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História Orações Suicidas - Antidepressivos


Escrita por: Mara_Afraa

Notas do Autor


Oii pessoal, desculpem ter ficado quase uma semana sem publicar, tive um teste de biologia importante, e nao tive tempo para fazer mais nada senao estudar :(

Desculpem algum erro, enjoy XOXO<3

Capítulo 7 - Antidepressivos


Fanfic / Fanfiction Orações Suicidas - Antidepressivos

Jordan´s POV

 

Toca a campainha de saída, e mal ponho um pé fora do portão da escola, vejo Isabella a correr feliz e contente na minha direção.

 

- Jordan espera! Não queres companhia até casa? Agora que somos vizinhos podemos fazer companhia um ao outro!

 

- Porque é que não pedes boleia ao teu namorado huh? – respondo secamente, mas ao mesmo tempo curioso com a resposta

 

- Ele deve ter coisas para fazer e não o quero incomodar. – Isabella responde baixinho e nervosamente.

 

- Não me digas.

 

- Sabes, ás vezes as coisas não são bem o que parecem, temos que olhar duas vezes antes de tirarmos uma conclusão. Ou por exemplo, juntar mos as peças soltas ou misturadas para perceber realmente o que está diante dos nossos olhos.

 

- Do que é que estás a falar?

 

- Nada em especial. – Isabella dá saltinhos de alegria.

 

- Que enigma da natureza... – comento baixinho referindo me a ela.

 

- Disseste alguma coisa?

 

- Eu? Não, não disse nada. – digo desviando o olhar.

 

- Olha não queres dar uma olhadela pelo livro de matemática comigo? É que temos teste amanhã se bem te lembras. Queres?

 

- Ah não sei... A minha vontade de estudar é igualzinha á vontade que tenho de viver. Zero.

 

- Não digas isso! Vá la, vá la, vá la! – Isabella quase me fura os tímpanos ao tentar converser me.

 

- Pronto está bem, mas tem de ser em minha casa. Não me sinto confortável em casa de desconhecidos. – digo ironicamente

 

 

[...]

 

 

Chegamos ao meu quarto, e Isabella tira logo os livros e cadernos de matemática.

 

- Olha preciso de usar a casinha, onde é?

 

- Segunda porta á esquerda.

 

- Entretanto podes ir folheando os meus apontamentos para veres o que precisas de estudar.

 

- Tá.

 

Sem bem saber porquê, pego num dos cadernos de matemática de Isabella, e começo a folhear. A sua letra é bem direitinha, mas reparo numa coisa que me faz recordar os tempos que estive na instituição. Reparo que de cada vez que uma palavra tem a letra “i”, a bolinha dessa letra está sempre demasiado á esquerda ou á direita do risquinho, se é que me faço entender. Quando eu estava na instituição, o meu psiquiatra dizia ao frade William que o facto de a bolinha da letra “i” estar demasiado distante do “risquinho” significava eu poderia estar a sofrer de uma desordem psicológica, entre síndrome de Borderline ou stress pós-traumático. Ao ver que a caligrafia dos “i”s de Isabella são exatamente iguais aos meus, fico novamente na dúvida se ela é realmente feliz como aparenta ser, ou se é outra deprimida da vida como eu. Antes que ela chegue da casa de banho, continuo a folhear o seu caderno, até encontrar outra coisa que me dá a volta ao cérebro. Encontro uma página quadriculada e com um pedaço dela rasgado. Involuntariamente, lembro me daquele pedaço de papel quadriculado e rasgado que caíra de dentro da minha revista dos Star Wars, a mesma revista que Isabella mexera no dia do jantar. Vou buscar o tal pedacinho de papel, que diz “Living through a window, Ass: PLEH”, de dentro da minha gaveta, e tento encaixa la com o resto da folha do caderno de Isabella. Felizmente ou infelizmente, o pedaço de papel rasgado encaixa exatamente na folha incompleta. Nesse momento oiço os passos de Isabella a voltar da casinha, e logo escondo o papel rasgado no meu bolço, fazendo figura de idiota ao tentar fingir que nada aconteceu.

 

- Então já viste o que precisas de estudar?  

 

Com isto tudo da caligrafia e do papelinho, acabei por nem prestar atenção á matemática.

 

 

[...]

 

 

- Jordan! Podes vir por a mesa querido? – oiço Maria a chamar me da cozinha

 

- Já vou...! – digo enquanto desço as escadas

 

- Um passarinho disse me que hoje a tua nova amiga Isabella esteve cá em casa. – Luke comenta enquanto tira a pizza caseira do forno.

 

- Em primeiro lugar, ela não é minha amiga, em segundo lugar, ela esteve cá para me ajudar a estudar matemática. – respondo na defensiva

 

- Claro... Olha para a próxima convida ela para jantar! – Maria diz com um tom maroto e idiota.

 

- É logo se vê.

 

Acabo de jantar, e subo as escadas bem devagar, enquanto a imagem de Isabella continua flutuando na minha cabeça. Chego á casa de banho, lavo os dentes, e tiro a caixinha de comprimidos antidepressivos que tomo de oito em oito horas. Quando abro a pequena garrafa de comprimidos, vejo uma pequena tira de papel sobre eles. Agarro na tira, e reparo que tem algo escrito: “They drug you to convince you that you´re gonna be okay.” (eles drogam te para te convencer que vais ficar bem).  Ao ler esta frase, pensamentos invadem me o subconsciente, e agora começo a duvidar se isto é realmente verdade. Já tomo antidepressivos desde os 6 anos de idade, e a minha situação não melhorou, muito pelo contrário, cheguei a tentar cometer suicídio três vezes. E todos os anos a minha dose de medicina é aumentada, mas ainda não fez nenhum efeito. Agora duas questões fazem eco na minha cabeça: Porque é que eu ainda continuo a tomar antidepressivos? Quem é que deixou esta mensagem dentro do frasco de comprimidos?  Não acredito que tenha sido Maria ou Luke, pois eles são os primeiros a dizerem me para eu não me esquecer de tomar a medicação.

 Bom, tendo em conta que hoje de manhã não havia esta tirinha de papel aqui dentro, a única pessoa que me passa pela cabeça que possa ter deixado esta mensagem, é Isabella. Se foi ela que me deixou aquele papel rasgado dentro da revista dos Star Wars, pode muito bem ter sido ela que me deixou esta tira de papel quando esteve na casa de banho hoje á tarde. Depois de ficar uns 5 minutos especado a olhar para a caixa de comprimidos, abro a tampa da sanita e despejo tudo duma vez lá para dentro. Se quase morri mesmo tomando esta porcaria, pior não hei de ficar por deixar de tomar os comprimidos. Descargo a água e observo cada uma das bolinhas brancas a desaparecer. Não sei porquê, mas isto até me dá um certo gosto. Está na altura de eu começar a mandar os médicos e os remédios ao caralho.

 

“DEPRESSION IS A DISORDER,   NOT A DECISION.”


Notas Finais


Digam o que acharam <3

https://spiritfanfics.com/historia/a-perfect-imperfection-6875475 <<<<<< minha primeira fic, "A perfect Imperfection"


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