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História One More Night - O uivo do lobo


Escrita por: Yukye

Notas do Autor


AAAHHHHH!!! Que saudades daki!!!
Segue mais um capitulo...finalmente... me perdoem o sumiço Cupcakes...TT_TT'

Capítulo 7 - O uivo do lobo


Fanfic / Fanfiction One More Night - O uivo do lobo

A floresta guinchara ao vento tempestuoso, a neve secara como mágica e, a magia dos magos, os “arautos de luz” os “puros”, encurralaram oito da tropa sombria. Um domo de luz feito de feitiços espremia os sombrios sem chance de reação. Os soldados das trevas se encolhiam, tentavam tomar o espaço uns dos outros, pois qualquer um que ousasse o toque era pulverizado na mesma hora.

Angel Kallar o mestre dos magos, exigia a localização do líder das sombras, o “mau” em pessoa – sem nenhuma resposta –  o domo foi espremendo mesmo aqueles que dele fugiam, mais e mais homens começavam a virar pó. Um uivo irrompeu no ar, uma figura sombria rasgara um dos magos de branco.

Uma espada fora cravada na cúpula e, uma segunda figura sombria agarrava-se ao cabo daquela lamina. Carmilla. Num salto para trás o vidro espectral se desfez, libertando os homens de sua aflição. Os magos um a um eram partidos ao meio e, a vampira segurava um deles para que não escapasse.

- Apareça! Demônio! – Gritou Angel, então um guerreiro de cabelo despontado, espetado e azul, parou frente a ele – Demo-mo-nio – Balbuciou o homem.

- Não esta errado – Respondeu o guerreiro com a voz muito rouca e, rasgou o homem com uma espada de gelo.

Este mirou Carmilla que sorriu na mesma hora. O mago menor chorava de desespero, preso a mão da vampira.

- Vai e conte a todos o que viu – Carmilla o puxou, empurrando-o para a lama em seguida. Sem esperar, ele fugiu se arrastando para dentro da floresta. Os homens miravam o guerreiro com profundo respeito. O vento e o frio tomavam a estrada, o Inverno estava ali, ao som de um lobo uivando ao longe. Uma épica história, mas o épico se quebrou ao som dos engasgos de um caminhão que saltitava a cada expelida de fumaça do carburador. A imagem tornou ao teto da pensão sobre a cama.

Bufava a vampira ao apoiar o livro no pescoço, rolou para a beirada da cama, calçando as botas, pegou o sobre tudo e, quando enfim os engasgos do motor se findaram em direção à cidade, a morena foi para a cozinha, algo para ocupar os dentes seria bom, tendo em vista que dormiu o dia todo.

Entrando pelo bar se deparou com uma coisa abanando o rabo sobre uma das mesas, dando latidos de alegria por comer um prato de macarrão a bolonhesa.  A morena sentou-se a mesa ao fundo e tentou esperar Perry, o que não aconteceu. Sons de panela se ouviam da cozinha. O cãozinho afundava até os olhos no molho com as patinhas, pois era menor que o prato, parando por um instante para cheirar o ar, o filhote mirou Carmilla que não devolveu a atenção, mesmo depois de ouvir alguma coisa cair sobre o piso de madeira e, as almofadinhas cheias de molho subirem em seu pé aos resmungos de um cãozinho feliz.

- Sai – Rosnou para ele.

- Carmilla – Disse a loira entusiasmada, saindo da cozinha com alguns pães para o vira lata.

- Hm... – Respondeu a vampira num murmúrio zangado, sufocando qualquer palavra da outra. Por um breve momento, seus olhares conversaram ainda que a distancia. A cauda daquele bicho estava tirando a morena do sério. Então bruscamente levantou, sem importar-se de talvez chutar a bola de pelos.

- Esper... – A sentença de Laura foi cortada pelo bater da porta da frente.

***

De certo algum lugar devia estar aberto. Foi o que motivou Carmilla a descer a montanha. Guerra ou não as pessoas bebem e, como ela, buscassem algo para mastigar. Caminhou até uma parte mais afastada, longe das vistas de qualquer um e, aproveitou e abusou de sua velocidade. Chegando na rua que deveria ser a mais movimentada na cidade. Mais portas fechadas do que abertas.

Embora a Áustria tenha sido anexada a Alemanha pacificamente, os tempos estavam mudando. A guerra parecia tornar o vendo a favor dos Aliados, chacoalhando o Eixo. O medo de bombas dos céus e, os desertores eram as mais novas atrações noturnas. Porém nem todo o desespero do mundo seria capaz de fechar as portas do Punkt. Uma birosca que, tinha um dono a frente de seu tempo.

“Se morrer, morreu” para ele tanto faz como tanto fez, o homem não tinha o mínimo de medo. Nem mesmo o chanceler da Alemanha fecharia aquelas portas, as dobradiças eram enferrujadas, exaltando o cheiro úmido com álcool e metal do lugar. As pessoas dali, ou eram como o senhor Punkt, ou simplesmente eram como Carmilla e, não davam a mínima bola para assuntos alheios como a guerra.

Ela sentou no balcão e, sem precisar falar nada, o barman lhe mandou uma dose de whisky Feuer.  A vampira virou o copo, era muito bom, sentia a garganta arder, como era de se esperar de um bom whisky. Por mais alguns minutos, assistiu ao terceiro round da queda de braço. Os competidores, um era um homem bem grande, com uma camisa xadrez sem as mangas – um lenhador – os braços eram duas toras. Já o outro homem era mais magro, porém mirava o lenhador de cima – um mecânico. Um estampido se fez ouvir das mãos entrelaçadas, após mais um trago e, o ranger da mesa sob o verdadeiro eixo do poder, rodeada com as mãos dos espectadores e suas apostas. Até Carmilla parecia se empolgar, gritando para os bêbados fazerem força.

- Vejam só o que o gato trouxe – Disse uma voz inconfundível – Mircalla Karnstein – A vampira fuzilou o homem a qual aquelas palavras vieram – Nunca te vi tão solta – Um homem de uniforme cinza, botas pretas e cabelo irritantemente repartido para o lado se aproximava a cada palavra.

- Doran? – Incrédula disse ela. Aquele lixo estava vivo ainda.

- Mas também, pudera com aqueles vestidos e a sua mãe – Ele deixou o capacete antissemita sobre o balcão e se sentou ao lado de Carmilla – Ouvi que você tinha sido morta.

- Não é tão fácil assim – Ela virou o copo na boca, tentando manter a linha com aquele idiota.

- Então; traiu a própria mãe por um rabo de saia? – Ele riu, olhando de soslaio a vampira demonstrar o mínimo de reação a fala desagradável.

- Ela não é minha mãe – Disse mirando a porta fixamente – E minha vida não te diz respeito saco de pulgas.

- Ai – Ele apertou o peito – Essa doeu, que mal humor. Ora vamos, pra gente como nós, é melhor não se apegar. De um jeito ou de outro vamos terminar vendo a morte deles. Seja pelas mãos da vida, ou as nossas. Nem adianta chorar – Ele maneou a cabeça em desaprovação – Você chorou quando ela morreu? – cínico.

- Monstros não choram – Carmilla terminou o ultimo gole e, caminhou para a porta – Obrigada por pagar a conta – Disse ela ao sair, passando por cinco soldados que entravam no botequim.

“Como não o percebi?!” – Cobravam seus pensamentos. Aquele saco de pulgas e estrume que era Doran. O conhecera quando ainda ela, era Mircalla e, ele, era apenas mais um noviço lobisomem de uma ramificação muito baixa do clã. Por alguns instantes, lembrou-se do por que havia sido trancafiada. Aos gritos e lagrimas sobre o corpo de uma jovem. Lembrou-se de seu toque, do que dizia e, do que estava disposta a fazer, aquele nome pairou leviano em sua memória, até findarem ao entrar na pensão.

***

Carmilla tinha as mãos apoiadas na balaustrada frente ao quarto, com os pensamentos dando voltas sem fim em sua mente. Aquele ar lhe apertava os pulmões, o lugar as pessoas, a mentira de suas duas vidas anteriores esmagava qualquer sentimento por este mundo.

- Por quê? – Perguntou olhando os pés. Então surgiram duas patinhas em seu campo de visão com os latidos de um filhote – Some, ou eu te mato – O vira lata nem deu ouvidos e começou a mastigar o cadarço das botas – Mandei sumir!

- Chello. Cadê você garota? – No mesmo instante que Laura entrou no corredor, o filhote havia sido chutado segundo andar á fora – Chello! – Ela gritou correndo para ver aonde o bicho havia aterrissado – Qual é o seu problema?!

- Agora? É você – Respondeu em tom sarcástico. Serrando as sobrancelhas, a loira nem deu ouvidos e apressou-se no resgate do filhote.

Carmilla voltou para seu quarto, deixando uma Laura apressada por descer as escadas. A loira quase atravessou a porta sem abri-la, dando a volta pelo lado de fora após destrancar tudo, teve de parar para visualizar o afundado de pelos amarelados entre o alvo que caia. Um latido de socorro a guiou até a miserável peluda.

- Aí menina - Soltou um suspiro de alívio ao constatar que nada de grave havia acometido o filhote - Vem cá - Gentilmente acomodou Chello em sua blusa a envolvendo nos braços. Um tanto da neve havia molhado a mão de Laura. Mas a garota nada fez, além de tentar aquecer o bolinho de carne. Pode sentir uma língua morna em agradecimento.

- Hey Laura o que está fazendo aí embaixo? - Gritou LaF do telhado. A doutora segurava um bolo de enfeites de natal, cordões de galhos de pinheiro, com relva verde espetada. Algumas pinhas com laços se penduravam por sobre os cotovelos - mas nenhum pisca pisca - Danny se a arrastou mais para a extremidade externa do telhado após ouvir o nome de sua querida.

- Aí aquela Carmilla! Qual é o problema dela? - Resmungou a loira afagando o filhote.

Perry do outro lado indagou LaF sobre com quem estava á conversar. Claro que a resposta fez a dona da pensão encher a boca para que a jornalista saísse do frio.

Uma hora depois estavam todas elas reunidas do lado de dentro no bar. Laura ainda observava Chello correr de um lado para o outro, cavando as garrinhas no piso e caindo sozinha ao tentar morder o rabo. Perry chegava com uma bandeja lotada de biscoitos e chocolate quente.

- Nada de luzes. Mas que natal mais estranho será esse - Dizia Perry.

- Nem fale. Nem a lenha está vendendo. A não ser pinho escuro. Faz menos fumaça. Mas esta difícil de achar mais - Comentou Danny mordendo um biscoito. 

-Mas esse não tem sido o normal nos últimos quatro anos? - Diz LaF lembrando bem das datas.

- Não. Até ano passado as luzes brilhavam nessa semana. As pessoas compravam roupas novas. Mas...

- Desde a virada – Completou Laura. Pois desde a infame violação do acordo de não agressão, que a Alemanha deixava sua soberania.

A conversa ficou por isso mesmo até todas se entreterem com Chello correndo em direção a qualquer coisa caída ao chão. Quando sem aviso, fortes e insistentes batidas açoitavam a porta da frente.

- Broo você ta ai?! Broo!

- Calma, já vou abrir – Anunciou LaF destrancando a porta.

- Broo cadê você?! – Ele gritava.

- Fale mais baixo tem gente tentando dormir! – Esbravejou Perry.

- Kirsch, ué o que ta fazendo aqui? – Perguntou Danny.

- Te achei! – O rapaz fazia um verdadeiro estardalhaço perguntando as mais estranhas coisas, outras nem faziam sentido, terminou que Danny só pode ouvir sobre onde estaria Theo.

- Você já procurou no banheiro? – Respondeu a lenhadora certa do “não” que ele diria – Anda vem – Danny agarrou o braço do colega de trabalho e o arrastou para fora.

- Danny o casaco – Apressou-se Laura em entregá-lo a brava ruiva.

- Não esta tão frio hoje, guarde-o e o aqueça pra mim – Terminou com uma piscadela para Laura que tinha a face mais corada.

Foi a porta fechar que, LaF e Perry começavam a espetar Laura de perguntas. A noite foi calma, com as luzes apagadas e...

***

- Foi você que o chamou aqui não é? – Carmilla atirou Chello no chão do quarto vazio. A peluda gemeu arrastando-se com uma patinha quebrada – Volta aqui e, para com essa de filhote de vira-lata! – Urrou a morena pisando o rabinho com pontinha branca – Corta essa cem gramas de fígado – Chello se virou com os olhos cheios de água, com a pancinha para cima, porém a vampira nem piscava.

- ...credo, como você é sem coração... – Uma voz veio do filhote que, deixava os pelos e o pouco tamanho, mãos e pernas humanas tomavam o lugar das patinhas fofas, dando lugar para uma mulher de cabelos verdes até o ombro, orelhas pontudas e os olhos verde oliva – Calma ai gatinha – Ela sacudiu as mãos na frente do corpo nu.

A vampira não quis saber de conversa, foi logo chutando a ex-filhote para a parede e agarrando-lhe a garganta.

- Agora, vou dizer só uma vez, suma daqui – Disse Carmilla bem próxima de Chello.

- Ah calma, qual é? Sabe eu sei que ela é bonita, mas... Aii! Tah! Não tem de apertar tanto, desculpa, você ta afim dela né – Resmungou Chello com a garganta esmagada pelos dedos da vampira que, a soltou de súbito.

A mulher de cabelos verdes massageava a jugular, resfolegando apoiada na parede, enquanto seu corpo sem a pelagem macia sentia os primeiros calafrios do inverno austríaco. Ela amaldiçoou os deuses do Olimpo por aquele gelo, enrolando a cauda ainda presente entre as pernas e, apertando os braços entorno do corpo que tremia.

- Para com essa choradeira e sai daqui – Disse Carmila indo para a porta.

- Porra! Me quebra um braço e, com esse frio e você ainda me manda sair?

- Não enrola, ou te boto pra fora aos pedaços.

- Ah por favor, tenha dó de um pobre filhote com fome – Chello brincou fazendo cara de dó, mesmo que velha centenária a sua frente não visse – Caramba você realmente gosta dela, que inveja.

- Que merda você ta falando?! – Carmilla virou de uma vez com as sobrancelhas quase coladas.

- Da Laura ué – A canina mirou os olhos da vampira. Naquele instante ambas gelaram, mas foi Carmilla que se enfureceu com a presença daquelas coisas inúteis a rodar os arredores e, a comer a população de ursos locais. Foi então que percebeu do que se tratava parte das falas da Shifter...

...nem de longe Laura estava por perto da hospedaria e aquelas coisas estavam à solta...

***

Com muita dificuldade Laura e suas botas de neve se arrastavam na descida até a cidade, no meio da floresta iluminada pela lua, ela arfava com o esforço que um metro e meio de neve demandavam pela passagem. Seu instinto de jornalista caçadora de verdades a impulsionavam frente a todo o frio, agarrava os galhos de algumas arvores baixas para ajudar nos sofridos passos, chegaria a cidade com toda a certeza que tinha.

- Vou achar Theo antes – Ela já se via como Sherlock, ajeitava o chapéu cinza e, passava o indicador com o polegar abaixo do nariz, como se tivesse o bigode do grande detetive. Sem aviso o galho que segurava na outra mão rompeu, levando a detetive a rolar uns trinta metros de neve. Ela desatou um sonoro “Ai!” massageando a nuca, quando constatou estar sem o chapéu – Ai não, cadê? – A garota olhou de um alado a outro – Ai droga! – Lamentou ao sentir a graxa em seus dedos – Laura sua burra, você esta disfarçada e investigando! Não pode tirar o disfarce assim! – Vociferou a si mesma enquanto tentava tirar a graxa das luvas e, torcia para que seu cabelo negro não tivesse uma falha loira em forma de mão.

Levantou aos poucos tentando ficar de pé, apertou as mãos em um galho de apoio, quando o uivo de um lobo chamou sua atenção, ao virar na direção do som ela se deparou com um rastro escuro, como se algo grande e pesado tivesse passado ali a pouco, devia ser realmente pesado e forte, pois a neve estava revirada até o solo ébano, haviam também outras marcas que talvez fossem lama.

- Será que é o urso de LaF? – Nuvens de vapor saiam de sua boca, o rastro estava quente e chamava pela curiosidade de todo o ser da garota.

Olhos atentos a observavam, quando Laura deu o primeiro passo para o mais suspeito caminho na neve.


Notas Finais


E agora as coisas estão a um passo...
arigato a paciência de ter chegado ate aki, vou tentar escrever mais rápido o próximo cap.
um abraço e até mais Cupcakes...não desistam de mim, ainda tem muito rolo para as duas


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