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História Onde Devo Estar (Spin-Off) - O Peso de Uma Descoberta


Escrita por: DearDanvers

Notas do Autor


Como vocês sabem o Spin-Off é um material muito experimental, então preciso da colaboração de vocês sempre.
Boa sorte e boa leitura!

Capítulo 14 - O Peso de Uma Descoberta


Duas moças ocupando a mesa de mármore, cada uma focada em sua atividade, o ar livre exterior as faria bem. Falavam pouco enquanto os olhos grudados nos instrumentos em mãos, ao ar, propagava-se apenas notas musicais perdidas, repetitivas, sem espaçamento definindo com que para o tempo. Falhas como se quebrassem cristalinamente ao se propagar, os dedos morenos delicados continuaram a cruzar as cordas horizontais até que seu som fosse claro como um perfeito cristal.

— Agora o violão está afinado. — Claire avisou à morena mais baixa enquanto segurava seu violino.

— Sempre afino o violão ou a guitarra do ‘Guel, ele fica muito bravo quando descobre que alguém mexeu e os desafinou. — Luna explicou prestando atenção nas notas.

— Realmente, bem típico dele. — revirou os olhos com desdém. — Garoto estressadinho... — os olhos da garota de cabelos verdes perderam-se no horizonte focando no som aos ouvidos; acabaram por capturar uma silhueta conhecida. — Falando em gente chata: o que aconteceu com a Halsey? — fez um gesto com a cabeça para que Luna a olhasse. — Ela e a Alina eram mais que inseparáveis mas agora...

— Estão de mal... — a menina respondeu com certo pesar.

— Posso até imaginar o porquê. — sussurrou para si. — Obrigada por estar me ajudando com os instrumentos, hoje você não tem hidroginástica ou algo do tipo?

A menina morena suspirou.

— Eu teria, porém estou no período. — fez beicinho ficando cabisbaixa.

— Que peri...? Ah! — abriu a boca. — Menstruação é horrível, de fato! Sou o tipo de garota que nunca vai se acostumar. — enfatizou sua indignação. — A cólica faz parecer que meu útero está sendo devorado por um bebê reptiliano vampiro e o sangue escorrendo dos dentes pontudos dele estão vazando pela minha vagina a baixo. — arregalou os olhos exalando o ar.

Claire quando olhou Luna novamente reparou que seu olhar estava completamente aterrorizado, as palavras enfatizaram até demais considerando que a menina as repugnou completamente.

— Estou assustada agora. — murmurou fino.

— Não seja tão sensível, Luna. Veja pelo lado bom, você e a Alina vão bater um recorde pessoal. — disse com animação sarcástica.

— Recorde de quê?! — ficou curiosa instantaneamente.

— Recorde mundial do casal Alina-e-Luna com mais tempo sem fazer sexo! — sorriu. — Pra mim pode ser uma coisa ótima! E para o resto do corredor. — complementou pensando melhor. — Só temos uma oportunidade todo mês de dormir à noite sem o som da cabeceira de vocês batendo na parede como se fosse demolir o prédio.

A moça Cabello-Jauregui corou sentindo vontade de enfiar a cabeça no violão. Ela tinha conhecimento que fazia amor com sua namorada ruiva com bastante frequência, e que ambas quase nunca perdiam uma oportunidade de se amar durante seus intervalos, todavia a morena nunca tinha parado pra pensar que possivelmente o resto do andar fosse saber disso.

— Desculpe. — murmurou ainda acanhada.

Claire continuou acompanhando Halsey com seu enfitar, percebeu a mulher de cabelos curtos estava sendo alcançada pela loura simpática, já muito comum para os olhos de todo mundo.

— Elle continua falando com a Alina e a Halsey. — comentou. — Você ainda sente aquele ciúme bobo?

A menina assentiu.

— Um pouquinho assim. — fez um gesto com o dedo indicador e o polegar.

— Só com a Elle? — a indagou.

Negou com a cabeça.

— Alina tem algumas alunas bem interessadas, realmente. Sabe... Ela gosta demais de você. Será que ela nunca se sentiu ameaçada, com ciúmes de ti?! — contraiu a sobrancelha com um sorriso de lado.

— Nunca percebi algo assim, acho que não. — procurou alguma evidência em sua memória.

— Acho bastante difícil, você tem um sorriso lindo e um traseiro enorme, não deve ter chamado a atenção só da Alina.

— Não vejo mais ninguém gostando de mim. — coçou a cabeça.

A expressão de Claire mudou, indagava algo.

— Quem é aquele ali?!

— Onde?

— Aquele moreno ali!

Apontou em direção a um rapaz um tanto alto, quadril muito estreito, ombros muito largos, de músculos bem definidos. Cabelos curtos e muito negros, queixo quadrado e pele morena. Aparentemente estava confuso com as direções do campus, olhava para os lados e pedia informações. Neste momento ele estava a perguntar algo para as duas conhecidas ao longe.

— Ei... Eu o conheço! — Luna exclamou muito ansiosa.

— Conhece?

— Sim!! — correu em direção ao rapaz.

O pobre coitado nem a viu se aproximar, as pernas da morena acumularam o máximo de velocidade que podiam, ele estava de costas falando com Halsey e Elle. Num impulso a morena jogou-se sobre ele abraçando-o com força. O mesmo quase foi ao chão com o baque.

— Zahid!! — gritou com sua voz aguda pondo os pés no chão.

Era de todo o prazer ver novamente um amigo, um pedaço da antiga escola, de casa. Ainda que mais recente foi um bom amigo conquistado pelas circunstâncias. A maneira que ela o agarrava com braços e pernas assimilando-se a um Koala traduzia bem esse sentimento amistoso.

— Luna... Você está tão... Deslumbrante! — o rapaz a segurou pelo rosto piscando severas vezes.

— E você está bonitão! Mais que bonitão! — o cutucou na barriga.

As duas garotas presentes limparam a garganta em bom som.

— Muito obrigado pela ajuda, moças, eu encontrei o que procurava aqui. — o paquistanês afirmou enfitando Luna.

A loira de cabelos curtos e a loira de cabelos compridos se olharam numa comunicação mútua. Um olhar sugestivo acompanhado de um sorriso sinistro, uma risadinha pra finalizar. A situação deixou a morena confusa enquanto o rapaz nem havia se tocado em nada que não fosse ela.

— ‘Lu você está tão reluzente! — Fanning a alertou observando-a bastante.

— Cécile me disse a mesma coisa hoje. — rebateu um tanto orgulhosa de seu estado. — Acho que comer muitas frutas ajuda.

Halsey deu de ombros com sua maneira encoberta.

— Será que deve ser porque seu amiguinho está aqui? — sugeriu de maneira mais insinuante possível. — Afinal, você se chama?... — o deu vez para falar mais.

O paquistanês ofereceu sua mão para um cumprimento, logo se apresentando.

— Zahid. — sorriu levemente.

— Halsey. — responde de gesto quase idêntico.

Malik voltou-se para Fanning esperando dela as justas apresentações.

— Eu sou a Elle, muito prazer. — exibiu grande contentamento. — Você é bonito... — deixou o sussurro escapar quase propositalmente.

— O prazer é todo meu... — tremeu um pouco ao dizer de tanto que corava.

Recuou olhando para o chão, ainda sem-graça. A primeira coisa que conseguiu içar com seus meros dedos desocupados foram outros dedos distraídos, os da mão da menina ‘Lu. Ela interpretou o gesto como uma simples forma de expressar o carinho mútuo de dois amigos de escola, não lhe parecia nada demais.

— Quero mostrar o campus... E os amigos... Os amigos aqui do campus!! — o puxou freneticamente. — Vocês querem vir conosco? — referiu-se às duas moças.

Elle demonstrou interesse, mas foi repreendida por sua amiga.

— Não, obrigada, Elle e eu temos coisas a fazer! — arrastou sua amiga consigo.

 

[...]

 

Ambos acabaram no chão no que deveria ser o quarto de Luna e Claire, o que originou sua vida independente, todavia, claramente não chegou a ser o lar do melhor de sua independência. O melhor de sua rotina estava há alguns metros de distância daquela porta, em outra cama, em outro chão e com outra pessoa.

Ambos sentados um de frente para o outro, a morena pediu ao moço que lhe contasse tudo que estava havendo em sua vida. De seus irmãos em relacionamentos sérios, quase se casando, em uma universidade, uma casa nova...

— Pra ser bem sincero estou confuso com algumas dezenas de coisas. — coçou a nuca. — Mas acho que ficando tão distante de algumas pessoas eu descobri alguns sentimentos, com mais clareza. Entende? — fez um breve contato visual.

Assentiu compreendendo (mais ou menos, talvez nem tanto, por educação).

— O que veio fazer aqui, Zahid? — o indagou curiosa.

— Minha irmã veio se resolver com o Miguel e ter uma DR, então eu acho que seria uma ótima oportunidade de vir aqui e dizer algumas coisas, talvez tudo... — deixou seu olhar cair. — Eu preciso te contar algo muito importante.

Voltou a olhar para a moça distraída que massageava o próprio peito sentindo algum incômodo incomum.

— Acho que me machuquei em algum lugar, estou com dor há horas. — disse para si tentando fazer desconforto cessar.

— Você ouviu o que eu disse? — ele a indagou frustrado.

— Não... Desculpe... Pode repetir?

Zahid sentiu apenas uma grande hesitação lhe barrando os impulsos de dizer de uma vez seus grandes fatos guardados. Era de se esperar seu nervosismo, estava um pouco perdido e muito frustrado.

— É algo que eu queria muito te contar, mesmo. — sentiu sua voz fraquejar.

Luna bateu palmas demonstrando sua animação.

— Também queria lhe contar uma coisa muito importante! — exclamou. — Você conta primeiro!

Tomou fôlego processando todas as palavras que queria dizer.

— Eu acho que gosto de você, Luna. — murmurou sem encara-la.

Em resposta a menina gargalhou um pouco o fazendo cócegas.

— É claro que eu sei que você gosta de mim! — debochou inocentemente.

— Sabe? — uma fagulha de esperança o tomou. — E você gosta de mim também?!

— Óbvio que gosto, seu bobinho, somos amigos! — mostrou a língua enquanto Zahid voltara a ‘estaca zero’.

Em uma última tentativa desesperada segurou ambas as mãos da morena olhando no fundo de seus olhos.

— Eu sinto que me perdi muito nos últimos tempos, você não sabe como eu senti sua falta e como eu tenho pensado em como nos afastamos... É uma grande loucura eu simplesmente estar aqui pra te dizer um monte de coisas do nada e...

“Uhm-uhm”

Uma garganta sendo limpa por um breve soar, assim foi interrompido o discurso comovente (ou quase) do paquistanês confuso. Ao olhar para a porta, uma silhueta feminina estava encostada nela. Braços cruzados, calça apertada, jaleco, cara fechada e cabelos ruivos. Não poderia ser mais ninguém além Dela.

Observou o rapaz com um desprezo inicial absoluto, sobrancelha contraída. Pose firme como se fosse dona do prédio todo, Luna levantou-se do chão largando as mãos do garoto. Desajeitada correu para os braços da ruiva que tomou-a nos mesmos com todo instinto protetor possível, aproveitou o aroma da latina passando seu nariz nos cabelos do topo de sua cabeça. Beijou levemente seu pescoço.

Por fim, tomou os lábios da latina de olhos verdes num beijo apaixonado. Quando Cabello-Jauregui voltou à sua sã consciência deitou a cabeça no ombro de Alina falando com seu amigo da antiga escola.

— Era isso que eu gostaria de te falar, Zah, eu tenho uma namorada agora. — finalmente confessou sorrindo.

O sorriso de Alina era muito diferente, exalava a confiança de ter para si sua amada e qualquer outro seria incapaz de pega-la para si. Com qualquer outro, diria Zahid, em especial, sendo ele o único espectro presente de alguma ameaça aparente.

— Uma namorada que a ama muito, e é completamente apaixonada por ela. — a ruiva reforçou.

— Amor, esse é o Zahid! — abriu caminho para a ruiva.

Caminhou lentamente até a figura masculina, certa que não era tão dominante quanto ela, os olhos castanhos e assustados do rapaz entregavam sua bandeira branca e estendida, cheirava a insegurança.

— Prazer, eu sou Alina. Namorada da Luna. — firme.

O observou com um olhar nada comum em seu repertório, ele levantou-se rapidamente, porém a estendeu a mão com a lentidão da hesitação. Quase que os dedos não se tocaram, o enfitar dela era reto e apático, o dele era fugitivo e afogado em indagações.

— Ele é meu amigo de escola e é irmão da Aaliyah! — a menina continuou animada estando alheia da tensão.

— Reparei pela semelhança. — fez um gesto próximo ao rosto.

— Namor... Namorada. — exalou o ar muito envergonhado.

— Sobre o que conversavam? — Alina soltou-lhe a mão.

Pôs o braço em volta do ombro da menor apertando-a contra si. Um gesto, simples gesto de um rapaz desconhecido com a pessoa mais conhecida, fez com que o instinto de Alina aflorasse pelas camadas da pele, aguçou-se por reflexos dos sentimentos. Pela primeira vez, assim explicitamente, a ucraniana demonstrou o ciúme. Um conjunto de impulsos que a fizeram tão animal quanto as feras que estudou em seu suado ofício.

— Sobre novidades, não é, Zahid? Ele estava me contando sobre como estava com saudade de tudo e até de mim. — respondeu sua namorada.

Malik engoliu a seco vendo a ruiva e a morena. Em milésimos de segundos fez este trajeto com os olhos, de novo e de novo tentando processar a imagem, o que ela representava e o quanto ela o abalava.

— Preciso ver a minha irmã, acho que ela terminou de discutir com o Miguel... Prazer em conhecê-la. — saiu rapidamente.

Deixou para trás um ar de confusão.

 

[...]

 

— Ele não responde minhas mensagens. — a menina choramingou olhando para seu celular.

Andou de um lado para o outro em frente à namorada ruiva, que tirava uns poucos minutos de descanso antes de voltar ao laboratório, permaneceram no quarto de ambas. Kovalenko sobre a cama tentando assistir algum programa enquanto sua protegida namorada permanecia nos lamentos de seu recém-sumido amigo.

— Devo ter dito algo errado. — a morena culpou-se novamente.

— Querida, você não percebeu. — Alina murmurou suave.

— Perceber o que?

— Que esse rapaz gosta de você. — explicou sentando-se. — A última coisa que eu queria no meu horário de descanso era ter que lhe contar que outra pessoa gosta de você, então estou gastando energia por algo bem necessário... Tirar sonecas é minha atividade favorita. — deu de ombros.

Luna pensou melhor.

Ela realmente ama sonecas... Ah não!

— Zahid gosta de mim tipo.... Tipo... — procurou as palavras. — De beijar na boca?!

Alina assentiu.

Matty ficaria tão horrorizado com esta conversa!

— Ele não pode gostar de mim desse jeito, eu já tenho namorada. Como você sabe? — estranhou.

— Da mesma forma que todo mundo que viu a maneira que ele te olha soube. Fui bombardeada com algumas piadinhas desde o laboratório até a escadaria para este corredor.

Luna sentiu todas suas refeições revirarem em seu estômago e sentir-se tonta pelas circunstâncias. Afinal, seu amigo poderia chatear-se por ela não gostar dele da mesma forma. Sentir mágoa, de certo era inevitável, mesmo assim ela preocupou-se em ver um querido esmorecer.

— Provavelmente ele queria lhe contar isto há tempos. — puxou calmamente a menina para seu colo.

— Seria fácil se ele tivesse dito antes. — murmurou triste.

— Querida, nunca é fácil confessar nossos sentimentos para alguém. — acariciou-a o rosto. — Eu tive sorte de te querer tanto que nada importou quando eu quis te beijar, quando quis estar contigo, te conhecer. Eu preciso de você da mesma forma que sempre precisei de mim mesma. — falou com doçura. — Soa assustador, mas é assim que me sinto.

Luna encheu a ruiva de beijos.

— Deus... Como eu queria fazer amor com você agora. — Kovalenko confessou.

— No período não pode. — rebateu imediatamente massageando o peito. — Esse sutiã está me incomodando muito. — contorceu a expressão com dor.

— Então vá explicar para esse tal garoto que você está comprometida, depois você se troca e eu poderia aproveitar pra te fazer um lembrete. — afirmou.

— Do que eu deveria lembrar?!

— Você verá! — levantou da cama fechando a calça. — Reparando bem, você está tão radiante... Sua beleza está mais viva. — a encarou notando nos mínimos detalhes.

— Só está sendo gentil. — fez-se cor de pitanga; foi puxada para um rápido selinho.

— É tão fácil se apaixonar por você, Lu, esse é o único motivo que faz com que eu não queira amedrontar aquele bonitinho metido a apaixonado. — revirou os olhos debochando. — Duvido muito que ele vá te amar como eu te amo.

— Irei conversar com ele, prometo de mindinho.

 

Antes que sua irritabilidade fosse além, procurou seu colega em cada buraco de parede que pudesse enxergar. Acabou o encontrando-o escorado numa parede, de vista sem foco, tão sofrido. As mãos dentro dos bolsos da calça larga, retraído como se quisesse sumir num espectro de si. Suspirou algumas vezes o vendo. O abordou com toques delicados, de toda atenção do mundo, o mesmo tentou evitar os toques como evitava chorar. Por fim, cedeu. Um canto de parede seria mais do que o necessário para resolver a situação.

— Eu sei que você está confuso porque mudou de cidade, de casa, está estudando em um lugar diferente... Mudar deixa a gente com muito, muito medo. — ela tentou explicar a ele. — E o medo deixa a gente muito bobo achando coisas que não são reais, talvez você  não goste tanto de mim como imagina. — coçou a cabeça. — Se realmente gostar... Eu já tenho namorada e ela é perfeita pra mim, Zahid, eu não posso trocar.

— É isso que você acha? — pensou bem. — Que eu só estou confuso?

— Acho que sim, precisamos conversar melhor sobre isso... — acanhou-se. — Não fique triste, por favor, eu não sei como reagir. — segurou o rosto do rapaz.

Ele negou com a cabeça.

— Passei muito tempo pra tomar coragem, Luna, talvez eu realmente queira isso. — segurou a mão da latina depositando um beijo delicado. — Mas se for apenas meu desespero falando por mim, isso não faz você ser menos importante.

— Fico feliz por isso! — sorriu como de costume.

— Não irei desistir dessa experiência ainda. — afirmou respirando fundo.

— Mas... — voltou a assustar-se.

Ele fez um gesto para o portão distante avistando uma silhueta esperada.

— Minha irmã está me chamando, até a próxima. — abraçaram-se uma última vez.

Luna foi deixada a esfregar a testa franzida sem entender se havia cometido algum erro ou não (há uma grande probabilidade de ter sido um erro, porém inevitável; fica então isenta da culpa).

E se ele voltasse fazendo Alina ficar com raiva?

Se ela sentisse ciúme?

Se seu erro causasse alguma briga entre as duas ou a fizesse perder um grande amigo?!

Não sendo cartomante ficou difícil dizer, medir as consequências. Esperou apenas ser a última coisa bagunçada que invadisse sua mente neste dia, até agora este problema estava de bom tamanho. Essa descoberta bastava, o psicológico de Luna geralmente não era testado com essas situações de escolhas.

O que poderia ser mais drástico?

Sentiu um incômodo no peito no mesmo instante, aquela dorzinha não lhe dava um segundo de paz desde que acordou naquela manhã. Caminhou um pouco adentrando o banheiro mais próximo. Com um gesto instintivo empurrou a porta e passou em linha reta.

Dois braços fortes a tomaram com bastante autoridade, foi elevada e posta sentada sobre a pia.

— Alina... — exclamou do susto.

— Esses moleques chatos nunca aprendem... — disse em tom rouco. — Ele vai aceitar que você é minha. — a pegou pela cintura roçando os lábios pelo pescoço da morena. — E eu sou sua. Acabou.

Os reflexos de ‘Lu a fizeram agarrar os cabelos de Alina e pressionar seu corpo contra o dela ainda mais. Içou com os dedos o jaleco da ruiva, cujo membro começava a enrijecer com os toques íntimos entre ambas. Beijaram-se lentamente com mãos indo para todas as partes, unhas da ucraniana passeando por cima da calça da latina. Quadris se movimentando ritmicamente num anseio pelo que queriam fazer mais do que qualquer coisa.

— Eu não posso, amor. — a alertou.

Kovalenko a encarou sorrindo.

— Eu sei disso. Era só um lembrete. — riu ajustando o membro sob o tecido da calça.

A porta do banheiro foi aberta mais uma vez chamando atenção de ambas as namoradas.

— Opa, galera, isso é um banheiro público! — Cécile entrou falando sarcasticamente.

Alina riu e Luna escondeu o rosto em seu pescoço tentando diminuir embaraço. Desceu da pia logo em seguida.

— Dois alunos da sua área estavam perguntando por você, Alih. — avisou.

— Verdade, eu deveria estar monitorando os procedimentos deles. — exalou o ar dos pulmões.

Cécile tirou a bolsa de seu ombro a pondo sobre um dos banquinhos, desprendeu seu macacão com cuidado.

— Ao invés disso preferiu vir para um local público ter relações íntimas com sua namorada. Que moça profissional... — fez graça para enraivece-la.

— Irei deixar para brigar com você na próxima vez que estiver no banheiro, o que será daqui há dez minutos quando você for fazer xixi de novo! — rebateu com o mesmo deboche.

Riram por um breve momento.

— Pelo menos é porque eu tenho um bebê de dois quilos rolando sobre a minha bexiga. — explicou muito lépida. — O que é uma desculpa bem melhor do que sexo.

Touché. — Alina exclamou por uma última vez. — Agora eu preciso ir. — deu um beijo em sua baixinha. — Se cuidem! — foi às pressas para fora.

Luna aproveitou a confidencialidade do ambiente (e o espelho) para finalmente ver o que estava de errado. Retirou a blusa com cautela e em seguida abriu o fecho do seu sutiã e em seguida o passando pelos braços.

A amiga gestante subiu o olhar. Seus olhos reconheciam aquilo de algum lugar, lhe era fresco na mente. Engoliu a seco.

— Luna... Você olhou isso no espelho? — indagou se aproximando ainda receosa.

— Não...

— Como uma futura mãe, eu preciso te dizer que não era pra isso estar acontecendo. — afirmou com bastante seriedade; a menina ficou tensa. — Para o seu bem... Vamos fazer um teste de gravidez, certo?


Notas Finais


Desculpem pela demora, mas meus estudos estão bem severos ultimamente... Pois bem, preciso que vocês comentem mais, porque aqui eu estou testando algumas formas de escrita e quero a opinião de vocês, como sempre! Críticas construtivas são sempre bem-vindas!

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Desculpem qualquer erro!

Até a próxima!


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