CAPITULO 1
Com o passar dos meses e das responsabilidades, eu fui percebendo que tudo parecia um pouco mais complicado em Hopkins. Os acontecimentos eram mais rápidos e burocráticos, a carga de trabalho era maior, traumas eram muito frequentes, plantões dobrados eram quase normais. Com tudo isso estava me virando muito bem, era uma questão de habito, mas existiam outros pontos que me incomodavam mais que qualquer coisa.
“A nova-iorquina está achando que sabe o que é medicina!”
Insultos eram frequentes, piadas aconteciam a toda hora e isso me deixava furiosa. Aparentemente havia uma disputa, um preconceito entre médicos forasteiros. A novata era alvo de críticas, dos piores casos, dos piores plantões e menos horas em cirurgia.
“Eu odeio isso”. Bufei para Emily enquanto almoçávamos no nosso esconderijo em uma ala abandonada do hospital. “Não importa o que, se está certo ou errado, eu me sinto uma idiota, quem eles pensam que são?”
“Você precisa canalizar essa raiva de alguma maneira, eu já te disse”. Emily tem um pedaço de pão na boca enquanto fala, deixando suas palavras distorcidas. “E tente fazer alguns amigos...”
“Eu não estou aqui para fazer amigos”.
“Eu sou sua amiga”.
“Porque já nos conhecíamos antes”.
“Qual é little doc”. Eu odiava esse apelido. “Deve haver algo. Pense um pouco, pilates, natação, futebol...”
“Eu já tentei boxe”.
“Com o seu tamanho é claro que não ia dar certo!” Ela tem um tom muito óbvio no rosto o que me faz encará-la com mais ódio. “Ok, deve ter alguma coisa que você goste fora desse hospital”.
“Eu gosto de respeito”. Replico. “E não deveria ser tão difícil encontrar”.
Mais tarde eu paro para pensar em alguma coisa fora do hospital que me fizesse relaxar.
As opções foram poucas.
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“Estar em Hopkins é um privilégio, qualquer um doaria todo o sangue para estar aqui, passariam horas dentro de uma sala de cirurgia, ficariam dias sem dormir e usariam fraldas para não irem ao banheiro”. Pausa e um pigarrear de garganta. “Eu vi isso em uma serie uma vez e acreditem quando eu falo que não funciona. Então não tentem, já vi residentes se transferirem porque não aguentaram as piadas. E não é Robbins, meu nome é Kate Robinson”. Ela sorri e pisca para todos marotamente.
“Hual”. Emily suspira no meu ouvido parecendo muito animada. “Ela é demais”.
Normalmente, Junk recebia as instruções de forma concentrada e profissional, mas toda vez que a doutora falava alguma coisa ela parecia se exceder.
“Relaxe os quadris Emily ou a Dra. Robinson vai pensar que você veio para dançar e não aprender”.
Ela respira fundo e se recompõe, mas só por cinco segundos até as portas da cardiologia serem abertas.
Kate Robinson não só controlava o departamento de Cirurgia Cardiotorácica, como tinha acabado de ser nomeada chefe da Cirurgia. Depois de algumas horas de plantão ao seu lado eu até entendi um pouco porque seu nome era tão prestigiado, ela sabia o que estava fazendo, manejava as coisas com muita calma, sabia de todos os protocolos e podia diagnosticar um ataque cardíaco sem tocar no paciente.
Pela primeira vez em algum tempo eu esqueci que era a novata.
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Quando Emily e eu procuramos um lugar, não pensamos que teríamos tanta sorte. O loft com dois quartos, um banheiro e uma cozinha integrada com a sala era nosso bunker secreto. O melhor de tudo é que ficava uma quadra do hospital.
“Eu estou morrendo de inveja de você nesse momento”. Ela tem a voz cansada e seu corpo está se arrastando ao meu lado. “Banho quente, cobertas e um chocolate quente”.
“Não se preocupe, farei os três”. Pego no seu pé e ela me empurra um pouco sem forças.
Emily tinha um plantão de 24 horas pela frente, para minha sorte, eu estava indo para casa. O estranho disso tudo é que quando deixei as chaves de lado, o lugar parecia triste e vazio, mesmo depois do banho e do chocolate quente.
Uma sensação estranha tomou conta por um instante. Eu não sabia exatamente o que, nem assumi muito tempo do consciente pensando nisso, apenas respirei fundo afastando aquele efeito e antes que eu desse por mim, estava voltando para o hospital.
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“O que diabos você está fazendo aqui?”
“Eu senti uma saudade absurda de você e resolvi fazer companhia”. Tento esboçar um sorriso convincente.
Emily nega com a cabeça. “Meu deus, você tem problemas”.
Antes que uma discussão maior sobre os motivos de eu estar ali acontecesse, Dr. Robert Willians, o chefe do PA (pronto atendimento), entrou na sala dos internos e anunciou um grande trauma a caminho. Me afastei rapidamente dela em direção ao primeiro andar sentindo uma adrenalina correr por minhas veias, tão diferente da sensação de hora atrás.
Ser médica sempre foi muito mais que uma profissão, era sobre salvar vidas. Não aconteceu do nada, eu não tinha acordado um dia e decidido ser, tive que ter um grande choque na vida para despertar esse desejo dentro de mim.
Quando meus pais morreram em um acidente de carro, encontrei um motivo coerente para tomar a decisão. A minha infância foi fantástica, mas depois do que aconteceu, eu cresci dentro do sistema. Foi um caminho solitário e complexo, existiram momentos que eu queria largar tudo e desistir, mas cada lembrança infeliz, cada momento de dor me tornara mais forte.
O PA estava lotado.
“Onde eu posso ser útil Dr. Williams?”
“Eu achei que você estivesse em casa agora”. Me olha um pouco desconfiado.
“Nesse momento precisamos de todos”. Ele concorda sem delongas e aponta a cabeça para os leitos iniciais.
“Tente ser útil, suturas no 1 e 2, se conseguir sair de lá olhe em volta e descubra onde estar”. Ele parecia um pouco preocupado.
Aceno com a cabeça e logo me preparo.
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“Pronto senhor”, finalizo o último dos 5 pontos na testa, “em alguns dias não vai haver sinal algum”.
“Obrigada querida, obrigada”. Ele parecia cansado, mas logo se levantou e seguiu seu caminho.
Olhei em volta. A correria inicial era um pouco insana, mas agora tudo parecia mais controlado. Tirei as luvas e quando levantei o cansaço que antes transformei em energia, pareceu atingir meu corpo.
“O que você conseguiu hoje “little doc”, suturas em vovôs?” A voz bate a minha nuca seguida de risadas pretensiosas.
Dois dos residentes mais imbecis da face da terra estavam parados me encarando. Tentei ignorar e seguir meu caminho, mas logo um deles me impediu.
“Saia da frente Davis”. Meus punhos se fecharam automaticamente.
“Para você é Dr. Davis”. Riu seguido pelo seu amigo.
Tentei prosseguir novamente. Ele fez o mesmo movimento me impedindo.
“O mais legal de fazer suturas é que você não precisa de muita agilidade”. O outro, Swanson, se meteu na conversa.
“É claro que não, nem para usar o cérebro Swanson, você conseguiu ao menos aproveitar o seu hoje ou é uma habilidade que você não possui?”
Quando ele fechou a cara e avançou, eu recuei um passo no mesmo momento que Dr. Williams apareceu. Antes que qualquer coisa acontecesse, outra cena se desenvolveu muito rápido.
Uma menina caiu. A mãe gritou. Tudo que eu pude fazer foi usar o raciocínio instantâneo e avançar até ela.
“Não consigo pulso”. Meus dedos checaram a pulsação. “Código azul”. Gritei em seguida.
Logo tinha uma equipe em minha volta. A mãe continuava por perto e seu lamento estava ficando mais alto.
“Tire ela daqui agora, precisamos de espaço, começando as compressões”. Inclino meu corpo sobre a garota.
“Doutora qual a frequência cardíaca?” Dr. Williams estava ao meu lado acompanhando tudo.
“Nenhuma atividade elétrica senhor”.
“Desfibrilador?” Ele questiona calmamente.
“Não chegamos lá ainda”, respondo confiante continuando as compressões com mais força. ”1 mg de epinefrina”. Direciono a enfermeira.
Ela hesita por um momento, mas Dr. Willians acena positivamente.
Mais força, mais rapidez.
Foi assim nos próximos três minutos.
“Vamos lá, vamos lá”. Sussurrei sentindo a adrenalina subindo por meu corpo. “Preparem-se para entubar”.
Mas antes que fosse necessário, a garota solta um bufo longo de ar seguido por uma tosse forte. Me afasto das compressões e checo imediatamente seus sinais vitais.
“Frequência voltando ao normal, pressão se estabilizando”.
“Muito bem doutora, você salvou uma vida hoje”. Dr. Willians coloca a mão no meu ombro com um sorriso e se levanta em seguida. “Swanson, Davis levem a paciente para o quarto“. Seu tom é exigente.
Depois que tudo sucedeu e eu fui voltando a orbita, meu corpo foi sofrendo o baque do esforço e ficando esgotado. Foi tudo muito rápido, mas pareciam horas. Era como se uma tonelada de areia caísse no meu corpo, senti meu coração pulsando fortemente e me dei conta que estava sem fôlego. Apesar disso, a sensação que ficou foi magnífica. Se intensificou ainda mais depois de ver a cara de Swanson e Davis em minha direção, como se fossem crianças cujo doces foram arrancados.
“Vá para casa descansar agora, é uma ordem”.
“Obrigada Dr. Willians”.
Respirei fundo, arrumei o jaleco. Eu não via a hora de contar a Emily o que aconteceu. No corredor, um silencio quase ensurdecedor toma conta, só então olho o relógio no pulso direito e me dou conta da hora.
Vou até o vestiário agradecendo por não ter mais ninguém. Por um instante, me derrubo no banco central deixando a sensação extasiante tomar conta. Minutos depois estou de pé me espreguiçando e só então me dou conta dos pingos de sangue no caminho dos chuveiros. No mínimo estranho, mas totalmente preocupante quando o barulho de metal contra o piso soa alto e percebo que não estava sozinha.
Minha intuição me levou até lá. O ambiente estava mal iluminado, apenas uma lâmpada distante, havia alguém sentado contra a parede na penumbra, mãos cheias de sangue e a bandeja de suturas caída ao seu lado.
“Hey, você está bem?” Me aproximei depressa.
“Fique longe de mim”. Houve um grito agudo e eu recuei imediatamente assustada.
O capuz do casaco escondia parte do rosto, mas a voz era feminina.
“Ok, eu estou aqui”. Levantei as mãos em rendição.
Depois disso respirei fundo para analisar melhor a cena. Seja lá quem fosse, havia um descontrole emocional evidente. As mãos estavam sujas e tremulas, o fôlego pesado como se tivesse corrido uma maratona. Depois analisei o corte horizontal no quadril direto. Estava exposto, não parecia tão profundo, porém precisava de pontos que começaram a ser feitos por ela, mas estavam inacabados.
“Você trabalha aqui?” Pergunto suavemente.
“Eu não sou médico, droga!” Larga a tesoura na bandeja provocando um estalo. “Vá embora!”
“Eu preciso que você se acalme ok? Você pode fazer isso por mim?”
Ela não parece receber minhas palavras, está distraída, pensando em algo que não está ali. Pega o celular e olha alguma coisa, depois apoia a cabeça contra a parede e eu posso ver as lágrimas brilharem contra a pouca luz.
“Droga, droga, droga”. Eu tento dar outro passo em sua direção. “Não se aproxime!” Ela volta a pegar a tesoura.
Novamente, eu me afasto.
“Está bem! Eu vou me sentar aqui”, faço o movimento na sua frente, “e você pode me dizer o que aconteceu?”
“Me deixe em paz”. Ela explode novamente.
“Eu não vou sair até ver esse corte fechado e se ficar assim por mais tempo pode infeccionar. Já que eu sou a única médica e você não vai conseguir sozinha, sou a sua única ajuda. Ninguém precisa saber sobre isso ok?” Completo e finalmente, ela pareceu controlar a respiração. “Eu não vou nem dizer o meu nome, assim não nos comprometemos”. Dou de ombros tentando animá-la.
Por um tempo no silencio daquele banheiro frio, ela travou uma batalha interna se decidindo se recebia minha ajuda. Depois do que me pareceu uma hora inteira, ela larga a tesoura na bandeja.
“Eu posso ver o seu nome no crachá”. Aponta levemente com a cabeça para tal.
“É um personagem, na verdade sou atriz”. Lanço um sorriso leve para acalmá-la mais. “Eu posso?” Marco em direção ao fio e a tesoura.
Hesitação primeiro, depois ela assente e eu me arrasto para perto, mas quando minha mão passa perto do ferimento alcançando a tesoura, eu percebo que foi muito rápido e ela se inclina com força contra a parede me fazendo recuar novamente.
“Não me toque, não...”.
“Hey, tranquila ok?”
Ela não queria ser tocada. Era um medo evidente em todos os seus movimentos. Antes de tudo eu teria que conquistar um pouco mais da sua confiança.
“Vamos fazer o seguinte, eu vou estender a minha mão até você”, levanto a frente, “depois você vai chegar até elas, no tempo que precisar, você primeiro, ok?”
Ela não pareceu entender porque eu estava fazendo aquilo, mas concorda com um pequeno aceno. Eu movo as palmas abertas em sua direção, meus movimentos são lentos para não assustá-la. Ela as encara. Oscila novamente, mas com cautela levanta a mão esquerda. Quando seus dedos tocam levemente os meus, recua como se tivesse levado um choque. Eu me mantenho parada. Quando ela volta a tocar, o contato se mantém por mais tempo. Ela desliza a mão completa sobre a minha e eu sinto que consegui.
Seus dedos estavam extremamente gelados e trêmulos, o sangue pingou sobre a palma, fresco e quente.
“Viu? Nós conseguimos”. Aplico um pouco de força sobre sua mão.
Ela me encara lentamente. Depois disso eu volto a pegar a tesoura com a mão livre, sempre movimentos calmos e visíveis. Ela está mais tranquila agora.
“Eu vou terminar esses pontos ok?” Peço sua permissão e ela assente. “Você pode segurar meu braço, vai doer um pouco”.
O vidro de agua oxigenada vazio indicava que ela já havia higienizado a ferida. O corte tinha uns cinco centímetros e já tinha pelo menos três pontos.
“Para uma não médica, seus pontos são muito bons, mas provavelmente você vai ter uma cicatriz”. Comento, porém não recebo resposta.
Eu percebo pelo canto do olho que ela me analisava com atenção. Quando coloco a agulha em sua pele, sua mão aperta com força meu braço e sua respiração se cerca. Provavelmente, a dor foi a causa da desistência, mas eu não podia arriscar sair dali em busca de alguma anestesia sem que ela fugisse. Eu não podia deixa-la sozinha.
Era evidente que alguma coisa aconteceu. Será que ela caiu? Foi uma briga? Um roubo? Ela foi abusada? Estava drogada? Todas as possibilidades fizeram meu corpo tremer.
“Você está machucada em outro lugar?” Pergunto com cautela.
Ela aperta mais meu braço nos próximos movimentos, mas nega com a cabeça em resposta. Eu me agarro naquilo. Os danos eram mais emocionais do que físicos, estava claro.
“Eu posso te ajudar...”
“Não, por favor não faça um discurso”. Ela me corta rapidamente. “Eu não preciso”.
“Como eu posso ter certeza? Minha obrigação é saber se você está bem, mas se eu não souber o que aconteceu...”
“Não!” A voz é mais forte agora e ela empurra minhas mãos para longe.
Eu largo a tesoura novamente e tento encará-la. Não podia ver muito do seu rosto, mantinha a cabeça baixa e escondida atrás do capuz, a única coisa que eu podia decifrar era o traço alongado do seu queixo. Pontudo e característico como eu nunca havia visto antes.
“Ok, talvez você não precise me contar, mas precisa saber que independentemente do que, é seu direito estar segura”.
Ela ri ironicamente.
“Você não sabe o quanto é difícil estar rodeado de pessoas, mas mesmo assim se sentir sozinha”.
Aquilo me faz pensar um pouco. De repente, me faz entendê-la mais do que qualquer pessoa.
“Você está errada”.
“Sobre muitas coisas aparentemente”.
“Me deixe ajuda-la”. Insisto.
“Você não pode”. A voz agora é fria, cheia de angustia, de dor. “Ninguém pode”.
“Olhe, eu não posso te obrigar, mas posso fazer você mudar de ideia. Eu já estive no seu lugar, talvez não dá mesma forma, mas eu sei sim o que é estar sozinha, é a história da minha vida, eu entendo ok?” Busco seu rosto tentando achar seus olhos.
“Ah sério?” Ela indaga um pouco irônica. “Se você acha mesmo, deveria parar de tentar, as coisas não funcionam assim, você não sabe o que eu estou sentindo”.
“Você está certa, eu não sei, mas nesse momento você está visivelmente alterada e assustada, fugindo de alguma coisa. E o medo é tão forte que parece congelar a alma, então você se sente perdida e desconectada da própria vida, com um nó constante na garganta, tentando sobreviver a cada dia e escondendo tudo isso por trás de um sorriso que só você sabe que não é real. E mesmo que tenham pessoas a sua volta, não pode confiar em ninguém, porque é perigoso demais e então quando se der por conta, está sozinha”.
Pela primeira vez, ela olha diretamente para mim. Eu não consigo ver muito do seu rosto ainda, mas algumas lágrimas escorrem pelo queixo delineado. Eu não a pressiono, em silencio volto a pegar a tesoura e continuo a sutura. Eu fico me perguntando o que ela está pensando agora. Se existe tantas dúvidas em sua cabeça quanto à na minha.
“Você é melhor do que tudo isso”. Corto o silencio com um sussurro. “Mas a decisão precisa ser sua, se não for aqui, fuja, comece de novo, mas esteja a salvo”.
“Parece fácil em palavras...”
“Não é”. Continuo com os últimos pontos. “É a coisa mais difícil que você vai fazer na vida. Vai haver momentos que você quer desistir, que vão tentar te arrastar, que nada parece certo, mas por favor, acredite em mim, você pode”. Fecho o último. “Está pronto, eu só preciso pegar gases limpas para fechar”. A encaro e me afasto um pouco.
Seu aperto ainda está firme em meu braço e eu não tenho intenção de afastá-la. Ela respira fundo, me encara por mais um momento até o aperto relaxar.
“Eu acredito em você”. Sussurra. As palavras me aquecem por inteiro porque, estranhamente, são verdade. “Eu sei o que preciso fazer, só é, difícil”. Completa com um tom de tristeza.
E era estranho, porque eu sabia que sim. Ela me libera do aperto e eu me levanto.
“Apenas se lembre, você primeiro, sempre você”, deixo um último olhar antes de sair.
Quando eu volto, não sei como, ela não está mais ali. A única prova que tudo foi real é o sangue espalhado pelo chão. Meu coração dá uma batida selvagem, alguma coisa me dizia que ela ia ficar bem e talvez, nessa noite, eu tenha salvado mais uma vida.
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