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História Only a Chance - O Encontro


Escrita por: AbreuParrilla

Capítulo 2 - O Encontro


— Mais tarde volto para te buscar. Agora tenho que ir para a faculdade. – Concluiu e selou meus lábios. – Até mais princesa! – se despediu e saiu. 

Respirei fundo e tentei processar o convite que ele havia acabado de me fazer e imaginar todos os lugares que ele poderia me levar. No meio de tudo isso, vieram lembranças de quando nos vimos pela primeira vez na escola. 

Flashback On

Bateu o sino do intervalo e todos começaram a sair apressadamente da sala de aula, tudo isso para pegar o primeiro lugar na fila da cantina. O que não era meu caso, pois sempre levava o lanche de casa. Esperei todo aquele tumulto cessar e caminhei até meu lugar favorito para lanchar. Sentei-me no banquinho que ficava no canto do pátio, mas que dava uma visão de boa parte de sua extensão. 
 

A cada mordida no sanduíche que mamãe sempre fazia, meus olhos percorriam por cada parte do local olhando toda aquela gente que as vezes não dava para acreditar que cabiam todas naquela escola que não era tão grande assim. Reparei um menino diferente sentado no banquinho e encostado na parede.
 

Ele olhava fixamente para mim.
 

Eu tinha quase certeza de nunca ter visto aquele garoto na vida. Alto e magro, mas musculoso, ele fazia o banquinho de cimento parecer minúsculo. Cabelo loiro, liso e curto. Parecia ser alguns anos  mais velho, e estava sentado com o cóccix na beirada do banco, uma postura péssima, com uma das mãos enfiada até a metade no bolso da calça jeans escura.
 

Desviei o olhar, repentinamente consciente da quantidade infinita de coisas erradas em mim. Eu estava com uma calça jeans velha, que algum dia foi justa e a blusa de uniforme da escola. Tinha também meu cabelo: cortado reto, sem estar repicado, e estava horrível, principalmente por eu nem ter tido a preocupação de dar uma escovada mais caprichada nele. Mesmo assim, dei uma espiada rápida e os olhos dele ainda estavam grudados em mim.
 

Foi então que entendi o verdadeiro sentido de aquilo ser chamado de contato visual.
 

Continuei comendo meu sanduíche que parecia estar demorando a acabar.
 

Na boa, vou logo dizendo: ele era um gato. Se um garoto que não é gato encara você sem parar, isso é, na melhor das hipóteses, esquisito, e na pior, algum tipo de assédio. Mas se é um gato… - Vários pensamentos abusados vieram na minha mente. - Credo! O que a convivência com as meninas do nono ano estavam fazendo comigo? Eu tinha só treze anos, como poderia estar pensando e enxergando o mundo daquela forma mais assanhada?!
 

Fechei o pote do sanduíche, limpei as mãos e cliquei na tela do celular para dar uma verificada na hora, que pela primeira vez estava passando de vagar. 
Depois de um tempo o garoto sorriu e, até que enfim, desviou os olhos azuis. Quando me olhou de novo, arqueei as sobrancelhas como que dizendo: ganhei.
Nessa hora o sinal tocou e fomos cada um para um canto, sem ao menos saber o nome um do outro.

***

No meio da aula, vi uma pessoa parada em frente á porta da sala parecendo supervisionar algo. Até que reconheci, era o garoto, ele me encontrou com seus oceanos azuis e logo saiu dali. Dei continuidade ás anotações da aula. 
Após um pequeno tempo, pedi a professora para ir ao banheiro. No meio do caminho, parecia que já era previsto, me esbarrei fortemente em alguém. Ele.

— Você está me seguindo?
— Talvez. – disse se reaproximando por eu ter recuado para trás.

O andar dele era tão cafajeste quanto o sorriso. Ele parou na minha frente, mas manteve uma certa distância para eu poder olhá-lo nos olhos sem ter de esticar o pescoço.

— Qual é o seu nome? — ele perguntou.

— Regina.

— O nome e sobrenome.

— Ahn, Regina Mills.

Ele iria dizer mais alguma coisa, porém, foi interrompido pela diretora.

— O que estão fazendo fora da sala de aula?

— Eu estava indo ao banheiro Sra. Jones.

— Então ande, vá logo. – ela ordenou. Olhei rapidamente para ele e corri até o banheiro. – E você, vai ficar aí parado?

 *** 

Em casa navegando nas redes sociais, me deparei com todas aquelas solicitações depois de ter ficado sem entrar por causa das provas, entre elas uma me chamou atenção, o user era Robin de Locksley. Não havia ouvido esse nome, mas a foto de perfil me intrigava. Abri e descobri quem era. Claro, o garoto novo. Já era de se esperar isso, principalmente depois dele ter perguntado meu nome e sobrenome. 

***

Com o passar dos anos, passamos a conversar, principalmente trocando comentários e julgando filmes e series que havíamos visto, ou que ainda assistíamos. Sentados, um ao lado do outro no banquinho durante o intervalo...

— O que foi? — perguntei.
— Nada — ele respondeu.
— Por que você está olhando para mim desse jeito?
Ele deu um sorrisinho.
— Porque você é bonita. Eu gosto de olhar para pessoas bonitas, e faz algum tempo que resolvi não me negar os prazeres mais simples da existência humana.

Um silêncio constrangedor se seguiu. Mas Robin quebrou o gelo.

— Quer dizer, principalmente porque, como você deliciosamente observou, tudo isso vai acabar em total esquecimento, e tal…

Eu meio que engasguei, ou suspirei, ou soltei o ar de um jeito que pareceu quase uma tosse, e disse:

— Eu não sou boni…

— Você é tipo uma Natalie Portman milenar. Tipo a Natalie Portman em V de Vingança.

— Não vi esse filme — falei.

— Sério? — ele perguntou. — Garota linda, de cabelo curto, rejeita a autoridade e não consegue resistir a um cara que ela sabe que vai ser um problema. É sua autobiografia, pelo menos até aqui, pelo que posso ver.

Cada sílaba que saía da boca dele flertava comigo.

O.k., ele meio que me deixava excitada. Eu nem sabia que garotos podiam me deixar excitada — pelo menos não, tipo, na vida real. Conheci o gato a poucos meses e já estava dizendo isso, como assim Regina Mills? 

Deus, isso já estava passando dos limites.

Flashback Off

Pov Robin

— Killian você não está entendendo, eu não posso fazer o pedido da mesma forma que o de anos atrás. Não sou mais um adolescente de dezoito anos!
Killian Jones era meu melhor amigo, ele era filho da dona da escola em que estudávamos, mas isso não impedia de fazermos nossas molecagens. Resolvi ligar para pedir uma ajuda sobre a noite de hoje, mas ele não conseguiu me ajudar em nada, apenas pude ouvir alguns sons que aparentavam ser gemidos do outro lado da linha. Pelo visto eram, pois ele só disse: “Depois eu te ligo mano.” E desligou. 
Sentei em minha cadeira e arrastei-a até a mesa, peguei um papel e uma caneta e comecei a escrever algumas coisas que vinham em minha mente, que talvez poderiam me ajudar com o objetivo de meu encontro com Regina, queria que fosse especial para ela, demonstrando que eu não era como os outros, a pesar dela já saber disso. 
Olhei o relógio e fiquei impressionado como o tempo havia passado rápido, fui tomar um banho relaxante para começar a me arrumar.

***

Pov Regina

Pedi a ajuda de mamãe para escolher uma roupa digna do encontro que teria com Robin. Depois de jogar praticamente todo o guarda-roupa em cima da cama, decidimos o vestido vermelho.  Ele ia até o meu joelho e era colado da cintura para cima, o que dava ênfase em minhas curvas. Já estava de banho tomado, o vesti e fui fazer uma maquiagem básica como costumava quando saía para as festas. Passei a base, alguns corretivos que tampassem as manchas do meu rosto, uma sombra clara com um esfumado de marrom no côncavo e por fim, um batom nude. 
O sapato não podia ser alto pelo fato de não conseguir sustentar meu corpo como antes, então, optei por usar uma sapatilha. Pronto, look finalizado. Acho que bem na hora, pois ouvi a campainha tocar e minha mãe chamando-me.
Peguei minha bolsinha, apaguei as luzes do quarto e fechei a porta bem atrás de mim. Minhas mãos suavam, as pernas estavam trêmulas, parecia até que era nosso primeiro encontro, mas tinha algo ali que me deixava ainda mais nervosa, queria lhe fazer um pedido, porém a coragem me faltava, temia que algo desse errado e que não acontecesse da forma como pensava. 
Meus pensamentos foram interrompidos pela imagem de meu pai á minha espera na escada. Peguei sua mão e ele me ajudou a descer. Quando estávamos no final dela, pude vê-lo parado na porta conversando com mamãe. Robin parecia um príncipe. Vestia um terno preto com uma gravata borboleta da mesma cor, parecia que estávamos indo para uma festa da sua faculdade de medicina ou para aquele jantar luxuoso. Torci para que não fosse nenhum dos dois, se não acabaria fazendo-o passar vergonha. 
Quando ele percebeu minha presença, seus olhos encontraram os meus e um sorriso formou-se em seu rosto. Senti minhas bochechas queimarem, depois de todos esses anos a timidez ainda me dominava. Robin se pôs ao meu lado e me deu um abraço. Estava perfumado, além do seu próprio aroma que já me deixava embriagada, aquele perfume estava me domando.

 
— Você está linda!! – sussurrou ao pé do meu ouvido.
— Você também! – respondi baixinho.


Desvencilhamos do abraço, nos despedimos dos meus pais e caminhamos até o carro. 


— Bom passeio! – mamãe gritou.
— E juízo!! – papai completou.



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