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História Ônix - Capítulo 12


Escrita por: CarolMirandaS2

Notas do Autor


Boa leitura a todos.❤

Capítulo 12 - Capítulo 12


Chegamos na casa dele antes do resto do grupo. Tentando manter a calma, me acomodei na poltrona reclinável que ficava num dos cantos da sala. Daemon não parecia muito preocupado, embora não soubesse ainda o motivo da reunião.

Ao escutar os carros estacionando lá fora, abracei minha própria cintura. Ele veio para junto de mim e se sentou no braço da poltrona.

Ash e os dois irmãos foram os primeiros a entrar. Adam nos cumprimentou com um sorriso e se sentou ao lado da Dee. Ela ofereceu a ele um saco de pipocas que vinha devorando, o qual Adam aceitou com prazer. Andrew lançou um olhar na minha direção e revirou os olhos.

— Alguém sabe me dizer por que ela está aqui?

Eu odiava aquele gêmeo.

— Ela precisa participar — respondeu o sr.Garrison, fechando a porta e se posicionando no meio da sala. Todos os olhos se fixaram nele. Matthew sempre se vestia de maneira casual quando não estava dando aula. — Não quero alongar muito esta reunião.

Ash correu uma das mãos pela calça roxa apertada.

— O DOD descobriu sobre ela, certo? Estamos ferrados!

Prendi a respiração. O tom de desprezo não me irritou. Muita coisa estaria em jogo se o DOD descobrisse sobre mim, sobre eles.

— E então, sr. Garrison?

— Até onde eu sei, não — respondeu ele. — Os antigos convocaram uma reunião ainda há pouco por conta do aumento no número de agentes do DOD na região. Ao que parece, alguma coisa chamou a atenção deles.

Aliviada, afundei na poltrona. Mas, então, percebi. Eu podia estar livre da enrascada, mas eles não. Corri os olhos pela sala, sem querer ver nenhum deles em apuros. Nem mesmo o Andrew.

Adam olhava fixamente para um grão de pipoca coberto de manteiga.

— Bom, o que eles viram? Ninguém fez nada de errado.

Dee botou o saco de pipocas de lado.

— Qual é o lance?

Os olhos extremamente azuis do Matthew percorreram o cômodo.

— Um dos satélites registrou um show de luzes no final de semana do Halloween, e eles estão analisando o campo, usando algum tipo de equipamento que capta resíduos de energia.

Daemon bufou.

— A única coisa que eles vão encontrar é um trecho chamuscado do solo.

— Eles sabem que podemos manipular a luz em defesa própria, portanto, pelo que entendi, não foi isso que chamou a atenção deles. — O sr. Garrison olhou de relance para o Daemon e franziu o cenho. — O problema é que o desprendimento de energia foi tão forte que afetou o sinal do satélite, de modo que eles não conseguiram registrar nenhuma imagem do evento. Nada do tipo jamais havia acontecido.

Daemon manteve a expressão impassível.

— Uau, sou realmente incrível!

Adam riu por entre os dentes.

— Você é tão poderoso que agora interfere no sinal dos satélites?

— Interferir no sinal? — A risada do sr. Garrison mais pareceu um rosnado. — Ele destruiu o satélite… um satélite desenvolvido para detectar luzes e energias de alta frequência. O aparelho mostrou que o evento aconteceu em Petersburg, mas foi destruído no processo.

— Como eu disse, sou incrível. — Daemon sorriu de maneira presunçosa, mas eu fui tomada por uma súbita ansiedade.

— Uau — murmurou Andrew, com um olhar de profundo respeito. — Isso foi realmente fantástico.

— Tanto que deixou o DOD bastante curioso. Os antigos acreditam que eles irão zanzar por aqui um tempo, monitorando tudo. Que eles já estão aqui. — Matthew olhou de relance para o próprio relógio. — É imperativo que todos se comportem da melhor maneira possível.

— O que os outros Luxen acham disso? — perguntou Dee.

— Por enquanto, eles não estão muito preocupados. E tampouco têm motivo para estar — respondeu o sr. Garrison.

— Porque não foram eles que causaram a explosão de energia, e sim o Daemon — comentou Ash e, subitamente, soltou um ofego.

— O DOD desconfia dos nossos outros poderes?

— Acho que eles estão curiosos para saber como ele conseguiu causar uma coisa dessas. 

Matthew analisou meu vizinho atentamente. — Os antigos disseram a eles que houve uma brig entre os Luxen. Ninguém mencionou seu nome, Daemon, mas eles sabem que você é forte. No seu lugar, esperaria uma visita a qualquer momento.

Daemon deu de ombros, mas eu fiquei com medo. Não fora ele quem matara o Baruck, portanto, como conseguiria explicar o que havia acontecido? E será que o DOD estava desconfiado de que os Luxen eram muito mais poderosos do que imaginavam, capazes de praticamente qualquer coisa?

Se estivesse, então meus amigos, inclusive Daemon, estariam em perigo.

— Katy, é muito importante que você tome cuidado quando estiver com os Black — continuou o sr. Garrison. — Não queremos que o DOD desconfie de que você sabe de alguma coisa que não deveria saber.

— Fale por você mesmo — murmurou Andrew.

Fuzilei-o com os olhos, mas Daemon respondeu antes que eu tivesse a chance.

— Andrew, vou te fazer engolir…

— Que foi? — exclamou ele. — Só estou dizendo a verdade.

Não sou obrigado a gostar dela só porque você se encantou por uma humana idiota. Ninguém…

Em meio segundo, Daemon estava do outro lado da sala.

Envolto da cabeça aos pés numa intensa luz branco-avermelhada, agarrou Andrew pelo pescoço e o imprensou na parede com tanta força que os quadros balançaram.

— Daemon! — gritei ao mesmo tempo que o sr. Garrison, pulando da poltrona.

Ash também se levantou num pulo, boquiaberta.

— O que vocês estão fazendo?

Pegando novamente o saco de pipocas, Dee suspirou e se recostou no sofá.

— Aqui vamos nós. Alguém quer pipoca?

Adam pegou um punhado.

— Honestamente, Andrew bem que merece uma surra. Não é culpa da Katy o DOD estar aqui. Ela tem tanto a perder quanto a gente.

A irmã deles se virou para ele.

— Você está tomando o partido dela agora, é? De uma humana?

— Não se trata de tomar partidos — retruquei, os olhos fixos nos rapazes.

Ambos tinham assumido a forma original. Assim como Matthew.

Nada além de uma intensa luz azulada com contornos masculinos, ele agarrou Daemon e o arrancou de cima do Andrew.

Ash me fitou de cara feia por um longo tempo.

— Nada disso estaria acontecendo se você não tivesse vindo para cá. Você jamais teria arrumado um rastro. O Arum nunca a teria visto e essa estúpida cadeia de eventos jamais teria acontecido.

— Ah, cala a boca, Ash. — Dee jogou um punhado de pipocas nela. — Fala sério! Katy arriscou a vida para se certificar de que o Arum não descobrisse onde a gente mora.

— Maravilha — devolveu ela. — Mas Daemon não teria dado uma de Rambo pra cima do Arum se sua preciosa humana não se metesse em confusão a cada cinco segundos. Isso é culpa dela.

— Não sou a preciosa humana do Daemon! — Inspirei fundo. — Sou apenas… amiga dele. E é isso o que os amigos fazem. Eles protegem uns aos outros.

Ash revirou os olhos. Sentei-me de novo.

— Bom, pelo menos é o que os amigos humanos fazem.

— Os Luxen também — interveio Adam, encarando a irmã. —Embora alguns tendam a esquecer.

Com um suspiro revoltado, ela se virou e seguiu para a porta.

— Vou esperar lá fora.

Enquanto a observava sair, imaginei se Ash arrumaria um motivo para me culpar por tudo, até mesmo por aquela calça roxa cafona. Contudo, de certa forma, a situação era culpa minha. Tinha sido minha bizarra explosão de energia que atraíra o DOD. Meu peito doeu.

O sr. Garrison finalmente conseguiu separar os dois. Andrew voltou à forma humana, observando com olhos estreitados um Daemon ainda iridescente.

— Cara, isso não teve a menor graça. Você pode tentar me derrubar o quanto quiser, mas não vou aceitá-la.

— Andrew… — alertou Matthew.

— Que foi? — De qualquer forma, ele recuou. — Vocês realmente acham que ela ficaria de bico fechado se o DOD a interrogasse? Por ela ser tão próxima de você e da Dee, eles irão interrogá-la. Então, me diga, quer repetir o que seu irmão fez? Quer morrer por ela também?

A luz do Daemon se intensificou, deixando claro que ele ia partir para cima do Andrew de novo. Isso era ridículo. Sem pensar duas vezes, atravessei a sala e o agarrei pelo reluzente pulso. Era estranho tocá-lo nesse estado. Uma corrente de calor e eletricidade subiu pelo meu braço. Minha nuca formigou.

— Isso foi golpe baixo — falei para o Andrew. Alguém precisava falar. — Ele não merece sua irritação, Daemon.

— Ela tem razão — disse Adam. Eu não o tinha visto se mover, mas de repente ele estava do outro lado do Daemon. — Mas, se você quiser dar uma surra nele e deixá-lo fora de circulação por uma semana por causa desse comentário, pode contar comigo.

— Uau, valeu, irmão. — Andrew fez uma careta.

Seguiu-se um silêncio tenso; Daemon deixou que sua luz diminuísse de intensidade até voltar à forma humana. Baixou os olhos para meus dedos, que ainda lhe envolviam o pulso, e, em seguida ergueu-os de novo e me fitou. Uma corrente de eletricidade passou da pele dele para a minha, surpreendendo-me com o choque súbito. Soltei seu pulso e enrijeci sob seu olhar penetrante.

— Esse é um belo exemplo do que não pode acontecer. — O sr. Garrison inspirou fundo. — Acho que já chega por hoje. Vocês dois precisam se acalmar e não esquecer que o DOD está aqui. Precisamos tomar cuidado.

Dizendo isso, todos foram embora, inclusive a Dee. Ela não só queria passar um tempo com o Adam como se certificar de que ele não tentasse dar uma surra no irmão, e acabei ficando sozinha com o Daemon. Eu devia ter ido embora também, mas após o infeliz comentário do Andrew eu precisava ter certeza de que ele estava bem. Segui-o até a cozinha.

— Sinto muito pelo que o Andrew disse. Aquilo não foi legal.

Trincando o maxilar, Daemon pegou duas latas de Coca e me entregou uma.

— As coisas são como são.

— Ainda assim, não foi legal.

Seus olhos perscrutaram meu rosto de uma maneira que me fez sentir totalmente exposta.

— Você está preocupada com o fato de o DOD estar aqui?

Hesitei.

— Estou, claro.

— Não fique.

— Mais fácil falar do que fazer. — Brinquei com o anel da lata.

— Não é comigo que estou preocupada. Eles acham que você foi o responsável pelo que aconteceu… aquela louca explosão de energia. E se acharem que você é… perigoso?

Daemon ficou quieto por alguns instantes.

— Não se trata só de mim, gatinha. Mesmo que tivesse sido eu, isso não afeta só a mim. Afeta todos os Luxen. — Fez uma pausa e baixou os olhos. — Sabe no que Matthew acredita?

— Não.

Um sorrisinho cínico repuxou-lhe os lábios cheios.

— Ele acredita que um dia, provavelmente não na nossa geração, mas um dia, haverá mais Luxen e Arum do que humanos.

— Jura? Isso é meio…

— Assustador — completou ele.

Joguei o cabelo para trás.

— Não sei se eu usaria o termo assustador. Quero dizer, os Arum são definitivamente assustadores, mas os Luxen… tirando seus poderes bizarros, não são muito diferentes da gente.

— E quanto ao fato de sermos feitos de luz?

Abri um pequeno sorriso.

— Bem, afora isso.

— Estive pensando… — continuou Daemon. — Se alguns da nossa espécie realmente acreditam nisso, como pode o DOD não estar preocupado?

Bem colocado. Eu estava tentando não sucumbir ao medo que sentia por ele, mas meu cérebro ficava criando uma variedade de cenários terríveis. Todos terminando com ele sendo levado pelo DOD.

— O que vai acontecer se eles acharem que você é uma ameaça? E não tente me enrolar.

— Durante o tempo em que passei na base, conheci alguns Luxen que não conseguiram assimilar. — O músculo do maxilar se contraiu. — A maior parte porque não queria viver sob o jugo do DOD. Já outros, imagino, eram vistos como uma ameaça porque faziam perguntas demais. Quem pode dizer?

Senti a boca seca.

— O que aconteceu com eles?

Um longo momento se passou antes que Daemon respondesse.

A cada segundo, o incômodo em meu estômago aumentava. Por fim, ele disse:

— Eles foram mortos.




Notas Finais


Revisado.❤


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