A nave passava pelas montanhas de gelo, desviando-as. Gabriel – o piloto – sorria enquanto movia o volante, e os outros presentes – Gabrielle e Devon – não confiavam nas “habilidades” do piloto.
– Gabi, relate que nós estamos próximos deles! – exclamou Gabriel.
– Tá! – Gabi se levantou e foi até um pequeno dispositivo, pressionou um botão presente no aparelho e disse – A todos ouvintes, a equipe de resgate 65 está se aproximando de sua localização... – por causa de uma curva que a nave fez, Gabi foi aos chãos, soltando o aparelho.
– Gabi, por que você não estava de cinto? – indagou Gabriel.
– Arco de gelo à nossa frente! – exclamou Devon, referindo-se ao uma montanha de gelo que tinha um buraco em seu centro, que daria para a nave passar... se estivesse na posição certa.
– Fica tranquilo amigo, eu sou suave que nem uma agulha. – disse Gabriel.
– Esse seu apelido é do terceiro ano, na época que você era suave! – exclamou Gabi.
– Quem vive de passado é museu, amiga! – exclamou Gabriel, aumentando seu sorriso.
A nave foi até a montanha e atravessou-a.
– Viu? Suave que nem uma agulha.
– PERDEMOS UMA ASA! – gritou Devon, olhando os scanners da nave, que indicavam que uma asa foi perdida.
– O quê?! – Gabriel se curvou, olhando para Devon.
– Olha pra frente seu idiota! – exclamou Gabi, mas já era tarde demais, e a nave bateu em uma montanha.
Tudo ficara escuro, e no vidro uma mensagem estava piscando e iluminando o lugar novamente: SIMULAÇÃO FALHA.
– Que droga... – Gabriel falou cabisbaixo.
– Suave como uma agulha, né? – indagou Gabi, furiosa.
– Eu ainda sou suave! – exclamou Gabriel, se levantando da cadeira.
Uma porta de metal se abriu atrás deles, e várias pessoas observava-os; no meio dessa gente, havia um homem, cabelos grisalhos, pele escura, e com uma feição nada boa.
– Saiam daí. – ele diz, e os quatro correspondem, ficando de frente para ele. – Vocês falharam... MAIS UMA VEZ!!! – ele gritou.
– Foi mal? – perguntou Gabriel, com um pequeno sorriso no rosto, tentando acalmar o homem.
– Quantas vezes você repetiu isso? – ele levantou a mão.
– 9! – exclamou um aluno atrás dele.
– Muito bem – ele deu passos para trás. – agora, eu quero que vocês como alunos experientes que são, digam os erros que esses imprestáveis cometeram. – ele disse para os alunos atrás dele.
– O supervisor da nave avisou que a asa se perdera mais de cinco segundos depois! – exclamou um aluno, e o homem encarou Devon.
– A responsável pelas comunicações não estava usando cinto de segurança! – disse outro aluno, fazendo que o homem encare Gabi.
– E o mais óbvio: O piloto não sabe pilotar! – exclamou o homem.
– Qual foi, diretor? Eu só preciso praticar mais. – disse Gabriel.
– Praticar? Suas habilidades são tão ruins, que nem mesmo praticando você melhora! – o diretor se aproximou de Gabriel, o encarando. – E realmente, o seu antecessor foi muito melhor... – o diretor se afasta e olha para um grupo de alunos. – É a vez de vocês! – o grupo foi até a nave e entrou nela, iniciando a simulação.
Um tempo depois, Devon e Gabriel foram até seu quarto se deitaram e ficaram em silêncio, até que...
– Eu não acredito que ele falou que o meu antecessor era melhor! – exclamou Gabriel.
– Você sabe que ele não gosta de você. – respondeu Devon, mexendo em seu aparelho telefônico e alisando seus cabelos negros.
– Eu sei disso, mas qual é, não precisava falar que nem mesmo praticando mais vezes eu melhoraria. – disse Gabriel se virando para o Devon.
– Concordo...
– Eu não gosto dele... – Gabriel voltou e encarou o teto. - ... Você viu a Gabi por aí? – perguntou Gabriel.
– Ela falou que ia observar as estrelas...
– De novo?
– Sim.
– Lá em cima deve ter alguma coisa... – Gabriel se levantou e foi até a porta.
– Você vai aonde?
– Lá em cima! Onde mais seria?
– Então me espera!
Os dois saem do quarto, entram no elevador, e chegam até o telhado da base, vendo Gabrielle observando o escuro céu da noite com um binóculo.
– Achamos você! – exclamou Gabriel, fazendo Gabi pular de susto.
– Que merda vocês estão fazendo aqui? – ela perguntou.
– Nossa, que agressividade é essa? – perguntou Gabriel.
– Eu não gosto que vocês se intrometam nos meus assuntos pessoais. – ela disse.
– A gente sabe disso... – todos se assustam, pois uma explosão iluminou a base, fazendo Gabi observar a área da explosão, vendo vários carros da base se aproximando do local.
– O que aconteceu? – perguntou Devon.
– Uma explosão!
– Pra chamar a atenção de todo mundo pra que ele passe. – Gabriel aponta para uma rocha, que atrás dela estava um jovem com cabelos negros, jaqueta negra descendo de um jeep.
– Quem é ele? – Gabi olha pelos binóculos.
– Arthur! – exclamou Gabriel.
– Certeza? – Devon seguiu Gabriel, que andava até um lugar íngreme do telhado para descer.
– Eu conheço aqueles mullets de qualquer lugar!
– Quem é Arthur? – Gabi começou a seguir todos.
Depois de um minuto andando eles chegam na sala do diretor, e na frente dele estava Arthur mexendo nele.
– Ahá! – exclamou Gabriel.
– O que você tá fazendo aqui? – indagou Arthur.
– Eu vim aqui pra esfregar na tua cara que eu sou melhor do que você! – Gabriel riu.
– Ótimo... – Arthur retirou um pen-drive do computador e foi até eles. – Vocês podem me ajudar a sair daqui... – Arthur sai da sala e começa a correr.
– Espera aê! – exclama Devon, que assim como os outros começa a seguir Arthur.
Começando a correr, os quatro passam por portas, desviando e escondendo-se dos alunos e dos professores. Surpreso por rever um amigo, Devon sorria e se lembrava dos momentos que passava com Arthur na época que era piloto; Gabriel era chefe de comunicações; e Devon era o supervisor do scanner da nave, em um cargo que se mantém até hoje.
Gabi não fazia ideia de quem era Arthur, nunca o vira pessoalmente, e nem havia ouvido sobre; o máximo em que pensava era que Arthur era o tal antecessor de Gabriel. Achando que isso era verdade, perguntou:
– Você era piloto antes da agulhinha aqui? – Gabi sorri sarcasticamente para Gabriel, e Arthur sorri levemente.
– Sim. E o Gabriel ainda tem esse apelido? – ele perguntou.
– Tem. – ela sorri.
– Direita! – Arthur exclama, fazendo todos virarem de corredor.
– Pra que que você veio aqui? – perguntou Devon.
– O computador do diretor tem informações importantes sobre o Ômega X. – ele diz.
– O que é Ômega X? – perguntou Devon.
– Depois eu explico! – eles se aproximam de uma porta, e Arthur a abre com um chute. – Vamos! – ele exclamou.
– Pra onde, seu infeliz? – indagou Gabriel.
– Pro meu carro! – eles se aproximaram de uma rocha e atrás dela tinha um jeep. – Entrem! – todos correspondem e entram no carro.
Arthur deu partida e saiu de lá, passando por pedras e árvores.
– Pra onde a gente vai?! – indagou Gabriel, erguendo-se do banco.
– É um lugar importante!
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