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História One Last Time - Entre beijos e temperos


Escrita por: LolohChimChim-a

Notas do Autor


Olá meus amores tudo bem? Eu espero que sim ^.^

Eu conseguir um tempinho pra vim aqui postar para vocês já que eu tinha quase finalizado.

Espero que gostem!

Boa leitura <33

Capítulo 3 - Entre beijos e temperos


Fanfic / Fanfiction One Last Time - Entre beijos e temperos

 

 

 

BRISBANE - AUSTRÁLIA

21 DE JANEIRO DE 2018.

 

Duas semanas se passou após aquela tarde fria de primavera. Leylah não ligou para Taehyung no dia seguinte e nem no outro muito menos no outro, deixando que os dias se passassem tranquilamente como pétalas de flores flutuando com a brisa.

Além da vergonha daquele dia, Leylah também estava passando por dificuldades no trabalho. Ser Designer era um tanto que complexo a partir do momento que ela tinha inúmeros contatos com diversos clientes com gostos e opiniões diferentes, e lógico, difíceis de agradar.

O sentimento que tinha por sua profissão era inexplicável. Leylah adorava o que fazia, adorava trabalhar em sua criatividade e surpreender as pessoas com coisas jamais pensadas, no entanto, como todas as coisas no universo tem seu lado ruim, com a Designer de interiores não era diferente.

Foram inúmeras vezes que os clientes pediam coisas absurdas e sem total coesão, fora as vezes que precisou remodelar todo o projeto porque não satisfazia o contratante.

Estressante, cansativo e frustrante. As três palavrinhas que fizeram as duas semanas inteiras de Leylah.

Além de toda confusão no trabalho que esgotava toda sua mentalidade, Leylah também era recebida pela solidão e desalento em seu peito quando chegava em casa.

Era impossível não entrar em qualquer cômodo que tornava aquilo seu lar e não se lembrar do moreno, dos dias, tardes e noites que passaram por cada extremidade do lugar, brigando, rindo, se amando ou apenas apreciando a presença do outro, ou até mesmo transformando o lugar em uma galáxia só deles, algo que só eles entenderiam, como uma piada interna, cada pedacinho da casa tinha um pouco de Taehyung e sua mente sempre reforçando isso estava deixando-a maluca.

 

 

 

Não importa como eu derrame lágrimas de tristeza

As lembranças com você foram gravadas em meu coração

 

 

A casa situada em Cantwell Place 104 tinha sido reformada pelo casal quando ainda eram recém-casados.

Leylah sentada no balanço detrás da casa, fazendo companhia para as estrelas pregadas no céu azulado escuro, conseguia reviver a imagem como se tivesse sido ontem que ele veio até si com aquele caloroso sorriso quadrado dizendo que queria ajuda-la em todos detalhes da decoração do lar deles, com um tanto de revistas e paletas de cores em suas mãos, onde eles passaram a noite sentados na grama ressecada da casa daquela época escolhendo móveis, cores e objetos que poderiam transformar o ambiente.

As tardes inteiradas pelas gargalhadas e brincadeiras de ambos enquanto pintavam as paredes do quarto e sujavam um ao outro como se fossem crianças outra vez eram vividas dentro de Leylah.

A casa era uma mistura forte e contraste de Leylah e Taehyung, a casa expressava a energia, alegria e singularidades que ambos possuíam dentro de si e ninguém jamais compreenderia, porém, toda essa sensação de amor ardente e cumplice reintegrou o aspecto melancólico e de abandono. Era assim que Leylah sentia-se agora, abandonada.

Como se não bastasse as coisas ruins rodeando-a e dos cumprimentos de recordações em cada passo que dava, ela também precisava lidar com seu auto repudio diante de tudo que estava passando nesses dias.

As inúmeras horas em frente ao espelho avaliando minuciosamente cada pedacinho que compunha seu próprio corpo tinha se tornado um hábito masoquista de Leylah, não apenas sua carne, mas também seu rosto, cabelo, sorriso, mania, era algo que Leylah passava horas dos seus dias desperdiçando para reavaliar e se defeituar, o que acarretava questionamentos sem respostas e choros copiosos em frente ao espelho dizendo em voz alta para seu reflexo tudo que existia nela como se fosse uma verdade absoluta.

Ela não entendia porque Taehyung estava-a deixando.

Questionava como seria amante dele, talvez mais nova, mais bonita, mais corpuda já que Leylah não tinha sido agraciada com belas curvas e suas partes principais eram quase inexistentes.

Talvez, ele tenha finalmente dado ouvido as pessoas que habituavam dizer que ele era digno de ter uma modelo ao seu lado.

Leylah naqueles momentos se sentia as mais feias mulheres.

Leylah sentia-se acabada fisicamente quanto emocionalmente.

 

 

 

Eu não, não acho que será fácil para mim

Você ainda preenche meus dias

Não, ainda não, eu estou repetindo como uma tola

Eu não consigo engolir as palavras entaladas

Não está tudo bem

 

 

Taehyung nos primeiros dias estranhou o fato da ex – ainda – mulher não o ligar para mais uma de suas exigências, já que ela tinha sido bem clara em sua condição e todos os dias em que ela deveria ser cumprida, mas após o terceiro dia ele acreditou que ela estava arrependida e envergonhada em tentar insistir em algo tosco como o obrigar a estar ao seu lado por algumas horas dos dias, aleatoriamente, como se fossem um casal apaixonado do colegial.

Queria entrar em contato com ela logo e finalizar as pendências do divórcio, todavia, achou essencial deixá-la com um tempo para si para superar, talvez ela estivesse queimando as fotos do casamento, xingando-o em cinquentas línguas diferentes, surtando ou algo do tipo como algumas mulheres tem costume de fazer em processos de separação, por isso preferiu se manter quieto em seu lugar, concentrando-se em sua empresa e dedicando-se a sua namorada que estava passando uma temporada em Dubai em serviço.

O dia na Austrália já estava-se dando por encerrado, a luminescência do sol já tinha feito sua rota sobre o céu, passando pelo ponto mais alto – ao meio dia – e se pondo no horizonte fazendo os raios solares se enfraquecerem aos poucos. Pela janela da sala presidencial onde Taehyung comandava cada mínima ação de sua empresa, dava-se para ver os degrades de azul e o rosa avermelhado do pôr do sol na cidade Brisbane. O moreno se desfazia de qualquer obrigação para admirar a bela paisagem todos os dias em seu expediente, soltava todos os papeis e caneta, relaxava na poltrona e focava do lado de fora da janela enquanto bebia do café recém feito pelas cozinheiras da empresa.

Não tinha pressa em retornar ao seu apartamento, na verdade, pensava seriamente em fazer umas horinhas extras para não deixar nada para o último minuto. Taehyung prezava por organização e odiava deixar as coisas para última hora, já que costumava se tornar pessimista em momentos sobre pressão, então optava por deixar tudo pronto do que adiar para o último segundo.

Agora, em momentos como esse, onde ele se encontrava agora, sempre que olhasse para sua sala sentiria uma pequena nostalgia bater no cadeado do seu baú afundado nas mais profundas emoções do esquecimento. Quando decidiu largar seu país e seus pais severamente tradicionais que não aceitavam que ele tinha concepções diferentes do que se enquadrar numa sociedade perfeccionista e se contentar em ser um cirurgião famoso como seu pai, Taehyung trouxe junto para seu mundo vibrante e desconcertando Leylah. Ela entrou juntamente consigo na montanha de incertezas girando em círculos, subindo e descendo sem saber o que seria do amanhã, ela esteve com ele em todos os momentos, em todos os processos para alcançar seus sonhos, ajudou-o quando se frustrou e comemorou quando venceu.

Sua empresa e sua academia de arte classificada em quinto lugar como as melhores do mundo, de certa forma uma grande parte vinha do apoio que teve de amada naquela época. Ela o ajudou em tudo em que podia, principalmente na ornamentação de sua academia e empresa.

No imenso escritório que Taehyung trabalhava levava uma parte do que Leylah já foi para si, ela tinha sido responsável por tornar o ambiente profissional com um toque da paixão do Kim por artes, tudo ali tinha um toque dela.

Por isso em que tardes como aquelas, todo ambiente tornava-se algo deprimido.

O descontraído toque de celular alcança os tímpanos do acastanhado que devaneava, vibrando sobre a mesa. Taehyung olhava para o aparelho vendo o nome de Leylah brilhando na tela.

Tombou a cabeça para trás, suspirando desapontado, acreditando que tudo estava bom demais para seu gosto. Alcançou o aparelho sem ânimo nenhum, visualizando a mensagem recebida.

 

 

 

Segunda semana do mês.

Me encontre hoje á noite, na casa que um dia dividiu comigo.

Chegue cedo.

Leylah [21/01/2018: 17:40]

 

 

 

Você não pode deixar ir

Para mim, uma última vez

Para você, uma última vez

 

 

As seis horas da tarde, Leylah adentrava em casa com as mãos cheias de sacolas do supermercado do centro, no caminho após sair do trabalho decidiu parar e comprar algumas coisas que estavam faltando na geladeira e nos armários, durante a compra, em um dos corredores de temperos, a ideia de como seria o seu próximo encontro com Taehyung surgiu como um lampejo. Logo, mandando mensagem para o mesmo.

Os pés descalços atravessarem o piso frio da sala até a cozinha, onde ela depositou as sacolas sobre a bancada juntamente com a bolsa.

Podia-se dizer que depois de longos dias de chuvas, Leylah, finalmente sentia-se um pouco melhor, sobrevivendo mais um dia sem pensar em coisas que lhe deixaria para baixo.

Um visual novo e a casa revirada de cabeça para baixo era um bom sinal de um novo começo, de um processo de superação, acreditava Leylah, não que isso fizesse uma diferença drástica, mas era um ótimo início.

Cortou os cabelos um pouco abaixo do ombro, nada muito radical, e se livrou de tudo que um dia foi do Taehyung, todas as fotos, álbuns, roupas e presentes que ele lhe dará e qualquer outra coisa que o pertencia ela jogou dentro do cômodo onde ele costumava pintar em seu tempo livre. Guardou tudo lá e trancou a porta jogando a chave em um lugar esquecível, assim, não correria o risco de se jogar em meios aquelas coisas para se auto sofrer em suas recaídas masoquistas.

Apesar do imenso desejo de jogar toda a casa ao chão e reconstrui-la outra vez e redecora-la, Leylah se contentou apenas em mudar os móveis de lugares, mudar uma coisa ali, descartar outra aqui, subsistiu outra ali, para deixar o ambiente com um diferencial estranho, já que estava acostumada com os objetos em posições anteriores.

Infelizmente, remodelar custaria muito mais do que sua renda mensal lhe oferece.

Após um bom banho de meia hora, Leylah saiu do banheiro fazendo o vapor do chuveiro se alastrar pelo quarto enquanto ia ao closet com duas toalhas em volta de si, um no corpo e a outra no cabelo; escolheu um vestido florido – sua estampa favorita – deixou os cabelos soltos para secarem sozinhos e esborrifou um perfume aleatório indo em direção a cozinha para guardar suas compras.

Enquanto guardava as uvas na geladeira, Leylah ponderou a ideia de adotar um gatinho. Ela sempre amou gatos, principalmente gatinhos pretos, e agora que viveria sozinha e passaria mais tempo apenas consigo não seria nada ruim adotar um animalzinho para lhe fazer companhia. Ela começaria amanhã a pesquisar lugares que poderia encontrar um gatinho que precisasse muito de um lar.

As sete e quarenta; o toque da campainha despertou Leylah dos seus afazeres. Assim que suas mãos giraram a maçaneta e a puxou, abrindo-a porta, todo ar de seus pulmões se tornaram se escasso, deixando-a sem ar.

Taehyung diante de si portava-se como um príncipe descolado. Os cabelos castanhos e cacheados desgrenhados, a camisa social branca desabotoada deixando parte do seu peito desnudo, o terno e o sobretudo pendurado em seu braço enquanto suas mãos se escondiam no bolso de sua calça.

Kim Taehyung era o próprio pecado, vício e abismo.

E Leylah se perdeu naqueles lábios avermelhados que um dia tanto provara. E se tocar disso, murchou seu entusiasmo ao vê-lo.

Ela não era mais a mulher com quem ele compartilhava seus segredos, ela não era mais a mulher no qual ele tocava com carinho e deleitava com seus beijos, ela não era mais a mulher que dormia e acordava ao seu lado.

Leylah tinha se tornado ninguém no mundo de kim Taehyung.

 

 

 

 

Oh, lembre-se, do que gostávamos
Choramos e também rimos
Então podemos voltar naquela época no início?
Estávamos sempre juntos, 

Eu não consigo me imaginar te esquecendo, nós éramos um, eu e você 


 

 

E mais uma vez o mais alto reparou que a garota se perdeu em pensamentos outra vez, deixando-o plantado ali, na realidade.

–Permitirá minha entrada ou terei que congelar pelo lado de fora? –a voz estremeceu Leylah, a voz rouca e veluda que em pouco tempo jamais ouviria de novo.

Afastando-se para trás, Taehyung teve espaço concedido para adentrar no lugar tão reconhecido por si e que em muitos dias ruins tornará sua fonte de paz.

Os olhos do mais velho varreram pelo local, analisando toda a mudança que ocorrerá ali. No final das contas ele não estava errado, Leylah tinha usado todos os dias que não ligará para se desprender-se dele.

Nada mal, pelo menos evitaria longas enxaquecas discutindo no tribunal.

Pousando seus pertences sobre o sofá, Kim virou-se para a mulher que fechava a porta esperando alguma instrução já que fora convidado para a último lugar que pensará pisar mais uma vez.

E aquele olhar frio e vazio mais uma vez estava ali, mais que presente, penetrando Leylah, como se estivesse ressaltando o quão boba ela estava sendo em colocá-lo nesse papel, esvaziando toda bravura que ela possuía, causando desconforto.

Ela se questionava onde foi parar aquele costumeiro brilho em seus olhos amendoados quando olhava-a, aquela intensidade de sentimentos que só ele conseguia transmitir através de um único vislumbre. Questionava-se onde foi para aquele homem que tanto a amou e porque foi-se embora sem ao menos dar-lhe chances de impedi-lo.

–Vamos para cozinha. –pragueja-se por sua voz se sair tão fraca e nervosa, porém, era quase impossível comportar-se normalmente com um olhar quase que mortal sobre si. Leylah não gostava que a olhassem por muito tempo e Taehyung sabia disso, talvez seja por isso que fazia o ato com tanta frequência. –Eu comprei algumas coisas para cozinharmos.

–Cozinharmos? –demandou com as sobrancelhas arqueadas, mantendo ainda as mãos no bolso.

–Não achou que eu faria o jantar sozinha, achou? –foi a vez dela indagar arqueando as sobrancelhas, colocando a mão na cintura.

Na verdade, ele achava sim, aliás, era para isso que tinha o chamado, para servir um jantar “romântico” como mais uma das tentativas da mesma de colocá-lo em situações constrangedoras. 

Leylah iniciou os passos em direção a cozinha deixando o acastanhado para atrás, na sala. Massageando o maxilar, o mesmo, contragosto, locomoveu-se até o cômodo onde ele a encontrou, colocando alguns ingredientes, verduras e temperos sobre o balcão.

Ele não lembrava-se da última vez que cozinharam juntos, apesar que essa era uma das coisas de casais que eles adoravam fazer, no entanto, com doces e sobremesas, Leylah adorava fazer sobremesas, mousse, tortas, trufas e bolos, tudo que tipo existente de sobremesa, era comum passarem a tarde dos finais de semanas na cozinha, fazendo bagunça e testando novos pratos. Era algo gotoso e divertido de se fazer, que rendia bons momentos – em todos os sentidos – para ambos.

Mas, por acaso, Kim Taehyung passou a odiar doces. O que era irônico já que sua atual namorada tinha indo para Dubai exatamente para trabalhar e fazer um curso extensivo de confeitaria.

–Eu vou fazer o arroz e o feijão enquanto você tempera o bife, pode ser? –Leylah virou-se para o – ex – marido que estava parado no início da cozinha. 

A cabeça coberta por fios cacheados balançou de cima para baixo em sinal afirmativo, desabotoou as mangas da blusa dobrando o tecido social até o cotovelo e aproximando-se da pia para lavar as mãos e começar o processo de temperar a carne, enquanto Leylah concentrava-se em refogar o arroz.

Ninguém exprimiu uma letra sequer durante os minutos que passaram-se no relógio pregado na parede da sala. Cada um focava no que precisava se fazer, sem contato visual, sem contato físico muito menos aquele básico esbarrão de mãos ou algo do tipo.

Na cozinha as únicas coisas que propagavam som no ambiente era a pia que era ligada um minuto ou outro, das panelas sendo mexidas e remexidas nos armários, o contato da faca com a tabua de carne e o som do arroz sendo refolgado na panela da última trempe do fogão.

Eram duas pessoas, amores, próximos o suficiente, mas com almas e corações em direções opostas, distantes demais para se entrelaçarem, com potência capaz causar uma explosão ao atritaram-se.

Pelo canto do olho, Leylah viu Taehyung misturando os temperos na carne como bem sabia fazer, ele tinha uma grande habilidade para temperos, sabia reconhecer um bom de longe e como combina-lo com a comida com uma destreza impressionante.

Quando Taehyung terminou de preparar a carne, restando apenas o último processo que, era passa-la na frigideira para Leylah, o mais velho decidiu ocupar sua mente fazendo outra coisa, então decidiu picar os tomates para a salada, lavou-os com o vinagre e foi para bancada pica-los sem pressa alguma, dando cento e dez por cento de sua atenção para verdura, ansiando não ter qualquer proximidade com a mulher abeirada a si.

Mas, assim como o cravo e a rosa, a lua e o sol, as estrelas e o mar, Taehyung era como um imã que clamava ocultamente por ela, quanto mais ele tentava se afastar mais Leylah queria estar perto, mesmo que fosse uma presença indesejada.

Leylah não conseguiu não conduzir sua atenção sobre a presença masculina, assistindo-o manusear a faca. O quão sexy ele ficava ao se concentrar, ou como ele não conseguia abandonar a mania de formar sempre um biquinho fofo em seus lábios quando estava fazendo algo.

Cada palpitação do seu coração tornava-se descontrolada sempre que ela descobria algo para focar nele, o quão bonito ele era, sua pele moreninha, seu maxilar definido, seus lindos cabelos cacheados caídos, próximos aos seus olhos, as veias saltando de suas mãos e braços desnudos pela camisa dobrada, seu rosto simétrico, era impressionante como Taehyung parecia uma obra de arte, esculpida por anjos que foram maravilhosamente detalhistas em cada pedacinho dele, feito com mestria e delicadeza, realçando seus traços marcantes tornando-o um homem de várias facetas, sexy ou até mesmo um bebê fofo, Taehyung era uma caixinha de surpresas que jamais poderia ser explorado completamente, ele sempre tinha algo novo e diferente a mostrar, a ser apreciado.

Porém, escondido por trás da pose de alguém intelectual, empresário sério e um homem repletos de qualidades e marcante por sua beleza desigual, Leylah era ciente do quão carente Taehyung conseguia ser, como ele preferia guardar tudo para si ao invés de jogar tudo para fora, ela sabia, ela estava vivida em grande parte da vida dele, e era horrível saber que agora ele estava expulsando-a.

 

 

Meu coração dói e eu não consigo respirar

Eu não posso te tocar, porque você se tornou mais frio

 

 

Sem fazer alarde, Leylah aproximou-se do homem como se tivesse sido transportada para os tempos de sua mocidade, acanhada e tímida vivenciado da sua primeira paixão, prestes a tomar a coragem de se aproximar daquele garoto que fazia seu coração acelerar. O cheiro cítrico e forte da colônia que exalava na pele dele foi sentindo pelo seu olfato.

 Vagarosamente, como se não quisesse nada, Leylah foi ficando mais perto e mais perto, a ponto de inesperadamente, inclinar-se para pressionar um beijo no canto de sua boca, imitando uma garota apaixonada em sua inexperiência com esses sentimentos confusos que envolve o amor, arriscando-se na coragem de um segundo para ter algum contato – uma necessidade avassaladora – com o garoto que nutre sentimentos.

Cada célula existente em Taehyung paralisaram dentro de si, cada musculo se tencionou, ficando apreensivo com o ato súbito, no entanto, manteve sua expressão inabalável.

–O que está fazendo? –inquiriu limpando o lugar onde tinha sido beijado.

Mas, isso não abalou a mulher.

–Nada demais. –respondeu, dando os ombros, impulsionando-se num movimento ficando sobre os pés para beija-lhe outra vez, dessa vez, na bochecha.

O mais alto sobressaltou, deixando que a faca caísse por sua mão, provocando o som bruto no ambiente ao choca-se com a tábua, afastando-se, espantando.

–Pare co...

–Eu quero que me beije. –interrompeu dando um passo à frente determinada.  –Me beije Taehyung.

A risada seca e debochada saiu por sua boca, propagando-se pela casa. Taehyung olho-a censurador.

–Como é?!

–Eu quero que me beije. –respondeu simplista.

–Não, não, não. – contestou negando com a cabeça. –Isso não!

–Eu não sou contagiosa Taehyung. –retrucou cética. –Não é como se você nunca tivesse me beijado.

–Não vou trair Hyemi. Não mesmo. –respondeu seco e direto.

 

Beija-la era se render e deixar ser nocauteado em um ringue e perder a luta. Era desleal com sua namorada, ela estava em Dubai estudando avidamente para realizar seus sonhos, reclamando toda noite tristonha ao celular o quanto estava sentindo falta dele e de estar ao lado dele. Não, é inadmissível fazer algo assim, enquanto a pessoa por quem era apaixonado estava quase que praticamente do outro lado do mundo pensando nele e o mesmo se atracando com a mulher que deveria se livrar de uma vez por todas.

 

 

Não importa o quanto eu tente me aproximar de ti,

Você se torna mais distante de mim, cada vez mais

 

 

–Mas, não se importou em me trair. –jogou as palavras com escarnio, fazendo-o cair na própria armadilha de hipocrisia e contradição.

Agora era ela que o encarava friamente, os olhos pretos transmitindo a raiva que não foi capaz de expressar todo esse tempo.

O clima pairou tensamente e Taehyung tornou-se intacto e surpreso, a primeira reação significativa que teve em seu rosto durante o tempo que estava ao lado dela.

–Isso não se aplica. –tentou se justificar, mesmo que não tivesse nada plausível para tal.

–É claro que se aplica! –exclamou banhada no deboche; divertindo-se com o quão perdido ele se encontrava, não querendo fazer com sua amante o mesmo que fez com ela, como se fosse uma pessoa de caráter intacto e fiel quando ao menos se importou em fazer quando encontrou-se na mesma situação a meses atrás.

Isso só significava uma coisa para Leylah: A amante significava mais para ele do que ela.

–Você me traiu com ela, lembra? –incitou. –Beijar-me não significa que está a traindo, aliás, ainda somos casados. –inclinou a cabeça, chacoteando-o. –Eu ainda sou sua esposa Taehyung, não tem nada de mal nisso.

–Você quer tanto essa merda de beijo?! Toma!

Passos duros e velozes, Taehyung segue em direção de Leylah, findando a distância de ambos, puxando-a pelo braço e juntando os lábios dele contra os dela, em um beijo agressivo e sem sentimento, um ósculo bruto. Sua língua movia sem nexo na boca dela, em algo nada legal, demostrando através de algo que poderia ser tão doce o nojo dele por Leylah.

Uma lágrima teimosa deslizou-se sobre sua face ao sentir no beijo a ausência de qualquer resquício do que um dia ele sentiu por ela, restando apenas um beijo vazio e desconhecido por ela, tão acostumada com beijos doces e delicados que os lábios de Taehyung costumavam lhe proporcionar.

 

 

As palavras que você me diz se transformam em espinhos,

E me faz derramar lágrimas

 

 

Exista alguma palavra no dicionário que consiga definir sentimentos? O que nosso interior grita? Palavras que dissemos são apenas sinônimos que usamos para tentar explicar o que estamos sentimentos avassaladoramente, porque nenhuma palavra existente no mundo é capaz de dizer concretamente o que estamos sentindo em nosso coração, elas são como a ciência, um jeito de explicar as coisas e não mostrar realmente são.

Leylah naquele momento não sabia expressar como sentia-se, o quanto estava doendo.

As pessoas costumam ser tolas quando amam, mas não porque escolhem ser idiotas, porque o amor ele é um subconsciente sentimental, ele fica em nosso coração e não em nosso subconsciente racional, para o sentimento não existe razão, ciência, explicação, não existe padrão, teoria, apenas algo que pode lhe destruir e lhe abalar, sentimentos são algo que sentimos e que pode entrar numa escala de algo esquecível ou intenso.

Ninguém está imune a ser refém dos próprios sentimentos, ela pode ser controladora e destrutiva, e quanto mais se corta pela raiz, mas ela se renasce fortalecida, inabalável, ninguém é inatingível a essa galáxia inexplicável que existe dentro de nós.

Leylah era a própria viva do quanto ela era ferem de seus próprios sentimentos e paranoias.

 

 

Você e eu nos tornamos estranhos diante do adeus

Se lembre do quanto você me amou

 

 

Mas, de alguma forma incompreensível, as coisas desandaram na estratégia de Taehyung em fazê-la odiá-lo de uma vez por todas.

O beijo repleto de fúria e ignorância acabou que, aos poucos se tornando algo lento, as bocas que batalhavam em uma constante guerra acalmaram-se e entraram em sincronia, como se estivessem em uma dança lenta e envolvente. Um beijo de verdade.

O que surpreendeu Leylah pela mudança brusca do modo como ele guiava o beijo. E o Kim parecia tornando-se inerte as suas ações e consciência, como se tivesse mergulhado no oceano que era aquele beijo, concentrando-se inconsciente naquela boca interligada com a sua.

O aperto firme da mão dele na nuca de Leylah relaxou-se em um carinho entre seus cabelos soltos, os dedos grandes deslizaram-se sobre a pele dela, esbarrando – sem querer – na alça do vestido fazendo-a cair deixando o ombro da acastanhada desnudo, as mãos nortearam para cintura dela puxando-a para perto possessivamente, como ele gostava de fazer em momentos como esses.

 Leylah tornou-se mole em seus braços quando reviveu fisicamente os momentos em como ele gostava de puxa-la para si enfatizando por seus toques que ela era mulher dele e ele era seu homem.

E naquele momento Leylah permitiu-se iludir.

As mãos dela se moveram pela primeira vez naquele ósculo, emaranhando-se nos cachos macios e sedosos de Kim.

Tudo ficou em câmera lenta de repente, as ambas bocas mexiam-se lentamente, sem urgência, sem interesse em cessar, o momento tornou-se avesso, o tempo parecia ter viajado para anos atrás, quando dentro de um cubículo ainda vivam sem saber do amanhã e como viveriam em um lugar novo e sem nenhuma base com a rejeição de ambas famílias, era naqueles momentos e dificuldades e desesperança que beijavam-se como se fosse a última vez, como se um único toque fosse capaz de lhes trazer certeza e dissipar qualquer insegurança e frustração, qualquer hipótese de desistência quando achavam que era impossível viver mais um dia. O beijo deles era capaz de acalmar os corações se estivessem aflitos.

Taehyung percebeu isso, a intensidade que o beijo transformou-se, o quão demasiadamente acarretou suas memórias que deveriam serem escravizadas no baú para todo sempre nos seus esquecimentos, isso o fez voltar a realidade abruptamente, afastando-se rápido e saindo apressado da cozinha, desorientado, pegando suas coisas no sofá da sala em passos duros, indo embora apressadamente da mesma forma como o beijo tinha acabado.

Quando a porta fechou-se com violência, Leylah, compreendeu, que estava sozinha, mais uma vez.

 

 

 

Mesmo que você não diga, eu sei

Seu coração foi se desgastando até entrar em colapso,

Eu sei que você está apaixonado novamente,

Mas antes de se esquecer de mim, se prepare mais uma vez

 

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!!! Eu responderei os comentários anteriores, por favor, não se preocupem, responderei tudinho ^^

Aos leitores de casamento arranjado aconselho a lerem o comentário destacado no último capitulo postado na história.

Amores eu espero que tenham tido uma boa leitura, digam o que acharam e obrigada por lerem até aqui.

Um bom final de semana para vocês, um bom começo também, se alimentem, descansem e vivam felizes <333

Boa noite!


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