História Operação: Mamãe Solteira (Dahmo) - Aquele em que Dahyun detestava crianças

— Eu simplesmente não aguento mais Nayeon — A morena suspirou se jogando na poltrona de sua sala

— O que as pragas fizeram agora? — Perguntou sorrindo enquanto se sentava de frente a amiga

— Existiram

— Credo Hirai — A mais velha fez careta enquanto batia no ombro da mesma — Não diga isso, filhos são uma bênção okay?

— Virou a Jihyo agora? — Perguntou sorrindo vendo o revirar de olhos da amiga — Você diz isso por que não convive com eles 24 horas do seu dia

— Não exagere

— Ah não? Vá dormir em minha casa hoje que você verá

— Está louca? Eu tenho amor a minha vida, aqueles garotos me matariam antes que eu pudesse pegar no sono

— Viu só? Eu só quero paz, descansar um pouco

— Por que não pede para Jaebum leva-los para o Japão por um tempo?

— Eu terei que esperar as férias de verão para isso, eles não podem largar a escola

— Então... Arrume uma babá

— Babá?

— É Momo, normalmente aquela pessoa que cuida do seu filho quando você precisa

— Eu não sei, não confio em qualquer um para cuidar de meus filhos Nayeon sabe disso — Falou enquanto negava com a cabeça

— Eu sei, mas eu conheço alguém

— É... não — Disse e se levantou indo em direção a impressora afim de pegar seus papéis, seus movimentos foram seguidos pelos olhos duvidosos de Nayeon

— Por que? Eu ainda nem falei

— Da última vez que você me indicou alguém, esse alguém era Sana

— E?

— E que eu conheço Sana como a palma de minha mão e era óbvio que ela surtaria

— Ah qual é, o que poderia ter acontecido de tão ruim assim?

— Quando eu cheguei em casa encontrei Sana amarrada em uma das cadeiras com um pedaço de fita na boca e com seu rosto todo riscado com caneta — Nayeon riu imaginando a cena mas logo se interrompeu ao ver que Momo ainda a fitava séria — O que eu estou querendo dizer é, não confio em você para me indicar ninguém

— Tá eu posso ter pecado um pouco escolhendo Sana sabendo de seu desastre com crianças mas agora digo sério. A garota está procurando um emprego a algum tempo, precisa de dinheiro para bancar sua faculdade e poxa você poderia ajuda-la

— Faculdade? Ela é uma criança ainda por cima? Vou precisar comprar mais uma barbie?

— Não seja idiota Hirai, ela tem vinte e cinco anos

— Hm... Não sei, eu teria que conhece-la primeiro

— Ótimo então faremos assim, eu lhe dou o número dela e vocês conversam melhor. E não se preocupe eu direi a ela que você fará a ligação — Nayeon disse tudo enquanto anotava um numero em um pedaço de papel — Prontinho

— Não fique esperançosa, eu irei ser rígida na “entrevista” que farei

— Fique tranquila Momo, ela simplesmente ama crianças principalmente as endiabradas como as suas

[...]

Dahyun P.O.V

— Você fez o que? Nayeon eu detesto crianças — Eu estava literalmente indignada

— Como assim? Você mesma me disse que gostava

— É, de preferência bem longe de mim

— Agora já era — Deu de ombros — Ela provavelmente irá te mandar uma mensagem à noite

— Ótimo

— Não fique nervosinha, afinal você precisa ou não do dinheiro?

— Preciso mas...

— Sem mas Kim Dahyun, você vai aceitar esse emprego e cuidará muito bem das pragas. Tenho certeza que o salário será o suficiente para você, Momo não costuma ser mesquinha quando o assunto são os diabinhos

— Eu tenho escolha? — Perguntei mais a mim mesma mas acabei recebendo um negar por parte da mais velha

Bom, acho que eu merecia isto no final das contas. Talvez este era Deus finalmente me punindo por meus pecados

Faz alguns anos que havia decidido me mudar de vez de minha antiga casa, então me suprimi ao luxo de viver com meus pais para passar a viver só. Não que morar com meus pais fosse algo agradável, na verdade havia parado de ser a alguns anos. Me lembro de estar fazendo meus vinte anos quando enfim decidir contar a verdade sobre minha sexualidade para pais crentes e extremamente preconceituosos

Então, meio que havia sido assim;

“Parabéns meu anjo” e enquanto sorria, respondi  "Uau muito obrigada, eu sou lésbica"

Foi algo que eu diria que os surpreenderam, não de uma maneira positiva e sim da forma negativa mesmo. Eles pararam de sorrir e me tiraram o bolo que eu segurava. Foi uma semana inteira tendo apenas o silêncio como resposta, minha irmã mais nova era a única que ainda falava comigo e claro as escondidas de nossos pais já que segundo eles eu havia deixado de ser a filha queridinha deles e que eu provavelmente iria apenas contaminar a caçula com minha “doença”

E foi um ano depois que eu sai de casa, no inicio eu apenas tinha minha faculdade por isso sair sem dinheiro algum foi algo realmente difícil, e foi então que recebi ajuda de uma tia distante. Segundo a própria, ela havia descoberto do que eu passava e resolveu me ajudar, me ofereceu o apartamento que tinha em Daeju e todo mês me enviava uma quantia em dinheiro, o suficiente para pagar meu curso e minhas despesas

Eu sei, eu vivia muito bem. Sooyou era uma ótima pessoa, que nunca havia recusado nada quando se tratava do meu bem estar, nem ao menos se importou ao ter que dobrar a quantia quando minha irmã mais nova teve o mesmo triste destino que o meu e passou a viver comigo

Mas o mundo não é justo com pessoas boas, e eu acabei descobrindo isso da pior maneira possível. Sooyou simplesmente havia falecido, de um dia para o outro. Os médicos disseram que a mulher havia sofrido de um infarto e eu não consegui não derramar lágrimas por ela que havia sido uma verdadeira mãe para mim, uma que sempre me apoiava. Não nos víamos com frequência mas sempre conversávamos por Skype ou até mesmo por mensagens de texto e pelo menos uma vez por mês a mulher vinha me ver, então descobrir que ela havia ido para nunca mais voltar foi algo que eu não esperava

Agora eu estava por conta própria, havia despesas ao começo de um novo mês, um curso que eu deveria pagar, e claro os gastos com Tzuyu

— E o que você vai fazer?

— Não é obvio? Irei aceitar o trabalho, se eu conseguir, é claro — Falei encarando a morena que estava sentada ao meu lado

— Talvez eu devesse procurar algo

— Não, quero dizer... você não precisa se preocupar

— Tá bom — Deu de ombros me fazendo revirar os olhos

— Era agora que você deveria dizer “Não unnie, eu realmente farei isso”

— Hum... Nah — Negou com a cabeça — Por que eu diria isso?

— Você é uma idiota — Empurrei a garota pelos ombros recebendo seu tipico olhar mortal

— Você não deveria estar estudando?

— Você não deveria estar cuidando da sua vida? — Retruquei ao que ela me olhou indignada

— Depois eu sou a grossa — Se levantou do sofá

— Aonde vai?

— Chorar no meu quarto

— Está falando sério?

— Claro que não! Eu nunca derramaria uma lágrima por você, Kim Dahyun

— Touché — Sussurrei, a “menor” estava certa. Era meu ultimo ano, deveria me esforçar mais

Foi apenas eu me levantar que meu celular apitou, era uma mensagem. Simples e curta. Era a tal de Hirai que Nayeon havia dito pedindo para me encontrar amanha às oito horas no endereço colado na barra de texto

Resmunguei alto com isso. Poxa era sábado. O único dia que eu tinha para descansar seria arruinado por crianças e uma suposta entrevista de emprego

— Eu realmente espero que isto faça valer a pena — Disse a mim mesma

— Falando sozinha de novo Dahyun? — Perguntou Tzuyu colocando apenas o rosto para fora do quarto — Eu já disse que ela não existe, tem que parar de conversar com suas namoradas imaginárias

— Não era para você estar chorando? — Perguntei — E o que está dizendo? Você também não tem namorada — Acusei

— Por escolha

— Delas — Completei sua fala e a vi me mostrar a língua — Que gracinha Tzuyu, parece mesmo que tem quinze anos

— Você parece que tem menos e eu não jogo isso em sua cara

— Quer saber? Talvez seja fácil cuidar de crianças já que eu claramente convivo com uma

— Quem estava falando sozinha? -Perguntou a morena rindo e eu me calei, peste — Aha! Agora eu não pareço tão criança não é mesmo ferrugem? — Fez graça com a cor de meus cabelos e negou entrando em seu quarto novamente

— Boneco de posto — Murmurei — Talvez eu devesse deixa-la na casa de Hirai, afinal mais uma criança não faria mal nenhum. Faria?