1. Spirit Fanfics >
  2. Orações Suicidas >
  3. Walls

História Orações Suicidas - Walls


Escrita por: Mara_Afraa

Notas do Autor


oi gente desculpem qualquer erro boa leitura <3

Capítulo 4 - Walls


Fanfic / Fanfiction Orações Suicidas - Walls

 

Jordan´s POV

 

Já se passaram quase dois meses, voltei á escola com o mesmo ar deprimido de sempre, e finalmente amanhã é o dia em que serei adotado por Maria e Luke, as pessoas mais incríveis que conheci até hoje. Confesso que pela primeira vez em anos, durante estas semanas em que eles me vieram visitar, consegui sorrir algumas vezes. Mas ainda vai demorar muito, muito, muito tempo até que eu consiga ser um rapaz normal e feliz. Nem sei se isso um dia vai realmente acontecer, tendo em conta que as vozes ainda não pararam. As vozes que vivem na minha cabeça, e a toda a hora me dizem que não valho nada e para me atirar de um penhasco. Enfim, a verdade é que a depressão não se cura dum dia para o outro, ainda mais se for uma depressão que já dura há anos.

 

Acabo o jantar nojento da cantina da instituição, a dirijo me ao pátio descampado na parte de trás do edifício para fumar o meu ultimo cigarro naquele lugar. É de noite, e o ambiente é fresco mas calmo. Sento me no chão observando o nada que me rodeia, e o fumo do cigarro a desfazer se no ar e também a transformar se no nada que vejo á minha volta.

 

- É incrível como o fumo produzido pela nicotina desse cigarro queimado se desfaz em questão de segundos, não é? – Oiço uma voz familiar atrás de mim a aproximar se – Esse cigarro que tens na tua mão é tal e qual como cada um de nós neste orfanato. Queima até ficar demasiado pequeno, enquanto nós crescemos até ficarmos demasiado velhos para aqui estar. Quando finalmente o cigarro já não serve de nada, é posto fora e pisado até ficar em cinzas. Nós quando chegamos aos 18 anos, somos também postos fora e ficamos assim á deriva. Sem família, amigos, casa, comida, nada. Devias dar te como sortudo por não seres como esse cigarro que tens na mão, a partir de amanhã. – Henry senta se ao meu lado com um leve sorriso deprimido. – Boa sorte Jordan.

 

- Talvez também não sejas só um cigarro inútil. Talvez sejas muito mais do que isso. Adeus Henry.

 

Levanto me, e afasto me de Henry, o rapaz a quem eu tinha dado uma trilha de socos no primeiro dia que cá estive. Durante quase 1 ano de aqui estar, nunca tive uma conversa tão anormalmente normal com ele. Vou para a cama e caio no sono num instante, tendo em conta que a melhor coisa que sei fazer é dormir. Enquanto durmo, o meu coração bate, mas eu não existo. Não penso, não sinto, não trabalho, não faço nada. É como estar morto por algumas horas, e depois acordar e ver o mundo cair me em cima.

 

 

 

[...no dia seguinte...]

 

 

 

- Jordan? Bom dia... – oiço a voz mais amável que já me falou, e vejo Maria com um sorriso enorme a acordar me.

 

- É agora?

 

- Sim, as tuas malas já estão feitas, é só ires tomar um banho e o pequeno almoço, e estamos prontos para te levar para a tua nova casa.

 

Levanto me estremunhado e antes que Maria saia do quarto, chamo o seu nome, e dou lhe um abraço longo e forte. Sem dizer nada, saio e vou tomar um banho rápido.

 

[...]

 

Entro no carro branco e caro de Luke e Maria, e demoramos á volta de 30 minutos, até chegarmos a uma mansão perto da minha escola.

 

- Preparado? – Luke agarra nas minhas malas e dá me uma cotovelada amigável.

 

- Acho que sim. – dou de ombros

 

Quando entramos, reparo em todos os detalhes á minha volta: o chão é em madeira clara polida, as paredes cor de creme, candeeiros modernos, uma sala de estar extremamente grande, uma lareira automática, uma televisão quase do tamanho duma parede, uma cozinha limpa e chique, e por fim umas escadas.

 

- O teu quarto é lá em cima, a primeira porta á esquerda. – Maria aponta para o topo das escadas largas de madeira.

 

Subo degrau a degrau, e finalmente chego ao suposto quarto. Vejo uma cama de casal já feita, um guarda fatos incorporado na parede branca, e uma secretária de estudo encostada a uma grande janela com as cortinas abertas. Penso logo em fecha las, pois odeio luz, mas quando vou para puxar a primeira cortina, reparo em algo que não estava á espera. Do outro lado da rua bem estreita, há uma mansão exatamente igual a esta, onde vejo Isabella a entrar pela porta com os que eu presumo serem os seus pais. Quem diria han? O rapaz mais deprimido da escola agora vive á frente da rapariga mais feliz. Basicamente consigo ver quase tudo o que ela e a sua família fazem dentro de casa por conta das grandes janelas com as cortinas abertas. Incluindo, consigo ver todo o quarto de Isabella. Mas tendo em conta que a vida dela não me interessa minimamente, fecho as cortinas de vez, e atiro me para cima da cama observando o teto agora escuro do meu novo quarto. Oiço passos a dirigirem se a mim.

 

- Muito gostas tu de olhar para cima. – Maria atira se para cima da cama deitando se ao meu lado e observando também o teto. – Diz me, o que vês? Nem me tentes dizer que só vês um teto branco escuro com um candeeiro no meio, porque eu percebo pelos teus olhos que tu vês muito mais do que isso.

 

- Quando olho para um teto branco escuro, vejo o que eu quiser. Vejo as coisas que nunca tive. É como se desenhasse um universo paralelo no teto, onde posso por o que eu quiser, e colorir á minha maneira. E tu Maria também vez alguma coisa para além de um teto?

 

- Vejo sim. Vejo uma tela onde podes pintar o teu futuro como quiseres. – Maria dá me um leve beijo na bochecha, e antes de sair, diz: - Quando o almoço estiver pronto eu chamo te, até lá, começa a pensar no que vais querer pintar nessa tela em branco. – ela sorri.

 

 

“ DEPRESSION IS LIVING IN A BODY THAT TRIES TO SURVIVE WITH A MIND THAT TRIES TO DIE.”


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...