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História Ômegas não usam 38 - Você pode usar o que quiser!


Escrita por: Ellie_Sky

Capítulo 1 - Você pode usar o que quiser!


Fanfic / Fanfiction Ômegas não usam 38 - Você pode usar o que quiser!

Se encontrava timidamente observando as pessoas indo e vindo. Algumas olhavam para ele, talvez se perguntando o que estaria fazendo parado no meio de uma loja, porém a maioria preferia ignorar sua presença o que Izuku agradecia mentalmente. Tudo o que não queria era chamar atenção e felizmente parecia conseguir realizar tal ato diante da maioria.

Depois de tortuosos minutos de espera pode finalmente observar a figura feminina se aproximando. Estava com os braços carregados de roupas, de variados estilos. Midoriya sorriu brevemente quando a beta enfim parou ao seu lado com a respiração acelerada.

– Aqui, encontrei várias blusas que acho que são do seu estilo. Além de algumas calças jeans P da ala masculina– Ela sorriu e entregou as roupas para o menino que parecia maravilhado com tudo aquilo.

– Arigatou Uraraka-Chan– Ele se curvou brevemente como forma de agradecimento. Não havia palavras ou gestos capazes de descrever a gratidão do pequeno ômega.

Era sempre o mesmo problema quando Midoriya tinha que comprar roupas novas. As lojas eram separadas em categorias, de acordo com cada classe.

E apesar do esverdeado ser tímido, não se importava que as pessoas o reconhecessem como sendo um ômega. Seu cheiro adocicado era fácil de ser detectado de qualquer maneira, ainda mais por ser do sexo masculino, ele possuía um odor diferente da maioria. Ômegas homens eram difíceis de serem encontrados e talvez por isso as roupas da sessão a qual ele pertencia não o agradavam.

Era tudo muito apertado, para marcar as curvas, além de ser extremamente feminino. De Baby Looks até saias. A maioria das blusas havia lugar para colocar o peito já que ômegas não gostavam de colocar sutiãs. E até mesmo com as calças ele havia um problema. Ficavam estranhas no corpo do pequeno ômega. Ele até já havia experimentado uma ou outra, mas acentuava demais a sua bunda e ele se sentia desconfortável com isso.

Por isso desta vez, pediu ajuda a sua amiga que aceitou de prontidão acompanhá-lo até a loja de roupas e escolher algumas das masculinas da sessão dos betas.

– Sabe que não precisa me agradecer Izuku– Ela despenteou de leve os cabelos do amigo enquanto sorria animada– Agora vamos até o provador, temos que ver se vão caber em você.

– Torça os dedos para que isso aconteça– Ele a encarou preocupado e a menina de prontidão fez o que ele pediu arrancando-lhe uma risada sincera. Era difícil ficar muito tempo cabisbaixo na companhia da menina.

Se dirigiu até o provador ao lado da amiga. Assim como a loja, os provadores eram separados por classes, cada um com um placa indicando.

O dos alfas era um lobo preto, com a cabeça erguida e uivando. Apenas a imagem mostrava o quão superior ele se achavam perante as outras classes. Não era por conseguir mandar em todos que ele tinham o direito de se sentir assim, mas infelizmente a maioria o fazia.

O dos betas era um lobo cinza, de orelhas em pé. Ele porém olhava para frente. Sendo considerados os braços direito dos alfas, não eram considerados tão inferiores assim, ainda mais por não possuírem cio, algo que incomodava bastante.

E por fim vinham os ômegas, representados por um lobo branco de orelhas abaixadas e deitado no chão em sinal de submissão. Izuku não podia deixar de revirar os olhos toda vez que via isso. Era sempre assim, eles tinham que abaixar a cabeça e aceitar tudo calados.

Não precisou nem ao menos se identificar para a menina que cuidava dos provadores. Ela era uma alfa, conseguia sentir seu cheiro forte e que marcava presença de longe.

Logo que ambos se aproximaram, ela o encarou de cima a baixo antes de lhe dar a plaquinha com o número de roupas que iria provar. Seus olhos praticamente o comiam e mesmo que ele não quisesse, seu lobo se sentiu recuado e ele abaixou a cabeça ao passar por ela.

Respirou fundo se encostrando na parede da cabine depois de fechar a cortina. Tinha certeza de que soltava feromônios de nervosismo e por isso controlou os sentidos respirando 10 vezes com calma.

Assim que se sentiu mais tranquilo, se voltou para as roupas.

Sorriu feliz assim que verificou que todas as blusas couberam. Ele soube que eram da sessão feminina, o menor número dos betas machos ficaria muito largo nele. Uraraka era beta e era um pouco maior que ele, portanto as roupas também ficavam largas, mas não ao ponto de relaxamento. Era extremamente do jeito que ele gostava.

Não teve a mesma sorte com as calças porém. Elas ficavam caindo de sua cintura e ainda que ele utilizasse um cinto, iria parecer um saco de batatas ambulante. Pelo visto teria que continuar usando macacões e mandar mensagem para sua mãe. Ela era amiga de uma costureira e mesmo que demorasse um pouco, ele tinha certeza de que ela conseguiria fazer pelo menos duas calças que ele se sentisse confortável em usar.

Saiu da cabine e entregou o cartão para a mulher juntamente com as roupas que não couberam em si. Uraraka o encarava com espectativa, querendo saber se sua ajuda fora prestativa ao não.

– Fiquei sem parte de baixo, mas pelo menos a de cima está resolvida por um bom tempo– Diz ele com um enorme sorriso fazendo com que a menina caísse na gargalhada.

– Você é o melhor amigo que alguém poderia ter sabia?

[...]

Olhava discretamente para as roupas, atento a cada detalhe. Ainda que ele houvesse insistido, Uraraka era quem estava na fila enquanto ele olhava o restante das roupas da loja. Segundo ela, ele poderia ver algo que o agradasse em alguma sessão. E quando a menina insistia em algo, era difícil fazê-la mudar de ideia, portando acabou cedendo.

Mal percebeu quando entrou em um lugar que não deveria. Apenas notou que as roupas estavam mais masculinas, com estampas de caveiras e frases com palavrões, ele não se lembrava de já ter visto algo assim na loja. Além disso os tamanhos eram enormes, até mesmo o P parecia um vestido em Midoriya.

O fato apenas lhe atingiu quando junto com este um aroma apimentado pode ser sentido. Olhou para frente logo avistando um menino de cabelos amarelos.

Uma onda de adrenalina atravessou o corpo do ômega que tentou sair dali antes de chamar a atenção do conhecido. Seus hormônios porém o denunciaram e antes que ele pudesse fazer alguma coisa, os olhos vermelhos caíram sobre si.

– Kacchan, que surpresa em vê-lo aqui– Disse o menino passando a mão pelos cabelos em claro sinal de nervosismo, o que arrancou uma risada debochada do outro que agora já se encontrava na sua frente.

– Deku, seu merda! O que está fazendo na sessão de alfas?– Rosnou Bakugo agora já atento a todos os movimentos do menor.

– Hum... Olhando as roupas?– Tentou Midoriya olhando em volta indicando as diversas peças que se encontravam no local. Isso só fez o loiro rosnar ainda mais arrancando uma pequeno tremida do outro.

– Você é um ômega! Nem mesmo o PP dos alfas, se existisse algum, caberia em você! Agora vai para sua sessão de menininha, caí fora!

Antes que Izuku tivesse tempo de responder, sentiu uma presença atrás de si. Esta, colocou a mão em seu ombro enquanto o alfa loiro apenas olhava para ele com raiva.

Olhou para trás podendo observar um menino de cabelos coloridos. Metade branco, metade vermelho. Assim como seus cabelos, seus olhos também eram bicolores e ele possuía uma cicatriz do lado esquerdo. Pode sentir pelo forte cheiro de menta que era um alfa.

– Não deveria colocar medo em outras classes apenas por ter o prazer de conseguir fazer isso. Se ele quer comprar roupas de alfa, tem o total direito de o fazer. Não é por ser ômega que precisa gostar de usar roupas apertadas– Rosnou o bicolor para o outro. Ele podia sentir o cheiro dos feromônios de raiva, esperava que Bakugo se sentisse ameaçado e simplesmente fosse embora, ou eles poderiam começar uma briga ali mesmo.

– Ah, quer dizer que vai defender o merdinha?– O loiro rosnou também dando um passo para frente– O que foi, vai me dizer que se encantou pelo cheiro do menino? Ou será que está no cio e tem a curiosidade de saber como é passar com um homem?

– Estou lhe dando a chance de recuar agora mesmo antes que se arrependa. Eu não costumo perder as brigas em que entro– A dominância em suas palavras era tão forte que fez até mesmo o esverdeado tremer de leve, ainda que não fosse direcionada para ele.

Bakugo também parecia menos certo, seu cheiro estava mais fraco, porém o olhar de raiva permanecia o mesmo. Abriu a boca para dizer algo porém foi interrompido pelo seu celular que vibrou. O loiro o pegou, lendo rapidamente a mensagem que tinha recebido para depois lançar um olhar de superioridade para ambos.

– Tenho coisas mais importantes para fazer do que brigar pelo Deku. Fodam-se vocês dois.

E dizendo isso saiu com passos fortes. Só então Izuku soltou a respiração que nem mesmo sabia que estava prendendo, virando-se para o alfa que havia o defendido.

– Hum, Arigatou senhor...

– Shouto Todoroki. Mas não precisa de todas essas formalidades– O menino sorriu fazendo o coração do ômega bater mais forte. Nunca havia visto um alfa tão bonito em toda sua vida– Minha mãe também era uma ômega e sofreu bastante na mão do meu pai, portanto eu não penso duas vezes em ajudar.

Izuku sorriu preferindo não perguntar o porquê dele ter falado da mãe no passado. Tinha certeza de que era um assunto delicado e não queria parecer incômodo.

– Seu nome não é Deku, é?

– Ah não, esse foi um apelido de infância que o Kacchan me deu– Suas bochechas adquirem um tom avermelhado enquanto ele junta as mãos atrás das costas para falar– Meu nome é Izuku Midoriya.

– Certo Midoriya. Aqui– Ele pega uma caneta e anota algo num pedaço de papel para logo depois entregar para o esverdeado– Meu número. Pode me mandar mensagem a hora que quiser. Gostei muito da sua companhia.

Izuku apenas assentiu vendo o menino sorrir e se distanciar. Assim que o choque inicial passou, ele se dirigiu até a porta da loja, feliz por encontrar Uraraka lhe esperando.

– Eita, que sorriso é esse? Parece que comeu algo muito bom e quer repetir– A menina lhe cutuca, entregando a sacola de roupas e pegando seu braço para saírem da loja.

– Eu meio que fiz um amigo– Ele sorriu sentindo as bochechas esquentarem o que fez a beta lhe encarar maliciosamente.

– Hum, que amigo hein? Deve ser gostoso.

O garoto a repreendeu porém começou a rir logo em seguida. Ele tinha que concordar, Todoroki era muito gostoso. Mas o melhor de tudo isso era que ele era um alfa. E não agia como um.

Naquela noite, após conversar horas com Todoroki pelo WhatsApp, ele dormiu com um sorriso no rosto, feliz em saber que nem todos os alfas são esnobes.

Afinal, isso era uma questão de caráter e não de classe.


Notas Finais


O nome da fic vem de acordo com a numeração das roupas masculinas. Uma calça P equivale ao 38/40 e portanto (como as roupas dos alfas são maiores) um ômega provavelmente não caberia nelas.


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