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História One Night - Numa noite


Escrita por: Maru_hi

Notas do Autor


Bem, não sei se ficou bom, apenas veio na emoção do momento e eu tive que escrever, espero que curtam a vibe sad da coisa

Capítulo 1 - Numa noite


Quando Dean apareceu em sua porta, completamente encharcado pela chuva forte que caía e com o olhar vazio, Castiel soube que alguma merda havia acontecido.


Talvez tivesse sido John, ou até Sam, mas não importava, afinal, ele sabia que a dor do loiro não era física, e não se curaria em alguns dias. Então, apenas o puxou com força e rapidez, o prendendo em um abraço apertado e caloroso, ignorando o quão molhado, gelado e tremendo ele estava.


E então, quando os braços do mesmo - depois de alguns segundos - devolveram o abraço com a mesma intensidade, viu o quanto ele estava mal.


Mas Dean Winchester não era tão sentimental, nem tão aberto, então quando ele beijou Castiel, o empurrando para dentro e fechando a porta com o pé, o Novak não se importou. Ele deixou.


Dean não precisava de carinho. Ou paixão. Ou sentimentalismo. Ou "boiolice". Afinal, foi ele quem disse que não conseguia fazer aquilo com Cass, há sete dias atrás.


Ele, aparentemente, não conseguia enfrentar o pai. Assim como não conseguia enfrentar a si mesmo. Assim como não conseguia enfrentar seus demônios. Ou até a péssima criação machista e homofóbica do pai. Ou a morte da mãe, que foi onde tudo começou, e John se tornou um completo babaca filho da puta.


Dean era um covarde.


Ou, o mais provavelmente, apenas um garotinho com problemas sérios de abandono.


Dean era um idiota. Isso sim.


E Castiel sabia disso, sabia disso enquanto Dean o empurrava em direção ao quarto, tirando a roupa de ambos com impaciência. Sabia disso enquanto mandava seu orgulho ir se foder, por o lembrar vagamente de chorar quase toda a semana, e por tudo o que Dean o fez chorar, mesmo quando estavam juntos, ou antes. Mas os beijos de Dean eram o suficiente para esquecer tudo.


Castiel odiava aquilo, o jeito como ele o conseguia o convencer a fazer qualquer merda apenas com um olhar, ou com um beijo. Odiava o quanto amava aquele babaca idiota estúpido.


Odiava seus gemidos completamente entregues, odiava quase implorar por mais, mesmo quando nem haviam chegado na cama, mesmo quando o melhor e depois o mais humilhante nem havia chegado.


Seus corpos quentes andando juntos, se esfregando e se apertando. Os lábios de Dean, o gosto leve de uísque, uma pitada metálica. Quente. Macio. Doce. O gosto de sempre, mas parecia diferente, Cass provavelmente estava tendo uma epifania, oh, merda.


Dean Winchester era como um pássaro livre, que vinha e ia. Castiel queria atirar nesse pássaro e depois pregá-lo na parede, às vezes.


Quando Dean o deitou na cama e praticamente subiu em cima de si, ambos apenas de cueca, Cass teve a vaga impressão de que os olhos de Dean brilhavam, mas poderia ser sua mente, ou a chuva.


O moreno estava inebriado. Era como se estivesse com sono, ou bêbado. Era sua mente não aceitando que seu coração havia voltado para o mesmo lugar, mesmo sabendo que depois daquela noite ele poderia ficar frio, sozinho e extremamente triste e machucado.


Seu coração adorava ser usado e machucado por Dean Winchester, não era possível.


Cass queria gritar e dizer que não havia uma plaquinha pendurada em seu pescoço escrito: "use, machuque, pise, incendeie, afogue, esfaqueie, faça o que quiser, Dean, é seu", por que não havia! Não dava! Aquilo doía como o inferno, não era fácil! Então porque ele sempre fazia aquilo?


Mas, talvez, não era sobre Castiel, ou sobre sua dor.


Afinal, Dean havia parado de beijá-lo. Havia parado com tudo, na verdade.


E quando Cass viu - não pela primeira vez, mas essa, ah, doeu muito mais do que qualquer outra -, lágrimas desciam soltas pelos olhos verdes, tantas que seu corpo se sacudia tamanho os soluços que ele soltava.


E doeu. Doeu mais do que tudo. E quando Castiel percebeu, seus olhos também vazavam, e ele fungava, encarando a bela imagem de Dean Winchester se derretendo em lágrimas contidas por anos, décadas talvez.


"Desculpe", o loiro disse, estrangulado. Aquele filho da puta ainda tinha a pachorra de dizer aquilo.


"Vai se foder", soltou, se erguendo e ficando de frente para ele, batendo um punho em seu peito. "Cretino, babaca, vai se foder Winchester", e então, tão baixo e doloroso que fez os dois sentirem o quanto aquilo doía, "eu continuo te amando do mesmo jeito, seu filho da puta".


"Desculpa", e Cass percebeu que aquelas desculpas já não eram mais para ele, eram para seu coração. "Eu... Eu te-"


"Dean"


"Te amo."


"...", pausa, "...idiota".


"Eu sei. Me perdoa, Cass..."


"...Vai se foder"


"Eu te amo, Castiel"


"Babaca"


"Amo, você."


"Idiota..."


"Castiel, Cass", ele se aproximou, suas lágrimas não paravam, mas, aparentemente, Dean estava mais focado em Castiel do que em seu sofrimento. Ou seu sofrimento era Castiel?


"Não..."


"Me perdoa, anjo", pegou seu rosto com as duas mãos, o fazendo o encarar. "Eu te amo".


"... Você sabe a resposta, eu já disse"


"Olha para mim, Cass... Nos meus olhos"


Castiel queria muito revirar os olhos e ir embora, mas estava sem forças para fazer, então apenas respirou fundo e encarou as orbes verdes chorosas.


"Eu te amo, idiota Winchester."


Dean sorriu, e isso pegou o Novak de surpresa, assim como o abraço que veio logo depois, e o choro em seu ombro.


"Você é um idiota", Dean não respondeu, mas Cass sabia que ele achava que o moreno tinha razão.


E assim, Dean chorou até sua cabeça cansar de latejar, e seus pulmões se irritarem com os soluços, resumindo, ele chorou até dormir.


Cass não dormiu tão cedo, ficou um tempão o vigiando, ele respirava devagar, mas ainda soluçava às vezes. Era doloroso vê-lo tão frágil, mas ao mesmo tempo, estava feliz por ele ter escolhido Castiel para desabafar, ou, como acreditava, ele finalmente se permitiu se abrir realmente para o Novak, o que era, de fato, incrível em muitos sentidos.


Ele ficou ouvindo a chuva cair do lado de fora, só se lembrando alguns minutos depois que Dean dormiu que estava chovendo.


"Você é um idiota, Dean", sussurrou, "podia confiar em mim sem me fazer te amar mais ainda".


Normalmente, Dean era bobo e sarcástico, só em assuntos muito sérios ele era maduro, então, era estranho ver ele assim por tanto tempo, mas é bom conhecer esse lado, mesmo que Cass não soubesse o que aconteceria na manhã seguinte, estava confiante.



Notas Finais


E então? Vou postar mais um capítulo depois, de tipo, "manhã seguinte e novas emoções"


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