso algum lobo abusado resolvesse aparecer por ali. Seu pai ainda estava assistindo tevê e Stiles recuou só para avisar que já estava De saída.
— estou saindo.
— Certo. Não bêba blá, blá, blá. Você sabe. — John murmurou sem encara-lo.
— que horas é o seu encontro?
— Não é da sua conta.
Stiles sorriu minimamente.
— Use camisinha, pai.
Ele ditou e se afastou da entrada. Ouviu algo se chocar contra a parede e riu.
Stiles pegou uma a chave reserva – pois, na sua cabeça, havia a possibilidade do seu pai não dormir em casa. E seu imaginário traçava diversas possibilidades de cenas constrangedoras caso ele tocasse a campainha. Ele seguiu para o seu jipe e abriu a porta do passageiro para que Roxy entrasse.
A lobo se manteve naquela forma oculta aos olhos. E Stiles agradeceu por isso. Nunca sabia de eles podiam ser visto por humanos ou não, enquanto palpáveis. Era melhor prevenir.
Stiles dirigia de olho na estrada. Não ligou o som pois imaginou que estranharia. Tal com aquele silêncio, era como estivesse carregado uma gárgula. Estava encucado nas palavras da loba. Pensou sobre durante todo o trajeto. O que diabos ela estava fazendo ali.
Foi exatamente o que perguntou, assim que estacionou nos limites da estradinha de terra. Próximo ao portão.
— Porque quis vir?
Ele quis saber. Estava de olho na construção. As luzes estavam ligados. Nunca a vira assim a noite. Sempre que estivera ali a mansão transmitia uma aura estranha; que tirava a coragem daqueles que participavam do desafio, ele sempre ficava sabendo no dia seguinte. Mas agora, tirando a cor, ela parecia mesmo uma casa; um lugar habitável.
— E que história é essa de ficar de olho?
Roxy surgiu lentamente. Como tinta em água. Surgindo da cabeça aos pés.
“Só queria passear” o respondeu e em seguida espiou o lado de fora, além da janela.
Stiles sabia muito bem que era uma mentira.
— conta outra. — Ele resmungou. — Pode ir e vir quando quiser.
Lembrou-a. Mesmo ciente de que ela sabia muito bem disso, melhor do que ele.
“Vai se atrasar. “ Roxy balançou a cabeça em direção a casa.
Stiles grunhiu. Com aquela ali não adiantava insistir e ela tinha razão. Ele caminhou chateado, pé ante pé, querendo saber o que aquele espectro estava aprontando. Perguntava-se se Pê sabia de algo. E lamentando ao chegar a conclusão de que poderia tê-lo chamado antes de sair de casa. Pois agora já era tarde. Já estava ali, diante da casa dos Hales, e ficar falando “sozinho” perto de lobos levantaria perguntas.
Olhando por cima do ombro – exatamente para o seu carro – ele pressionou a campainha. Não via nada, estava um tanto escuro, mas imaginou que ela já teria saído do automóvel.
Escutou uma voz mandando-o ter calma. Parecia bastante irritada e só então Stiles lembrou-se de soltar a campainha.
A porta fora aberta por Jackson. O rapaz não possuía nem a sombra de um humor festivo. Nem parecia vestido para; com aquela regata e um samba-canção.
— A é você... — Disse o loiro. Levando a latinha que empunhava a boca.
— Sinto muito se frustrei você.
Stiles balbuciou. Estava atento a música que tocava. Embora ela estivesse baixa demais.
— que seja. — O louro deu de ombros.
— Então. Eu posso entrar ou estou barrado? — Stiles quis saber. Já que o rapaz não movia um músculo.
Por cima dos ombros ele viu a silhueta de Malia se aproximar.
— Stiles. Entre. — Ela pediu.
Foi só então que Jackson se moveu. Girando nos calcanhares e se pondo caminhar.
— Vou voltar para o meu quarto. Não quero fazer parte disso. — Ele resmungou.
— Frouxo. — Mali zombou, chutando a bunda do irmão. Que se limitou A lhe lançar um olhar azedo.
Malia cumprimentou o castanho com um abraço apertado e um beijo no rosto.
— do que ele está falando?
Stiles quis saber. Estava atento a frase do rapaz; que para si soou como se eles estivessem prestes a cometer algum delito gravíssimo.
— nada.
Malia garantiu, empurrando a porta para que se fechasse devidamente.
Aquilo não convenceu o Stilinski mas ele deixou o assunto de lado.
— O humor dele é sempre assim? — Stiles indagou, querendo puxar assunto. Tentava esquecer o fato de ter sido escoltado.
— Um cu? — Malia achou graça. — Em setenta e dois por cento do tempo do tempo sim.
— E o que houve para ele estar cem por cento um cu?
O Stilinski riu e a coiote o acompanhou. Malia enlaçou o braço do rapaz e passou a guia-lo pela casa.
— sua amiga viajou sem falar nada.
Ela deu de ombros. Stiles franziu o cenho, olhando-a de relance.
O rapaz nada disse, haviam entrada na sala e ele lembrou-se da última vez que estivera ali; sujando a poltrona com sangue e terra. Ele olhou para o objeto mas estava ocupado. Cora estava meio que sentada e meio que deitada. Apoiada no dorso e com as pernas jogadas por cima do braço. A jovem entornava uma garrafa de cerveja, enquanto mexia no celular.
E em seguida notou a presença de Derek, sentado no sofá, que acenou para si assim que lhe viu.
Stiles sorriu minimamente, olhando em volta. Se perguntando se seriam só eles. Ainda estava estranhando a música eletrônica baixinha, como se estivesse tocando no volume mínimo de um celular. Mas não comentou. Verbalmente.
— volto em um minuto. Vou pedir pizza. Fique a vontade.
Malia avisou. Deu um tapinha no traseiro do rapaz – como um incentivo para que ele entrasse no cômodo – e sumiu pelo corredor.
Stiles ainda estava sem jeito de estar ali mas o fez. Se aproximou do estofado, aproveitando que Cora estava alheia a sua presença.
— E ai. — Ele cumprimentou o moreno. — Posso?
Stiles apontou para o sofá. Derek olhou dele para onde o dedo apontava.
— Claro. Fique à vontade. — Derek aconselhou. Embora ele mesmo não parecesse muito à vontade.
Stiles se sentou. Estranhamente no outro extremo do sofá. Como se um deles estivesse com uma praga e corressem o risco de passar para o outro.
Estava se sentindo deslocado ali, sozinho com aqueles dois, e Malia estava demorando. observou os baldes em cima da mesinha. Cheios de cerveja e refrigerante. E esticou o braço e pegou uma para si. Decidindo que seria mais fácil enfrentar aquela “”festa”” se estivesse mais soltinho, com umas duas na cabeça.
Uma movimentação chamou sua atenção. Pensou que fosse Malia, mas era Cora saindo do local. Stiles lamentou ela não ter feito isso meio segundo atrás. Gostaria de estar sentado ali. Mas se perguntou se seria estranho, ou rude, ele trocar de lugar. Vai que ela volta.
— tudo bem? — Derek perguntou de repente.
Stiles ficou surpreso, não fora bem um susto. A voz se sobressaiu a música. Geralmente em festas ele estava acostumado a de comunicar aos berros.
— Sim, claro. — Stiles confirmou. Enfiando a tampinha no bolso. — e você Derek, como está?
Stiles virou o rosto para encara-lo. Os cabelos de Derek estavam amarrados, pareciam mais curtos.
— Ainda andando torto. — Ele reclamou com um dar de ombros desajeitado. Exagerado demais.
Stiles riu baixinho.
— É feio rir de um deficiente, Stilinski. — Derek replicou. Mas sorria do próprio comentário
— Então não me faça sorrir sobre a sua situação. — Stiles replicou. — Que seja temporária.
Ele ergueu a cerveja como se estivesse brindando e entornou, bebendo o líquido como se fosse água.
Derek observou seus movimentos do pescoço, subindo e descendo a cada gole. Sem entender a pressa. E Stiles notou aquela atenção.
— Quer? — Ele ofereceu, sorrindo meio sem graça. Sentia o líquido escorrer pelo canto da sua boca. Não era um dos seus melhores momentos. Com certeza.
Derek balançou a cabeça brevemente, negando. E o Stilinski deu de ombros e bebeu por ele. Ficaram em silêncio, sem ter para onde olhar, atentos as poucas frases que compunham a música.
O Hale via-se entediado. Ficara ali por um motivo e era por isso que vez ou outra fitava o Stilinski de relance e permanecia por alguns segundos. Tinha a esperança – que ao estar perto dele – pudesse ter alguns vislumbres das memórias do lobo. não sabia se lembrar deixaria-o com mais envergonhado. Embora os detalhes que Stiles lhe deu foram suficientes para ele ter uma imagem perfeita.
Quando fora pego no ato – quando Stiles virou o rosto no momento em que o olhava mais uma vez, e lhe encarou com as sobrancelhas angulosas erguidas – Derek decidiu falar, de modo que parecesse que havia acabado de acontecer.
— Que festa hein?! — Ele desconversou. Se remexendo no assento. Forçando-se a sorrir, mas o nervosismo deixavam seus lábios trêmulos.
— Eu não ia falar mas... — Stiles riu. — cadê todo mundo?
— Festa vip, eu acho. — Derek supôs.
— Que sorte a nossa!
Stiles comemorou socando o ar. Olhou por cima do ombro para ver se olhava ao menos a sombra da Tate. E tornou a pegar uma cerveja para si e uma refrigerante para o Hale.
— o que? — Derek balbuciou, fitando latinha na mão do rapaz.
— Um refrigerante, Derek. — O castanho balançou-o. — Não é ele que você está namorando esse tempo todo?
Derek ri sem graça. E aceitou a bebida. Era uma desculpa mais aceitável. Não queria criar outro climão entre eles. Sentia na pele como era chato e enfadonho repetir as mesma coisas o tempo todo.
— Obrigado. — Ele disse. E pareceu congelar.
Mal escutou o balbuciar do rapaz. Ficara presa naquela frase, fitando o rosto de Stiles com uma expressão que beirava o espanto.
— Merda. — Ele xingou e tornou a xingar.
— O que foi? — Stiles franziu o cenho. — Não bebe coca?
Ele espiou os baldes sobre a mesa. Só para ter certeza de que haviam outras opções ou não. E não tinha.
— Cara. — O moreno se inclinou. — Me desculpa.
Derek não estava fazendo muito sentido. Stiles pensava exatamente isso. Mas resolveu controlar a sua língua, ao menos dessa vez.
— Derek... Do que você está falando? — Perguntou com cuidado.
O moreno quase riu. Mas seu nervosismo não permitia, tal como o mártir que impunha sobre si. Sentindo-se um pouco culpado por aquele dia ter falado tanto e não ter falado o que deveria; o que tanto havia repetido mentalmente quando – por ventura – olhasse o cara que tanto lhe ajudou.
— Não agradeci pelo que você fez por mim. — Ele disse. — Obrigado. Por tudo. De coração.
Derek se remexeu no inclinar e quase caiu. Seus movimentos ainda não eram dos melhores, seus músculos não possuíam a mesma força de antes, mas estava bem melhor do que de quando acordou. Ele se recuperou logo, um pouco irritado com isso.
— Deixa disso.
Stiles murmurou, balançando a mão como se não fosse nada. Ele realmente não sabia lidar com elogios.
— Você precisava de ajuda e eu podia ajudar. — Ele afirmou. Dando tapinhas no ombro do rapaz.
Derek assentiu e engoliu outro agradecimento quando se manteve atento aos passos que atravessavam o corredor. Sua prima logo surgiu, anunciando-se.
— Voltei. — A coiote murmurou. Como se não tivesse passado quase dez minutos. — estava procurando o número. Enfim. Olha eu encontrei no meio da floresta. Na porta, para ser especifica.
Ela balançava o braço para o interior da sala, chamando. E logo Matt, Liam e Theo, adentraram o cômodo. Acenando e olhando em volta. Kira apareceu um segundo depois. E a presença da jovem deixou Stiles inquieto. Ele esperou pelo momento em que Scott fosse aparecer em seu encalço. Mas não aconteceu. Eram somente eles, Stiles esperava. O que era bom, muito bom.
Seu alívio fora tamanho que ele suspirou, tomando a atenção dos demais por um instante. Seu constrangimento deu lugar para Malia.
— Esse é o meu primo, Derek.
Ela apontou e o apresentou aos demais, um por um.
E o momento se desenrolou como tinham. Eles se apinharam nos assentos dali. E de repente o sofá pareceu pequeno e apertado. Em meio ao entrosamento. Até Malia resolver afastar os móveis e criar um espaço. E forçar a todos a se levantarem e ficarem de pé, menos o seu primo, até se casarem de ficarem parados e começarem a se mover. Assim como ela, que parecia indiferente se a música estava baixa ou não, bastava ter um som.
Eles dançaram – cada um ao seu modo e ao seu tempo – beberam e brindaram sem nenhum motivo aparente e beberam um pouco mais. Foi só na décima que Stiles começou a sentir falta de algo. Aquela tontura, os sentidos nublados e de como tudo ao redor parecia fácil, falar principalmente. Foi só então que percebeu que àquela cerveja não possuía algo específico.
Stiles olhou em volta, todos bebiam. E ele se aproximou do único com quem ele poderia reclamar. Que aparentemente não fora enganado, já que só ficou no refrigerante.
Ele se agachou ao lado de Derek, se apoiando no braço do sofá.
— Cara essa cerveja não tem álcool.
Ele sussurrou como se fosse um segredo, apontando para pequena garrafa marrom com certa indignação.
— Pensei que que soubesse. — Derek respondeu no mesmo tom do voz. Franziu o cenho. As sobrancelhas eram grossas e muito negras, de modo que juntinhas pareciam uma só.
— porque não me contou? — Stiles murmurou pesaroso. E ditou: — Fui enganado.
— Está bem embaixo da logo, Stiles. — Ele apontou, risonho, para a garrafa que o rapaz segurava.
Stiles não precisou olhar. Já tinha feito isso. Mas ainda assim reclamou:
— poxa...
— Bem... — Derek coçou o queixo. Tentando achar um motivo para a prima ter se esquecido daquele detalhe. E realmente havia um. — Geralmente, para nós lobisomens, não faz diferença se tem álcool ou não. Então...
Stiles se inclinou, olhando bem nos olhos do lobisomem.
— Você é mau, Derek Hale. — ele ditou, se levantando. — Mau!
O moreno riu baixinho, vendo-o girar nos calcanhares e se afastar.
Stiles seguiu direto para a mesa – que havia sido recolocada ao lado de um armário, no canto da sala. Ele passou bons segundos encarando as cervejas com irritação. Bem que estranhou toda aquela demora, além do normal, em ficar meio “alto”. O que era um saco.
Uma mão passou diante do seu corpo, tateando o gelo do balde até encontrar o bico de uma garrafa. Stiles percebeu que estava bloqueando e se afastou.
— Stiles. — Kira o cumprimentou, meneando.
— Ei... — Ele balbuciou sem saber o que dizer de início. Não haviam de falado até então.
A Kitsune suspirou. Olhava-o como uma crítica.
— Ele não vem. — Ela declarou.
— como? — Stiles piscou, sem entender.
— Ficou animado quando viu os meninos. E estou falando de você. — Ela explicou. — Mas ficou tenso assim que entrei, e continua assim. Scott não vem.
Stiles abriu e fechou a boca. Estava mesmo preso naquela possibilidade. Por isso de vez em quando olhava na direção entrada.
— A, isso...
— Relaxe. E curta a música. — Ela aconselhou.
Stiles observou a se afastar. E olhou de cada rosto e viu-se desejando um pouco de ar. Esqueceu-se da cerveja que fora buscar e saiu sem dizer nada. Rumou para a saída e saiu porta afora. O ar que tanto queria acertou seu rosto, frio e constante. Ele já estava cansado de toda aquela merda. De ter receio de encontrar alguém que não queria encontrar, de ter que ignorar o falatório e as tentativas. Só não queria proximidade. Por isso o bloqueara, todas aquelas mensagens lhe irritavam.
Ele se sentou o chão, com as pernas esticadas sobre os degraus. Mantendo os olhos na floresta escura. De perguntou se Roxy estava por ali e logo mudou de pensamento. Não queria que ela aparecesse naquele momento. Tampouco que um episódio como o do Pê se repetisse.
Sentiu mãos em seus ombros, apertando-os com suavidade. Ele ergueu o rosto e fitou Malia, que beijou sua boca. Antes de se sentar do seu lado. Abraçando seus ombros e repousando a mão em seu joelho.
— nunca pensei em fazer na preserve.
Stiles murmurou como quem não quer nada. Estava mesmo jogando verde para colher maduro.
— Caçador... Você só pensa em sexo? — Ela indagou em um tom falso de indignação.
Stiles deu de ombros. Encarando-a. E a acusou:
— Você também. Sou muito influenciável, sabe?? — Brincou.
— Culpada. — A coiote admitiu, apertando-o naquele abraço de lado. — mas não foi por isso que te segui.
— Então você estava me seguindo? — O rapaz ergueu as sobrancelhas, entrando no papel. — A espreita, esperando o momento certo para me atacar e arrancar as minhas roupas?
Ele balbuciou. Erguendo minimamente a camisa. A luz da casa os iluminava fracamente. Mas ainda assim Malia pode ver a braguilha da calça aberta. O zíper emperrou lá no fundo, quando ele fora ao banheiro. Felizmente a camisa era grande o suficiente para cobrir.
— Você está pedindo...
Malia murmurou. Chegando a rosnar baixinho, fazendo-o sorrir.
— Estou com o bolso cheio de camisinhas. — Ele avisou. Batendo na própria perna.
A coiote olhou para a perna do castanho, o volume em seu bolso.
— então foi isso que senti na minha coxa, quando estávamos dançando? — Ela sorri divertido.
— talvez sim, talvez não... — Stiles murmurou, com uma carinha cheia de intenções.
Malia segurou seu rosto e o puxou para mais perto. O beijo acontecera de repente mas os lábios encontraram um ritmo certo. E as mãos se encaixaram nas curvas certas. Eles realmente poderiam trepar ali. Stiles sentia tal como Malia sabia que ele falava sério.
Nem precisava ser na floresta, como brincou. Tinha o carro, camas e quartos.
Malia sorriu entre o beijou. Puxou os dedos do a brecha que a braguilha aberta criava e tirou a mão do rapaz do seu seio.
— mais tarde. — Ela prometeu. Havia um rimbombar afoito em seu peito. A ansiedade. — Espero que aguente.
Era quase uma ameaça. Stiles percebeu com o aperto em seu ombro.
— Irei me esforçar. — ele prometeu. — agora se me der licença.
Stiles se levantou apressado. Desceu um degrau e ajeitou a ereção de uma forma mais confortável dentro da cueca.
Malia riu baixinho. E atrapalhou-o na hora de abotoar a calça. Puxando a peça de roupa para baixo, expondo o traseiro do rapaz ao relento.
Stiles conseguiu se vestir devidamente quando se afastou, pulando um degrau. Mas logo tornou a se sentar ao lado da garota. Meio de lado, para encara-la melhor.
— Essa festa está um pouco caída, não acha?
— É. — A coiote não discordou. Como poderia? Tinha uma linha de pensamento parecida. — Mas é o que temos para agora.
— Porque não aumenta a música? Seus primos são sensíveis? — Ele quis saber. Aquilo era o que mais lhe incomodava. Embora não fosse de dançar, gostava de escutar as músicas.
— música baixa para não acordar a fera.
Malia declarou e Stiles piscou os olhos confuso.
— Como assim?
— Laura. — Malia explicou.
— a Laura está aqui?
O rapaz teve que controlar o ímpeto de falar um tom mais alto.
— Dormindo no quarto. — Malia balbuciou. Desenhando círculos com a ponta do dedo. Parecia falar em meio a uma distração. — E trancada.
Stiles engoliu em seco. Repassando mentalmente aquelas duas palavras específicas.
— dormindo...
— não pergunte. — Ela aconselhou. Achando graça da expressão dele.
Stiles continuou a encara-la até ter certeza de que ela falava sério.
— céus...
— Ela cansou de batizar nossos sucos quando estava de babá e queria namorar. — a coiote se defendeu.
Stiles estava imaginando um velório, lágrimas e uivos.
— Era sobre isso eu Jackson estava falando?
— É. Esse cuzão.
Stiles riu. Embora soubesse que não deveria. Estava nervoso.
E Malia o encarou com certa fixação. Em silêncio. Ponderando. Querendo entrar naquele assunto.
— queria te falar uma coisa. — Ela disse simplesmente
Stiles escutou atentamente. E viu-se ansioso.
— Não curto ménage. — Ele zombou. Embora o pulso estivesse saltado.
— Não é sobre isso, besta. — a coiote o empurrou com ombro. E semicerrou os olhos — E... Espera, você está mentindo.
A coite exclamou chocada.
— menti? — Stiles ergueu as sobrancelhas.
— Stiles... Eu sou hétero. Então...
Ela avisou. Fazendo-o rir baixinho e balançar a cabeça.
— certo. Vamos focar. Antes que o assunto se estenda.
A coiote assentiu brevemente. Sustentando o sorrisinho.
— Era para ser uma festa de despedida. — Ela balbuciou por fim. Se ficasse enrolando não sairia disso. — Mas não é uma festa. Apenas despedida.
— despedida? — Stiles repetiu como se tivesse escutado errado.
Malia remexeu os pés. Presa naquele movimento por um tempo.
— Vou passar um tempo com a minha avó.
— Um tempo... — Ele balbuciou. Estava se sentindo um idiota por apenas repetir palavras. — Como assim? Pensei que vocês estivessem estabelecidos aqui.
— Eles estão. — Malia confirmou. Apontando com o polegar para a casa. — Vou ficar com ela até resolver tudo. Sobre a faculdade
— tem uma faculdade na cidade vizinha. — argumentou, imaginando que a instituição seria o problema. Sabia que não tinha muito o que fazer. Mas vai que tivesse passado pelo radar. Não era a melhor do mundo, mas...
A coiote riu sem humor.
— é coisa antiga, caçador. — Ela explicou. — Há tempos havíamos combinado que eu iria para a mesma faculdade que ela. Parte do acorda da guarda, uma longa história.
— Nossa...
Ele balbuciou sem saber o que dizer. Estava um pouco chocado que aquele fosse o assunto. Não o esperava, embora a jovem tivesse mencionado que já até tinha se inscrito no curso. Se Malia tivesse proposto um ménage – ou rompido de uma outra forma – deixaria-o menos chocado.
— é... Que bom né. Você, vai poder conhecer o local, suponho. — Ele murmurou, não tão animado
— Fica um pouco perto... Eu meio que já conheço. — Ela admitiu.
— Isso é bom. — ele tornou a dizer e fora sincero.
Eles ficaram em silêncio. Um estranho e palpável silêncio.
— Vou buscar uma cerveja. — Ela avisou, se levantou.
Stiles suspirou baixinho quando a porta rangeu. Tentava processar e digerir o que havia acabado de ouvir. E já imaginava os quilômetros que seriam impostos sobre eles. Não perguntou quando seria. E nem iria. Aquilo acabaria consigo. O deixaria ansioso de uma forma ruim. Inquieto como se o amanhã fosse monstro que o devoraria assim que a data chegasse e não teria escapatória.
Um som barulhento se espalhou pela preserve. O silêncio do ambiente fazia o barulho parecer mais alto do que realmente era. Era uma moto, Stiles presumiu. E teve a certeza quando um farol solitário se aproximou pela estrada e morreu ao estacionar ao lado do seu jipe.
A pessoa desceu carregando um mochilão estranho e quadrado. Stiles semicerrou os olhos. Era um cara, ele percebeu, um entregador.
— Desculpa o atraso. Estou sozinho hoje e...
Aquela voz causou um leve sobressalto em Stiles. Quase o fez rir. Ele conhecia aquela voz. Como se ela estivesse no limbo entre a adolescência e a vida adulta. Achava engraçada uma voz como aquela para um cara tão rude. As vezes esquecia que seu ex-cunhado trabalhava como entregador.
Toddy retirou o capacete, enfiou o braço na abertura e franziu o cenho para o rapaz sentado na varanda; reconhecendo-o ao se aproximar o suficiente.
— Stiles? — Ele exclamou com estranheza. Olhando dele para a casa.
— E ai cara...
Stiles o cumprimentou. E Toddy acenou distraído, enfiando a mão no bolso e checando o endereço.
— Malia Tate? Ela mora aqui, certo. — Ele encarou o castanho com certa desconfiança.
Foi no momento em que a Tate.
— Exato.
A coiote garantiu. Entregando uma cerveja para Stiles.
— por um momento achei que havia batido na porta errada. — O loiro sorriu.
Stiles achava difícil isso acontecer. Ainda mais sendo aquele o endereço. Era uma casa única e específica.
— Indo parar direto na minha casa? — Stiles indagou. Namorando ou não Heather implicar com Toddy nunca perdia a Graça. — Muito suspeito Toddy. Devo me preocupar?
— calado, Stilinski. — O mais velho ralhou.
Malia olhou de um para o outro. Incerta entre a irritação e a animação.
— Quer? — ela indagou, apontando a garrafa para o rapaz.
Toddy negou com a cabeça. Tentando esquecer a presença do castanho.
— não bebo em serviço. — Explicou, ante o franzir de cenho da jovem.
— Ele é careta assim mesmo. — Stiles interveio. E ignorou o olhar azedo do rapaz. — não tem álcool, Toddy.
Malia insistiu. E Toddy arriscou em acreditar. Aceitou que a Tate colocasse a garrafa em sua boca e o fizesse entornar. Ele logo recuou antes que Malia o fizesse beber tudo. Sentiu o líquido escorrer pelo pescoço, umedecer a gola da camisa.
— você lambeu a ponta ou eu delirei? — Stiles quis saber. Causando risos na coiote.
— vá se ferrar cara.
Toddy grunhiu com um rolar de olhos. Retirou a bolsa e se agachou e a apoiou em um dos degraus. Se apressou em tirar as caixas e fez Stiles segurar.
— Cinco pizzas família. Cem dólares. — Ele disse, ao se erguer, ajustando as alças nos ombros.
— e o desconto? — Malia sorriu, puxando a carteira do bolso.
— Já dei. — Ele garantiu, com uma piscadinha..
Algo que chamou a atenção de Stiles.
— deu? — Stiles indagou, dando uma pausa na bebida. — Não imaginava. Sério.
Toddy o encarou fixamente e Stiles sabia que aquelas caixas de pizzas lhe atrapalhariam, mas não deixou de sorrir.
— até mais. — Toddy se despediu da coiote e marchou em direção a moto com passos duros.
Stiles e Malia acompanharam o veículo se distanciar. Até que o seu som deixasse de ser audível.
A coiote se virou para o rapaz. Cutucou sua perna com o pé até que ele lhe encarasse.
— você gosta de irritar pessoas mais altas e com mais músculos que você?
— É a adrenalina. — Ele deu de ombros. — Ela chama por mim.
— Então... Vocês se conhecem? — Stiles emendou, curioso.
— nos conhecemos na festa, lembra? — A coiote franziu o cenho.
Como ele poderia esquecer daquela festa?
— A... Aquela em que você sumiu. Lembro que estávamos fugindo...
Malia riu. Ele não era muito sútil nas perguntas.
— Bem, em algum momento as coisas mudaram. E a fuga já não era mais fuga.
Murmurou. Presa naqueles olhos de âmbar. E Stiles não sabia o que falar, se era uma confissão ou não. Pouco importava.
— o fato de eu ter dormido com o irmão da tua ex te incomoda? — Ela quis saber.
— É para ser sincero? — Stiles ergueu as sobrancelhas. Ela assentiu. — Não. Você estava solteira. Estamos solteiros.
Admitiu. Sabia muito bem onde havia se enfiado. As coisas haviam sido deixado claras na primeira vez. Era isso.
A coiote assentiu. Um pouco surpresa por sentir a sinceridade.
Stiles fitou a floresta mais uma vez. E tornou a encarar a garota. Uma velha pergunta lhe retomou. Nunca perguntou para Heather por motivos óbvios. E sempre havia a possibilidade de levar um soco na cara caso perguntasse diretamente.
— Ele é tudo isso mesmo?
— Como assim?
A coiote franziu o cenho e Stiles coçou a garganta.
— Ele tem umas camisinhas. Que de ihas não tem nada. — afirmou. E fez um sinal com as mãos, supondo um tamanho.
— a isso. — a coiote exclamou. — Sim. É mais grosso do que grande. Mas puta merda...
— interessante, de fato.
Stiles balbuciou, esfregando o queixo como se fosse um grande pensador. Causando risos na Tate.
— Quer olhar?
Ela indagou, puxando o celular do bolso. E Stiles a encarou com desconfiança.
— Você não tem um nudes dele. — Ele afirmou. Mas havia dúvida em sua voz.
— quer ou não? — Malia insistiu, destravando o celular.
Stiles mordeu o lábio, incerto. Sentia que estava prestes a ser zoado. Ainda assim caiu.
— Mostra.
— Tem razão. Não tenho.
Ela riu da cara de tédio do castanho. Se levantou, enfiou o celular e pegou algumas pizzas.
— Vamos comer isso antes que esfrie.
Stiles não discutiu, estava mesmo ficando com fome. A seguiu até a sala e depositou as caixas em cima da mesa. A festa continuava a mesma. Apesar de Matt e Kira terem se sentada, enquanto Theo e Liam estavam em pé, conversando.
— Pizza meninos e menina. — A coiote piscou.
Não precisou de um segundo aviso. Eles se serviram de prontidão.
Stiles levou uma para Derek. Imaginou que ele não se levantaria, continuava no mesmo lugar. Talvez por vergonha da forma de andar. Ou só ainda não estava habituado com os demais.
Derek moveu a boca – assim que ergueu os olhos e notou a fatia de pizza apontando em sua direção – mas não teve tempo de dizer nada.
— Não diga “obrigado”. — Stiles avisou. — Diga “cowabunga.”
Stiles riu como se fosse engraçado. Sem perceber o olhar de Liam sobre si e a careta de Theo, que estavam ao lado do estofado.
— Não irei dizer isso. — Derek afirmou. Pegando a fatia para si.
— Não seja tão chato. — Stiles resmungou. Sentou-se e deu uma mordida na sua fatia.
— não seja tão nerd. — Derek retrucou, fazendo o mesmo.
— Impossível. — Matt gritou de boca cheia. Parado próximo a mesa.
Stiles resmungou sobre a audição do rapaz. Que para certas coisas não funcionava direito.
— Não é questão de ser nerd. — Stiles justificou. Ignorando o Daehler e focando em Derek. — Atualmente é o seu dever cívico. Fale.
— Nunca fui bom em cumprir esses deveres.
Derek brincou e Stiles chutou seu pé.
— estraga prazeres.
O castanho reclamou e Derek riu.
Os minutos se seguiram. Por um instante a casa estava cheia de vozes. Cochichos, risos e música e cheiro de cevada. Até que aconteceu. Tão intenso que parecia fazer as paredes tremer. Um rosnado alto e gutural que vez até mesmo Stiles se arrepiar.
— É. Ela acordou... — Derek suspirou. Preparando os ouvidos.
Stiles o encarou atentamente, vendo os olhos voltarem ao tom natural. Iria perguntar do que ele estava falando mas logo matou a charada.
A música parou. Malia a desligou.
— merda. Mais cedo do que eu imaginei.
Ela grunhiu deixando os convidados confusos
— Então... É agora que corremos? — O Stilinski zombou
— sim.
Malia e Derek falaram ao mesmo tempo. Com uma seriedade nítida.
— porra. Vamos.
Stiles balbuciou, gesticulando para os demais. Rumou com pressa em direção a porta, ouvindo os passos ruidosos da mulher e um segundo rosnado gritar o nome da Tate.
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