História One Night Stand - Frans - Pôr do sol

Capítulo trinta e três – Pôr do sol

Visão Frisk

Horas mais tarde

Estou sentada em meu sofá já com a roupa que Sans pediu para que eu colocasse. Dessa vez não vou levar celular, não estou a fim de ser roubada novamente.

-Eu irei sair também – Chara avisa – Leve o celular, estou com um pressentimento ruim no peito.

Oh caralho! Ela lê a porra da minha mente agora?! Só porque falei que não iria levar.

-Pressentimento ruim? Como assim? – a olho confusa

-Bem, eu não sei explicar, mas leve o celular por favor – pediu

-Certo – o coloco em minha bolsa – Eu irei descer para esperar Sans lá embaixo

A propósito eu estou com uma saída de banho, não sou doida de descer de biquíni lá pra baixo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Ainda tenho vergonha na cara, mesmo que seja pouca.

-Quando eu sair eu tranco – sorriu e deu um beijo em minha testa

Desço as escadas – com meu incrível sedentarismo – e vou até a portaria esperar Sans. Abro o portão e saio para a calçada em frente ao condomínio. Após um tempo de espera vejo um carro preto se aproximar, o vidro abaixa e vejo Sans sorrir

-Entra aí – pediu

Eu abro a porta e me sento no banco ao seu lado

-Você tá bem? – perguntei o olhando, ele tem um sorriso estranho no rosto

-Sim – Sorriu – E você? Melhorou?

-Estou bem melhor – sorri - Tomei um remédio e estou plenissima agora

Quer dizer, eu estou bem, mas não totalmente. Mas não acho que isso seja algo que eu deva me importar.

-Que bom – beijou minha testa – Agora vamos

{Na praia}

-Você sabe que está cedo pro sol se pôr, certo? – olho para o grisalho que está comendo um pastel que comprou no caminho

-Eu sei, mas como essa praia é deserta pensei que poderíamos conversar juntos – sorriu

-Cara, só por você ter me dado caldo de cana e pastel acho que já é o encontro perfeito – sorri

-Ele só é perfeito porquê você está aqui comigo – sorriu de forma fofa

-Não faça essa sua cara, você sabe que eu me derreto com ela – deito em seu ombro

Eu já comi o pastel que ele me trouxe. Olhem para mim: eu não sou aquelas garotas magras como eu almejo. Tenho minhas dobrinhas, tenho celulite – vai por mim, nenhuma mulher foge delas, só com Photoshop em fotos – nem tudo é um conto de fadas, desculpem estragar isso para vocês. Bem que eu gostaria de ser aquelas garotas de pele clara, cabelo liso e sem problemas com dinheiro. –.

Voltando ao que eu estava dizendo: eu comi o que ele me trouxe em uns quinze minutos, enquanto ele está saboreando o bagulho como se fosse algo surreal. POR QUE ELE DEMORA TANTO PRA COMER UM PASTEL?! NÃO É SÓ METER NA BOCA?

-Sans, nós podemos ir ver o mar? – perguntei – Eu gosto bastante de praias, eu só consegui visitar uma praia pela primeira vez com meus quinze anos, então quer aproveitar enquanto estou podendo – fechei os olhos para aproveitar o som do mar

-Por que? Eu não quero ser desrespeitoso, mas... Se quiser falar...

-Bem... Meu pai não gostava que eu e minha irmã usássemos roupas que mostrassem nosso corpo, ele disse que garotas devem se comportar como a submissa que são, e que nós não poderíamos levantar a voz para homem nenhum. Então eu só pude vir para a praia após me tornar uma “moça” pronta para casar. Ele insistiu tanto nisso que até me apresentou alguns garotos para que eu me casasse, eu tinha quinze anos – suspirei e abri os olhos – é por isso que eu só vou para a casa da minha mãe quando aquele bêbado alcoólatra não está em casa – me apoio com minhas mãos para trás – Então talvez você nunca o conheça

-Entendo – me olha com um pouco de pena – É por isso que quando casarmos iremos morar perto da praia

-Casarmos é? – sorri para ele – Eu acho que vai ser divertido – ficamos em silêncio

Eu me levanto do porta-malas – que está aberto para nós sentarmos, o carro está parado em frente ao mar, porém longe da água – e retiro minha saída ficando de biquíni

-Você vai vir? – perguntei

-Claro – solta minha mão e retira a blusa

-Vai entrar de short? – questiono

-Sim – sorriu – agora, vamos ensaiar pro nosso casamento – me pega no colo como se estivesse pegando sua noiva após o casamento, indo para o quarto de um hotel para a lua de mel

-Você vai me afogar! Se você me afogar e eu morrer, irei voltar do inferno pra te assombrar

-Não vou te afogar. Confie em mim – começa a andar pela areia

-Confiar em você igual você mandou para que eu confiasse o jantar a você e você queimou? – gargalhei

-Eu só estava distraído!

-Eu sei disso, docinho – sorri e o garoto quase caí no chão

-Sans você vai me derrubar! Me põe no chão – me debato em seu colo

-Eu ponho – me soltou na água

-Eu vou te afogar, idiota! – pulo em cima dele e o seguro pelo ombro, assim tentando o derrubar

-Você vai me machucar, baixinha – reclama

-Baixinha é sua bunda – reclamo

-Ela pode ser também – sorriu – Sua bunda é realmente bela – segura na mesma e com ela e da um pequeno impulso para cima

-Então você tá interessado nela hm? – sorri

Eu cruzo minhas pernas ao redor de seu corpo, para assim evitar minha queda na água

-Você é pesada sabia? – da um sorriso – Você deveria me chamar pra comer também, assim nós dois seríamos duas bolinhas juntos – sorriso

--Você broxou tanto o clima de casal clichê que você só encontra em filmes de comédia romântica e em fanfics – me solto de seu colo, assim caindo de bunda na água

-Quer uma ajuda?

-Não precisa – antes que eu me levantasse uma onda veio por cima e né fez engolir água. Uma mão puxa meu braço pra cima, assim me pondo de pé

-Sinceramente viu? Como você consegue se afogar com uma onda? – ele me dá apoio

-Desculpe então, senhor Deus grego do mar

-Você quis dizer Poseidon? – Ele parece segurar o riso

-Você entendeu – saio chutando a água e arrumando minha parte de baixo do biquíni que quase caiu

-Você vai tropeçar de novo – vem atrás de mim – Por que muda de humor tão rápido?!

-Você que me pediu em namoro, agora aguente – dou um sorriso

-Eu fico cansado, mas não nego que amo você assim – sorriu – Sabe, nós estamos sozinhos na praia, o que acha de aproveitarmos esse momento?

-Pode ser – me sento novamente no porta malas do carro e abro a garrafa de agua, assim molhando meus pés e retirando a areia do mesmo. Não suporto areia no meu pé, me dá agonia

-Quer fazer o que? – perguntei

-Bem... – Me dá um sorriso malicioso – Sempre quis fazer algo a mais no carro. O que acha de transarmos no carro?

-Pervertido – O empurro de brincadeira – Vamos esperar até ficar mais tarde, quando anoitecer podemos fazer isso.

É ISSO CARALHO! EU NÃO CREIO QUE ELE MESMO PEDIU! EU VOU FODER NO CARRO, É ISSO QUE EU QUERO! EU AMO ESSE FILHA DA PUTA! Se controle Frisk. Finja ser uma garota inocente, mesmo que todos saibam que não é.

-Sabe... Alex me recomendou algo esses dias, algo que ele testou com a namorada dele, eu queria testar – sorriu

-E o que seria? – olho para o garoto que estava mexendo em sua bolsa- Drogas? Algemas? Uma Glock? – ele para de mexer e me olha confuso

-Conheço amigas que já sentaram numa Glock, não me olhe assim. Deve ser insano fazer isso – ri

-Eu irei mostrar mais tarde, quero fazer uma surpresa – sorriso – Bem, o que acha de bebermos um pouco?

-Pode ser – pego meu celular

O fato de Chara dizer que estava com um pressentimento ruim me deixa um pouco preocupada. Chara sempre tem um pouco de sorte – ou azar – nesses pressentimentos, mas ele quase nunca é ruim. E quando é ruim, ele é extremamente ruim, então estou extremamente preocupada.

-Desligue um pouco o celular – pediu – Quase não saímos assim

-Sabe... Você tem razão – desligo o celular e solto o mesmo – Me passa algo aí pra beber, quero encher a cara hoje

-Claro – sorriu e pegou uma cerveja – Só tente ficar consciente para mais tarde – sorriso

--Claro, eu irei ficar – abro a garrafa e dou um gole na mesma

-São 17:40, logo anoitece – comentou

Eu encosto minhas costas na parte de trás do banco e fico observando o pôr do sol

Vamos fazer o momentinho reflexão? Adoro fazer isso e me botar numa fodida crise existencial.

-Frisk... Se você estivesse grávida, queria que fosse menina ou menino? – Sans interrompeu meu momento de reflexão que sequer começou

-Sans, eu prefiro um cachorro – dou um sorriso – Você esqueceu de comprar os testes?

-Sim – sorriu – Só me lembrei agora

-Assim... Eu não pretendo ter filhos, e se eu tivesse gostaria de adotar, sabe é bem difícil passar dias em orfanatos, eu sei bem disso, então gostaria de adotar uma criança. Mas caso eu ficasse grávida eu iria aceitar a criança de braços abertos. Mas no momento só estou querendo um cachorro – sorriso

-Entendo – ele passa o braço por volta de meu ombro e aproxima nossos corpos – Você se lembra da época da escola? Eu não me lembro de quase nada

-Não foi uma época muito boa – sorriso – Quando eu estava na quinta série sofria bastante – sorri para ele – Pelo menos a Chara me defendia um pouco

-Me conta um pouco. Você nunca comentou sobre nada disso comigo. Se você se sentir confortável com isso...

-Bem, eu fui adotada pela Toriel, isso você já deve saber, e o colégio que eu estudava... pessoas com minha cor de pele não eram muito bem vindas, apesar de eu nunca conhecer meus pais, eu os odiei por muito tempo pelo meu tom de pele, pelo meu tamanho, pelo meu cabelo - suspiro – Várias vezes ouvi comentários ruins sobre minha cor, meu cabelo ou até mesmo sofri acusações sobre crimes porque era bem melhor botar a culpa na “morena” da sala do que assumir a merda – suspiro – eu alisava meu cabelo, passava tons de base muito mais claros que minha pele, pedia lentes de contatos para minha mãe, e quando ela questionava eu dizia que era para um cosplay ou coisa do tipo. Eu realmente me odiava, eu fazia várias merdas pelos comentários das outras pessoas, e a única pessoa que sempre estava lá para mim era minha irmã. Chara sempre me defendia dessas pessoas, por ser mais alta e mais velha as pessoas da quinta série tinham medo dela. Mas de qualquer forma, quando entrei para a escola em que eu me formei, isso tudo parou, até mesmo me dei bem. De qualquer forma eu não gosto de pensar sobre isso, vamos mudar de assunto, pode ser?

-Claro – sorriso – Se eu te conhecesse nessa época, eu com certeza iria te defender

-Como? Lembre-se de que eu te defendi do Lucas – Apertei seu nariz – Não se preocupe, eu não me importo mais com esses comentários, até porquê eu aprendi que ninguém tem o direito de te deixar mal – pisquei para ele – E se alguém vier peitar pra cima de mim eu dou um jeito de me defender

-Se alguém vier brigar com você, eu te defendo – sorriu para mim – Ninguém vai brigar com a futura Sr.ª WD – sorriu

-Ah sim – dou um riso sem graça – Você é um grande cavalheiro ein

-Eu sei que sou – Apertou ainda mais o abraço de lado

-Vamos dançar – pego seu celular de sua mão e ponho em uma playlist de música aleatória. Eu o puxo pelo braço e começamos a dançar, ainda com a garrafa em mãos.

Eu quero esquecer sobre meu passado, eu era realmente uma idiota manipulável. Nada melhor para esquecer os problemas do que beber e dançar, principalmente quando você faz isso com quem você ama.

Parece que nossa noite vai ser longa...

{Leiam as notas finais, por favor?}