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História One Last Breath - Ao Pôr-do-Sol em Hummingbird Hill


Escrita por: Mila_Stark

Capítulo 6 - Ao Pôr-do-Sol em Hummingbird Hill


— Pode beijar a noiva – anunciou o senhor Cunninghan que ministrava a cerimonia. Eu por minha vez, saí pela segunda vez do transe que me acometeu desde que aquele casamento tinha começado. A primeira, foi no momento que trocamos as alianças e John Cunninghan questionou se eu aceitaria Draco Malfoy na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Era como se meu corpo estivesse em piloto automático e eu nem sequer estivesse presente naquele lugar. No entanto, fugir não surtiria nenhum efeito agora. Eu poderia manter minha cabeça longe o quanto eu quisesse, porém não mudaria o fato que a partir daquele instante eu era uma mulher casada. Hermione Granger-Malfoy. Estremeci de leve. Pensar nesse nome ainda lhe causava calafrios, mas nesse instante gelei ao ver seu marido se aproximar, ele hesitou por um segundo e olhou-me nos olhos. No entanto diferente do que pensei ele depositou um beijo singelo e casto na minha testa.

Olhei para Harry que estava, atrás de Malfoy o fuzilando com os olhos. Tenho certeza que se pudesse abriria um buraco na nuca do loiro só com o olhar. Malfoy então me tomou pela mão e nos encaminhamos para o fora do local, que era um pequeno coreto que se encontrava no Jardim de Hummingbird Hill. A imensa propriedade pertencia à família Zabini, e embora eu não visse a menor necessidade de celebrar aquele acontecimento, Blasio Zabini aparentemente insistiu com muita ênfase em fazer a cerimonia ali.

Suponho que devo ser grata, afinal, antes aqui do que na mansão Malfoy. Além disso eu não podia negar que era um belíssimo lugar, e a decoração para o casamento estava linda, com flores brancas contrastando com tecidos que enfeitavam o local. Algumas lanternas de papel flutuavam pelo gramado circundando o espaço onde uma grande mesa estava montada com muito requinte, para servir um jantar aos presentes, que se resumiam a Harry, Luna, Zabini, Narcisa e, é claro, o “casal feliz”. Suspirei pensando que em outras circunstâncias, esse seria um casamento que eu certamente poderia ter feito para mim mesma, a coloração das lanternas contrastava lindamente com o pôr-do-sol que deixava uma meia luz muito aconchegante e eu sempre gostei da ideia de um casamento intimista, obviamente com alguns convidados a mais do que esse, mas no atual cenário onde encontra-se minha vida, quanto menos pessoas, melhor.

Antes de nos sentarmos a mesa, Luna que estava ao meu lado segurou minha mão.

— Eu tenho presente pra você – ela colocou em minha mão uma pequena caixinha de madeira.

— Não precisava ter se incomodado – sorri lhe dando um beijo carinhoso no rosto.

— É claro que eu precisava – novamente segurou minha mão, como se tentasse me passar um pouco de sua força – espero que goste, fui eu que fiz.

Abri a caixinha, e no seu interior encontrei um colar. Retirei da caixa e seu pingente ficou suspenso diante dos meus olhos. Ele era delicado e tinha uma a pedra azul escura oval que possuía algumas manchas acinzentadas que fazia com que eu lembrasse de algumas representações do planeta Terra, em sua borda tinha um aro desenhado com ornamentos de prata envelhecida que lhe emprestava um ar de antigo. Era lindo e único. Só poderia ter sido feito por ela.

— Essa pedra é de Lapis Lazuli – ela falou enquanto eu admirava meu presente – perto de casa tem uma caverna que é repleta delas. Eu enfeiticei, pra que se um dia você precisar possa pedir ajuda. Tem uma magia de localização que será ativada se você segurar o pingente e chamar meu nome. Só você pode ativá-la e se o fizer eu saberei que precisa de mim.

Sorri agradecida e Harry, que ouvia tudo, também não pôde deixar de esboçar um sorriso cheio de carinho pela atitude de Luna.

— Vou usá-lo sempre – afirmei num sussurro de uma voz embargada por tentar segurar minhas lágrimas.

— Eu mesmo colocarei – Harry pegou o colar e se pôs atrás de mim.

Afastei os cabelos para que ele pudesse encaixar o fecho e quando já estava preso em meu pescoço passei o dedo pelo pingente, era muito bonito e o cuidado com que ela se empenhou nesse presente, me deixou muito comovida. A abracei e um pesado suspiro saiu do meu peito.

— Obrigada – murmurei em seu ouvido.

Ela me deu um beijo no rosto e se afastou sem soltar minhas mãos e me olhou dos pés a cabeça me analisando.

— Até que pra uma noiva obrigada a se casar você está muito bem – sussurrou com cuidado pra que Harry não a escutasse.

Eu usava um vestido verde claro de alças finas com flores bordadas em um tom rosé, ele tinha um decote V e seu comprimento ia até a canela, o tecido se moldava ao meu corpo e dava um belo caimento.

— Eu segui seu conselho – revelei sem dar maiores detalhes – e apesar de não ser o suficiente pra me deixar satisfeita com esse casamento, ao menos serviu pra que eu pudesse entender melhor seus motivos e para pudéssemos ser francos um com o outro.

— Já é um começo – sorriu satisfeita e então me puxou para junto de onde Harry nos aguardava para tomarmos nosso lugar à mesa.

O farto jantar, regado a vinho e whisky de fogo começou. Ainda no primeiro prato um silêncio constrangedor se instalou a mesa. Ninguém parecia ter muito a dizer.

— Zabini, essas lanternas foram realmente uma grande ideia – Luna expressou em voz alta quebrando o silencio – os Triçás não conseguem nem chegar perto de nós por causa delas.

Pude ver um sorriso de canto se formando nos lábios do anfitrião.

— Que bom senhorita Lovegood – respondeu ele de forma amável e então ele se curvou ligeiramente sobre a mesa e sussurrou para ela que estava do outro lado – Essa foi minha intenção – e deu uma piscadela em sua direção.

E então a conversa entre eles fluiu de forma espontânea e aparentemente incentivou outras conversas, embora tenha sido entre Harry e eu e Malfoy e Narcisa.

Logo o jantar teve seu fim, e os participantes desse espetáculo bizarro notavam a cada minuto que se aproximava o momento de finalizar a noite. Embora fosse nítido o desconforto, principalmente do Harry, que relutava em me deixar sozinha com Malfoy, mas tanto eu quanto ele sabíamos que esse momento se aproximava.

— Bem – Narcisa chamou a atenção para si – eu vou me retirar – anunciou – meu filho, não se chateará comigo?

— Claro que não, mãe – respondeu sem hesitação – Vá descansar, e sei falo isso toda a noite, mas tente dormir um pouco.

Ela assentiu levemente, e me olhou por um instante.

— Boa noite minha nora – falou solene, com uma leve reverência, como se estivesse se dirigindo a realeza.

— Boa noite – respondi sem entender o porquê de tanta formalidade.

— Vou acompanhá-la até rede de flu, mãe – Draco se levantou e se dirigiu à casa de Zabini.

— Harry, creio que também devemos ir – Luna decidiu de repente.

Harry pareceu meio contrariado, mas foi incapaz de pensar em um pretexto para ficar. E enfim suspirou e pegou minha mão.

— Você ficará bem, Mione? – sua voz era carregada de preocupação.

Sorri com certa tristeza. Por mais que desejasse sua proteção, eu sabia que ele não poderia me defender das minhas próprias decisões. Então o abracei. Foi um abraço apertado e demorado. Tentei colocar naquele abraço todo o carinho que sentia por ele.

— Vou ficar bem – falei em meio a nosso abraço, tentando transmitir confiança – Eu sou a bruxa mais inteligente da nossa geração, esqueceu?

O senti sorrir e enfim nos afastamos. E foi a vez de Luna me abraçar.

— Se precisar de mim, não hesite em me chamar, ouviu? – apontou para o colar – De uma forma ou de outra, darei um jeito de te encontrar.

— Obrigada, Luna – suspirei soltando-os.

Com um pesar no olhar de Harry e um sorriso encorajador no rosto de Luna os vi aparatar diante de mim.

Me senti solitária de imediato. Quis me esconder em lugar onde esse sentimento não me encontrasse.

Sem notar sua presença, Zabini pigarreou ao meu lado me fazendo direcionar meu olhar a ele.

— Draco me contou que ele teve uma conversa com você – iniciou sem jeito – quero que saiba que sinto muito por minha participação nisso tudo.

Olhei para ele analisando-o. Não o conhecia o suficiente, e me perguntei se estava sendo sincero, embora não fizesse tanta diferença. Se Malfoy falou a verdade Zabini foi peça fundamental, para que ele decidisse me arrastar pra isso. Respirei fundo.

— Você não sente muito – disse enfim – você faria de novo se precisasse, pra salvar seu amigo – concluí de forma amarga.

— Tem razão – confessou ele – mas acho que você pode entender, melhor do que eu inclusive, que a amizade verdadeira é algo que não se pode dar ao luxo de perder – ele suspirou e pôs as mãos nos bolsos desviando o olhar para um ponto distante no horizonte – A sua amizade com Harry Potter será lendária, afinal ela salvou nossa existência. Minha amizade com Draco é diferente, vem do lado mais escuro dessa guerra, e se eu não carrego uma marca negra no meu braço, é porque ele conseguiu sair um instante da sua situação miserável pra me salvar do mesmo destino que foi imposto a ele.

Olhei para ele surpresa por essa declaração.

— Como ele o salvou? – perguntei curiosa.

— Foi mais de uma vez na verdade – respondeu de forma vaga – ele não é um monstro, sabe? E se a Narcisa não estivesse logo atrás dele na fila de execução, duvido que ele tivesse ido adiante com esse casamento.

Suspirei e pensei sobre isso por um instante. Talvez Zabini tenha uma visão distorcida de Malfoy, porque obviamente tem grande apreço por ele. Porém minha visão também pode estar distorcida, pois pra mim ele sempre foi um preconceituoso arrogante, que achava que o restante de nós não era digno sequer de respirar o mesmo ar que ele.

Nesse instante Malfoy retornava pelo grande jardim. E nos encontrou ainda no local do Jantar.

— Seus convidados já foram? – perguntou ao chegar até nós.

— Já – respondi simplesmente – Creio que também devemos ir.

— Não... Blasio vai para o apartamento dele em Londres e nós passaremos a noite aqui – explicou tenso.

— Achei que iríamos para mansão Malfoy – falei sentindo arrepios ao pensar de voltar para aquele lugar.

— Não contou pra ela? – Zabini exclamou confuso.

— Me contou o que? – olhei para o loiro

— Que ele vendeu a Mansão – respondeu o seu amigo sem dar chance pra que meu marido o fizesse.

Olhei aturdida para ele. Por que ele venderia a mansão? Problemas financeiros não poderiam ser. Lembrava-se bem de que numa conversa com George e Artur Weasley anos atrás, o mais novo dizia torcer para que Lucius Malfoy viesse à falência um dia para que aprendesse a ser menos arrogante, e o senhor Weasley riu dizendo que se os relatórios do ministério estivessem corretos, nem mesmo se Lucius gastasse de forma desregrada pelo restante de sua vida, ainda não seria o suficiente pra falir.

Malfoy pareceu não gostar de ser atravessado pelo amigo, mas o bruxo de pele escura e sorriso fácil, não pareceu se importar muito com a carranca que o loiro lhe dirigiu. Apanhou uma das garrafas de Whisky da mesa.

— Bem meus caros, creio devo deixá-los – deu um gole generoso da garrafa recém aberta – Sra. Malfoy – ele pegou minha mão e depositou um beijo – Desejo-lhe muita sorte. Draco – dirigiu-se ao amigo – Cuide bem dela.

E nos direcionando um ultimo olhar, o dono da casa nos deixou a sós.


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