História One more step - Imagine Monsta X - Kihyun - Sixteenth chapter

Ela tinha acordado com suor escorrendo pelo rosto. Não se recordava do que sonhava, só sabia que não tinha sido nada agradável, pode notar pelo modo que despertou, como se algo estivesse a oprimindo, a impedindo de respirar.

Olhou ao redor, percebendo que os garotos ainda dormiam, e agradeceu por isso.

Se levantou cuidadosamente, evitando ser atrapalhada e fazer algum movimento brusco que consequentemente acordasse qualquer um ali. E depois de sair do quarto, o corredor escuro indicava que o Sol ainda nem havia dado as caras. Era cedo demais.

Chegando no banheiro, ela se permitiu suspirar e jogar uma água no rosto, olhando as olheiras abaixo dos olhos, indicando uma noite mal dormida, apesar de ter garantido que durmira mais do que estava acostumada desde que chegou na Starship. Mas o seu corpo parecia querer indicar que não estava nada bem, a sua mente podia lhe enganar, mas sempre haveria um sinal de que aquilo não poderia ser ignorado, que ela deveria voltar ao consultório médico.

- Não deve ter sido tão grave assim. - Mais uma vez, tentou se iludir do contrário, fugindo da verdade perturbadora que tentava, a todo momento, se revelar.

Voltou para o quarto, não deixando de sorrir ao ver o jeito bagunçado com que Minhyuk e Joheoon se engalfinhavam na cama ao lado, e se deitando novamente, tentou pegar no sono. Uma tentativa falha. O sonho que teve tinha sido apagado completamente da sua cabeça, e isso lhe angústiava, questionava se tinha algo há ver com a memória que preferiu não se lembrar. 'O que realmente houve, afinal?' - Perguntou, considerando que havia tomado uma atitude precipitada demais ao deixar aquele consultório.

Por um instante, ela não quis mais se preocupar com aqueles pensamentos. Dormir. Era o que precisava. Quando estivesse mais disposta, concluiria o que deveria fazer.

Mas os minutos foram passando, e dormir era a última coisa que conseguia. E quando ouviu passos pelo corredor, indicando que alguém havia acordado, se enconlheu, fingindo realmente estar dormindo. Mas os passos se tornaram cada vez mais audíveis, e a presença que pressentiu ao seu lado, foi confirmada com um toque familiar em seu rosto.

Ela tentou se manter imóvel, sentindo a respiração quente de quem a tocava contra o seu ouvido. E foi só então, que o ouviu sussurrar...

                             ~★~

- Kihyun!!! - Uma garota, em puro desespero, se pôs na frente, impedindo que o bastão continuasse o seu percurso e desse um golpe fatal que acabaria com a vida daquela pessoa.

Kihyun se assustou, não acreditava no que via, afirmando ser uma armação da sua cabeça. Mas percebeu ser realmente ela ali, defendendo um ser a quem deveria repudiar.

- Saía da frente, (s/n)! - Ele permaneceu com o bastão levantado, demonstrando uma frieza que a espantou.

- Ficou doido, Kihyun? O que pensa estar fazendo? - Ela acobertou ainda mais o moço atrás de si, impedindo que Kihyun se aproximasse.

Ele observou aquela cena incrédulo, era tudo o que menos esperava, e tudo o que menos estava suportando naquele momento. Vê-la proteger com o próprio corpo a quem, simplesmente, tentou violentá-la da forma mais covarde possível.

- Olhe para ele.  - A puxou bruscamente pelo braço, a colocando de frente para aquele homem irreconhecível por causa dos machucados pelo rosto. - Olhe para ele e se lembre, do que esse animal fez com você.

- Kihyun, pare, por favor... - Assustada, ela suplicou, nunca tinha se passado pela sua cabeça que ele poderia se transformar em um ser assim. Tudo bem que ele não era nada simpático consigo, mas um assassino? Não, aquilo parecia surreal demais.

Ela estava com medo, ele sentiu isso. E parando pra pensar, ela tinha razão em temer. Ele próprio não se reconhecia, agindo daquele modo impulsivo, com a cabeça fora do lugar. Como poderia estar prestes a matar alguém? Isso não se parecia com o verdadeiro Kihyun, mesmo que tivesse o motivo mais sensato do mundo, nada poderia justificar um ser humano a matar outro.

Olhando para aquele cenário, ele se viu como um monstro, e rapidamente soltou o braço da garota, se afastando o quanto antes dali. Precisava de ar.

Um personagem, nem tão menos importante, observava tudo apreensivo. Tinha entendido toda a história, mesmo que as palavras não tivessem sido tão compreensivas assim. Fazendo o que deduziu ser melhor, ele foi acudir Kihyun, deixando para trás uma garota encolhida em sua própria confusão, que acabou percebendo um olhar incerto sobre si, que a estudava minuciosamente.

- Vai ficar tudo bem agora, senhor. - Se aproximando do corpo no chão, ela tentou ajudá-lo, não sabendo exatamente o que fazer. - Consegue se levantar?

O homem estranhava. Depois de tudo, o que é que ela estava fazendo? Se perguntou, de modo desconfiado.

- Não está se lembrando de mim, (s/n)? Sou eu, seu professor de dança. - Ele revelou, e no susto, ela pulou rapidamente para trás.

- Sr. Lee??? O que faz aqui?

- Seu namorado. - Apontou para um Kihyun ao longe, andando para cá e para lá, em puro nervosismo. - Ele resolveu se vingar por você.

- O Kihyun não é meu namorado. - Falou de imediato, mas depois de repensar no que o homem tinha lhe dito, cerrou os olhos. - Como assim se vingar por mim?

- Por que está se fazendo de sonsa? Vai me dizer que gostou!? - Olhando direto para as marcas dela, ele mordeu o lábio em pura malícia, se recordando do que quase fizera.

Mesmo querendo evitar, os pensamentos dela sempre rondavam sobre o que não se lembrava. Se perguntava o que acontecera de  tão mau que fazia as pessoas a sua volta parecerem estranhas, como se estivessem tomando suas dores, dores que ela própria nem sentia, a não ser as físicas, que permaneciam lá junto com os hematomas, mas não eram nada que o tempo não curasse.

Agora, a resposta insistente para a pergunta que não fugia a cabeça estava bem na sua frente. Ela tinha idéias do que acontecera, após descartar a hipótese do abuso, restou apenas a agressão. Tinha sido agredida por um louco bêbado, era isso. A desculpa para seguir em frente nunca lhe soou verdadeira, até porque, quase nunca saía da Starship, e nem mesmo via qualquer pessoa bêbada lá dentro. 

Mas aquilo estava estranho, Kihyun batendo em seu professor de dança, o qual afirmou que o garoto estava se vingando no lugar dela. As peças começavam a se encaixar, e ela não fugiria dessa vez.

- ... Espera, foi o senhor que fez isso comigo? - Apontou para as mesmas marcas que ele encarava, e foi surpreendida com uma confirmação.

- Ah, querida, você não sabe o quanto eu te desejo, até mesmo agora. - Ela arregalou os olhos, se afastando espantada da mão dele que tentou a alcançar.

Seu corpo tremia, e flashes começaram a embarçar sua visão, a deixando tonta, enquanto dava passos contrários, tentando alcançar e chamar um Kihyun distante dali, de costas para si. Mas sua voz simplesmente não saía, algo a tragava para baixo, tornando difícil sua luta para continuar fugindo daquilo.

"Vamos, abra essas malditas pernas. - Sufocando o pescoço da garota em baixo de si, se encaixou no meio dela. Ele não a penetrava, até porque, ainda estavam de roupas, apenas simulava introduzidas.

Quando, pela sexta vez, ela buscou o ar para gritar, ele atingiu em cheio o rosto dela, e tirando um pano do bolso, usou para tapar a boca da garota, abafando todos os seguintes gritos.

- Sempre quis ver o que você escondia debaixo dessas roupas, não quer tirá-las para mim, querida? - Desesperada pelo que vinha a seguir, ela impôs mais forças nas mãos para o empurrar, mas ele facilmente a imobilizou, e sem mais demoras, tratou de tirar-lhe a blusa, predendo seus olhos na visão que lhe foi permitida.

Tudo que ela fizesse parecia ser inútil naquele momento, e quando sentiu mãos passeando pelos seus seios, agora despidos, pensou que tudo estaria acabado, que depois desse episódio, nada mais importaria, sua vida já não faria mais sentindo. Mas um pingo de esperança, que ainda prevalecia, continou suplicando por ajuda."