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História One Less Lonely Girl - Crazier


Escrita por: Haroldinha

Notas do Autor


Capítulo não muito importante, sem muito conteúdo, mas é pra dar continuidade e ajuda a conhecer os novos personagens que vão ficar aí por um tempinho.
Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 31 - Crazier


Definitivamente, eu tive o pior dos piores finais de semana de toda minha vida. Sem exageros, sem drama. Foi o pior, foi torturante, foi horrível!

Fiquei sozinha – isso todos sabem. Mas foi tudo pior do que imaginei. Nunca pensei que sentiria falta dos gritos do Louis. O silêncio me dá medo e eu não gosto de sentir medo.

O tédio foi tanto, que eu até coloquei um nome na minha cenourinha. Ela se chama Callie, um nome que vi em um dos 73423746237846 filmes que assisti em apenas dois dias. Joguei vídeo game, mas sozinha não tem graça. Comi os doritos que Niall deixou na dispensa, dormi... E tudo parecia ficar mais tedioso. E será assim durante os próximos dois meses.

Depois desse final de semana desastroso que demorou uma eternidade para passar, a segunda-feira chegou e junto a ela, a maldita escola. Eu acordei com um mau humor do cão, mas tive que levantar. Dei de mãos em uma roupa qualquer, tomei banho para afastar o sono e a preguiça, porém, de nada adiantou.

Parecia que o mundo estava conspirando contra mim. Lá fora estava um frio tremendo. Odeio frio. Me faltava ânimo até para caminhar. Em passos de tartaruga, cheguei na escola, emburrada. Pelo menos hoje não tem aula de Ed. Física. Fui até meu armário que ficava ao lado do de Harry. Sorri ao lembrar que eu sempre batia a cabeça na porta do armário dele. Abri-o com um soco e peguei meus livros.

– Oi! – Ao olhar para o lado, encontrei a garota do Milk Shake sorrindo abertamente.

Eu admiro pessoa que acordam bem humoradas na segunda-feira e mantêm o bom humor mesmo sabendo que precisa ir para a escola.

– Oi – Respondi sem expressão alguma.

A garota continuava mostrando seus dentes brancos naquele sorriso enorme.

– Mau humor? – A garota abriu o armário a minha esquerda. O de Harry ficava a minha direita.

– É. Mau humor. – Falei com a cara fechada. – Como é mesmo seu nome? – Dessa vez fui um pouco mais simpática.

– Julia.

– Julia – Repeti para tentar gravar o nome.

Terminei de pegar meu livros e dei as costas, indo para a primeira aula que seria de... Não sabia qual seria a primeira aula. Julia veio atrás de mim.

– Anne! – Ela chamou, me fazendo diminuir a velocidade dos passos para que ela pudesse me alcançar. – Hoje nossa última aula é de química, aí eu pensei que, já que Harry não está mais aqui e você sempre fazia dupla com ele, é claro que você vai precisar de um novo parceiro, ou parceira, e como eu sei que não é muito boa em química, eu queria dizer que sou ótima em química e pensei que talvez nós pudéssemos...

– Já entendi! – Interrompi o falatório dela. Caramba, essa menina fala demais. – Eu faço dupla com você.

Ela sorriu.

– Que ótimo! – Disse ela dando alguns pulinhos.

Sem paciência, revirei os olhos e segui meu caminho com Julia atrás de mim, feito um carrapato.

 

***

 

As aulas passaram como o final de semana, mais devagar do que filme em câmera lenta.

Fomos para a sala de química e como combinado, Julia fez dupla comigo. Ela prestava atenção na explicação enquanto eu balançava de um lado para o outro um pequeno vidro com um líquido lilás.

– E o seu irmão? – Me vi perguntando depois de uma longa explicação do professor Clóvis. Queria Harry aqui comigo para zoar o nome do professor.

Julia me olhou, com aqueles enormes óculos transparentes e sorriu.

– Pelo visto não foi somente ele que ficou interessado.

– Ele ficou interessado? Em mim? – Perguntei pegando mais um vidro com líquido amarelo.

– Não parou de falar em você.

– Hum – Fiz pouco caso. – Vocês são irmãos mesmo?

– Sim – Ela disse simplesmente, se preocupando mais em misturar os líquidos coloridos.

– É que... Vocês são bem diferentes. Quero dizer, você tem cabelo castanho e olhos escuros, já ele, é loiro e tem lindos olhos azuis.

– Hum, gostou dos olhos dele, é? – Ela provocou, me cutucando com o cotovelo.

Eu engasguei. Pensei em responder "É que eu tenho uma queda por olhos azuis’’ Mas preferi ficar quieta.

– Fala um pouco dele... – Pedi sutilmente, dando de ombros.

Não sei de onde esse interesse repentino pelo médico safado apareceu. É que ele me pareceu ser uma pessoa determinada e eu gosto disso.

Julia sorriu divertida, e assim que terminou de misturar os líquidos, voltou o olhar sobre mim.

– Roland é um legítimo filhinho de papai. Não que ele queira ou goste de ser assim, mas meu pai praticamente controla toda a vida dele desde a morte de sua mãe – Pausa para arrumar o cabelo e para eu ficar surpresa. – Como você mesma percebeu, somos diferentes porque temos mães diferentes – Assenti para mostrar que havia compreendido. – A mãe dele morreu quando ele tinha quinze anos, mas os pais dele já eram separados e nosso pai vivia com minha mãe. Naquela época eu tinha dez anos. Entendeu porque somos diferente fisicamente?

– Sim. Pode continuar.

– Bem, na adolescência meu irmão ficou muito revoltado por não ter sua mãe e se tornou muito ‘’rebelde’’. Vivia aprontando, mas meu pai conseguiu "domar a fera’’ e a partir dali, ele começou a controlá-lo. Até decidiu que Roland deveria seguir a mesma profissão dele, ser médico. E como eu disse, meu maninho não aceitou muito bem isso, e a maior rebeldia dele foi...

– O tempo acabou! – Anunciou professor Clóvis e começou a passar de classe em classe para avaliar o trabalho com os líquidos.

Eu e Júlia ficamos em silêncio. O professor não demorou a chegar a nossa frente, analisou para ver se havíamos feito tudo certo e nos deu um Dez. Acho que foi meu primeiro dez em química.

Depois de mais algum tempo, o sinal soou acima de nós, avisando que a hora de irmos embora já havia chegado. Eu e Julia saímos juntas, já que, pelo que ela disse, moramos uma perto da outra, com apenas três quadras de diferenças.

– Olha só quem está ali – Disse Julia, quando já nos dirigíamos até a saída da escola.

Ela me cutucou com o cotovelo e apontou para frente, onde vi seu irmão encostado em um carro preto com os vidros da mesma cor.

– O que veio fazer aqui? – Perguntou ela, que parecia surpresa com a presença do irmão ali.

– Vim buscar você pra almoçarmos – Disse ele, erguendo os óculos Ray ban até a cabeça. – Quer ir também?

Percebi que olhava para mim, então devia ter falado comigo.

– Ah, não. Eu tenho que...

– Você vai sim - Julia me olhou com as mãos na cintura. – Eu não vou aturar essa criatura sozinha.

– Mas...

– Mas nada. Vem!

Julia me puxou para o interior do carro e sentamos nos bancos de trás. O médico safado (apelidei ele assim) deu volta no carro e entrou também, enquanto eu estava em uma ávida briga com Julia por estar zombando de mim por causa de seu irmão. Mereço viu...

– Onde querem ir? – Ele perguntou, sorrindo sobre o assento do carro.

– Tanto faz – Julia deu de ombros.

Ele me encarou com aqueles lindos olhos azuis, como se a pergunta servisse para mim também.

– Hum, Subway?

– Subway então.

Ele posicionou as mãos no volante e acelerou sem ao menos pedir para colocarmos os cintos de segurança. O médico safado gostava de velocidade, pois o carro provavelmente estava acima da velocidade permitida. Em menos de quinze minutos já estávamos estacionando na Subway.

–15 cm pra cada um, pode ser? – Ele perguntou já fora do carro.

– Eu não consigo comer um de 15 cm sozinha. – Falei cruzando os braços.

– Regime? – Disse ele segurando o riso, um riso muito irritante.

– Nunca!

– Eu e ela repartimos um. Pronto – Julia parecia estar sem paciência ou estava com muita fome.

– E pra beber?

– Coca Cola – Eu e Julia falamos em uníssono.

Enquanto ele foi buscar nossa comida, eu e Julia ficamos esperando dentro do carro.

– Pode me contar agora qual foi a maior rebeldia dele? – Puxei o antigo assunto com ela, realmente curiosa em saber.

– Tudo bem – Ajeitou-se no banco. – Lembra que eu disse que meu pai queria que ele fosse médico? – Ela disse e eu assenti. – Então, ele não terminou a faculdade. Fez somente os primeiros quatro anos e depois abandonou.

Julia disse aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Mas se ele não terminou a faculdade, como podia trabalhar em um hospital?

Eu continuava sem entender. Roland voltou rápido e nos entregou a comida para comemos ali no carro mesmo. No final das contas, Julia não era inteiramente tagarela, desde que estivesse com a boca cheia, e o médico tinha um papo bom, e também tinha lá seu charme, principalmente no bom humor. Perdi as contas de quantas vezes ri. Eles eram legais, porém, o problema era os olhares nada discretos que o médico safado lançava para cima de mim entre um momento e outro. 

Contudo, não era como se fosse um problema. Quer dizer, era evidente que de inocente ele não tinha nada, mas eu estava com a auto estima elevada, por causa dele, afinal, consegui chamar a atenção de um cara mais velho.

Eu e Julia terminamos de comer e ele estava ainda na metade do dele. Eu ainda pensava sobre o que Julia me disse em relação à rebeldia do cara.  

– Posso perguntar uma coisa? – Falei olhando para ele.

– O que quiser – Disse com a boca cheia.

– Se você não terminou a faculdade, como pode trabalhar num hospital?

Ele engasgou e começou a tossir. Tomou quase todo o refrigerante para tentar cessar o ataque de tosse.

– Julia! – Esbravejou, muito bravo por sinal. – Quantas vezes eu disse para não ficar espalhando isso?

– Ela perguntou e eu respondi, ué – Deu de ombros novamente.

– Isso é crime, sabia? – Falei com os braços cruzados, e séria.

– Ele sabe – Julia se intrometeu.

– Mas como pode isso?! – Falei incrédula, lançando-lhe um olhar que praticamente cobrava uma explicação.

– Fácil: Nosso pai é dono do hospital. Isso explica muita coisa, não? – Julia falou novamente.

– JULIA! – ele ralhou.

– Tudo bem. Não falo mais nada.

– Que irresponsabilidade! – Exclamei indignada. – Você prefere correr o risco de ir parar na cadeia do que terminar a faculdade? Você ficou responsável por mim aquela vez e nem é médico de verdade. Meu Deus, esse mundo tá perdido!

Ele ficou um tempo me olhando com a boca aberta.

– Medicina é algo muito chato.

– E por que não tenta outra coisa? Prefere correr o risco de matar alguém praticando uma profissão que não sabe do que...

– Nosso pai não deixa. – Julia falou baixinho.

– Julia, da próxima vez que você abrir a boca para falar o que não deve, eu vou te atirar para fora com o carro em movimento. – Ele ameaçou, trincando os dentes.

– Não está mais aqui quem falou.

– Aparentemente você parecia mais responsável. Eu estava quase te achando um cara legal – Admiti, quase me sentindo envergonha.

– Isso é uma longa história. Nossa, eu perdi o pouco de crédito que tinha conseguido com você, né?

- Totalmente.

- Eu posso te contar e eu tenho certeza que você vai entender, isso se aceitar sair comigo – Disse ele com um sorriso de canto, e um pouco convincente.

Meneei a cabeça para o lado, encarando-o, e ponderando. Não podia negar que tinha algo nele que me fazia querer saber sobre.

– Tudo bem. – Falei simplesmente, sem pensar muito. Antes que mais alguma coisa fosse dita, continuei. – Agora pode me levar até meu trabalho? Não posso me atrasar.

– Claro. Onde é?

– Redação da TeenStar.

– Você trabalha lá? – Ele arregalou os olhos.

– Sou fotógrafa da revista.

– Uau - Me olhou, assentindo. - Eu sei onde fica. 

Ele novamente acelerou o carro e seguiu até meu trabalho. Eu ainda não entendia o porquê de as pessoas ficarem tão espantada quando digo que trabalho em uma revista. TeenStar é uma das revistas mais bem conceituadas de Londres, mas qualquer um poderia trabalhar lá. Eu nem fiz faculdade ainda e estou lá a dois anos, então, é a prova de que qualquer um pode. É só mostrar que sabe fotografar.

Com a velocidade que o quase médico dirigia, demorou menos de vinte minutos para chegarmos lá. Dei o número do meu celular a ele para que pudéssemos marcar um dia pra sair e me despedi, entrando para me dedicar ao trabalho.

Sem meu amado Josh seria uma tarde muito sem graça. Mas tenho que trabalhar para me manter.

Pelo menos teria bastante tempo para pensar em um certo meio médico safado e irresponsável dono de um lindo par de olhos azuis. Eu estava me auto tachando como louca, mas se tinha uma coisa que eu não queria era ficar me prendendo a Niall, e como a oportunidade tinha chegado rápido, eu não via motivos para dispensá-la. 

Eu só estava dando continuidade a minha vida.


Notas Finais


E aí, o que me dizem


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