1. Spirit Fanfics >
  2. One More Chance >
  3. Ele se foi.

História One More Chance - Ele se foi.


Escrita por: Alasca__Young

Notas do Autor


VOLTEI! <br />Então meninas, esse capítulo vai ser um pouco longo, terá muitas informações e principalmente: da start em uma nova fase da história.<br />Como vocês pediram para que eu não demorassem em certos assuntos, aí está!<br />Beijos, muito obrigada pelos comentários e boa leitura!<br />Segura coração ❤️

Capítulo 32 - Ele se foi.


Fanfic / Fanfiction One More Chance - Ele se foi.

Point of view América singer


-Sam, ela vai fazer um ano - falei rindo quando Sam chegou do trabalho e entregou uma bola de basquete para Eadlyn que estava sentada em seu tapete rodeada de brinquedos e com seu body amarelo dos Lakers e o cabelo, que já não era mais ruivo e sim castanho escuro, amarrado para cima. 

-Fala pra mamãe o tanto que você queria uma bola de basquete minha filha - ele disse sentando no tapete com ela.

Sam tirou o tênis e ficou olhando Eadlyn bater na bola sem nem entender o que era aquilo.

Ela sorriu para ele e começou a falar um monte de coisas que não faziam sentido e outras que faziam, como papai, bola e sai. 

Me levantei e fui tomar banho enquanto ele olhava ela. 

Em vinte dias Eadlyn faria um ano, em 43 dias Sam e eu nos casaríamos na praia do jeito que sempre sonhei. 

Estava cansada, mas muito feliz. Nos últimos dias eu dividia meu tempo entre cuidar da bolota Eadlyn, do meu noivo, trabalhar, organizar as coisas do casamento e da festinha dela, por mais simples que a gente tivesse organizado tudo ainda eram tantas coisas…

Minha sogra e minha cunhada estavam sempre dispostas a cuidar da Eadlyn, eu tinha muitos atendimentos de maquiagem, principalmente nos finais de semana, mas não achava ruim não. 

Sam queria mais que tudo que eu abrisse um espaço para mim, mas eu não queria ter horário fixo de trabalho, nem queria ter que levar Eadlyn para o serviço. 

As vezes Celeste passava aqui e raptava a minha filha, fazia as bolsas dela, buscava de dia e só entregava de noite. Sempre voltava cheia de mimos para casa.

Estava tudo caminhando, tudo certo. Nada era perfeito, mas ao mesmo tempo era.

Saí do banho e logo Sam apareceu com Eadlyn no colo.

-Não tenho um momento de paz? - perguntei sorrindo e dando um beijo na mãozinha gorda dela com a pulseirinha de ouro.

Eadlyn estava grande e esperta. Já andava, já falava muitas coisas e era viciada em um leitinho. Seus olhos estavam escurecendo, estavam verdes agora. Para quem havia nascido ruiva do olho azul, ela havia mudado bastante. Mas estava cada dia mais linda e mais parecida comigo. 

-Mama - ela falou sorrindo quando me viu e eu estiquei o braço para pegá-la, mas ela não me quis. Sorrindo abraçou Sam. 

-Já entendi que você gosta mais do papai do que de mim - falei e então passei meus braços pelo pescoço de Sam. 

Ela fechou a cara e reclamou. 

Sam sorriu e então me deu beijo. Ela me empurrou e ficou muito brava.

-Alguém está com a fralda recheada - ele disse - Né, filha? 

E então saíram para o quarto dela em um diálogo que só eles entendiam. 

Enquanto Sam dava banho em Eadlyn, desci para fazer o jantar. 

Fiquei lembrando do telefonema de meu pai na noite passada, queria conhecer Eadlyn, chorou ao telefone, disse que minha mãe estava doente da cabeça e que a família estava destruída. Mas não me arrependi de nada, não me senti comovida com sua dor, e senti que a medida protetiva contra eles foi a melhor decisão que eu tomei. Não ia fraquejar, não ia me por e por minha filha em risco por causa daquela gente louca.

Respirei fundo. 

Estava tudo bem, nós estávamos bem, minha família de verdade estava bem e só isso me importava.

________________________________________________________

Tinha acabado de chegar em casa. Estacionei o carro na garagem, peguei a maleta de maquiagens, o vestido de borboletinha do aniversário de Eadlyn que havia mandado fazer e minha bolsa. De repente senti um aperto no peito inexplicável. 

Tranquei o carro e entrei em casa.

A mãe de Sam, que agora também era minha mãe, estava cochilando no sofá e Eadlyn estava dormindo no carrinho ao lado dela. Fui até ela, lhe dei um beijinho e senti seu cheiro. 

O sentimento ruim passou por um momento mas logo voltou. 

Liguei para Sam e ele logo atendeu.

“-Oi meu amor, já estou indo para casa.

-Tá tudo bem? - perguntei e ouvi ele sorrindo.

-Tenho uma surpresa para você - disse - Já já te mostro - sorri.

-Tudo bem, amor. Toma cuidado. Eu te amo demais. 

-Eu te amo mais.”

E então desliguei. 

A procura de algo para comer, fui até a geladeira, mas fiquei lá parada vendo as fotos.

A maioria era de Sam e Eadlyn. Ela em cima da moto dele, eles dois vestidos com a blusa dos lakers, ela no primeiro campeonato de basquete amador dentro da taça que o time havia ganhado, sua primeira noite de sono aqui em casa dormindo nos braços dele, ela dormindo no sofá da sala dele no estúdio, uma foto de nós dois nos beijando e segurando ela sorrindo nos braços, ela com o pé no bolo de aniversário surpresa dele, entre outras. 

Meu coração se acalmou.

Sentei na mesa para comer um pedaço de bolo com um copo de suco e me distraí mexendo no celular. 

De repente a sensação voltou e eu perdi a fome. 

Fui até o carrinho, Eadlyn dormia quietinha com seu vestidinho vermelho e um lindo lacinho no cabelo combinando. As bochechas vermelhas estavam cada dia maiores.

Verifiquei se a mãe de Sam estava viva, e ela também apenas dormia.

Já havia dado tempo de Sam chegar em casa, mas não tinha nenhum sinal dele. 

Fui lá fora inquieta, voltei para dentro e fui pra rua novamente. 

Cada minuto mais apreensiva, pensando um milhão de besteiras. 

Peguei o celular, liguei e ele não atendeu. Imaginei que era porque estava pilotando.

Mais dez minutos se passaram e então eu liguei de novo e nada.

Entrei em casa, tomei um copo de água e quando fui colocar na pia deixei cair no chão.

XInguei nervosa.

A mãe de Sam acordou e Eadlyn também, logo começou a chorar e então a avó a pegou.

-Tá tudo bem, minha filha? - ela perguntou balançando Eadlyn no colo.

Engoli em seco.

-Não sei - Eadlyn chorou ainda mais quando me viu e esticou os braços. 

-Deixa que eu limpo - ela falou me entregando a bebê e eu a peguei nervosa.

Estava tremendo.

-Tô com um sentimento tão ruim - falei balançando Eadlyn.

Ela parou com a mão no coração e me olhou assustada.

-Eu tive um sonho tão ruim com o S-sam - disse desesperada. 

E aí meu coração começou a bater mais forte.

-Vou ligar pra ele de novo - falei.

Não consegui nem dar importância para o choro de Eadlyn naquele momento, a coloquei no carrinho mesmo chorando e peguei o celular.

Finalmente atendeu e meu coração se acalmou, entretanto por meio segundo até uma voz diferente atender.

“-Quem é? Onde está o Sam? - perguntei desesperada.

-Boa noite, aqui é do corpo de bombeiros e…”

Eu não entendi nada além de Sam, acidente, moto, caminhão e morreu. 

A voz do bombeiro, o choro de Eadlyn, minha sogra rezando alto… tudo se silenciou na minha cabeça e de repente ficou tudo tão preto que eu sequer sabia onde é que eu estava.

____________________________________________________________


Desde que tomamos consciência da nossa existência, sabemos que assim como nascemos, um dia vamos morrer. Talvez a morte não seja a pior parte, mas sim não saber quando ela vai acontecer. 

Não saber quando vai ser a última vez.

O último abraço.

O último toque.

O último sorriso.

As últimas lembranças. 

Quem você vai deixar aqui.

Como as pessoas vão sobreviver sem você.

Por que alguns iam tão cedo? 

Por que?

Toquei em Sam pela última vez antes de o caixão fosse fechado. 

Seu rosto estava inchado e mais pálido do que nunca e seu corpo estava frio. Ele usava o smoke azul que havia comprado para o nosso casamento. As tatuagens estavam cobertas, o cabelo estava penteado para trás, as covinhas não existiam mais, a expressão facial era séria. Era só um corpo, aquele não era Sam. As flores brancas em volta de seu corpo escondiam os machucados. Os principais eram na nuca, o qual havia sido fatal ao ter sido arremessado pelo impacto com o caminhão e batido direto no meio fio, e a falta de uma de suas pernas que teve que ser amputada por conta da fratura aberta e desviada da tíbia e fíbula esquerda. Fora alguns arranhões e feridas escondidas pela roupa e pela maquiagem.

Ele morreu na hora. 

O caminhoneiro dormiu na estrada e perdeu o controle da carreta logo quando Sam tinha ido na fazenda dos girassóis comprar alguns para me dar uns junto com as nossas alianças que ele havia comprado. Se toparam no meio da estrada. 

Fiquei pensando que ao menos ele não sentiu dor. Não teve que se preocupar com nada. Só… só foi embora. 

Ele estava tão feliz nos últimos dias. Estava ansioso pelo casamento. Pela nossa lua de mel. Pelo primeiro aniversário da nossa filha que seria em uma semana.

E comecei a chorar de novo. 

Talvez pensando em mil maneiras diferentes de como eu poderia ter evitado isso. Por que não avisei para ele que estava com pressentimento ruim? Por que não pedi que voltasse para casa logo? 

Eadlyn estava no meu colo. Havia passado a noite na casa de Celeste, hoje no velório quando me encontrou estava calma e não fez nenhuma brincadeira, não riu, não falou nenhuma palavrinha. Só ficou no meu colo em silêncio, olhava para todos, não quis o colo de ninguém. 

Não fazia ideia do que havia acontecido, mas com certeza havia sentido isso.

Peguei sua mãozinha e a coloquei sobre o rosto dele.

Ela me olhou meio desconfiada. 

-Papai - falei.

-Papa - ela repetiu e então olhou para ele desconfiada, logo tirou a mão e virou o rosto. 

Assisti o caixão ser fechado, ouvi o padre falar todas aquelas baboseiras clichês que sempre falava para todo mundo que morria e depois Diê fez um discurso digno para Sam. A família do basquete fez uma homenagem para ele, a do estúdio, o clube do rock e sua família também. E então colocaram seu caixão na cova, jogaram as flores e as coroas em cima, entreguei uma rosa para Eadlyn e peguei a outra, eu joguei a minha mas ela quis ficar com a dela. 

Pouco a pouco as pessoas foram embora, se despediram de nós e da família dele. 

Celeste se ofereceu para nos levar assim como marlee, mas eu disse que preferia ir depois.

Eu tinha um choro interno que doía mais que tudo, a mãe dele chorava ajoelhada sobre a terra, sua irmã a abraçava por trás e tentava não chorar tão alto quanto a mãe. 

Quão doloroso deveria ser para uma mãe perder seu filho? Não queria imaginar.

Sam era uma pessoa amada, tinha muitos amigos… era difícil para qualquer um acreditar.

-Deixa que eu seguro ela - disse Maxon pegando Eadlyn no colo após ela dormir no meu. Ele tirou sua blusa de frio e colocou sobre ela.

Maxon deixou a mãe e a irmã de Sam em casa, elas sequer conseguiram se despedir, só beijaram Eadlyn em meu colo e então entraram. Depois deixou eu e Eadlyn em casa.

Ele desceu. Estava tudo uma grande bagunça, os cacos de vidro ainda estavam no chão.

-Fica com ela um pouco, por favor - pedi - vou tirar essa roupa e tomar um banho. 

-Tá bom - ele disse com Eadlyn nos braços - Quer que eu dê um banho nela? - perguntou quando subi as escadas.

-Se ela acordar… - falei.

A casa estava com o cheiro de Sam, parecia tão vazia sem sua presença e ao mesmo tempo tão triste.

Tomei um banho, coloquei as roupas na máquina e vesti um moletom cinza. Penteei o cabelo e desci. 

Parei no meio das escadas para ver. 

Maxon estava raspando a maçã com uma colher e dando para Eadlyn, ela já estava banhada e assistia um desenho na tv. 

-Você foi rápido - comentei indo para a cozinha.

A casa estava toda organizada. 

-Você que demorou no banho - falou concentrado e distante.

Tomei um calmante e um copo de água.

-Pedi um jantar pra você- falou ainda distante. 

-Obrigada - respondi indo para a sala.

Eadlyn olhou pra mim rapidamente e então voltou a comer e assistir desenho.

Estava vestida com um pijaminha rosa de bolinhas, meias no pé combinando e o cabelo já grande penteadinho para o lado.

Respirei fundo.

Maxon estava com os olhos fundos e vermelhos. O rosto estava pálido e muito sério, mas ao mesmo tempo cuidava de Eadlyn na maior delicadeza. 

-Onde está Brice? - perguntei.

-Com meu pai. 

-Posso fazer isso - eu disse insinuando sobre alimentar Eadlyn.

-Você já fez demais por ela - respondeu ríspido sem me olhar na cara.

Senti que estava rolando algo. E estremeci com a hipótese.

Me levantei, balancei a cabeça e fiz uma cara de dúvida.

Ele me olhou pela primeira vez. Estava puto. Muito puto.

-Não é momento - respondeu contendo a fúria - Mas queria te dizer que eu já sei de tudo. E nós temos muito o que conversar, mas não vai ser agora.

Engoli seco.

Não tinha o que falar, e Maxon estava me espetando com os olhos, queria que eu dissesse algo a ele. Mas o que eu iria falar? 

-Realmente - concordei por fim suspirando - Não é momento.

Ele bufou. Estava mais puto que antes.

-Sinto muito pela sua perda - ele falou depois de respirar fundo - Mas não estou aqui por você. Estou por ela e por consideração a ele que apesar de tudo, era meu primo e nós nos desentendemos por coisas irrelevantes do passado, e por você

Borbulhei de raiva por dentro.

Eu podia rebater e podia ofendê-lo, mas eu estava errada então só abaixei a cabeça e respirei fundo.

-Posso saber ao menos quem te contou? 

Eadlyn deu um grito e sorriu quando o pintinho deu de cara com a mãe galinha no desenho que ela assistia. Por um rápido momento ele sorriu.

-É melhor você ir jantar, ir dormir, ou sei lá o que. Quando as coisas começarem a se ajeitar nós vamos ter essa conversa. 

Abri a boca para falar mas ele me atropelou.

-Garanto que estou mais ansioso do que você. 

Fui para a cozinha e sentei na mesa. Ele estava incomodado com minha presença e eu queria que ele fosse embora.

De onde eu estava sentada, podia vê-lo alimentar Eadlyn, sorrir pra ela, conversar e limpá-la depois de uma colherada de maçã e sopinha.

Apoiei a testa com os polegares e com os cotovelos em cima da mesa.

-O que eu fiz, o que eu fiz, o que eu fiz… - repetia para mim mesma.

A dor precisa ser sentida. Mas não precisava ser duplicada. 

De nada adiantou eu ter escondido de Maxon, de nada adiantou eu me refugiar em Sam. Talvez… se eu tivesse feito a escolha certa, mesmo que não fosse a melhor, Sam não tivesse ido. 

E doeu de novo.

Tinha os dois, destruí a união deles, me desfiz de um e perdi o outro. E para melhorar, Maxon estava visivelmente disposto a entrar em guerra comigo. 

A comida chegou, eu peguei e Maxon já havia pagado por ela. 

Sentei na mesa novamente e me servi. Deixei um prato e um talher pra ele se servir, mas ele só terminou de alimentar a Eadlyn, subiu com ela e minutos depois desceu e foi embora depois de dizer “Ela já está dormindo”.

Arrumei as coisas, guardei o resto da comida na geladeira e subi chorando para o quarto.

Peguei Eadlyn em seu berço e a levei para nossa cama. 

Deitada me senti tão sozinha. 

A perda, a culpa, o sentimento de ter feito tudo errado…

-Me desculpa meu amor - implorei olhando para Eadlyn - Vai ser ruim… você vai crescer e nem vai lembrar dele, do seu papa… ele te amou tanto… cuidou tanto da gente… 

Respirei fundo.

Passei o resto da noite em claro pensando em tudo e em nada. 


Notas Finais


E aí? Como estão? <br />Eu confesso que chorei um pouco escrevendo isso, sou muito apegada a personagens! Kkkk<br />Não deixem de comentar, de deixar aqui as especulações de vocês têm sobre o que vai acontecer agora e tudo mais!<br />Beijos, até logooo


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...