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História One Step Aways From Ruin - Choi Yeonjun TXT - Mágoas - Penúltimo


Escrita por: droses

Notas do Autor


O final ficou longo demais, será dividido em duas partes.

Desejo a cada um desajustado que esse ano seja seu 🤍

Capítulo 30 - Mágoas - Penúltimo


Fanfic / Fanfiction One Step Aways From Ruin - Choi Yeonjun TXT - Mágoas - Penúltimo

Escuto de longe uma voz familiar me chamar pelo meu nome, mas não consigo chegar até ela...

Meu corpo não responde aos meus comandos, eu mal podia manter acordado... Tudo que me bastou foi esperar pelo fim daquele abismo...






Seoul 2021.

O dia da ruína.






Estou sentado em uma poltrona semelhante a de uma sala de cinema, preso a tela grande e escura em minha frente. Não há como saber, mas eu sentia que estava sozinho naquele ambiente.

Luz surge na tela, a única presente. Um flash repentino que arde meus olhos com sua ofuscação. Tento mover minha mão para proteger a visão, porém, não há como mover meus pulsos, nos quais só naquele instante percebi que estão amarrados ao braço da poltrona.

Fecho os olhos com força, e só os abro ao escutar uma voz conhecida.


"Hyung... Hyung!"


Elevo as pálpebras devagar. Reconhecendo o cômodo no qual estou e que é o total oposto do outro que estava a segundos antes. Vejo meu eu de poucos anos atrás, sentado ao sofá, jogando video-game, aparentando que toda sua vitalidade tivesse sido sugada de seu corpo. Estou com um pirulito parado na boca, com a mesma bermuda e camisa longa de sempre.

Atrás desse meu eu, há a antiga cozinha de seu lar, onde sua mãe prepara algo para que possamos comer. Meu pai passa a caminho daquele cômodo, resmungando algo sobre eu só passar meu tempo jogando, para em seguida reclamar sobre as contas e outros assuntos impróprios que só deixará aquele garoto apático.

Sua mãe se atrevia a rebater, mas no fim, era sempre a mesma coisa: ela ficaria do lado dele, aceitaria para preservar seu fracassado matrimônio.

O som dos socos que defiro no personagem de TKF se mistura com as vozes que aumentam conforme a violência do jogo se intensifica, por mais que tentasse ignorar, tentar focar na partida, nada adiantará. O cômodo se tornou insuportável para o pequeno Yeonjun, e como de costume, fugirá pela porta para longe daquele barulho.

Vou até a pequena mercearia, gastar minhas últimas moedas na máquina de Flip. Naquela época, mantive-me longe de caras da minha idade até onde podia, manter vínculos era difícil e o pequeno Yeonjun não tinha tanta energia assim para manter uma conversa interessante com quem nada tem a ver contigo, seus melhores amigos sempre foram o jogos.

E durante um tempo foi assim. Até conhecer Soobin e passar a migrar para sua casa ao invés da conveniência.

O primeiro contato com um instrumento musical foi como presenciar uma luz no fim do túnel, estive tão animado para aprender a tocar aquelas cordas do violão que passei a jogar menos e me aprofundar mais no mundo da música. Passei a escutar gêneros diversificados durante todos os dias, sem cansar. Quando havia outra briga entre meus pais, eu logo coloco o volume no máximo do meus airpod para não ter que me torturar novamente.

Faz sentido, a música me salvou por um tempo...

Eu gostava do meu novo amigo, e sempre que podia, compartilhava meus desempenhos com Soobinie. Eu gostava de seu jeito descolado, de como ensinará truques para dedilhar e afinar as cordas, de como sua atenção estava totalmente em meu desempenho, e também, me pegava desejando ouvir seus elogios com meu progresso. Era um sentimento novo, que coloquei em minha cabeça que seria admiração, agradecimento... Qualquer coisa que ainda assim, não explicava aqueles pensamentos contínuos no mesmo.

No colégio, mantinha meu escudo para manter as pessoas afastadas.

Em um dia como qualquer outro, pulei a janela do seu quarto para mais uma vez, retornar as aulas de violão. Recordo que meu coração batera tão forte em ansiedade de vê-lo que sentia que estava começando a agir de uma forma que não condizia me comunicar somente com um amigo. Ele percebeu, tenho certeza.

E acho que por ele perceber que tomara a iniciativa de me beijar primeiro.

O beijo foi a última peça daquele quebra-cabeça, para que entendesse de uma vez o que estava sentindo esse tempo todo, fiquei nervoso com a intensidade das minhas emoções e acabei enfiando os pés pelas mãos no seguinte que se afastou de meus lábios.

Fugi de seu quarto como um gatinho medroso e nunca mais o encontrei novamente.

O número de garrafas espalhadas pela casa começou a crescer conforme meu último ano no colégio, o sofá foi tomado por meu pai, que passará a ficar em casa dia e noite. Minha mãe tomara o posto de colocar comida em nossa mesa, enquanto o vagabundo gastará tudo em bebida.

Sim... Era isso. Meu pai era um maldito alcoólatra. Esse foi o motivo de sua perversidade triplicar.

No colégio, alguns caras nada legais começaram a querer andar comigo. Parei de tocar após aquele dia e retornei a ser a mesma casca vazia. Ouve um tempo em que me envolvi com outros garotos escondido, algo que fazia para preencher meu peito, eu conseguia disfarçar saindo com outras garotas, o que também gostava de fazer. Conforme continuei explorando minha sexualidade, entendi que gostava de ficar com ambos, o que só piorou minha reputação.

Por mais que rumores se espalhasse pela região, minha amizade com Soobin não se abalou. Parte disso fez com que nosso vínculo ficasse ainda mais forte. Quando contei para ele, senti um grande alívio por nossa amizade não ter mudado em nada após a confissão.

Mas meu nome estava manchado naquele colégio, e não demorou muito para que chegasse nos ouvidos dos adultos.

Recentemente havia começado a conversar com Beomgyu, o conheci na sala de música. Lembro que tocará sua guitarra ao som dos amplificadores, aquilo chamou minha atenção. Foi uma boa oportunidade de reviver a maior paixão que tive até então.

Eu tinha firmado com Soobin que teríamos uma banda de sucesso um dia, só faltava chamar Beomgyu para fazer parte disso conosco. Estava confiante que daria certo.

Mas na volta pra casa, o pior aconteceu.

Meu pai havia novamente bebido, e descobrirá sobre os rumores que rodam sobre mim.

Nunca me senti tão impotente como a cada agressão deferida em meus órgãos, pele, ossos... Chegando ao limite da humilhação com xingamentos violentos sobre minha "promiscuidade". Foi como se todo seu ódio desferir-se em um só motivo, em uma só pessoa: eu.

Não pude me defender. Não pude ser defendido. Minha mãe está olhando aquilo tudo acontecer com choque nos olhos, paralisada.

Sei que não queria acreditar que seu filho está ligado a esse assunto... E por isso não fez nada quando fui posto para fora de casa.

Eu era um garoto arrogante, não queria admitir que aquilo me afetara quando meu coração estava despedaçado. Jurei que faria o possível para dar a volta por cima, e seria a partir do meu sonho de entrar na indústria musical.

À saída de casa acabou vindo com algumas despedidas; Soobin tomou a decisão de entrar na agência do pai e interromper nossa decisão de debutar juntos, assim, perdemos completamente o contato quando pude passar algum tempo na residência dos pais de Beomgyu, em Daegu. Em comparação, me aproximei mais do mais novo e passamos a contribuir para nosso lugar ao sol.

Anteriormente antes de receber o convite de Beom, passei dias vagando por aí em busca de abrigo. Criei um ódio por aquela cidade após tudo... Era irracional, mas eu não podia evitar de sentir. Durante o percurso — sem um rumo certo — encontrei aquele galpão, onde pude passar a noite em um chão sujo, usando o braço como almofada para descansar. Não posso dizer que tinha boas noite de sono naquele local, pelo contrário, a cada mínimo ruído eu despertava assustado, achando que seria agredido novamente.

Fiquei pensando por quanto tempo sentiria medo... De como sairia daquela situação sozinho... Eu era apenas uma criança. Não sabia como viver uma vida adulta.

É por essas e outras que quando Beom entrou em contato comigo, passei a acreditar um pouco mais na bondade alheia.

Não fiquei parado e arranjei um emprego para ajudar nas despesas. Sou extremamente grato por aquela oportunidade de me reerguer; apanhei de certo modo, mas consegui guardar dinheiro com a reunião completa da banda por panfletos e audições aos tempos livre. Fazíamos pequenos shows em bares e locais onde pagariam um cachê considerável, e assim os dias foram se passando...

Liguei o botão do foda-se e passei a não esconder com quem me relacionava, tomei controle da situação e corremos juntos para conquistar aquele sonho. Ganhamos notoriedade em Daegu, passamos a pequenas apresentações para concertos de cover ao vivo. Senti pela primeira vez no controle da minha vida.

Até que ela surge de repente para virar tudo novamente ao avesso.

Acho que nunca estive tão perdidamente louco por alguém como estive por ela... Ela me tirava do sério... E eu adorava suas travessuras.

Ela era linda... Intensa... Complicada... Parecia estar sempre pegando fogo.

Parecia estar sempre a um fio de se arruinar.

Era intrigante, provocadora, me levava ao limite em tantos aspectos...

Se não bastasse apenas isso, temos muito em comum. Algumas merdas familiares... Enfim.

Observei-a de longe, até não me conter mais e torná-la minha. Não era para ser permanente. Muito menos envolver sentimentos quando se trata de duas criaturas complicadas.

Vi nosso tempo passar, entre encontros e desencontros por anos. Novas pessoas entraram e minha vida, outras retornaram. E ela ainda insistira nos mesmos joguinhos...

Meus nervos foram ao extremo, respingando em pessoas que não tinha nada a ver com assunto. Às consequências de um simples mal entendido se tornaram duras, levando um inocente quase a morte. Justamente aquela que prometi ajudar. Que também decidiu tomar um rumo diferente do que seus progenitores queriam para si.

Minha imprudência fez perder meu melhor amigo, uma possível nova amizade, certo afastamento dos membros na banda... Uma culpa que me corrói até este momento, que sei que nunca poderei dar um jeito de concertar.

Me afundar no álcool no fim... Me tornou igual ao meu pai.

É claro, como nunca pensei nisso antes. Minha consciência me alertou tantas vezes e apenas ignorei todos os sinais por olhar apenas para mim mesmo.

Mas querer me proteger é tão abominável assim? Não quero pensar que fiz tudo que fiz com más intenções. Não quero acreditar que sou o tipo de pessoa que ela disse naquela noite.


"...Detesta ver as pessoas melhor do que você. Por isso que estraga qualquer oportunidade de serem felizes."



Seja lá aonde esteja, se que continuarei a passar mais tempo refletindo nos meus pecados. E por mais que tenha me machucado profundamente, sei que foi sua forma de se proteger.

Afinal, ainda somos muito parecidos. E eu seria incapaz de julgar suas ações quando sei o quão dói ser machucado. É mais fácil machucar. Ser o vilão da estória. Pelo menos, saberemos qual é nosso verdadeiro lugar no mundo.






[...]






Não há como saber quanto tempo se passou, ou quanto tempo estou preso naquela caixa que impossibilita de me mover. Meu cérebro tinha entrado em curto circuito, ao mesmo tempo que sabia que estava vivo, eu não tinha a mínima consciência de onde estava e do motivo de nunca consegui despertar o resto do meu sistema por completo.

Onde estou?

Quanto tempo se passou?

É dia ou noite?

Tudo está embaralhado na minha cabeça.


"Não deveria ter feito isso conosco hyung..."


Quem... está falando?

Tento prestar atenção na voz, porém agora só posso ouvir balbucia confusas de se entender.


"..."


Quem é que está aí? — tento dizer, mas nada indica que me escutou.


"... Estragou minhas intenções de nunca mais acreditar em você, sabia? Isso é totalmente injusto..."


Mas quem seria você? Não estou conseguindo entender...


"...trate de voltar para nós..."


Àquelas últimas palavras... Estou prestes a lembrar...

Impulsionou-me para seguir naquela direção, onde a voz começa a se afastar novamente. Um espasmo ocorre no centro de meu peito, bombardeando o sangue que corre minhas veias, trazendo a pequena brecha de lucidez.

Se  não persistisse... Perderia o direito de endireitar meus erros, de tentar recomeçar mais uma vez do zero, de cuidar de quem está ao meu lado, de conseguir ter bons momentos ao lado de quem amo...

Rapidamente, as cenas do galpão rebobina como uma gravação de cinema, desde como escutamos o rádio durante o trajeto, coisas como pichar as paredes, fazer uma fogueira dentro da piscina, queimar apostilas de faculdade, fugir de nossos problemas... Aquilo realmente rendeu memórias boas, por eles estarem em cada um desses momentos.

Eles são minha verdadeira casa. Minha verdadeira família.

Tudo começou a fazer sentido, a se encaixar... Até que em seguida, pude abrir os olhos e esperar que focasse na imagem há frente.

Apesar dos esforços, volto a apagar mais uma vez, completamente.





[...]





Meu primeiro instinto foi resmungar por aquele apito constante, aquele que estou tentando ignorar desde que despertei. Incomodado, tento trocar a posição do corpo, mas ainda não consigo me mover totalmente, então abro minhas pálpebras devagar, acostumando a visão com a luz.

Me deparo com o teto branco e incrivelmente uma lâmpada acesa, desço o olhar e processo lentamente o ambiente no qual estou, com certa imparcialidade pelo peso do meu corpo.

Porém é certo, eu não estava em casa.

Algo pinica no pescoço, fazendo querer erguer a mão para entender o que raios está ali. Consigo movimentar meus dedos, um de cada vez, e nesse pequeno gesto, alguém por perto se alertou.

— Hyung?

Pisco, movendo o rosto na direção da voz.

— Hyung? Pode me ouvir...?

Fecho novamente as pálpebras, apertando-os para enxergar melhor quem se aproxima de onde estou.

— Hyung, sou eu. Soobin.

Soobin...?

— Meu deus... Enfermeira! Alguém!

Por que todo esse alarde...?

Tento levantar, mas não tenho energia o bastante para isso. Respiro profundamente, atento ao ar que entra pelas narinas, para depois sair pela boca.

Abaixo o olhar para ver meu corpo, percebo onde estou deitado, coberto por uma manta do meio da barriga para baixo. Pelo canto dos olhos, percebo os fios cair sobre meu ombro, não posso ver aonde eles estão interligados a mim, mas posso enxergar de onde está vindo...

— Seu bastardo de uma figa! — escuto, depois de um tempo — Você nos deixou muito preocupados. Isso não é um comportamento digno de um irmão mais velho!

Agora eu posso vê-los. Os três, dentro daquela sala movida a ar-condicionado. Todos com os olhos inchados, prestes a derramar.

Há peso em meu corpo logo em seguida, um que não me incomodei apesar de resmungar de dor. O calor que cobre minha solidão e preenche meu peito de amor novamente.

À mesma sensação, de finalmente estar em casa.





[...]






Posso dizer que me falta sossego até após acordar de dias em coma. Soobin me acerta com tapas e socos nada leves em forma de despejar toda sua frustração pelo susto que lhe fiz passar.

— Só não bato em você mais forte porquê quero que esteja inteiro quando te encher de porrada! — diz o mesmo, irritado.

E aquilo não foi forte?

— Não é o tipo de comoção que estava esperando de vocês. — ri fraco, com meus reflexos ainda lentos pelo despertar.

— O que queria? Nos deixou muito preocupados!

— Deveriamos ter intervido? — ouço a baixa, mais audível pergunta de Huening para Taehyun.

— Não, ele mereceu. — responde o próprio despreocupado.

— 'Tá bom, eu entendi. — sinalizo com a mão em auto proteção, arrependendo-me no segundo que levantei o braço.

O ruído da porta se abrindo chamou nossas atenções, por um segundo, fiquei surpreso de ver a presença daqueles dois na sala hospitalar.

Beomgyu e sua noona. Ali. Para me... Ver?

Durou pouco para que Beomgyu saísse do quarto nesse meio segundo, com tamanha rapidez que me causou desanimo.

Ele ainda não me perdoou.

À irmã de Soobin ficou parada, olhando aquilo acontecer com o ar perdida, acredito que nem pensou que Beomgyu fugiria daquela forma. Fazendo um gesto para dizer que iria atrás do mais novo, ultrapassou a mesma porta de volta para fora.

Sopro o ar em meus pulmões pelo clima pesar. Não é culpa de nenhum deles, mas um pedaço de mim está contente por ele ter vindo me ver.

— Conversei com os médicos, você terá alta em breve se continuar assim. — avisa Soobin, mudando a atmosfera do ambiente — De um tempo para Beomgyu esfriar a cabeça, ele esteve muito preocupado com você esses dias.

Sinto-me mal por preocupa-los por um deslize inconsequente da minha parte. Nunca achei que um coma alcoólico poderia acontecer comigo um dia, a bebida as vezes não fazia o efeito anestésico que eu precisava, então dobrar as doses parecia ser inofensivas conforme você vai sendo vencido pela dependência.

Que droga!

— A empresa já sabe? — questionei.

Soobin afunda às mãos no bolso da calça cáqui.

— Então... Eles não estão nada felizes com a notícia. — soltou entre dentes, cuidadoso e doído — Mas não vamos pensar nisso agora, resolveremos tudo quando sair do hospital.

Conheço aquela expressão nós rostos deles, e não é pra menos que esteja encrencado. Terei sorte de não ser expulso da banda o quanto antes.

— Eu tô muito fodido.

— 'Tá mesmo. — concordou Taehyunie, nada agradável.

Bocejei sem perceber, tomado ainda pela exaustão tanto física como mental. Não estou cem porcento ainda, mas tenho esperança de estar antes dessa semana passar.

— Quanto tempo fiquei desacordado mesmo? — pergunto novamente.

— Uma semana.

Foi bem menos se comparar com o coma de sua irmã... Por quê?

Aquilo não fazia sentido.

Fecho os olhos, dando conta da puta sorte que tive em ter sobrevivido. É louco imaginar que com pouca importância, os piores respingo sempre sobra para pessoas boas .Não quero dar margem para o meu pessimismo me consumir, então troco de assunto, mudando para parte que sempre levantará o nossos ânimos: Música.

Os meninos explicam por cima o que falta para completar as faixas do álbum, as consequências continuam a surgir pelo meu descuidado "imprevisto". Inevitável que nossa estreia demorará mais um pouco, mais uma vez tenho que agradecer por nossa empresa simplesmente não rasgar o contrato e chuta a gente após toda essa confusão.

Eu tenho que garantir que nada assim volte a acontecer. Pelo nosso bem. Nosso futuro.






[...]







Quando os meninos me dão espaço, o silêncio da sala me causa uma leve sonolência. Talvez pegasse no sono rapidamente, se não fosse pela porta voltar a se abrir.

Desperto no segundo que vejo Beomgyu adentrar, com aquele olhar baixo e desconfortável. Seu cabelo cresceu mais do que recordo, sua postura está diferente. Como posso dar um fim naquele desconforto? Sou seu hyung, é meu dever deixar o ambiente melhor para que se abra comigo.

Mas quem quero enganar, eu também estou ansioso.

— Se quiser sentar. — tomo a iniciativa, apontando com o queixo para a poltrona perto da maca.

Com um assentir, Beomgyu ocupa o espaço. Repassando as mãos sobre a calça jeans rasgada.

— Como você está? — ele pergunta, em tom baixo.

— Sinceramente? Uma droga. — admito — E você?

— Eu? — franziu as sobrancelhas, talvez não esperando pela pergunta — Bem... Eu acho.

— Você sabe que não pode me enganar Beom. Sei que não está bem. — resolvo colocar as cartas na mesa — Parte disso é minha culpa. E eu sinto muito por tudo.

O menor ficou calado.

— Queria que pudesse voltar a se abrir comigo. Sinto falta de dar conselhos duvidosos para meu doesang.

Suas sobrancelhas se erguem, sei que está se segurando para não libertar o sorriso. Mas quando ouço seu soluço, entendo que esteve o tempo todo se contendo para não chorar.

— Tive medo, muito medo... — ele diz, insistindo em prender suas emoções — Eu não sei mais como posso continuar te ignorando, eu não sei se devo te perdoar... Hyung — ele fita aqueles olhos lacrimejantes em mim — Eu não sei como seguir em frente...

Um nó sobe por minha garganta.

— Eu também não sei.

Admitir isso, para um irmão menor, não é exatamente a melhor coisa a se fazer. Tenho consciente disso. Beomgyu está tão machucado quando eu estou por dentro, e após esse experiência de quase morte, entendi finalmente que não podemos continuar carregando nossas dores por tanto tempo sozinhos.

— Acho que apenas vamos levando isso com o tempo... Se compartilharmos um com os outros, o peso pode diminui.

Não posso dizer que esse últimos anos foram apenas sofrimento, pude viver coisas que talvez outras pessoas nunca terão oportunidade de passar. Eu tive o privilégio de perceber a beleza desses momentos, só agora. Antes, eu não conseguia, estava lutando contra aquelas sensações horríveis pairando minha mente para poder aproveitar com tranquilidade.

O mundo não tinha mais cor para mim. E isso é muito triste.

— Não espero que me perdoe imediatamente. Serei paciente e esperarei. Só te peço para não fazer aquela garota esperar mais.

Beomgyu assente, enxugando as poucas lágrimas insistentes que cairá sobre suas bochechas. Sorri por expor sua vulnerabilidade, por voltar a confiar suas dúvidas a mim.

Era o necessário para que sinta que tudo ficará bem.



Notas Finais


Preparados para o final? Eu não sei se estou aaaaaaa


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