1. Spirit Fanfics >
  2. Omega? Dois alfas?? >
  3. Meu anjo

História Omega? Dois alfas?? - Meu anjo


Escrita por: Fabi-Gabi

Notas do Autor


Sei que vocês querem matar o Lucius e tudo mais, mas pensem na punição dele. A princípio eu queria os dois lados sofrendo (sexualmente).... se quiserem dar alguma ideia... Pensem no pior pro loiro cuzão.

Ah um aviso, eu nunca vi eles se importando com o ano novo, é sempre o natal e o dia das bruxas, então eu fiz para os Bruxos não se importarem tanto com a vinda de um ano novo. Não me batam, please.

Capítulo 39 - Meu anjo


POV. Harry Potter ON 

Duas opções, ou ficava onde estava, chorava e descontava minha ira no pobre tapete, descarregando todos os sentimentos entalados no meu corpo. Ou me levantava e corria até meu amado, implorando perdão. 

Apoio as mãos no chão e me impulsionando pra cima, ignorando todas as pontadas de dor que percorriam meu corpo e corria em direção as escadas, tomando cuidado para não tropeçar novamente, mas correndo para chegar até ele. 

-Lu... - no corredor do quadro de Sirius eu grito o chamando, mas tropeçando novamente e caindo de joelhos no chão - por favor, me perdoa, tente se pôr no meu lugar... eu estava sozinho, uma criança que perdeu o primeiro filho... eu não tinha forças para dizer a verdade... 

Me embargo pra falar, o loiro me encarando de cima, o cenho franzido como se fosse me matar ali, mas não abaixo o olhar do dele, precisava prova-lo que necessitava de seu perdão. 

-Estávamos juntos, não é? Deveríamos dizer a verdade uns pros outros... – a voz estava rouca, quase num fio de voz, ele estava péssimo, e saber que fui eu que causei isso nele, me doía também, me paralisava de medo e dor - Eu fui sincero! - irrompe em um grito forte - Eu segui a porra dos nossos votos, sinceridade, carinho, amor. Eu cuidei de você. E tudo que recebi de volta foi a sua insensatez! 

Ele retira a aliança de compromisso do dedo e a mostra bem perto do meu rosto, apenas chorava calado, o quadro de Sirius assistindo abismado, mas também sem se intrometer. 

-Isso não valeu nada pra você?! - lança o anel longe. 

-Lu... 

-Cala a boca! - rosna autoritário, me debruço sobre o recaimer e tampo a boca com ambas as mãos, chorando baixinho - Já chega Harry. 

Ele sai pisando duro e afundo a cara no estofado fofinho, novamente sozinho... Sempre sozinho... 

-Eu não te falei! Esse homem não é confiável Harry! - Sirius grita com uma enorme risada de escarnio adornando sua fala ácida. 

-Fica quieto padrinho... - peço sem me mexer, só abraçando meu corpo, me protegendo como podia de toda aquela dor que me rondava – vo-você sabia? Que eu era ômega?... 

-Tinha uma pequena noção, mas nunca cheguei a entender direito. 

-Porque não me disse? - pergunto enxugando uma parte do meu rosto que coçava com as lagrimas. 

-Queria te proteger... achei que seria melhor explicar mais tarde, depois que o luto passasse... 

Sinto meu filhote e alfa subirem, mas permaneço onde estava, um deles passa reto e o outro me abraça, Draco se senta do meu lado e me puxa pro colo dele. 

-Mãe... Não se preocupa, eu to aqui com você - ele me aperta e choro no ombro dele – oh... 

-O que foi? - pergunto quando ele trava, apavorado. 

-Minha mãe, ano novo... ela vai me pegar de noite... 

-Tudo bem – seco o rosto com a manga da blusa e o encaro tentando dar o maior sorriso que conseguia – vai se arrumar, eu cuido dos seus pais... 

-Não... Eu vou explicar pra ela, vou ficar com você - tenta, mas nego com a cabeça. 

-Eu vou ficar bem, não iria gostar de passar uma data tão importante sem meu filhote, e já ficamos o natal com você meu amor... - faço um carinho na bochecha dele, ele não parecia muito confiante na minha resposta – eu sou o grande Harry Potter - faço graça juntando nossas testas – sei como lidar com um... ou dois alfas putos comigo. 

-Tem certeza que vai ficar bem?  

-Vou sim – ele me ajuda a levantar e me abraça apertado, mas antes dele entrar no quarto eu o chamo mais uma vez – obrigado, por compreender meu amor. 

-Não é nada, eu vi como você voltou no quinto ano... estava desolado, e... eu te via saindo no meio da noite para ir pro banheiro chorar... 

-Como? - pergunto voltando mais para perto dele. 

-Eu era monitor, todas as noites que eu ficava de ronda, eu o achava saindo da Grifinória e indo pra lá... eu ficava de prontidão na porta, não deixava ninguém entrar... Bom, não foi como se alguém tivesse tentado, era sempre tão tarde da noite. 

-Obrigado meu amor, naquela época você não era tão compreensível assim – sorrio pra ele, e vejo seu rosto relaxar um pouco, ele me sorri de canto e finalmente, o deixo ir. 

 Sigo pelo corredor para entrar no quarto pelo closet, subir pela escada interna.  

-Não me importa! - na metade do caminho eu paro com um grito alto de Lucio – eu vou dormir na nossa cama, se ele quiser pode dormir em um dos 9 quartos que tem aqui. 

-É a casa dele, é o ninho dele, deixe-o aqui e podemos dormir em outro lugar... - me sento no meio da escada, escondido deles, tampando minha boca para não ouvirem meus suspiros. 

-Ele disse que também era nossa, não é? Conseguimos através dele, mas é nossa! Ou essa seria outra mentira? 

“You must not tell lies” me lembro daquilo e volto a chorar, descendo novamente para o meio dos armários, me arrasto até um dos cantos, encolhido contra a parede. 

Faço um feitiço pra saber as horas, 15 da tarde, só suspiro e encaro o teto, pensando em como o dia foi péssimo, como tinha conseguido estragar tudo... 

Tudo que queria era estar nos braços dos meus amantes, dos meus alfas... Levanto apressado e começo a tirar os edredons do alto e jogar no chão, depois as roupas dos homens dos cabides e a jogar em cima da montanha de cobertas. Monstro e Tiny tinham feito a gentileza de trazerem todas as nossas roupas do quarto em Hogwarts pra cá. 

Não poderia entrar no meu ninho na cama, mas ainda teria esse ninho aqui, jogado no chão, no meio das roupas deles, os cheiros deles. Faço um buraco no meio e me enfio dentro, me inebriando com os feromônios que ficavam impregnados ali. 

Pego uma capa de Lucio e visto desajeitadamente, estava quentinho, e confortável, seguro forte no meu corpo. Com todo o ocorrido, estava muito cansado e acabo caindo no sono rapidamente... Só volto a acordar com um solavanco, me batendo. 

-Lucio! - Sev grita, pelo som da voz se aproximando, apenas me apego mais as camisas e casacos deles - também não acho que o que ele fez foi certo, mas deixe-o em paz...  

-Minhas roupas – ele rosna de novo e me encolho mais, as pernas dobradas quase se fundindo ao meu peito. 

-Ele é um ômega, é fraco e precisa do nosso cheiro, deixe-o em paz – meu moreno diz ríspido, choramingo baixinho com isso, tudo bem que pisei na bola... mas pra que tanta raiva? E-eu não era fraco... não é? 

-Eu vou jantar, daqui a pouco Cissa vai chegar. 

-Já te acompanho – escuto o moreno falando, e arrisco afrouxar uma “janelinha” e ver o que se passava ali fora, o homem estava agachado a minha frente, me encarando sério - ele está muito irritado. 

Encaro seu rosto a procura de qualquer calmaria que fosse, porem só encontrava o olhar duro de (quase) sempre, as onix me viam como se não fosse real, e queria que não fosse, queria que aquele dia fosse apenas um pesadelo cruel. 

Abro a boca, mas não consigo falar, só abaixo o olhar e encosto num embolado de uma blusa de um deles. 

-Eu imagino o quão doloroso deve ter sido, mas não justifica você ter mentido pra gente, você nos prometeu ser fiel, ser honesto, nós prometemos isso e cumprimos à risca...  

-Sinto muito por não ter sido um bom parceiro - começo tentando me recompor um pouco, ele não parecia confortável em estar comigo, não parecia achar palavras uma crise para Severus Snape, o sempre dono da razão, o alfa mais estupidamente seco e decidido que existe, não encontrava palavras para dizer -... por ter... falhado, e por ser fraco – sussurro perdendo o folego. 

-Vamos... vamos descer e comer alguma coisa... - sugere se levantando, mas não mexo nenhum musculo – por favor Harry. 

-Não estou com fome. E não me leve a mal, mas já colocaram veritaserum no chá, o que eu deveria esperar da carne com batatas? - falo baixinho, envergonhado com algo tão macabro que eles poderiam fazer comigo. 

Ele não se digna a me responder, só fecha os olhos com raiva e sai, enquanto me afundo de volta pro casulo como uma pequena lagarta. Escuto alguém entrando no cômodo e se aproximar da onde estava. 

-Mãe... eu vou sair daqui a pouco, tudo bem? - não respondo, só volto a me cobrir com a capa de Lucio - mãe eu vou voltar pra casa, eu vou voltar pra você, fica firme tudo bem?  

Saio do meu amontoado de café e menta com cuidado para não o desfazer, me sento no chão e abro os braços pra ele, meu loiro sorri e se aninha por um instante no meu colo. 

-Não vai comer nada mãe?... - Nego com a cabeça, esfregando meus feromônios nele para marca-lo - não comeu nada a tarde toda, por favor, desce comigo, eu fico com você até a mamãe chegar. 

-Obrigado amor, mas não estou com fome – falo beijando sua bochecha, sentia saudade de Teddy, as bochechinhas gorduchinhas dele, mas sabia que estaria seguro com Molly, mais seguro com ela do que comigo, e agora precisava me reestabelecer antes de tê-lo nos meus braços de novo. 

-Eu te amo – meu loirinho beija minha testa e se levanta – eu volto dia primeiro – sigo a figura dele saindo, depois o moreno que nos assistia quieto. Novamente sozinho... Chamo Monstro com calma, não iria aguentar ficar aqui. 

-Mestre Harry...O que comensais fizeram? - diz ríspido. 

-Pode me aparatar para o quarto em Hogwarts? - pergunto ignorando a pergunta meio malvada dele.  

O elfo encosta em mim e me leva pra lá, eu ainda segurava o casaco de Lucio e uma blusa do moreno. 

-Está tudo bem, só preciso de um tempo pra mim... avisa ao Sev que estou aqui, por favor - peço jogando meus óculos longe, eles já não eram tão uteis agora, subo na cama e me cubro até o pescoço, resignado a esperar até que a raiva deles diminua um pouco e até eu ter toda a coragem para tentar ser um parceiro melhor para eles. 

-Monstro trazer comida? - nego com a cabeça e fecho os olhos, deixando o sono e o cansaço me invadirem novamente.  

 

--- 

 

Ouvia os fogos soltando alto do lado de fora, todos sempre diziam nessa época “novo ano: nova vida; novos amores; novas alegrias; novos tudo” e eu aqui, enfiado no meu ninho quase hibernando. 

Enquanto o mundo todo estava em festa por causa do ano novo, meus alfas estavam em algum canto da mansão enorme, os dois longe de mim, me rejeitando. 

Três dias sem comer, não era tão difícil, tão ruim, já fiz jejuns mais longos do que isso, mas o cansaço hoje era maior, pela falta de contato dos dois, mesmo o vínculo estando formado, saber que estavam tão feridos por mim... pelas minhas falhas... 

Monstro deixava vez ou outra uma bandeja com alguma coisa, mas me recusava a pegar algo, meu estomago rejeitava comida do mesmo jeito que meus alfas me rejeitavam... fui tão ruim a eles... tão fraco e inútil. 

 

---- 

POV. Autora ON 

-Lucio, ele não tá comendo, não sai daquele ninho de roupas a dias, ele está definhando, por favor, vamos falar com ele – Severus implora pegando no braço do companheiro com certa força.  

Estava com raiva do pequeno companheiro, mas aquela situação precisava ser resolvida, e começava a repensar se ele era tão culpado assim, bem, passou três dias matutando aquilo. Tempo demais! 

-Não vou perder meu tempo – reclama, mas o moreno foi mais bruto, arrastando-o escadaria a baixo até o closet, chegando perto do amontoado intacto. 

-Harry, sai dai, vamos conversar... - o alfa tenta se agachando perto de uma pequena abertura, mas tudo permanece quieto, nem uma pequena tremidinha nos tecidos -Harry? - tenta de novo, um pouco mais preocupado, quase num tom de comando. 

Ainda nada, com medo de que o garoto tenha se sufocado ali no meio, o alfa começa a desmanchar o ninho com pressa... vazio. 

Os dois alfas se encaram com certo pânico. Já tinham zanzado por toda a mansão, ele não estava em nenhum outro lugar, e também não estava ali... 

-Onde ele se meteu... - o loiro resmunga descrente. Cissa e Molly trariam os filhotes daqui a pouco, e o castanho deveria estar mais do que feliz em querer estar ali. 

-Vou ver no andar de cima, você vê no debaixo... 

-Não vou procura-lo, ele deve estar bem. 

-Lucio! - o loiro bufa e concorda bravo, indo fazer o que foi mandado. Vinte minutos depois os dois voltam a se encontrar negando com a cabeça - e agora, ideias? 

-Monstro! Tiny! - os dois elfos aparecem ao chamado do mestre – onde Harry está? 

A elfa olha do mestre pro outro servente insistente, mas o velhotinho só encarava os mestres com raiva. 

-Monstro não sabe, não fala com mestre a dias... - mente sustentando o olhar aos dois alfas. 

-Você tem certeza disso? - Lucio pergunta desconfiado, o elfo sorri debochado. 

-Comensal se importa? - o elfo foge antes do loiro se curvar pra frente e tentar esgana-lo, ele vai até o quarto de Hogwarts e mais uma vez verifica como seu mestre estava, febril, fraco e com dificuldade para respirar, mas parecia melhor do que no dia anterior pelo menos... ou não... 

Na mansão, os dois alfas tentavam dobrar a elfa, porém sem sucesso, ela era leal demais ao “chefinho” e ao mestre Harry dela. O mordomo vampiro se intromete no meio, e diz que os dois filhotes tinham chegado com as matronas. 

-Oi – Sev chega primeiro, abrindo os braços para acolher Draco num carinho apertado – Harry está na toca? - pergunta para Molly que nega rapidamente com a cabeça, o filhotinho loiro nos braços dela ameaçando a chorar por não ver a mãe dele. 

-Não, o que houve? - a ruiva pergunta impaciente, matando os dois alfas com o olhar. 

-Nós brigamos... - Lucio começa meio arrependido – e não o vemos desde o ano passado... 

-Vocês o deixaram sozinho no ano novo? - a loira pergunta incrédula, anos ao lado daquele homem e nunca imaginaria ele tratando o companheiro assim. 

Os dois alfas viram o rosto envergonhados e com certo receio da bronca que levariam.  

-Céus... o que aconteceu? - Molly pergunta novamente, mais furiosa ainda. 

-Quer parar pra ouvir nossa explicação, ou quer achar ele? - Sev levanta as sobrancelhas pra ruiva, que concorda brevemente. 

Todos se separam, cada um reviraria um canto pra poder acha-lo. Sev iria voltar aos Dursley’s ver se ele estava perto do “tumulo”, Narcisa e Lucio iriam a Largo Grimmauld, Draco iria a Hogwarts, os lugares mais prováveis pra eles irem. Molly e o pequeno ficariam na mansão caso ele voltasse. 

O filhote loiro se abaixa e pede para Monstro leva-lo até o quarto dos pais em Hogwarts, o elfo o faz sem demorar, ele gostava um pouquinho daquele mestre. 

-Harry? - o dragãozinho vê o volume extra na cama e corre até lá, se jogando para perto do familiar - mãe... - tira com cuidado o cobertor de cima e senta ali do lado dele. 

O rapaz estava pálido, suava e mal respirava, fazendo uma luta para abrir os olhos e encarar o filhote, sua visão borrada demais, e não sendo pelo choro constante, ou pelo cansaço extremo. 

-Ah – o loiro não sabia o que fazer, se saia e ia atrás dos outros, ou se ele se agarrava ao castanho e o cuidava para sempre – Monstro! Tiny! - Chama os elfos que aparecem rápidos - podem trazer a Molly, ela sabe feitiços de cura... p-por favor... 

Os dois desaparatam e aparatam em seguida com a matrona e o bebezinho chorando de espernear. 

-Harry! - a mulher grita alto, ela senta à frente dos dois e põe o pequeno sentado na cama para checar o castanho que acompanhava tudo com os olhos cansados, seguia e reconhecia as pessoas pelo som, mas não tinha forças para reagir – Oh céus... 

-Mo-lly... - diz entrepassado, extremamente esgotado de tudo, ele vê a mulher borrada e começa a chorar novamente. O menorzinho se arrasta por cima das coisas e tenta chegar à mãe dele, mas não foi pego imediatamente. 

-Aqui... - com o ômega deitado no colo dele, Draco pega e põe com cuidado o pequenininho nos braços da mãe - estamos aqui. 

-M-meus fi-filhos... - o castanho aperta a miniatura como um ursinho de pelúcia, enquanto o mais velho os rodeava num abraço.  

-Coração partido... - a ruiva diz com firmeza, vendo o estado do jovem, ela tinha medo das palavras – o estado dele é de um... um... um ômega sendo rejeitado pelo... pelos alfas... o que aconteceu? 

-Deixa que eu conto – Draco traz a cabeça do familiar para se esconder no ombro dele e começa a contar resumidamente o que aconteceu.  

-Oh querido... - a matrona se inclina e faz um carinho na bochecha dele, secando as lagrimas que escapavam sem dó - Draco meu amor, pode ir avisar os seus pais que achamos ele, e que vou cuidar dele. Não os deixe vir aqui, ou juro por Merlim que vou matar eles. 

-Tudo bem, já volto mãe - beija o topo da cabeça do castanho e com jeitinho passa ele pro colo da ruiva, como se não pesasse nada. 

O loiro sai do quarto voltando para a mansão, enquanto o castanho era consolado pela mulher. Ela o deixava chorar, fazendo um carinho nos cabelos dele, o menorzinho choramingando junto, mas bem mais quietinho. 

-Pode chorar querido, tudo bem... pode chorar – diz protetiva, quase chorando junto com o pequeno também. 

Meia hora depois os soluços diminuem, o rapaz se encolhe cansado demais, e mesmo assim a senhora continuava com o carinho, Draco se junta a eles, deitando atrás da mãe para que sentisse ele por perto. 

-Eu fui um péssimo ômega...  

-Não foi sua culpa, nada disso foi sua culpa querido – ela dita seria, interrompendo a musiquinha de ninar que cantarolava baixinho para os três menores - você precisa permitir que ele se vá querido, deixe-o ir e descansar... você vai se sentir um pouquinho melhor. E todos os dias vai começar a doer menos e menos... não vai deixar de doer, mas vai se tornar mais suportável querido. 

Ela diz e o castanho concorda com a cabeça. A matrona sabia como era perder um filho, sabia como deveria doer mil vezes mais para um ômega perder o filhote, ainda mais quando ele era uma criança ainda, sozinho e no meio de uma guerra. 

-Eu sei, que parece que nunca mais vai parar de doer, que você quer se juntar a eles... mas você precisa tentar, lutar só mais um pouquinho – a ruiva diz baixinho e com cuidado, o loiro levanta uma mão e agarra a dela, dando um pequeno sorriso sincero. 

O castanho concorda deixando de chorar, ele larga o bebezinho e tenta se levantar, mas os braços não aguentam o peso dele. Se sentia extremamente fraco sem seus alfas, como se não fosse ele mesmo, como se o coração fosse dividido em várias partes e as que pertenciam aos dois estivesse morta, assim como seu primogênito natimorto. 

A ruiva o ajuda a sentar na cama encostado a cabeceira, o loiro levantando a blusa que ele usava, a pele tão comprimida ao corpo que as costelas eram muito bem visíveis, como uma impressão 3D. 

-Vou pedir algo para ele comer – a mulher pega a miniatura chorosa e se vira para o loiro – vai ver com um daqueles inúteis se estão dispostos a vir aqui e dar consolo a ele... sem abrir a boca, ou eu os mato. 

-Severus parece estar mais arrependido, vou falar com ele – o filhote se levanta e beija a testa da mãe antes de pedir a Tiny para aparatarem novamente para a mansão. 

Molly pede para Monstro trazer alguma coisa e força garganta a dentro do pequeno, que se recusava fielmente, mas não tinha forças para impedi-la, não tinha força nem para segurar o garfo, quanto mais impedir a senhora. 

Ela o faz tomar toda a sopa e quando já estava retirando o prato da sua frente o quarto é invadido pelo alfa moreno maluco atrás dele. A senhora e os filhotes dão espaço para o casal tentar se entender, esperando perto da porta. 

-Harry! - se aproxima da cama e se senta ao lado do jovem, que o encarava sem dizer nada, não tinha mais forças nem para chorar – pequeno... - diz gentil, pegando-o com cuidado e o colocando em seu colo – meu amor. 

-Sev... - tenta recuar com o contato. Parecia estranho, e alheio. Dias atrás estava olhando para si com tanto ódio queimando nas onix escuras e agora sussurrava apelidos carinhosos como que para amacia-lo, o menor estava confuso, devastado com o tratamento do alfa, mesmo que este fosse bom agora. 

Sev o faz deitar a cabeça no ombro dele, e Harry sente o forte  aperto em seu corpo, era dormente chegava a ser dolorido, mas não estava nem ai, era o seu alfa, seu parceiro ali, e mesmo que estando confuso, ele ignora tudo e se permite apreciar o carinho. 

-Me perdoa pequeno, me perdoa – sussurra baixinho na orelha do menor, ele se sentia culpado, se o que Harry tinha feito foi errado, o que ele como alfa, fez, foi o pior dos pecados – me perdoa, eu sinto tanto. Meu pequeno anjo, o que eu fiz... me desculpa. 

-Sev – o moreno o aperta a ele naquele abraço necessitado, nunca mais iria deixa-lo ir novamente. 

-Eu estou aqui pequeno, nunca mais eu quero te ver nesse estado, me perdoa – o homem sussurra levantando o rosto do jovem para encara-lo, a pele dele estava quase translucida de tão branca, enormes olheiras embaixo dos olhos, mesmo que estivesse dormindo a dias, não tinha mais o vivido verde brilhante, apenas o opaco esverdeado mofado... era como se a alma dele não estivesse ali, e o moreno temia que esse estranho pressentimento fosse verdade. 

Severus levanta uma mão cuidadoso e faz um singelo carinho na bochecha do garoto, levando-a em seguida para sua nuca e se aproximando lentamente para beija-lo. Ele tinha cuidado, não punha nenhum traço de força com medo de quebra-lo, e o castanho mal seguia seus passos, estava lento pelo cansaço. 

-Eu não te rejeitei amor, nunca faria isso – o moreno sussurra, pegando na mão do pequeno para beijar em cima da aliança dele, mas não a encontrando – onde?... 

Vagarosamente o jovem segue os olhos para a própria mão e entra em desespero em não ver o anel dourado, ele fica estabanado e começaria a se debater se o jovem alfa não fosse mais rápido. 

-Deve ter caído na cama, não se preocupe, vamos acha-lo – o filhote se aproxima para acalmar a mãe, que volta a se enfiar na curvatura do pescoço do amante. 

-Lu...cio - choraminga no pescoço do moreno, clamando pelo outro alfa de sua vida. 

-Ele ainda está digerindo tudo... de um tempo a ele, tenho certeza que vai voltar, ele nunca te rejeitaria – Sev pega mais cuidadoso no pequeno e se levanta com ele, daria um banho e depois voltariam para a casa deles. 

-- 

Doeu lavar o pequeno, que nem se quer conseguia se manter de pé no banheiro, o moreno teve que conjurar uma cadeira para consegui-lo. Ele tremia bastante, tinha feito isso com o seu ômega, de novo, só tinha o machucado. 

A vida daquele ser tão especial estava em suas mãos e tudo o que fez foi quebra-lo ainda mais, sua natureza era de machucar, e não amar, tinha dificuldades de manter as pessoas a seu lado, e tinha medo de um dia acabar sendo o motivo da perda definitiva de seu ômega. 

-Me desculpa – murmura novamente, desligando o chuveiro e se ajoelhando a frente do parceiro, encarando-o desesperado enquanto o castanho mantinha aquela expressão de estar longe, tinha se perdido ao entrar no box. 

Ele tinha caído no espaço dele, para não ter que voltar a sentir, voltar a chorar, voltar a se perder, sua mente o aprisionou para o profundo de sua cabeça, um mecanismo de defesa para que não enlouquecesse pela “rejeição” do alfa e pela perda do filhotinho, que ainda o assombrava. 

-Me desculpa pequeno – Sev deita a cabeça nas coxas do parceiro, muito mais magras do que antes – eu sempre acabo te machucando... me desculpa... 

A mão do castanho mecanicamente sobe pros cabelos do alfa, mesmo estando preso e afastado dos sentimentos, seu lado ômega quase morto sentia a necessidade de consolar o companheiro ferido. Mesmo com tudo, precisava estar ali por ele, mesmo que sendo um ômega inútil, precisava ser o ômega dele.  

Sev sentiu o cuidado do pequeno em lhe fazer carinho e caiu num instante na real, estava sendo dramático, ele era o adulto, o alfa, o homem que deveria estar cuidando do jovem, mas no final, era Harry que sempre cuidava dele. 

O moreno se levanta decidido que se Lucius rejeitasse o menor, ele amaria por dois, cuidaria dele para sempre a partir dali, mesmo quando houvessem brigas ou mais mentiras. 

 

 

 

 


Notas Finais


Capitulo grande, eu sei que seis amam.
E ai? Gostaram? Querem matar o Luce? Digam como kkkkk muahahaha
Eu pensei em viagra (potente) uma tortura com lembrança do estupro dele, e um Harry muito... MUITO sadico.
Querem?

ps. eu usei a fala do Sirius como um dos comentários do cap. anterior kkkk eu amei.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...