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História One (1) Hour - Capítulo Único


Escrita por: stilldancing

Capítulo 1 - Capítulo Único


Raquel temia esse momento. 

Ter Sergio dentro do banco a apavorava como poucas coisas na vida. 

Mas agora — agora que ele está ali, ali, em carne e osso… Raquel poderia gritar de alívio. 

O resto do grupo segue em suas respectivas funções. Raquel se ocupa de cuidar das feridas do Professor — que por sua vez, nesse instante, sentado na maca que improvisaram, a encara com olhos enormes e brilhantes. 

Ela pausa com o algodão em cima do braço dele. Tomba o rosto e suaviza o olhar. Como sentiu saudades. 

Na adrenalina que estão, Raquel demora a perceber que esse é o primeiro momento que os dois têm a sós desde a entrada de Sergio no banco. Aproveita o momento de paz para levar uma mão até o rosto dele. Seu polegar lhe acaricia a barba, e seu coração expande quando ela lhe sente soltar o ar, como se estivesse aliviado. Quando sua testa toca a dele, Sergio fecha os olhos. 

“Senti a sua falta,” ela admite, a voz apenas um fio. 

Sergio sorri, mostrando os dentes, os olhos franzindo — e Raquel não esperava ver esse sorriso assim tão cedo, não depois de Tóquio. Não depois de Tóquio. Mas ali está ele; dentro do banco, em seus braços, sorrindo para ela e a olhando com amor, com tanto amor. Parece impossível, mas ali está ele. De verdade. 

Sergio aproxima o nariz do de Raquel, acariciando-os suavemente. Quando fala, seus lábios roçam nos dela. 

“Quando nós sairmos daqui, vou te encher de tanto amor que você vai esquecer como respirar,” sussurra de uma só vez, tratando de tomar os lábios de Raquel nos dele. É um beijo tão desesperado quanto suave, saudoso, e Raquel levanta os ombros e segura a mandíbula de Sergio entre as mãos, puxando-o para mais perto, beijando-o com tudo o que tem. 

É como voltar pra casa. 

Me alegro de que estés aquí,” ela murmura assim que se separam. Sergio beija a palma de sua mão.

Perde-se ali por um instante, como se inevitavelmente se perdesse no seu toque. O coração de Raquel erra uma batida. 

“Você já me disse isso uma vez— Sergio soluça. “Joder, Raquel.” 

Ela morde o lábio. As pupilas dele dilatam.

“O que?”

Te quiero tanto— ele a agarra pela nuca e lhe ataca a boca mais uma vez. Uma onda de calor invade o peito de Raquel como um vulcão, e ela derrete nas mãos dele. 

“Você já me disse isso uma vez,” ela ri contra os lábios dele, franzindo o canto da boca para tentar esconder o sorriso divertido que surge em seu rosto.

“Eu disse, é verdade,” ele ri. Então, mais sério, diz: “E eu te juro, Raquel, que vou repetir todos os dias pelo resto da minha vida.”

Raquel tomba o rosto. Uma mecha de cabelo cai sobre seus olhos, mas Sergio rapidamente a coloca atrás de sua orelha — como se não suportasse um segundo sem enxergá-los. 

E é como voltar pra casa. 

“Tóquio estava certa,” ela diz, baixinho. “O amor se multiplica mesmo nos roubos.”

Com isso, Sergio lhe envia um sorriso triste — mas seus olhos… Seus olhos estão devastados. Raquel lhe segura uma mão, e ele puxa o ar uma, duas vezes — e então sua expressão muda. Seus olhos incham em um segundo, enchendo-se d’água. 

“Eu mal consegui chorar a morte dela,” ele finalmente desabafa, segurando-lhe a mão com força. “Eu- jamais vou me perdoar por isso, eu—

“Shhh, não,” Raquel lhe segura o queixo, fazendo-o olhar pra ela mais uma vez. “Não vá por aí.”

Sergio puxa o ar. Olha-a tão profundamente que Raquel perde um pouco o próprio. Então, assente com a cabeça uma vez, como se tentasse se convencer de que Raquel está certa — essa linha de pensamento é perigosa e não leva a lugar algum. 

E então—

“Eu pensei que você estivesse morta,” ele lhe agarra a mão, pressionando beijos desesperados nos nós de seus dedos. “Eu te proíbo de morrer antes de mim, Raquel, porque eu aguento quase tudo, mas isso não.”

Ela, surpresa, solta uma risada emocionada, chorosa, e beija sua mão de volta. 

Cariño,” ela diz, emocionada. “Não vou a lugar algum. E não pretendo perder mais ninguém nessa guerra.” 

Sergio balança a cabeça, mostrando-a que levou suas palavras a sério. “Vale.”

Ela sorri. 

“Como está essa ferida na costela?”

Sergio olha pra baixo, puxando a camisa desabotoada para o lado, como se tivesse acabado de lembrar que estava machucado.

“Uma merda,” diz. 

Raquel solta uma risada curta. Empurrando-o um ombro, o faz deitar de costas sobre a maca. 

“E o pé?”

“Melhor. Mas poderia curar mais rápido.” 

Raquel anda até a ponta da maca, joga o algodão que levava na mão no lixo e pega outro na embalagem. Molha o algodão com soro e começa a limpar a ferida em seu pé. Ela estala a língua.

“Vou matar essa filha da puta,” ela solta entre os dentes, fazendo-o rir.

O machucado ainda estava feio, mas pelo menos não estava inflamado. Ela faz o melhor que pode para limpar o pior do resto de sangue, e termina o curativo enrolando o pé de Sergio numa faixa.

Limpa todas as suas feridas, uma por uma. O pé, o braço, a costela. Concentra-se em não machucá-lo, cuidando dele com calma e delicadeza. Apenas percebe o olhar que Sergio está lhe enviando quando começa a limpar o machucado em seu rosto. 

“O que foi?” Ela pergunta, um sorriso curioso e surpreso estampado.

“Nada,” ele mente. Raquel termina de limpar seu rosto, cobrindo o machucado aberto com um band-aid. Deixa o indicador passear um pouco sobre a pele debaixo de seu olho — só porque pode. Só porque ele está ali, e ela pode tocá-lo.

Ele fecha os olhos e lhe acaricia o braço. Raquel entende como um sinal para continuar. 

Pressiona um beijo em seu rosto, sobre o curativo. Deixa a mão repousar sobre o braço dele e beija seu queixo. Então, roça o lábio contra o dele levemente e segue até o seu pescoço. Sente Sergio arrepiar contra sua palma. 

“Quanto tempo temos?” Ela sussurra contra a pele dele.

“Uma hora,” Sergio responde em um só respiro, puxando-a pela coxa de modo que ela sentasse sobre o seu colo, seus dedos fundos no macacão vermelho.

“Mais que suficiente— ela começa a dizer quando Sergio lhe ataca os lábios, puxando-a com uma mão em sua cintura e outra já na sua traseira, fazendo-a perder o ar.

“Pode ser a última vez, así que—

Dessa vez é ela quem o interrompe com um beijo. “Não diga besteira,” ela começa a tirar sua camisa— com urgência, com pressa, com desespero. “Não acredito que vamos fazer isso aqui—

“O amor se multiplica nos assaltos,” o Professor ri antes de agarrar a blusa preta de Raquel, puxando-o para cima e jogando-a em qualquer canto da sala.

***
Monastério, semanas atrás. 

Raquel é simplesmente incapaz de negar: ver Sergio na pele do Professor é inevitavelmente excitante. 

Vê-lo comandar o grupo, contar-lhes o plano — a empolgação na sua voz ao fazê-lo — tudo sobre o Professor a deixava vergonhosamente entregue. 

E ele sabe.

São muitas as noites que os dois passam  no monastério extravasando essa tensão que vai se construindo entre eles durante o dia. Porque Sergio sabe o que o Professor faz com ela — e ele a provoca

Hoje, em especial, ela está prestes a jogá-lo contra o quadro negro e arrancar aquele terno ali mesmo, na frente de todo o grupo. 

Ele sabe o que essa história de Plano Paris faz com ela. É a coisa mais romântica que já ouviu em toda a vida, mas também a mais excitante, e ouvi-lo explicar o plano para o grupo com tanta animação — bom. 

Raquel sente-se descontrolada. 

E Sergio sabe

“Vamos dar uma pausa. Voltamos em uma hora.”

Os dois trocam um olhar. De longe, Raquel já pode ver suas pupilas dilatadas.

Eles praticamente correm até o quarto. 

Raquel fecha a porta empurrando Sergio contra ela e lhe atacando com um beijo desesperado. Agarra sua camisa, as duas mãos cerradas num punho, e puxa-o contra ela. Sergio suspira contra seus lábios e a segura pela cintura, unindo seus corpos de cima a baixo, fazendo-a sentir sua rigidez contra ela. 

“Você tem que parar de me olhar desse jeito durante as aulas,” a voz de Sergio soa grave — como o Professor. “Uma hora eles vão perceber.”

“Não dou a mínima,” ela diz enquanto tenta beijá-lo e arrancar-lhe a roupa ao mesmo tempo. Sergio a levanta pelas coxas, fazendo-a enrolar as pernas em sua cintura, e a leva até o colchão em três largos passos. O fato dele conseguir fazer isso com tanta facilidade a faz pulsar ainda mais, e ela solta o ar quando suas costas tocam a cama.

Sergio lhe arranca a camisa tão rápido que Raquel se sente tonta. Trata de fazer o mesmo — se livra daquele terno como se ele fosse uma ofensa, desfazendo o botão da calça dele sem sequer olhar o que estava fazendo. Sergio, por sua vez, deixa uma marca vermelha no quadril dela ao tirar-lhe a calça. 

Ao perceber que a machucou, leva o rosto até o seu quadril e pressiona ali um beijo. “Perdão,” ele diz. 

Raquel sorri, preguiçosa, e enrosca os dedos em seus cabelos.

Ele lhe beija a pele devagar, começando pelo seu quadril e passando por seu estômago, o espaço entre seus seios, seu queixo, até lhe alcançar os lábios. O beijo que lhe dá dessa vez é menos desesperado, mas igualmente lascivo. A forma com que ele a segura as pernas a faz querer gritar

E então — então Raquel se vê afundando as unhas nas costas dele porque, sem aviso, ele desfaz seu sutiã e murmura contra os seus lábios:

Quiero comerte entera.” 

O som que sai de sua garganta é tão alto que ela tem certeza que o monastério inteiro a ouviu.

Sergio tenta lhe calar com mais um beijo, mas o contato tem o efeito oposto — ela vocaliza ainda mais alto, levando-o a fazer o mesmo, e aí — e aí o estrago já está feito. A essa altura, com toda a certeza todos do grupo sabem o que os dois estão fazendo atrás daquela porta.

“Agora, Sergio, quero você dentro de mim agora—

Jod—

Nos dois anos que passaram juntos, Raquel nunca viu Sergio se mover tão rápido. Ele tira o resto de pano que ainda sobrava nos dois em uma fração de segundos. 

Volta a alcançar seus lábios, dessa vez apenas descansando os seus contra os dela. Raquel afunda os dedos nas suas costas, depois em sua nuca, e cola a testa na dele conforme ele leva a mão até a sua entrada. Arqueia as costas quando ele lhe toca o clitóris, e vocifera o seu nome quando ele insere dois dedos dentro dela — e Raquel sabe que ele perde a compostura quando ela lhe chama pelo nome na cama, sabe desde a primeira vez que o fez, porque antes ele era Salvador e agora—

Agora ele é Sergio — por completo, seu Sergio, e ela sabe que ele é dela porque está escrito em seus olhos e porque, conforme ele retira os dedos de dentro dela e posiciona sua rigidez em sua entrada, ele diz: “eu sou louco por você,” e ela entende, porque— porque também é perdidamente louca por ele, e porque poderia viver nesse instante pra sempre. 

Sergio a adentra devagar— com cuidado em meio ao desespero e ao desejo, e sua boca entreaberta solta o ar contra a dela— que lhe morde o lábio inferior para segurar o grito que quer escapulir da garganta. 

Raquel o ama tanto e o quer tanto que poderia explodir ali mesmo.

Começam a se movimentar juntos, no mesmo ritmo. Sergio se move com força, segurando seu peso em uma mão. A outra se apoia na parede quando Raquel circunda as pernas em sua cintura, dando-lhe mais espaço e fazendo uma gota de suor surgir em sua testa. 

Sim, sim—

Ela mal sabe o que está falando — só não quer que ele pare. 

Sabe que a cama do monastério é barulhenta, então no início tentavam ser cuidadosos. Agora, já não se importam mais. Deixa Sergio adentrá-la de novo e de novo, a cama rangendo e sua mão na parede fazendo as veias de seu braço saltarem, e ele é tão inacreditável que Raquel geme seu nome sem pensar. 

E é aí que ouvem:

Aikido, Professor! Aikido hasta el hondo, hombre!” 

Nairóbi. 

Sergio congela. Raquel segura o riso. O peso dele cai sobre ela e ele esconde o rosto no pescoço da ex-inspetora, que por fim solta uma risada cansada e leva uma mão até o cabelo do Professor. 

“Eu vou matá-las. Juro que vou.” 

Raquel o faz levantar o rosto, até seus olhares se encontrarem.

Cariño,” ela sussurra. Olha-o no fundo dos olhos. “Sigue.” 

“R-Raquel—

Ela move os quadris de repente, de modo que ele a adentra por completo. “Nem pense em parar agora.”

Sergio ri, um pouco boquiaberto e um pouco sem ar, mas obedece. Surpreendentemente— obedece. Os dois dividem risadas abafadas conforme Sergio lhe segura o rosto, a palma encaixando na mandíbula de Raquel, e voltam a se movimentar juntos. 

A cama volta a ranger. Eles ouvem risadas exageradas do outro lado — mas Raquel decide que essa será a sua vingança.

“Sabe,” ela começa, o calcanhar fundo na curva da cintura de Sergio. “Eu saí do paraíso que morávamos pra estar aqui. Por causa deles.”

Sergio deixa o polegar passear pelo contorno de seu rosto, pausando no seu lábio inferior. 

Eles que ouçam.” 

Ela beija a ponta de seu dedo e aumenta o ritmo, fazendo-o respirar com mais dificuldade, até que—

“Raquel, eu—

“Eu também,” ela se vê murmurando, e então— e então ele se entrega, vociferando seu nome e se derramando dentro dela, que o segue imediatamente, as pernas trêmulas e os espasmos lhe atingindo todo o corpo.

Depois, quando acabam, Sergio não se entrega ao cansaço e a preguiça como o de costume. Dessa vez, retira-se de dentro dela e, ao invés de se jogar no espaço vazio ao seu lado, começa a cobri-la de beijos. Beijos carinhosos e divertidos, que a fazem gargalhar como uma adolescente pega de surpresa. 

“Que foi, que foi?!” Ela ri, confusa.

“Você é inacreditável,” ele lhe beija o lábio. “Inacreditável.”

Ela sente o rosto corar. Corar. Como uma adolescente. 

“Bom, obrigada?”

“De nada.” Ele sorri feito um bobo, os olhos brilhantes e apaixonados— e mesmo que ele não admita, Raquel sabe que esse olhar é de amor, pura e simplesmente.

Joder, eles transam e riem como adolescentes!” Ouvem Tóquio gritar do outro lado. 

Com isso, Raquel se levanta. Antes que Sergio pudesse impedi-la, pega a blusa de Sergio no chão e a veste rapidamente, cobrindo seu peito nu. Encontra sua roupa de baixo embolada no chão e, pulando pelo quarto para vesti-la, agarra um travesseiro e sai correndo pela porta.

Abre a porta do quarto de Nairóbi sem bater. Encontra-a deitada com Tóquio, as duas gargalhando juntas.

Encara-as com olhos sérios. Sem hesitar nem por um segundo, começa a bater nas duas com o travesseiro. 

Joder, Lisboa— para!” Tóquio gritava enquanto Nairóbi tratava de agarrar um travesseiro para si, tentando se defender contra os golpes de Raquel e falhando miseravelmente.

Quando a coisa começa a se tornar uma verdadeira guerra de travesseiros, com os gritos e gargalhadas das três ameaçando acabar com o descanso do grupo inteiro, o Professor aparece na porta apenas de calça. Nairóbi parece congelar por um segundo, mas logo continua a tentar golpeá-las. 

“Ei, ei!” O Professor grita. Quando percebe que elas não vão parar, agarra Raquel por trás e a levanta do chão. “Parem com isso!”

Ela chuta as pernas no ar e protesta, mas em vão. “Sergio!”

“Não, chega— ele tenta, mas logo leva um travesseiro na cara como resposta. Nem o Professor consegue manter a seriedade; solta uma risada, ainda que tímida, se juntando a elas. 

“Adeus!” Ele diz ao fechar a porta, carregando Raquel pelos braços, deixando as gargalhadas exageradas de Tóquio e Nairóbi para trás.


Notas Finais


espero que vocês tenham gostado, amores! esse é meu presentinho de estreia ♥️


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