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História One Baby For Camila - Um domingo bem (ou nada) domingo.


Escrita por: atlas_geos

Notas do Autor


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Capítulo 18 - Um domingo bem (ou nada) domingo.


Sinto seu cheirinho na ponta do nariz e sorrio sem abrir os olhos. O quarto estava semiescuro por conta das cortinas fechadas e a porta entreaberta, o filete de luz que entrava fazia o rosto de Lauren brilhar contra meu peito, seu sono calmo a fazia sorrir as vezes e me abraçar em seus bracinhos curtos.

Bocejo e esfrego os olhos, meus movimentos a acordaram aos poucos e ela me sorriu linda e sonolenta. Olho minha blusa e vejo uma mancha molhada, suspeitava que sua boca estava da mesma forma, pois ela corou e limpou a baba me fazendo rir e beijar sua testa.

-Vamos escovar os dentes. -Digo e me levanto com ela em meu colo.

Brincamos com a espuma e fazemos caretas pelo espelho, uso a toalha para me fazer de pirata a fazendo gargalhar e beijar minha bochecha.

-Você vai ser a outra princesa! -Ela diz animada. -Uma princesa pirata.

Ela alonga a fala e arregala os olhinhos em suspense. Suspiro e beijo sua boca gelada e levemente molhada, o gosto de pasta de menta e uva se misturando e fazendo uma combinação estranha e boa ao mesmo tempo.

-Se você quer assim... -Digo e ela comemora com pulinhos enquanto saímos do quarto com 23-19 em nosso encalço.

Seus pelos amarelados estavam brilhantes por conta do banho que eu havia lhe dado no dia anterior e me orgulhei do trabalho que estava fazendo com ele. Segundo Dinah ele ainda era filhote, mas não cresceria muito mais do que aquilo.

Coloco sua ração no pote e deixo Lauren em cima da bancada, preparo meu café e seu leite morno enquanto isso ela preparava torradas, os farelos sujando sua roupa de leve, e a manteiga deixando sua mão melecada. Faço careta, mas dou de ombros.

-Pão? -Ela assente então coloco os pães franceses em cima da mesa.

Preparo tudo e coloco o leite na mamadeira agitando com o achocolatado e entregando para a pequena. Comemos entre caretas e risadas engraçadas, o marasmo chato de domingo não nos pegou naquele instante, mas a preguiça nos minutos seguinte nos acertou em cheio.

Sentamos na varanda e ficamos ver os carros a passar, comíamos sorvete e contávamos os carros. Ela os azuis, eu os vermelhos. Suspeitei ser o horário da igreja, pois as pessoas passavam arrumadas e em família, os ternos bem alinhados e os vestidos claros cobrindo as moças até o joelho.

Típico de cidade pequena se entregar aos (in)prazeres religiosos.

-Bom dia. -Grace estava ali.

Sua irmã estava ali, ambas se pareciam levemente. Os pais estavam ali e sorriam simpáticos quando acenamos para a família VanderWaal.

-Irei ficar com elas. -Grace anuncia e entra pelo portão, a menina já conhecia os macetes necessários para burlar a segurança do pequeno portão.

-Filha... Sua falta de interesse em Jesus me preocupa. -A mãe diz tristonha, mas não impede a menina de fiar e sentar conosco.

-Não há porquê adorar Cristo com todos ao meu redor, vocês desconcentram minha fé. -Ela retruca esperta, a família suspira em uníssono e se afasta com um aceno. -Blá. Somos poeira espacial.

Ela diz por fim e se senta ao nosso lado na pequena escada. O céu estava fechado e os ventos balançavam as árvores carentes de folhas. Lauren se deita em meu ombro e brinca com nossos dedos entrelaçados.

Usualmente pegava-me suspirando por seu cheiro de bebê e beijando seus cabelos ainda bagunçados. Não nos alinhamos ao sair de casa, ou ao nos sentarmos ali atoa.

Juntamente à Grace e 23-19 ficamos no silencio límpido da presença compartilhada, eu não sabia como conseguia fazer Lauren ficar parada por tanto tempo visto que seu déficit contava com um leve toque de hiperatividade, mas amava seus momentos calmos e sentidos.

-Vamos fazer algo. -Grace se levanta, puxa Lauren e pega uma bola que estava jogada no quintal, Chris havia deixado ali na última vez que entrou em minha casa e jogou futebol com Dinah.

Reparei então que todos estavam confortáveis com minha presença e já agiam de forma íntima comigo. Não que isso me incomodasse, mas eu não estava acostumada com todo aquele clima familiar.

Os pais de Lauren raramente estavam em casa e quando estavam eu sentia Lauren agindo de forma mais tensa, suas manias de bebê eram menores e ela quase nunca aparecia no quintal. Talvez fosse algo que a deixasse desconfortável.

As duas corriam atrás da bola e vi o carro cinza parar em frente ao meu portão. Normani sai e liberta Ally da cadeirinha a trazendo no colo e sorrindo para as meninas esportistas.

-Bom dia. -Sorrimos e beijo a testa de Ally que estava sonolenta. -Onde posso trocá-la, aconteceu um pequeno acidente durante o percurso. -Ela diz e faz carinho nas costas da pequena.

-Oh, bem, há um quarto de hóspedes lá em cima, primeira porta à esquerda. -Ela assente e some pela porta.

-Hey latina. -Vou até Dinah e desvio da bola que voou em minha direção. -Torci para que acertasse. -Ela provoca e lhe mostro a língua. -Abra a garagem, não vou deixar meu carrinho lindo aqui fora. Ah, antes de tudo, Oliver terá que focar alguns dias no hospital. -Faço um muxoxo e ela encolhe os ombros suspirando em seguida. -Vamos rezar para que não seja nada de grave. -Assinto e encontramos uma Lauren sorridente no meio do caminho.

[Play: Inside Out Theme (Piano)]

Reviro os olhos e peço a ajuda de Grace, abro o portão grande e ela manobra o carro colocando-o ao lado do meu.

Nós não havíamos marcado nada, combinado encontro algum, e inconvenientemente elas apareceram em minha porta, entraram em minha casa e se sentaram em meu sofá. Usaram minha cozinha, riram de minhas fotos de crianças pregadas na parede.

Decoraram minha varanda, exigiram almoço e gritaram comigo e sujaram minha cozinha, fizemos Ally ficar branca de farinha e ela gargalhou alto com leves gritinhos fofos. Dessa forma inconveniente de se levar me senti parte de algo, de um marcado aleatório, um encontro casual e um almoço de domingo em família.

Nos sentamos na mesa da varanda e rimos de conversas leves que não levariam à discussões alguma e muito menos mudariam o mundo. Mas eu me senti parte de algo.

Senti-me assim leve e apaixonada quando encontrei o os olhos de Lauren ao meu lado enquanto eu intercalava sua alimentação com a minha. Senti-me envergonhada quando ela gargalhou alto de uma historia minha da infância, e de fato me senti completa quando olhei ao redor e vi todas conversando íntimas.

Aquele almoço inconveniente de domingo que me tirou da preguiça rotineira e me colocou em uma mesa cheia, foi de fato aleatório, imprevisível e de toda forma encantador.

-Toque algo para nós. -Elas pediram, exigiram.

Se olhassem para dentro de minha mente naquele momento, a Alegria estaria correndo animada enquanto a Tristeza e o Medo estariam observando com estranheza, pois por tanto tempo eles tiveram o controle sobre mim e então não tiveram espaço em minha cabeça.

Se vocês pudessem ver o que se passa em minha mente nesse momento, descobririam o quanto de felicidade eu estava sentindo. Não por ter sido alvo de piadas, mas tão diferente do que foram em minha infância, ou por ter minha cozinha se igualando com um campo de guerra.

Se pudessem ver a felicidade que eu estava sentindo veriam que ela resumia em um momento único que logo passaria, porquê talvez felicidade seja um sentimento de satisfação passageiro, mas quando se tem, quando se vive, esqueçamos os problemas e os tranquemos do lado de fora. Era um momento único, passaria, mas me deixava em paz.

Lauren se senta ao meu lado enquanto as meninas dançavam, girando e rodando, Ally ia no colo de Dinah e sorria largo por trás da chupeta rosa, ela batia palminhas e dava leves gritinhos animados. Grace pulava segurando as patinhas de 23-19, o cãozinho pulava e agitava o rabinho de forma feliz.

Sinto um beijo babado em minha bochecha e me concentro na pequena ao meu lado. Fato a fato caminhávamos rapidamente à dependência de presença, então seja como fosse eu estava feliz por ela ali.

-Qual sua fantasia pro Halloween? -Ela pergunta baixinho para não me desconcentrar.

-Não sei... Qual a sua? -Ela dá leves risadinhas e suas bochechas coram de forma apertável.

-Alegria. -Rio e beijo sua bochecha.

-Então vou de Tristeza. -Rimos cúmplices e recebo um selinho rápido.

Me lembro de quando eu e minha irmã passamos horas discutindo sobre “Divertidamente” e sobre como a Alegria e a Tristeza se complementavam.

À vezes, tudo o que você precisa fazer é chorar como se não fosse mais aguentar, ficar triste por certos momentos. Porquê, assim como a felicidade, a tristeza também era passageira.


Notas Finais


Inside Out Theme: https://youtu.be/VJQQeBVBr9k (Acredito que a música não vai até o final do capítulo, coloquem para repetir)
Não quero acelerar a estória então estou colocando esses capítulos que podem nos levar a lugar algum, sabe? Eles não necessariamente nos mostram algo importante para a estoria, ou tenha algum acontecimento importante, mas quero alongar a estória. Espero que não esteja chato ou repetitivo.
Favoritem e comentem
Beijocas de paz e até mais sz 💜🍕


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