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História One More Night - Quatro problemas e você - parte 2


Escrita por: Yukye

Notas do Autor


Hey pessoas e Cupcakes, mais um cap. One more

Capítulo 9 - Quatro problemas e você - parte 2


Fanfic / Fanfiction One More Night - Quatro problemas e você - parte 2

A lua se preparava para ceder o céu ao sol, Treffen mergulhava em seu ultimo sono antes do galo cantar, o fim da noite seguia no mais sublime silêncio, a contagiante e inebriante sensação das montanhas, com o leve sopro do vento no topo das montanhas.

“O que esta dando em mim?!” – A vampira questionava em sua mente – “Por que fui atrás dela?!”.

Carmilla literalmente enterrava a ponta dos dedos no para peito da janela abaixo do quarto de Laura. Seus pensamentos a guiavam até o segundo em que, escutava a cadela mencionar a falta da loira e, como foi após sentir que, Laura não estava na hospedaria. Aquilo parecia uma grande piada de mau gosto, orquestrada por seus aguçados sentidos – bem abastecidos – então o que era? Quando deu por si na confusão...segurava o corpo de Laura desacordado junto ao seu.

“Por quê?”

“Por quê?”

“Por quê?”

“Por quê?”

Bem mais que quatro por quês atormentavam a polvorosa mente da morena. O pouco calor da jornalista era o bastante, chegava a queimar Carmilla de uma forma inexplicável, suas presas coçavam, desejava devorar cada centímetro daquela garota, todo seu sangue e, tudo mais que tivesse, a vampira desejava.

Em transe por alguns segundos. A loira disfarçada, tão indefesa em seus braços, o cabelo besuntado de graxa tingindo seu peito, a cintura torneada da calça ensopada de gelo derretido e sangue.

Que quadro horroroso...

- Que linda – Disse ao encarar o rosto de Laura tão próximo ao dela.

Voltando dos devaneios, a grande correria de Perry e LaF cuidando de Laura se fazia ouvir do andar de baixo. Até aquele instante Carmilla já tinha feito o que podia, limpado o sangue e a graxa dos cabelos da jornalista e, restos de rubro e negro ainda tingiam o corpo da vampira.

- Mas o que houve meu deus?! – Perry gritou chorando segurando as mãos de Laura enquanto rolos de curativos pulavam com LaF junto a agulha, linha, esparadrapos, band-aides e Merthiolate cuidando dos primeiros socorros.

 “Por quê? Por que me preocupei com isso?” – Perguntava ainda com a sensação dos cabelos da loira entre seus dedos.

No andar de baixo a vampira soltou o parapeito que esmagava nas mãos e, virou-se para o pátio vazio soltando um forte suspiro.

- Não vai morrer...fique mais uma noite... – Disse antes de sumir na floresta.

 

***

 

Uns cinco quilômetros subindo a montanha, com a pá em uma das mãos e, o corpo do brucutu com a cabeça esmagada nas costas, Carmilla caminhava com a neve acima dos joelhos. Não era grande coisa, em suas costas um desertor alemão, era uma ameaça que, tentou matá-la; que tentou matar...sua Laura...

A vampira “desalmada” deu um tapa estalado em si mesma assim que, pensou isso...sua Laura. O pensamento torturava, bastava fechar os olhos e, sentia as batidas do coração da galega como se estivesse com o rosto em seu peito, perdida em um abraço.

- Carmilla Skandratt para com isso! E enterra esse inútil! – Gritou consigo e, um pouco de neve despencou em suas pernas – Merda...por que você tinha de ser tão grande? – Ela ralhou puxando as pernas soterradas dele.

Todo esse trabalho, ela bem poderia larga-lo lá onde o matara, porém Doran certamente farejaria o corpo e, encontraria uma maneira para aborrecê-la, depois não queria nada o ligando a Laura...

- Para! – Vociferou cavando um buraco quinze quilômetros mais distante do ponto que estava.

O sol pairava brando e pálido. Carmilla terminava de enterrar o presunto, quando por fim terminara, lembrou-se do corpo de Theo, e esse havia sumido, mas até ai com certeza eles acreditariam na história do urso assassino, a morte de humanos pouco importava. Não havia o que fazer e, sem que ela soubesse, o coração de Laura batendo era única coisa que lhe importava.

***

Uns dezenove quilômetros montanha abaixo, mais precisamente no ultimo quarto a direita da escadaria na hospedaria da senhora Perry.

- Eu não sei Danny... – Respondeu com todos lhe encarando.

- Laura, é serio – Danny apertava o casaco rasgado.

- Danny, por favor, não vê que ela esta exausta? – Argumentou Perry com a tensa situação.

- Eu sei, também estou, mas eu preciso saber o que aconteceu – Respondeu Danny segurando o desgostoso amargor do que viu – O que você lembra? – A jornalista nem sabia por onde começar, ou se deveria, tudo havia sido absurdo demais para ser real.

A jornalista apertou os lençóis em seu colo, mirou a cama e as queimaduras frias em seus dedos, logo depois encarou as olheiras de Danny, suas roupas sujas de algo escuro e com aroma metálico.

- Laura, por favor – A lenhadora insistia – O que aconteceu?

- Olha Danny, talvez ela tenha batido a cabeça – Perry tentava acalmar os nervos.

- Não, não bateu – Disse LaF apenas corrigindo e, encarando o cenho da dona da hospedaria – Epa...

- Laura, eu tenho que saber – Pediu segurando sua mão enfaixada.

- Mas, não sei – A galega tentava dizer algo, mas ainda era impossível fazê-lo sem assassinar a sanidade e, sem mencionar...

- ...Carmilla... – Comentou Perry discutindo com as outras e, foi a única palavra que Laura pescou da conversa.

- O que tem ela? – Perguntou.

- Ela deve saber, ela que te trouxe – Respondeu LaF.

- Como assim? – As palavras da loira foram engolidas pelos enfurecidos questionamentos da lenhadora.

- Carmilla?! Foi ela que fez isso?! Foi a Carmilla que te machucou?!

- Pera calma Danny...não sabemos, ela esta sim machucada, mas são queimaduras de gelo, qualquer um pode se machucar assim, mesmo sozinho. Foi ela que trouxe a Laura ontem e, parecia uma cena de contos de fadas... – A doutora olhou para o teto relembrando – Carmilla entrou carregando Laura nos braços – LaF gesticulava e, Laura não conseguia esconder o rubor no rosto.

A lenhadora mergulhava em cólera. Laura pode perceber a falta de sono de todas, com exceção de Kirsch que, parecia estar apenas a combater a bebedeira noturna. Lembrava-se dos corvos, da criatura...e de Carmilla, no mesmo segundo a vampira surgiu atrás do lenhador de ressaca.

- Carm... – Os olhares delas se prenderam com um quarto de distancia.

- Você! – Urrou Danny se dirigindo a mal-humorada de 1.60 e a erguendo contra a parede apertando a gola da blusa – Você que fez isso! – Seus rostos estavam nivelado sem a vampira tocar o chão – O que você fez com ela?!

Carmilla sentia o fio do machado em sua garganta, seus sentidos embebidos da presença da loira mondavam-se ao momento, com cada veia saltando pronta para estraçalhar sua agressora.

- Danny para! – Laura gritou segurando o cabo do machado e o ombro de Danny – Para, por favor! Ela não fez nada comigo...  – Seu corpo pendeu para frente - ...ela me salvou...ela não fez nada...

- Laura! – Danny chamou ao ser puxada por Kirsch e LaF, enquanto Laura caia sobre Carmilla amortecendo a queda.

- Agora chega! – Exclamou Perry – Agora vamos deixa-la descansar, vocês duas venham comigo! – Ordenou mirando furiosamente a lenhadora e a vampira.

Kirsch soltou a ruiva enfurecida e, levou Laura para a cama totalmente inconsciente, LaF cuidou para que os curativos não abrissem.

- Andem logo as duas, desçam aqui! – Esbravejou Perry do bar.

As duas desceram as escadas trocando olhares raivosos, porém nada era mais amedrontador que o cenho da dona do lugar – nada pior que uma mãe zangada – Danny sentou no balcão, Carmilla acomodou-se no banco mais distante das duas.

- Moça você aqui? – Surpreso perguntou Guto entregando-lhe um copo de vodka. O mesmo ofereceu um copo a lenhadora. O garoto parecia encantado com a vampira, fazendo tudo sem desgrudar os olhos dela.

- Você a conhece? – Perguntou Danny.

- Mas claro, ela é a moça pra quem eu trabalhei e, ganhei cinco sanduíches como pagamento – Respondeu contente – Eu fui o guia dela até... – Uma gota de suor desceu por sua têmpora com o olhar perfurante da vampira com uma sobrancelha arqueada.

- Até?

- Até aqui – Respondeu nervoso.

- Eu precisava de um lugar pra ficar – Completou virando o copo na goela.

- Jura? – Com desprezo entre os dentes a lenhadora virava o copo quase tão rápido quanto a adversária.

- Sim, só isso, o que você estaria insinuando? – Fria como o de costume Carmilla virou mais um copo assim que Guto o encheu.

- Eu vi a trilha – Danny dava continuidade a competição de bebedeira não declarada.

- E eu com isso? – Mais um copo.

- Danny – Chamou Perry na tentativa de parar o interrogatório desnecessário em sua opinião e, foi para a cozinha cuidar do jantar.

- Fui procurar Theo com Kirsch ontem... – Outro copo e mais rápido que a morena - ...e eu o encontrei... – Ela mirou Carmilla sem tirar o copo da boca.

Por pouco a vampira demonstrou algo, pois percebia o semblante Helsing nos olhos da lenhadora que, sabia jogar com palavras sem as pronunciar, mas Carmilla também conhecia esse jogo e, se viu ela de frente com a filha do duque de Offenesfeld aos 14 anos num baile no palácio de Versalles – uma hábil jogadora de 17 anos.

- Que bom – Fez pouco caso. Danny se segurou para não gritar.

- O encontrei morto... – A lenhadora havia esperado Perry se afastar para contar tamanha noticia.

- Meus pêsames – A vampira constatava a diferença com a filha do duque, pois ela nem teria dito nada e ainda sim teria lhe tirado a verdade – Bêbados né – Foi a vez de Carmilla ver a lenhadora com o copo nos lábios tentando esconder a raiva.

- ...é, ele bebeu muito – A ruiva voltava a jogar com as palavras – Mas me esclareça o que houve ontem a noite, você trouxe Laura aqui... – Mais um copo.

Era evidente que Danny não se daria por convencida de nenhuma palavra da vampira.

- Eu... – Carmilla gaguejou. Maldito semblante daquela garota astuta no baile, mas a fala da vampira fora interrompida por um estrondo vindo da escada.

- Fui eu que sai! – Berrou Laura terminando de rolar a escadaria. Kirsch vinha correndo atrás desesperado.

- Eu juro que tentei parar ela mas... – O rapaz se atrapalhava e, nem ele ou Danny entendiam como Carmilla foi tão rápido para junto da jornalista no chão.

- ...fui eu que sai Danny, queria achar Theo mas, escorreguei, rolei a montanha, deve ter sido ai que perdi o casaco e o chapéu e...

- ...e eu tinha ido respirar ar puro quando a encontrei – Começou Carmilla assim que Laura a mirou depois do “e” – Estava congelando, ela deve ter desmaiado metendo a cara na neve, é macia mas pode matar.

- Ar puro? – Danny a fuzilou tomando a garrafa de Guto que, enchia seu copo. A lenhadora apertou o machado indo em direção a vampira, quando Perry voltou da cozinha.

- Viu Danny, tudo explicado – Disse a dona da hospedaria que tinha ouvidos sensíveis.

- Foi isso – Laura encarou Danny que, de maneira alguma contestaria suas palavras.

- Onde esta LaF? – Perguntou Perry com uma bandeja de cupcakes.

- Dormindo – Respondeu Kirsch.

- Menos mal, todos deveriam ir descansar – A mãezona sugeriu – Os dois podem ficar aqui.

- Não, vou pra casa – Virou-se Danny para a porta.

- Danny – Chamou Laura percebendo os bruscos movimentos da ruiva.

- Tudo bem Laura, eu tenho que resolver umas coisas, descanse e não fique sozinha, cuide dela Perry – A lenhadora apanhou o casaco e, Kirsch foi com ela para o alojamento dos lenhadores.

- Guto, por favor, pegue os pratos na cozinha pra mim – Disse Perry antes de oferecer ajuda a enferma.

- Eu levo ela – Disse Carmilla passando o braço da loira sobre seu pescoço.

***

- Obrigada – Laura agradeceu assim que entraram no quarto. Chello pulava entre seus pés.

A morena se mantinha calada encarando a janela, ajudou a enferma a sentar na cama, logo antes de ficarem frente a frente, enquanto a cadelinha subia na cama.

- Você ta bem? – A voz de Laura invadiu a mente de Carmilla.

“Merda” – Pensou com o que desejava tão perto dela.

- To ótima – Quando respondeu isso, Laura já lhe puxava pela mão.

- Mentira, você ta machucada não tá? Aquela coisa te mordeu...o que era aquela coisa?

- Nada Cupcake – Carmilla afastou o cabelo da loira – Eu estou bem, não tem de se preocupar com nada – Aquelas palavras saíram mais calorosas do que deveriam. Sem poder olhar mais os olhos da outra, a vampira tornou a porta.

- Espera, deixa eu te ver – Laura levantou num fracassado pulo, terminando por agarrar entre o ombro e pescoço da vampira – justo o lado esquerdo. Em resposta automática, Carmilla virou-se e agarrou a galega caindo com ela na cama encima do filhote.

Com os rostos nivelados, Carmilla por cima com as sobrancelhas serradas de dor. Laura então soltou a mão do ferimento que tingira seus dedos de rubro.

- Carm – Laura levantou de leve o rosto, roçando os lábios nos lábios da outra por acaso, porem àquela altura, a vampira estava paralisada, qualquer movimento seu terminaria com o pescoço da loira em sua boca.

Por sorte os chorosos e sonoros resmungos de Chello as fizeram sair daquela posição. Sentaram-se na cama com um pequeno espaço entre elas.

O sol quase desaparecendo na cordilheira dava lugar ao véu noturno, Perry dava os últimos retoques no jantar, de certo que nem chamaria Laura, seria melhor que ela dormisse. As cortinas do quarto da galega mantinham-se imóveis, as janelas fechadas permitiam a escuridão tomar o ambiente mais rapidamente. Com todas as certezas que haveria naquele coração que, Carmilla não escutava uma palavra de Laura.

- Por favor, você tem que me explicar – Disse Laura.

“Por que isso? O que esta havendo comigo?” – Carmilla perguntou em sua mente, olhou o filhote no colo de Laura – “Esse bicho, todos esses problemas...e você...” – Ela mirou os olhos de Laura.

Os olhos de ambas se ligavam como imãs mesmo nas sombras, com a mesma atração magnética a vampira foi se aproximando, por um instante esqueceu-se de tudo e, seus olhos brilharam rubros, a loira deu um leve espasmo para trás, mas a vampira a segurou pelos braços. Laura havia congelado, se ela não sabia o que pensar do ocorrido, o que dirá agora frente a outra criatura da noite.

Seus olhares desprenderam-se uma vez que a vampira seguia seu instinto predatório se dirigindo a garganta da loira – as veias dela estavam nítidas como tinta no papel – pulsando aceleradamente, ao som da descompassada respiração vinda da boca entreaberta. As presas de Carmilla se escondiam com as sombras.

 “O que é isso?” – Perguntou-se Laura sentindo algo pontiagudo roçar-lhe o pescoço.

As mãos da morena deslizaram em seu tronco, descendo por suas costelas parando as pontas dos dedos dentro da calça do pijama com estampa de coelhos.


Notas Finais


Estampa de coelho, não sei se deveria ser outra...rsrsrsrsrsrsrsrs


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