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História Orgulho e Preconceito SasuSaku - Capítulo 12


Escrita por: Anya321

Notas do Autor


Trouxe mais um cap pra vcs!
Esse tá bem tristinho e pode dar gatilho (eu acho), então não leiam hoje se acharem que pode deixar vcs pra baixo ok?
Espero q gostem!

Capítulo 13 - Capítulo 12


Sasuke POV

– Vocês, o quê?! – engasgo com a fala de tia Kushina.

– Vamos dar uma festa! – ela repete, dando saltinhos e batendo palmas.

Não consigo disfarçar minha cara de confusão. Eu sabia que o aniversário de minha tia estava próximo, mas não esperava que ela fosse querer dar mais uma de suas festas extravagantes. Não fazia sentido algum dar uma festa naquelas circunstâncias, éramos novos numa cidade de 10 mil habitantes, como aquilo funcionária? Iríamos sortear cem nomes para comparecerem?

– Nem faça essa cara emburrada, Sasuke!

Engulo em seco e melhoro minha expressão. 

– Tia, por que quer dar uma festa? 

Kushina me olha de braços cruzados e sobrancelhas franzidas, sem entender o que eu quis dizer.

– Como assim?

– Somos novos aqui, não temos muitos amigos a quem convidar. – explico. – E convenhamos, as suas festas... são um pouco exageradas, seria estranho demais para as pessoas de Konoha. Elas funcionam melhor para a alta sociedade de Tóquio, que já são acostumados com esses... hã... eventos?

Ouço tio Minato soltar uma risada ao meu lado, mas tenta disfarçar com uma tosse fingida. Ele, mais do que ninguém, conhecia o temperamento da própria esposa e acatava a exatamente tudo que ela queria ou dizia. Com certeza estava rindo da minha ousadia em contestá-la.

– Sasuke, querido, não pretendo fazer uma festa nas mesmas proporções das de Tóquio. – ela diz, com um tom cínico. – E nós podemos conhecer o resto dos moradores da cidade. Também chamaremos os Harunos, é claro.

Reviro os olhos. Os Harunos...

– É isso aí, mãe! – Naruto comemora.

 Eu suspiro e saio da mesa. Sabia que Naruto ia começar a falar de Hinata e de seu próximo encontro etc, e sinceramente, eu não queria escutar. 

Estou quase deixando a cozinha, quando sou interrompido pela voz serena de meu tio, me pedindo para esperar.

– Seu irmão ligou. – Minato informa. – Ele disse que você não tem mandado notícias, está preocupado. Sua família toda está.

Suspiro. Esses últimos dias, eu realmente não tenho entrado em contato com Itachi. Ele era o único com quem eu ainda trocava mensagens esporadicamente, e de vez em quando eu mandava um cartão postal para Matsuri, mas ela nunca me respondia.

 Eu não sabia se ela estava chateada comigo por ter ido embora, ou se era porque ainda estava abalada com o que aconteceu... e ela não merecia aquilo. Era apenas uma criança, e já foi tão manipulada...

– Eu vou entrar em contato. – respondo apenas para tranquilizá-lo. – Só tinha esquecido de falar com ele.

– Nós pretendemos convidar a sua família para a festa, querido. – ouço tia Kushina dizer. – Já faz um tempo que você não os vê, devem estar sentindo sua falta.

Dou de ombros como resposta e deixo o cômodo.

Me dirijo imediatamente para as escadas, subindo-as de dois em dois degraus para chegar ao meu quarto. As imagens e lembranças de tudo o que aconteceu voltam a me assombrar, e o sentimento de culpa me assola.

Entro em meu quarto e tranco a porta, com a respiração ofegante. Digo a mim mesmo que foi devido ao esforço de subir as escadas, mas sabia que não era isso. Sentia que mais uma crise de ansiedade estava por vir e precisava fazer alguma coisa.

Retiro minhas roupas e troco-as por peças apropriadas para fazer exercícios. Pego meu celular e meus fones de ouvido, calço um par de tênis de corrida e saio do quarto. Vejo a hora pelo visor do aparelho, ainda eram 7:15 de uma manhã de domingo. 

Saio da mansão e começo a correr sem rumo, tentando evitar os pensamentos que me causavam ansiedade, mas era difícil. 

Devem estar sentindo sua falta.

 Eu sentia a deles. Sentia falta dos meus amigos, sentia falta do meu irmão. Da minha mãe e de... minha irmãzinha. Dela eu sentia mais falta ainda. Mas eu simplesmente não conseguia olhar para ela sem sentir uma culpa tão grande. Ela devia me odiar...

A imagem de Matsuri muda e dá espaço a uma rosada que era simplesmente igual a ela. Sakura era tão parecida com com minha irmã que chegava a assustar... tinham personalidades simplesmente idênticas. A mesma teimosia, a mesma birra e até mesmo o senso de humor era igual.

E ambas foram enganadas pela mesma pessoa. Ou pelo menos, Sakura ia ser. E nada do que eu disser vai fazer ela perceber isso, o que era angustiante. Me deixava doente o quão impotente eu me sentia ao saber que a rosada ia se deixar enganar por Sasori... 


 

Sakura POV

– Uma festa?

– Sim, o aniversário da minha mãe. – Naruto explica, levantando os braços preguiçosamente sobre sua cabeça. – Será no próximo sábado, vocês e suas famílias estão convidados.

Então foi para isso que Naruto nos convidara para uma lanchonete. Quando recebi sua mensagem dizendo para todos nos encontrarmos aqui, achei estranho pois o ideal seria que ele saísse apenas com Hinata. Mas ele queria mesmo era nos convidar para o aniversário de sua mãe.

Naruto poderia ser um eterno crianção desleixado, mas tinha educação e ética impecáveis. Ele não faria um convite desses por mensagem, seria até um pouco rude. Eu lhe dou o devido crédito por isso, porém acho que os principais responsáveis foram seus pais. Sem dúvida, o Sr e a Sra Uzumaki lhe educaram bem.

– Que legal, nunca fui numa festa de gente rica... – Temari começa a falar besteira, mas eu lhe dou um tapa na cabeça. – Ai, Sakura! Isso dói!

– Obrigada, Naruto. Ficaremos felizes em ir. – respondo, ignorando Temari completamente.

– Eu posso levar o meu ficante, certo? – Sai indaga Naruto, com olhos pidões.

Naruto parecia nervoso, mas confirma. – C-Claro, você pode. Acho que mamãe não deve ligar de outras pessoas virem, ela nem conhece direito o pessoal de Konoha e quer chamar todo mundo.

Todos rimos.

Dona Kushina vez ou outra era vista nos supermercados de Konoha, fazendo compras com o marido e todos diziam que ela cumprimentava quem via pela frente. Era um poço de educação. Os moradores daqui gostavam muito dela, eu não me surpreenderia se quisessem eleger o senhor Minato como prefeito daqui uns anos.

– E a sua família, Naruto? – Hinata perguntou, parecendo curiosa e um pouco assustada. – Toda a sua família vai estar lá?

A pergunta de Hinata também tinha me causado certa curiosidade, então começo a prestar mais atenção na resposta que Naruto daria.

– Bem, não a família toda. Apenas os meus tios e os familiares do Sasuke.

Meu coração pula.

A família de Sasuke estaria lá? Todos eles? Os que eram ricos e provavelmente orgulhosos e metidos iguais a ele? Mas que ótimo, era só o que me faltava. Mais pessoas irritantes que eu teria que conviver.

Mas se eu já não ia com a cara deles, por que me sentia nervosa em saber que eles estariam lá?

– Entendo... – Hinata assente e começa a olhar para suas mãos.

 Eu logo entendi. Minha irmã estava ainda mais nervosa do que eu.

 

                                 (...)

– Oi. – digo, entrando em meu quarto.

Encontro Hinata sentada na cama, abraçando seus joelhos e apoiando o queixo entre eles, provavelmente refletindo sobre alguma coisa. E eu podia imaginar o que era.

Me aproximo de sua cama e me sento ao seu lado, pousando a mão em suas costas e fazendo-lhe um carinho, assim como ela geralmente fazia comigo quando eu me sentia perdida.

– Você acha que eles vão gostar de mim? – ela pergunta, ainda com o olhar apático em um ponto específico. – A família do Naruto.

– Por que não gostariam de você? Os pais dele certamente gostam.

Hinata suspira e move sua cabeça para me encarar. 

– Eu sei, mas... – ela pisca algumas vezes. – Falar com pessoas... essa sempre foi a sua especialidade, não a minha.

– Mas mesmo sendo tímida, você não dá motivos para desgostarem de você, Hina. – tento dá-la algum apoio. – Você é educada e meiga. Não tem porque se preocupar.

Escutamos batidas na porta e eu dou um sonoro “entre” para quem quer que seja. Ino a abre lentamente e parecia curiosa para saber o que conversávamos.

– Aconteceu alguma coisa? – ela pergunta, erguendo uma das sobrancelhas.

– Hina está nervosa em conhecer os tios do Naruto.

Sinto o olhar irritado de Hinata sobre mim, mas ignoro. Eu não via problema em contar aquilo para Ino. 

A loira podia ser excêntrica e, muitas vezes, até mal educada, mas ninguém sabia animar alguém como ela. Dentre todas nós, Ino sempre foi a mais extrovertida e confiante, e sabia levantar o humor das pessoas. Não era exatamente um ombro amigo ou uma confidente, mas certamente era uma boa animadora. Essa é uma das qualidades que eu mais gostava na minha irmã gêmea.

Ela põe uma mecha de cabelo atrás da orelha e suspira, vindo se sentar conosco na cama de Hinata. Ino se senta exatamente em frente a nossa irmã mais velha e segura seus ombros firmemente, fazendo com que a morena a encarasse no fundo dos olhos cor de safira da loira.

– Escuta aqui, Hina-chan: você é linda, fofa e um excelente partido para qualquer rapaz dessa cidade ou seja o que for. – Ino começa seu discurso de motivação. – E não é novidade para ninguém que você é areia demais para o caminhãozinho do Naruto. Acho que até os pais dele sabem disso. Então acredite, não é você quem deve ficar nervosa aqui. É o seu namorado, pois os tios dele vão passar o resto da vida dele pensando: o que aquela garota viu no nosso sobrinho?!

Nem eu ou Hinata conseguimos conter o riso. Eu já esperava esse tipo de coisa vindo da Ino, mas funcionava perfeitamente. Não tinha moral que não levantasse depois de um discurso desse.

Hinata para de rir e puxa Ino para um abraço, que a loira retribui prontamente.

– Obrigada, Ino-chan. – a morena murmura.

– De nada. – vejo um sorriso brotar no rosto de Ino. Ela podia não demonstrar, mas eu sabia que ela se importava muito com a família. – Agora, podem ir levantando as bundas daí. Eu não vou fazer o jantar, isso é responsabilidade de vocês.

Ino se levanta da cama e finge um olhar autoritário em nossa direção, batendo o pé em ritmo acelerado no chão. Ela cruza os braços e diz:

– Andem logo, estou com fome!

 

Sasuke POV

Saio do banho e pego uma toalha de rosto para secar meu cabelo. Quando o faço, jogo-a em cima da cama e abro o guarda-roupa, escolhendo uma bermuda confortável e uma camisa regata. 

Me feito na cama e vejo a hora pelo relógio da mesa de cabeceira. 21:37. A essa hora, Itachi provavelmente já deve ter chegado em casa.

Suspiro. 

Pego meu celular e disco seu número, que já sabia decorado. Ouço o familiar som de chamada do telefone e, depois do quarto toque, a voz de meu irmão mais velho:

– Finalmente resolveu ligar.

– Desculpa. – respondo, tentando inventar alguma mentira. – Estava ocupado com alguns trabalhos da escola...

– Você sabe que eu não vou comprar essa. – meu irmão me interrompe. – Mas tudo bem, eu não vou reclamar. Você se mudou para poder dar um tempo, então não posso te cobrar que fique sempre me ligando.

– Obrigado...

Há um silêncio constrangedor durante um tempo. Eu e Itachi nunca fomos bons com ligações. Éramos do tipo que nos dávamos bem, mas que conversávamos quando realmente tínhamos algo a falar. 

– Como estão as coisas? – pergunto, quebrando o silêncio.

– O mesmo de sempre. – ele responde, suspirando. – Papai deixou um monte de papelada na empresa, aqueles acionistas me deixam louco. Preciso de você como vice, não consigo dar de conta sozinho.

– Já combinamos, quero terminar o ensino médio primeiro.

– Coisa que eu acho desnecessária. – Itachi rebato, e quase consigo visualizá-lo revirando os olhos. – Você é um gênio quando se trata de negócios. Já conseguiu faturar um milhão na bolsa de valores, e sozinho!

Estávamos prestes a ter a mesma discussão de novo.

Itachi sempre achou absurdo que eu quisesse terminar o ensino médio. Eu e ele fomos ensinados desde crianças a trabalhar com negócios e, aparentemente, sempre fui mais promissor do que meu irmão. Realmente gosto de administrar e costumava prestar atenção a tudo que meu pai fazia na empresa, desde as reuniões com os acionistas até a assinatura de parcerias com outras companhias.

Quando faturei meu primeiro milhão na bolsa de valores, tinha apenas 15 anos e aquilo surpreendeu toda a família. Itachi ficou tão feliz que até tentou convencer meu pai sobre eu me tornar o presidente da empresa, ao invés dele. Mas ele era o primogênito e sempre teve uma habilidade que eu não tinha: comunicação. Era por isso que eu também não me via sentado na cadeira de CEO, nem mesmo quando papai a ofereceu a mim.

– Vai começar de novo? Porque eu posso simplesmente desligar o telefone dessa vez. – ameaço, estava sem paciência hoje.

– Tudo bem, tudo bem. – Itachi se dá por vencido. – Vai curtir o seu ensino médio. 

– Como está a mamãe? E... – engulo em seco. – Matsuri.

– Elas estão bem. Quer dizer, Matsuri... está bem chateada por você ter ido embora. – ele diz, parecendo ter cautela para falar sobre nossa irmã. – Ela não fala mais sobre o que aconteceu. Ela só sente a sua falta.

Fico calado, tentando conter o nó na minha garganta. Itachi continua:

– Quando vai nos visitar, Sasuke?

– Não sei dizer. – digo, enxugando uma lágrima que escapa do meu olho. – Mas... você pode trazê-la para o aniversário de tia Kushina.

– Eu posso até tentar, mas nós dois sabemos que Matsuri não gosta de festas, mesmo que sejam de familiares. – Itachi contesta, com a voz cansada. – Mas digamos que eu consiga trazê-la comigo. Você acha que um ou dois dias vão ser suficientes para ela te perdoar?

Eu odiava admitir, mas ele tinha razão. Matsuri com certeza foi a que saiu mais abalada naquela história toda e eu fui embora. Me sentia culpado, traído e irritado, e ainda teve aquela história com a Konan, que não era nem de longe tão ruim quanto o que minha irmã havia passado.

Mas mesmo assim, a deixei sozinha. Bom, não sozinha. Ela tinha Itachi e mamãe, porém isso não mudava o fato de que eu não estava lá para apoiá-la. E conhecendo-a como eu achava que conhecia, não seria em dois dias que ela me perdoaria.

– Você tem razão. – respondo e mais uma lágrima escapa de meus olhos, percorrendo meu rosto até meu queixo. Dessa vez, não a enxugo. – Tenho que desligar, te ligo outro dia.

– Tudo bem. – Itachi fala e quando estou prestes a desligar, ele acrescenta: – Não se culpe demais, okay? Você tem um bom coração, irmãozinho. O que aconteceu não foi por sua causa.

Não digo nada, apenas desligo. 

Itachi estava errado, eu não tinha um bom coração. Se eu tivesse, não estaria perambulando no interior do Japão. Deveria estar com a minha irmãzinha, tentando de tudo para fazê-la rir e ouví-la tocar piano, perder para ela no xadrez, ajudá-la com o dever de matemática e pregar peças no Itachi e na Sra Chiyo o dia inteiro.

Mas tudo que eu fazia era me apegar a culpa e ao arrependimento de ter deixado aquele desgraçado entrar em nossas vidas de novo. Eu me apegava a lembrança de minha irmã fazendo birra, ao ver Sakura Haruno me contestando a cada palavra que eu dizia. Não, eu não tenho um bom coração, meu irmão. Na verdade, eu sou tudo que a rosada pensa de mim. E eu merecia me sentir miserável daquele jeito.

Mas eu estava decidido: não vou cometer o mesmo erro novamente. Posso estar de coração partido por ver Sakura beijar outro na minha frente, e até admito que gosto dela mais do que deveria. Porém ela não gostava de mim e eu tenho que conviver com isso. 

Só que eu vou continuar tentando o que eu puder para fazê-la se distanciar de Sasori. Mesmo que ela me odeie ainda mais por isso.

 

 


Notas Finais


E aí, oq acharam??


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