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História Ongniel is supernatural - Sentimentos humanos


Escrita por: yayaals

Notas do Autor


Eu quase não venho postar esse capítulo hoje, gente, tá difícil essa vida. Tirei os dentes sisos e tô meio bodada da cirurgia, por isso, já peço desculpas de algum erro porque a revisão foi bem blé pela minha parte. Mas tô aqui e é isso que importa.
Outra coisa: 50 favoritos? Eu vi certo isso? Manos vocês não tem noção do tanto que eu tô feliz com isso, vocês são ótimos e adoro todos os comentários aff me deixam toda boba! Embora esse número possa não parecer grandes coisas, pra mim já é muito mais do que eu esperava. Obrigada pelo amor de todo mundo!
Boa leitura crianças e segurem a marimba até as notas finais!

Capítulo 8 - Sentimentos humanos


Daniel mal podia acreditar que finalmente havia chegado em casa após aquela noite um pouco conturbada. Não que o encontro com Jaehwan tivesse sido ruim, apenas queria chegar logo para pôr seus pensamentos no lugar e conversar com Ong. Se não fosse a aparição que ele fez no banheiro logo após a conversa com Dongho, teria desabado na frente do cantor e este não merecia ter um encontro arruinado por uma coisa que, apesar de o machucar muito, estava enterrado no passado. Após o jantar, beberam um pouco de soju e saíram para caminhar enquanto jogavam conversa fora. Ficaram juntos até às onze e meia, pois Jaehwan tinha um compromisso no outro dia e teria que dormir cedo. Fora tudo muito agradável no fim das contas se não fosse sua cabecinha o mantendo distante o tempo inteiro.  

As luzes estavam apagadas, indicando que Woojin já havia dormido, preferiu não acender nenhuma para não incomodar o irmão e caminhou às cegas até o seu quarto. Fechou a porta e acendeu a luz, fora inevitável os olhos vasculharem o local à procura de Seongwoo. Não havia sinal dele em lugar nenhum e acabou por sentir uma pontada de decepção, algumas coisas entre eles ainda estavam pendentes e odiava aquela sensação. Resolveu ir fechar a janela que nem se lembrava de ter deixado aberta e, ao olhar breve, o viu sentado à beira do prédio com uma feição de quem estava distante demais para nota-lo. O demônio parecia tão concentrado com a vista da cidade logo à sua frente, os músculos do rosto estavam um pouco tensos por sua mente trabalhar mais que o necessário nos últimos dias. 

- Você está aí. – sorriu sem mostrar os dentes, era quase um ato hesitante apesar da fala mansa que sua voz adquiriu. 

- Estou. – Ong não se deu ao trabalho de olhar para ele ao responder, ainda fitava o horizonte sentindo o vento lhe balançar suavemente os cabelos. Era a sensação mais reconfortante que poderia sentir nos últimos tempos, como se a corrente de ar pudesse esfriar um pouco a cabeça confusa. 

- Pode entrar? Eu quero falar com você. – ainda estava sem saber como agir direito, a relação deles costumava ser tão mais leve antes da burrada que fez e tudo mudou numa explosão de uma atitude imprudente. 

- Ok. – levantou-se do seu lugar de forma graciosa e Daniel lhe deu espaço para ele poder entrar pela janela. 

- Obrigado por hoje. – esperou estarem frente à frente para iniciar o que tinha a dizer. – Se não fosse você eu teria desabado. – ver o rapaz ali na sua frente o fazia voltar a ficar um pouco mais sensível pelos fatos recentes. Era como se seu corpo necessitasse mostrar tristeza para ser reconfortado por ele, queria suas mãos em si e poder chorar no seu peito como uma criança birrenta. 

- Esse é meu trabalho, Daniel. – Ong falou baixo e foi se sentar na beiradinha da cama, estava um pouco desconfortável por aquele sentimento ruim que sempre lhe cutucava quando o mais novo estava com Jaehwan.  

- Eu te devo desculpas por aquilo. – tomou o lugar ao seu lado e posou a mão sobre a dele, que descansava em cima dos joelhos.  

- Se arrependeu do que fez? – disse tão baixo que a voz falhou, sentia-se tão fraco quando o loiro começava a se aproximar que não podia evitar ficar diferente. Não entendia o porquê ele fazia seu coração se aquecer e, de uma hora para outra, lhe jogar um balde de água fria.  

- Eu... – Daniel parou por um momento, pois não sabia a resposta, não quando se sentiu tão bem por agir no impulso ao beijá-lo. – Não devia ter ignorado você depois disso, eu me sinto tão mal por fazer isso. – suspirou. – Ninguém nunca me ensinou a amar direito. – a frase atraiu os olhos do mais velho para o rapaz pensativo. – Logo depois do que aconteceu, meu pai veio falar comigo, na época eu ainda estava disposto a perdoar. Ele me disse que eu não poderia ser amado sem dar algo em troca e que nunca seria feliz pelas minhas escolhas. Por um tempo isso soou como a maldição da minha vida. 

- Isso não é verdade. – Ong havia nascido numa época muito mais conservadora, mas não carregava isso consigo. Jamais julgou o amor de qualquer fonte que fosse e não teve que aprender isso durante os séculos de convivência com outras gerações. Essa benevolência nasceu e cresceu à medida que o rapaz se desenvolvia, nada mudou após a maldição. 

- Talvez, mas eu meio que perdi as esperanças de tentar me relacionar mesmo com a parte que me resta da família. Woojin é o único que me atura de verdade. Faço tudo errado com as pessoas que eu amo. Eu magoei você. – Daniel não sabia da extensão das suas palavras quando as proferiu e deixou o demônio pronto para cuspir seu coração que parecia querer sair pela boca. 

- E-está tudo bem. – a voz falhou um pouquinho, não havia entendido direito as palavras. Então, Daniel o amava? Bem, ele não chegou a dizer algo que fosse específico, apesar disso, estava aquecido outra vez pelo Kang. 

- Pode ficar aqui comigo? Só até eu conseguir dormir. Sei que não dorme e deve ser um saco ficar parado sem nada para fazer. – se levantou da cama para se livrar das roupas apertadas e vestir a velha calça de dormir. Ong sempre ficava um pouco desconfortável com a falta de pudor alheio de conseguir se trocar em qualquer lugar, para sua sorte, ele jamais notara suas reações.  

- Eu ficarei aqui a noite toda se quiser. – ajeitou o travesseiro contra a cabeceira da cama e se encostou no lugar à espera do mais novo que foi escovar os dentes no único banheiro da casa, ao lado do quarto. A espera não durou muito, Daniel logo reapareceu, se jogou ao seu lado na cama com um certo desleixo, estava cansado e pronto para dormir. 

- Você é um bom demônio. – sorriu ao aconchegar-se um pouco mais perto e agarrar a cintura de Seongwoo num abraço.  

- E você um bom humano. – levou as mãos até os cabelos loiros, o rapaz se aproveitou disso para deitar a cabeça em seu peito e o apertar mais nos braços. – Sério isso? Você não se sente desconfortável assim? – riu nervoso ao sentir o rapaz sem camisa também passar uma perna em cima da sua. 

- Na verdade, eu dormia exatamente assim com a minha mãe. – levou um tapa um tanto forte na cabeça logo a frase ser proferida sem entender bem o porquê. – Au! 

- Aposto que ela não te deixava ficar seminu dessa forma. – reclamou arrancando uma risada daquele que tinha fechado os olhos por se sentir confortável no corpo alheio. – Além disso, você não é mais uma criança. 

- Aposto que está reclamando atoa, você gosta do meu corpo, hyung. – o moreno riu incrédulo ao escutar o mais novo lhe chamando dessa forma. – Você sempre morde os lábios quando me vê com a camisa suada ou simplesmente sem.  

- Isso não é verdade! – gaguejou um pouco ao falar, suas bochechas estavam ardendo demais. Como ele nunca reparou que fazia algo tão constrangedor que pudesse entregar sua admiração? 

- Te peguei. – Daniel levantou o rosto para lhe olhar e tocou seu nariz com a ponta do indicador. – Eu só estou brincando, mas ver você nervoso assim até me pareceu ser verdade. 

- Eu te odeio, Kang Daniel! – escondeu o rosto com as mãos ainda que o rubor de suas bochechas não pudesse ser visto no escuro.  

- Eu gosto de você, Ong Seongwoo! – rebateu por entre risadas e o mais velho apenas afastou os dedos dos olhos para fitar a face alegre no escuro. Ele gostava mesmo de si? – Que foi? Disse algo errado? 

- Não. – negou com a cabeça para confirmar sua resposta, seus pulsos foram segurados levemente e afastados de seu rosto.  

- Hoje eu me dei conta que você ganhou. – confessou baixo. 

- Hm? – a frase lhe causou certa confusão por não imaginar do que se tratava. 

- Eu não quero que você vá embora. – o sorriso em seu rosto se desmanchou para uma expressão um pouco mais entristecida, o outro não podia ver direito de qualquer forma, apenas o brilho dos seus olhos se destacava no breu. 

Seongwoo não pode esboçar outra reação que não fosse entreabrir os lábios em surpresa. Quando disse aquilo era apenas uma brincadeira, não devia ter sido levado a sério. É claro que se tornou amigo de muitos, porém jamais tinha ouvido tais palavras saírem da boca de alguém. Ao sumir, alguns ficavam saudosos, coisa que era rapidamente engolida pelo tempo e Seongwoo era esquecido até precisarem dele. Sua vida era um ciclo no qual terminava sozinho e adormecido num lugar que nem ele conhecia. Pela primeira vez, fora preenchido com uma pequena esperança. O demônio que fez muitas pessoas felizes ao longo de sua maldição, tornou-se feliz o suficiente para deixar uma lágrima solitária descer pela sua bochecha. Uma frase tão simples que o fez feliz ao ponto de chorar. Conhecia muitos sentimentos humanos e foi uma novidade desde que foi transformado naquilo que era hoje.  

- Por que está chorando? – perguntou baixinho para não assustá-lo e roçou o polegar sobre o local molhado numa carícia. 

Verbalizar seus sentimentos não se fez necessários ao envolver o rosto do mais novo por entre as mãos grandes e lhe puxar até as respirações se mesclarem. Queria novamente ter os lábios se tocando de modo inocente, como no dia em que tudo aconteceu tão rápido que não conseguiu processar informação nenhuma. Dessa vez queria se lembrar da textura, do sabor, do cheiro e do calor, queria cada detalhe gravado em sua mente indigna para que, cada vez que retornasse, pudesse se lembrar com clareza do que viveu. Nunca amou, sua vida humana foi muito curta para conseguir gostar de alguém e se apaixonar tão perdidamente que essa pessoa tiraria seu ar todas as vezes que colocasse os olhos nela. As borboletas no estômago e a ansiedade para um reencontro pareceram se tornar parte da rotina com seu novo protegido. 

Em contrapartida, Daniel não queria se contentar apenas com o selar de um beijo casto. Tomou coragem ao notar que a vida era curta demais para continuar reprimindo a vontade que tinha de devorar os lábios do moreno até precisarem se afastar pela falta de ar. Apertou a cintura do menor com a mão livre e deslizou a língua ao encontro da sua. O sentimento se assemelhava à fome enquanto o os lábios se chocavam e provocavam estalos deleitosos de se ouvir por todo o cômodo. Se conter era inútil, de uma hora para outra Seongwoo sumiria e nada mais restaria para ele a não ser o arrependimento de não ter feito o que fazia agora. 

Separaram os lábios ao perderem por completo o fôlego, respiravam forte e tinham os olhos cravados um no outro. Queria poder ligar o abajur e fitar com clareza o rosto do moreno, mas achou melhor selar os lábios diversas vezes até não poder esquecer do melhor gosto que já provou. Para um segundo beijo, não só deles como de Seongwoo também, aquela experiência não chegou aos pés do que imaginava. Era muito melhor. 

- Isso foi totalmente inesperado. – Seongwoo soltou o ar numa risada nervosa, sentia os lábios levemente inchados e a pele formigar onde era tocado. 

- Por que ainda está falando? – Daniel brincou selando outra vez os lábios ao dele se demorando um pouco mais. 

- Porque eu gostei. – fechou os olhos e se entregou ao novo ósculo que o mais novo iniciou por conta própria. 

Os beijos se estenderam por algumas horas junto com algumas palavras doces que diziam quando o ar era insuficiente para manter as bocas unidas. Adormeceram sem ver nos braços um do outro, fato mais estranho para o demônio que mesmo tentando muito, jamais conseguia dormir. Nem ele mesmo acreditava no que aconteceu ao ser despertado da melhor forma possível, podia morrer com a sensação que era ter os lábios beijados com tanta vontade como Daniel fazia. 

- Hyung, já passou da hora e eu... – Woojin entrou no quarto que estava com a porta entreaberta, outra vez flagrando o irmão numa situação constrangedora. Daniel saiu tão rápido de cima de Ong que caiu de bunda no chão do outro lado da cama, fitou o rosto rubro do irmão que balbuciava algo inaudível.  

- Woojin, não é o que você está pensando. – nem ele sabia porque ainda tentava se explicar para o irmão mais novo, ele sempre o flagrava de um jeito que desculpas não adiantariam 

- E vocês dois ainda pensam que podem me enganar. – soltou um suspiro pesado e saiu pela porta resmungando. – Da próxima vez tranquem a porta, por favor!  

Seongwoo riu da reação do menino que reclamava bravo do que tinha acabado de presenciar, até uma sensação estranha de seu corpo lhe atingir. Fora uma pontada forte na cabeça acompanhado do pulsar de seu coração, uma dor que se estendeu por alguns segundos e simplesmente cessou. Olhou para as próprias mãos, mas seus olhos foram desviados ao ter as mãos de Daniel o puxando para se levantar. Ele não havia notado o que aconteceu e continuaria assim, desde que o sorriso lindo que carregava ao lhe chamar para comer alguma coisa o fez se esquecer até mesmo quem era. Ong se sentia tão vivo naquela manhã ao ponto que quase acreditou que pudesse morrer. 


Notas Finais


Coitado do Woojin gente, serião, a criança cresce cheia de traumas hsuahsuahsuha
Mas enfim, quero saber o que vocês acharam desse capítulo, eu fiquei até um pouco (talvez muito) emocionada escrevendo ele. Ambos são bastante solitários e ahh... foi uma coisa que mexeu comigo toda essa situação.
Beijinhos no coração e até a próxima semana!


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