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História Only one - Você não é o suficiente pra ela


Escrita por: Emy_Salvatore

Capítulo 30 - Você não é o suficiente pra ela


                                 Dylan

  -Tem certeza mesmo de que está bem? -Danielle pergunta, pela milésima vez.
-Tenho, não foi nada demais. -Eu respondo fitando o teto enquanto lembranças da noite passada caminham em minha mente. Não foi a primeira vez que não consegui respirar nos últimos tempos, mas com certeza foi a pior. Me lembro de ter pensado que morreria, quanto mais me esforçava para retomar o ar, mais meus pulmões ardiam, como se tivessem em brasa.
-Como não foi nada demais? Dylan, você quase morreu! Sabe quanto tempo você ficou sem respirar? -A Danielle praticamente grita, chegando mais perto de mim para não cair da minha cama minúscula.
-Não sei. Você sabe? -Pergunto, de forma um pouco grosseira.
-Não. Mas a Holland me disse que foi bastante tempo. -Ela responde, com um suspiro.
-Holland. Desde quando vocês viraram tão amiguinhas? -Pergunto, ainda sem olhar pra ela.
-Não somos amigas porra nenhuma. Dylan, quer parar de agir assim?! -Ela praticamente grita, me sobressalto, olhando pra ela. -Escuta, eu sei que você está mal humorado porque ninguém quer te deixar em paz, mas você precisa entender que estamos preocupados! -Ela fala, me fitando. Respiro fundo, sei que está certa, mas não quero admitir que há motivos para se preocupar. Caso contrário, eu também vou me preocupar, e não quero isso. Não quero parar pra pensar que atualmente meu pulmão vem me deixando muito na mão.
-Eu sei. Desculpa. -Eu falo, olhando pra baixo. Ela suspira, e me pegando de surpresa, segura a minha mão.
-Dy... Oque tá acontecendo? -Ela pergunta suavemente.
-Eu... Não foi a primeira vez Danielle. -Respondo, ignorando a vontade de chorar que me dá de repente.
-Como assim? Você tá me dizendo que já sentiu aquilo antes?! -Ela parece em pânico.
-Não tão forte..  Mas já. -Respondo, evitando olhar pra ela.
-Dylan, pelo amor de Deus, porque não disse isso pro médico? – Danielle pergunta, tensa. -Por favor, você tem que olhar isso, promete que vai ao médico o mais rápido possível! -Ela pede, permaneço em silêncio. -Dylan, por mim! -Suspiro e abro os braços pra ela, que imediatamente me abraça.
-Dani, tá tudo bem. Não precisa se preocupar. -Eu falo, dando um beijo no topo da sua cabeça.
-É sério, promete! -Ela pede.
-Prometo que se sentir mais alguma coisa procuro o médico. -Falo. Sei que não é nada grave, então não precisa de toda essa confusão. Pelo menos, assim eu espero.
-Tudo bem... -Ela suspira, mas não me solta. -Você sabe que eu ainda amo muito você, e que me preocupo pra caralho não sabe?
-Eu sei Dani... -Respondo e beijo o topo da cabeça daquela garota linda, mas não mais minha.
     
                                         Harry
   Já tem quase duas horas que a Danielle foi visitar aquele babaca do Dylan e até agora nada. É claro que eu queria gritar e fazer ela ficar quietinha dentro de casa, mas depois de ontem, não To em posição de exigir nada. Desde que ela saiu, estou jogado no sofá, esperando, enquanto Nora, não desvia os olhos de mim enquanto limpa os móveis. Se ao menos tivesse noção do quanto eu amo a Danielle, certamente ela pararia de tentar se insinuar como está fazendo agora, embolando uma mecha do cabelo e abaixando ainda mais aquele decote que está usando. Na moral, isso é patético
   O barulho da campainha tocando interrompe meus pensamentos. E Janice, que surge do nada, faz menção de ir atender. Mas eu me levanto primeiro. Dani deve ter esquecido a chave.
-Deixa que eu atendo. -Resmungo pra ela e ando até a porta. Quando abro a mesma, tenho que piscar mais do que algumas vezes para conseguir assimilar que é Zac quem está parado ali. Como esse cretino sabe meu endereço?
-Oi cara. Tudo bom? -Ele pergunta, com um falso sorriso.
-Por que você está aqui? -Pergunto entredentes.
-Você ainda pergunta? Depois do jeito como você apagou a Danielle ontem, tive que ver com ela está. -Ele responde com um sorriso maligno formando nos lábios.
-Perdeu a viagem. Ela não está aqui. -Respondo, pela primeira vez, contente com isso.
-Bom, nesse caso, eu posso esperar aqui. -Ele fala e faz sinal de entrar, entro na frente dele, bloqueando sua passagem.
-Você não vai esperar porra nenhuma! -Eu grito.
-Por que tá agindo assim? Ah, já sei... Você não consegue parar de pensar naquele dia não é? -Ele pergunta, e minha mente viaja para quase dois anos atrás.
                    
                                      Flashback
-Puta que pariu Harry! Oque você tá fazendo com ela?! -Um Zac desesperado e chorão pergunta assim que abre a porta do banheiro e dá de cara com Acácia -Sua até então namorada- no meu colo. -Por favor, vocês precisam falar que só estão brincando.
-Brincando?... Acho que não. -Eu falo, dando risada. -Acho que você viu muito bem, agora fecha logo a porra dessa porta pra gente poder continuar oque estava fazendo antes de sermos interrompidos. -Eu falo, dando um beijo no pescoço da morena no meu colo.
                                        Flashback off

  Sinceramente, não sei porque fiz aquilo. Zac era o meu melhor amigo, e eu roubei a namorada dele. Não tem uma explicação lógica, naquela época eu vivia chapado e tinha a constante necessidade de ser um idiota. Simples assim. Depois daquele dia, eu e Acácia continuamos a transar, então basicamente consideramos aquilo um namoro. Eu não tive mais notícias de Zac depois de ouvir que ele tinha se mudado pra Escócia, até um dia, depois de alguns meses em que trombei com ele na porta de uma boate.
                                    
                                   Flashback
-Styles? Quanto tempo. -Zac sorri, de forma debochada. Ignoro-o, continuando a andar. -Eu ainda vou acabar com você seu desgraçado. -Ao escutar oque ele diz, paro de andar, dando risada.
-Vai me bater? -Pergunto, achando aquilo tudo muito hilário.
-Não, não é oque eu vou fazer. Vou pagar com a mesma moeda. -Ele fala, cheio de confiança, minha risada só se expande ainda mais.
-Tá falando de que? Vai pegar a Acácia de volta? A vontade. -Eu Respondo, dando de ombros. Até que eu gostava da Acácia, mas não o suficiente pra brigar por ela com alguém
-Não. Não é da Acácia que eu estou falando. Quando você estiver com alguém, alguém que você ame de verdade, pode ter certeza que eu farei de tudo pra acabar com essa felicidade. Mas não vai ser alguém como Acácia, uma piranha... Vai ser alguém que você não vai suportar viver sem. -Ele responde. Caralho, deve estar muito chapado.
                                  Flashback off
   
        Por muito tempo, aquilo que o Zac disse foi motivo de sarro. Eu não levei nem um pouco a sério, e só consegui rir da cara dele. Mas quando eu vi a Danielle com ele na festa, foi como se eu voltasse no tempo, e seu olhar, parecia me dizer exatamente o mesmo que disse aquele dia. Ele parecia dizer “Não lembra oque eu te falei?” e eu nunca senti tanto pânico na minha vida.
-Já faz 2 anos! Você não acha muito patético insistir nesse joguinho idiota? -Eu Pergunto, tentando manter a calma.
-Olha Styles, quando eu vi você com a Danielle, a primeira coisa que eu pensei foi nesse ‘joguinho’, só esperei você se afastar e me aproximei. Eu procurei saber de você algumas vezes, e quando soube que estava apaixonado, só conseguia pensar em me vingar. Mas quando eu comecei a conversar com ela, vi que ela era mesmo diferente da Acácia. Sabe, ela é gentil, divertida, e tão doce... De repente eu não estava fazendo esforço nenhum pra estar com ela. Oque eu quero dizer, é que eu gostei da Danielle, e percebi que você não é o suficiente pra ela. E isso só me incentiva ainda mais a fazer oque eu te prometi. -Ele fala calmamente, e meu sangue parece ferver dentro de mim.
-Escuta bem oque eu vou te dizer... -Falo lentamente e o agarro pela gola da camisa. -A Danielle é minha! Você nunca, nunca vai poder toca-la e se você insistir em ir atrás dela, eu juro que eu mato você.
-É mesmo? Ela vai ficar tão feliz em saber que você está fazendo ameaças ao mais novo amigo dela! -Ele responde, dando risada. -Presta atenção Styles, eu nem vou precisar me esforçar muito, você mesmo vai se encarregar de fazer a Danielle fugir de você. Ela é boa demais pra você, todo mundo sabe disso.
-Você não sabe de nada. -Eu rosno.
-Sei, sei muito mais do que você imagina. Em relação a Danielle, acho que sei mais do que você. -Ele dá risada. -Por exemplo, você sabe que ela ainda ama o Dylan né? Ela me disse que é algo que nunca vai mudar. -Ele fala, de forma teatral. -Ela não vai esquecer ele nunca, foi com ele que ela perdeu sua virgindade!
-Cala essa boca! -Eu grito, lhe dando um soco bem no nariz e o arremessando no chão de pedra. Ele logo se senta, com a mão no lugar onde bati.
-Sabe oque ela me disse? Que ela nem sabia direito como gemer! -Ele fala dando risada, cada parte do meu corpo se enche de raiva. Sinto que vou explodir.
-Ela não te falaria isso... -Eu falo, andando na direção dele, que rasteja pra longe de mim. Eu vou bater tanto nesse cara..
-Ela falou. E ainda disse que acha que agora ela já aprendeu. Tudo oque eu consegui imaginar foi como ela gemeria o meu nome, como gemeria pedindo mais. Talvez ela me mostre isso. -Quando ouço essas palavras, não consigo pensar em mais nada. Subo em cima daquele desgraçado e soco seu rosto como se fosse a última coisa que estivesse fazendo na vida.
          
                                   Danielle
  Quando chego em frente a entrada do condomínio, vejo cabelos claros conhecidos destravando um carro prata. Zac. Oque ele está fazendo aqui? Ele está cheio de machucados no rosto, muito mais do que ontem.
  Estaciono o carro de qualquer jeito e desço, correndo até ele. Preciso saber porque está tão machucado. Quando me vê, ele arregala os olhos e abre um sorriso enorme.
-Zac?! Oque você tá fazendo aqui? -Pergunto, parando de correr ao me aproximar.
-O Harry me perguntou a mesma coisa antes de quase me matar. -Ele responde, rindo sem jeito. Que história é essa? -Eu vim ver se você estava bem.
-Eu Estou ótima na verdade... Foi ele quem fez isso com você? De novo? -Pergunto, analisando seu rosto.
-É, foi sim. -Ele responde, suspirando. -Mas pelo menos não quebrei nada. -Ele fala com a mão no nariz que chega a pingar sangue.
-Eu não acredito que ele ousou te machucar de novo depois de tudo! -Falo lamentosamente.
-É, auto controle não é o forte dele. -Ele concorda se escorando no carro, me escoro ao lado dele.
-Zac... Por que o Harry te odeia? -Pergunto, queria perguntar isso há tempos.
-Na verdade eu não sei... Quer dizer, eu é quem devia odiar o Styles, depois do que ele fez. -Ele fala, olhando pra baixo.
-Oque foi que ele fez? -Pergunto, tensa.
-Como eu já te disse, ele era o meu melhor amigo. Eu namorava a Acácia, mas ela me traiu com ele. Estava tendo uma festa na casa de um colega nosso, eu não achava a Acácia em lugar nenhum, e alguns amigos me disseram que ela tinha ido no banheiro. Eu fui atrás, e quando abri a porta, vi que ela e o Harry estavam praticamente transando. Eu juro que nunca senti uma dor tão forte. Eles nem se deram ao trabalho de se desculparem. Ficaram rindo e se esfregando na minha frente. -Ele conta e eu fico completamente sem reação. Estou boquiaberta, não acredito que o Harry foi capaz de algo assim, e a simpatia que eu sentia pela Acácia não existe mais. Zac está com uma expressão tão triste, que tenho vontade de abraça-lo. Coloco uma das mãos sobre seu ombro, tentando conforta-lo.
-Eu... sinto muito. Nunca ia imaginar algo assim... É horrível. -Eu falo, inconformada. O meu Harry não faria algo assim. Ele não é uma pessoa ruim.
-Tudo bem. Isso já passou! Faz muito tempo. A Acácia está com outro e o Harry está com você. Eles acertaram a vida deles. -Ele fala, dando um meio sorriso.
-E quanto a você? -Eu Pergunto, curiosa.
-Eu não tenho ninguém. Sabe, a vida continuou a mesma pra mim. -Ele dá um sorriso triste.
-Isso não parece muito justo pra mim... -Eu murmuro, um tanto quanto pensativa.
-É pra mim também não. -Ele ri pelo nariz. -Mas é a vida, eu não posso fazer nada.
-Você vai encontrar alguém... Sabe, você é incrível, eu tenho certeza que qualquer menina ia adorar ser sua namorada. -Eu falo, tentando incentiva-lo.
-Acho que já encontrei... Mas ela está meio que comprometida agora. -Ele fala sem olhar pra mim e se levanta com um pulo. -Eu preciso ir...  Sabe, fazer um curativo. Te vejo depois?
-Ahn... Claro, você tem meu número. -Respondo, com um meio sorriso.
   Observo enquanto Zac entra no carro e logo desaparece, suspiro e entro no meu carro, logo dirigindo para dentro do condomínio. Parece que não vai rolar de eu e o Harry conseguirmos ficar de boa hoje.
   Quando estaciono o carro em frente ao chalé, vejo que Harry já está lá fora, me esperando. Sua expressão é de pura raiva. Desço do carro e ele caminha em minha direção com rapidez.
-Onde você estava? Você viu o Zac?! Falou com ele?! -Ele pergunta com um tom de voz agressivo enquanto anda até mim, desvio dele e caminho em direção a porta.
-Sim eu vi. Conversei com ele por um tempo. -Respondo, entrando dentro da casa.
-Você oque?! -Ele rosna e me puxa, segurando meu braço com força. -Caralho Danielle, você ainda não percebeu que não é pra você ficar perto dele?!
-É mesmo?! E por que?! Porque Você não quer? -Dou uma risada. -Escuta aqui, você não decide com quem eu falo ou deixo de falar, e outra, ele me contou tudo, não entendo porque essa preocupação toda se foi você o idiota que traiu a confiança dele. -Eu falo, já sentindo meu sangue ferver.
-Deixa de ser otária! Você acha mesmo que ele te contou tudo? Ele te contou que há vinte minutos atrás estava me dizendo que só consegue pensar em como é o seu gemido?! Porra Danielle, ele não é o coitadinho da história não! Acorda! -Harry praticamente grita, arregalo os olhos. Oque ele diz mexe comigo um pouco, sei que não está mentindo, mas ao mesmo tempo não quero acreditar. Zac não é uma má pessoa, provavelmente só estava tentando provocar o Harry.
-Harry, você está me machucando. -Eu falo, olhando para o local onde ele aperta o meu braço. Não quero mais discutir, não tenho mais energia pra brigar com o Harry. Ele suspira e solta meu braço, pega a chave do carro que está na mesa e caminha até a porta. -Onde você vai?!!
-Te interessa? -Ele responde grosseiramente e sai do chalé, batendo a porta com força. Ignoro o nó na garganta que se forma e me sento no sofá, tampando o rosto com as duas mãos. Eu queria chorar, queria ir atrás do Harry e gritar com ele, queria fazer um escândalo, pegar minhas coisas, ir embora, sei lá, até mesmo rolar no chão. Mas eu não tenho mais forças. Sinto que todas elas já se esgotaram, eu amo o Harry, mesmo ele sendo um idiota, mas isso que temos é cansativo demais. Um dia estamos bem, outro estamos mal, no outro estamos ainda pior, e depois tudo fica perfeito. Não tem como ter certeza de nada, ele pode dizer que me ama e que precisa de mim num dia, mas no outro, vai acabar fazendo algo que me magoe, e vamos acabar gritando um com o outro.
   Meu telefone toca, interrompendo meus pensamentos sofridos. Pego o aparelho e vejo o nome de Holland brilhar na tela, atendo.
-Danielle? O Dylan foi pro hospital. De novo.



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