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História One Last Breath - Enfrentamento


Escrita por: Mila_Stark

Capítulo 22 - Enfrentamento


A brisa daquela tarde estava extremamente agradável, infelizmente não o bastante pra me acalmar. Me sentei em um dos bancos do jardins da mansão Malfoy, respirei fundo e fechei os olhos tentando acalmar a tempestade dentro de mim. Ao abri-los olhei mais uma vez para a sacada do quarto dela e assim como das vezes anteriores, nada. Não sei o que eu esperava ver. Levantei e fui em direção das portas duplas que davam acesso do jardim à sala de estar. Andei em círculos pelo lugar, sem entender ao certo o porquê de eu estar tão irritado, mas era evidente que eu estava emanando raiva. Destampei a jarra de água que estava no aparador e me servi um copo. Antes de beber agarrei o copo e desejei que fosse o pescoço do Weasley. 

— Aquele imbecil - coloquei o copo de volta no aparador. 

Ele deveria estar beijando o chão que ela pisa, mas ao invés disso, protagonizou aquele showzinho de merda pra machuca-la. Eu não me surpreenderia se ele tivesse vindo pra França e se hospedado em Marselha, sabendo que morávamos nessa região, contando com a sorte pra esfregar esse casamento e esse bebê na cara dela. Bufei ainda mais pensando nessa possibilidade. Ah como eu queria ter aceitado aquele duelo que ele me propôs antes do casamento e humilhado ele como ele merecia.

Talvez seja tarde para um duelo, mas mesmo assim eu queria confronta-lo. Fui até a biblioteca e redigi uma carta breve.

 

"Quero falar com você. Me encontre no Pup lê Black Stone as oito da noite. 

 

Ps. A não ser que seja covarde demais pra me enfrentar sozinho.

 

Malfoy."

 

Reli o bilhete e torci o nariz pra provocação barata. Em outras circunstâncias eu jamais seria tão infantil, mas suspeitava que ele ainda mantinha o mesmo temperamento dos tempos Hogwarts e não recuaria perante a provocação do seu desafeto.

Entreguei à coruja que partiu assim que prendeu a carta em seu bico. A vi sumir no horizonte e fiquei naquela janela por um longo tempo imaginando se o imbecil teria coragem de ir. Tomei o cuidado pra escolher um local público e trouxa, além disso era próximo do parque onde nos vimos, e então consequentemente, perto do tal hotel onde ele disse que estava.

Depois de algum tempo minha coruja voltou para casa e vi quando se empoleirou no corujal. Eu não obtive resposta. Não esperava que ele respondesse de qualquer forma.

Olhei para o relógio em cima da lareira que marcava sete e meia. Logo eu descobriria se teria a chance de ficar de novo frente a frente com ele.

— Acho que nunca te vi olhar tão compenetrado pra um relógio - não precisei me virar pra perceber que era o Blasio. Ao se aproximar ele me observou e parece ter notado que algo não estava certo - o que aconteceu?

— Hermione e eu encontramos com o Weasley hoje. Ele se casou com uma ex-colega e se aproximou de nós pra esfregar a felicidade dele na cara da Hermione e pra insulta-la nas entrelinhas.

— Ele é um idiota - Blás suspirou servindo-se do Whisky que estava no aparador - como a Granger está?

— Mal... Não saiu do quarto desde que voltamos - massageei a têmpora - Eu marquei de encontrar com ele agora no Lê Black Stone.

— Por quê? - Blas me olhou como se eu tivesse enlouquecido.

Eu não soube dizer ao certo. Afinal o que eu pretendia com esse encontro? Eu queria socar a cara dele? Talvez lançar uma azaração e assistir ele caído no chão se contorcendo de dor? Ou então, poderia simplesmente contar a verdade e deixar ele remoer essa culpa pra sempre. As opções eram todas tentadoras.

— Eu tenho que ir - avisei levantando da poltrona e aparatando em seguida parando numa esquina deserta da mesma rua.

Ao chegar no local onde marquei de encontrar com o verme, notei que era um dia de show ao vivo. O lugar estava lotado e extremamente barulhento. Fui até o bar e pedi uma cerveja. O relógio em cima da prateleira marcava dez para as oito. Me sentei propositalmente numa cadeira onde eu pudesse ver a porta de entrada, mas ao invés de ver o idiota do Weasley eu vi o idiota do Blasio entrando e de imediato vindo até onde eu estava.

— Não vou deixar que você estrague sua vida, matando aquele imbecil - falou ríspido alto o bastante para que apenas eu ouvisse.

Eu o olhei com indignação.

— Eu não vou matar aquele paspalho - respondi  quase ofendido por ele achar que eu fosse tão estúpido assim - nunca matei ninguém - "cortesia de Alvo Dumbledore" pensei lembrando de como ele me salvou de ter que carregar esse fardo. Embora indiretamente eu tenha matado meu pai, justamente por causa desse idiota, lembrei com pesar - não vou sujar as minha mãos com o sangue daquele animal.

— Não estou entendendo mais nada - Blas me olhou confuso - o que veio fazer aqui então?

Antes que eu pudesse responder vi Ronald Weasley entrando pela porta. Ele demorou alguns segundos pra me enxergar, mas ao me ver, caminhou decidido em minha direção.

— Disse que queria conversar, Malfoy? - falou elevando a voz por causa da música alta quando chegou perto de mim - escolheu um péssimo lugar pra isso. Não tenho o hábito de conversar aos berros - ele então viu Blasio por cima do meu ombro - Ora veja só, quem é que não tem "coragem pra me enfrentar sozinho".

— Ele veio porque é enxerido - falei ao Weasley que ostentou um sorriso de deboche por não acreditar que ele veio sem meu consentimento - vamos conversar lá fora - falei vendo o cenoura assentindo e indo em direção da porta.

— Draco - chamou Blas antes que eu saísse - não faça nenhuma bobagem.

Não respondi apenas saí de lá a procura do panaca. Quando cheguei na calçada ele estava um pouco afastado, perto da entrada de um beco que ficava ao lado do prédio do Pub. Nesses poucos segundos de diferença ele já tinha puxado um maço de cigarros e acendido um. Lembrei das imagens horríveis de câncer de pulmão que eu vi enquanto pesquisava a respeito. Sorte dele que câncer não se desenvolve em bruxos. Me perguntei se ele sempre teve esse hábito nojento ou se ele adquiriu como uma válvula de escape quando Hermione o deixou para ficar comigo. Me veio a cabeça também o correto Arthur Weasley, suspeito que alguém como ele nunca seria a favor de um hábito desses.

— Seu pai sabe que você fuma? - a pergunta saiu sem que eu percebesse.

Ele franziu a testa e soltou uma baforada de fumaça.

— Não é da sua conta - ele rebateu com irritação - diga logo porque me trouxe até aqui, Malfoy.

— Pra dizer quão idiota você é - respondi com irritação - vir até a França só pra ter o gostinho de provocar sua ex.

Ele riu sem humor.

— Quem disse que foi pra isso que eu vim? - sua voz saiu com um tom cínico ao qual eu era muito habituado, já que eu o ouvi a vida inteira saindo da boca do meu pai - eu só quis aproveitar a minha lua de mel com a minha esposa.

— Mentira - disparei vendo um sorriso de canto surgir em seu rosto - você veio até aqui na esperança de encontrá-la e esfregar essa sua falsa felicidade na cara dela.

— Eu estou feliz - afirmou com petulância - Tenho um filho a caminho e uma esposa que me ama pelo que eu sou. Ao contrário de você, eu não precisei comprar o amor dela com uma fortuna obscena.

Senti o sangue subir para o rosto. Me aproximei muito rápido e o agarrei pelo colarinho sem dar chance dele se esquivar.

— Eu deveria arrancar fora essa sua língua - eu falei entre os dentes quase rosnando. Ele me deu um empurrão e se desvencilhou de mim se recompondo há alguns passos de distância - você deveria agradecer a ela ao invés de planejar maneiras de feri-la.

— Agradecer pelo que? - perguntou com ironia - Por me trocar por um comensal da morte? Por me humilhar casando com você? Por se vender como uma puta?

Nessa hora eu não pude mais me impedir. Eu senti a minha varinha no bolso interno do casaco pedindo pra ser usada, mas meu punho se cerrou e sem pensar em mais nada atingi com toda a minha força o rosto do cretino, mesmo ele ainda tendo conseguido se esquivar um pouco o atingi fazendo-o cambalear. Ele revidou vindo pra cima de mim, mas eu apenas desviei de seus golpes vendo-o atingir o ar diversas vezes e por fim o empurrei pra longe sem intenção de bater nele outra vez, mas esse movimento fez ele tropeçar e cair no chão.

— Você é um imbecil mesmo - falei enquanto ele se apressava em se levantar - Tem planejado há quanto tempo, encontrar com ela pra destilar esse seu ódio? - encarei ele com a raiva pulsando nas minhas veias - Me falaram que era você quem tinha vazado a história do casamento para Rita Skeeter, na época eu não quis acreditar, mas acho que era verdade não é?

— Não fale coisas que você não sabe - disse enfurecido ao se levantar.

Eu ri com desdém.

— Sabe o que é mais triste nessa história? Ela venera você. Te põe em um pedestal. E no fim... - eu ri sem humor olhando para o cara patético que estava na minha frente e saí da minha postura de combate - Quem estava certo era eu. Você não valeu o sacrifício dela - "nem o meu" pensei constando o que eu desconfiava. A vida desse imbecil não valeu sequer uma hora da vida do meu pai. Era irônico pensar que era a primeira vez que eu ficava triste em estar certo e a Granger errada.

— O que quer dizer com isso? - ele me olhava com a mesma irritação, mas agora também tinha dúvida plantada em sua expressão.

Eu podia dizer a verdade e matar ele por dentro revelando que a culpa dela ter se casado comigo era dele, mas algo me impediu. Ela não quis contar pra ele, e eu não tinha esse direito. Me virei sem dizer mais nada. Pra mim aquela conversa já tinha acabado.

— Volte aqui, Malfoy - ordenou ele, mas eu não tinha a menor intensão de ficar.

Eu já disse o tinha pra dizer. Não desperdiçaria mais o meu tempo com esse inútil, no entanto antes que eu percebesse ouvi um som que era quase um rosnado e senti uma pancada forte de algo duro e gelado no meu rosto e caí de cara no chão. Só tive tempo de perceber o gosto ferruginoso do sangue em minha boca antes de sentir minha consciência me deixando.


Notas Finais


UFC tá diferente 😁
Obrigada por lerem. Até o próximo!


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