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História Os Guerreiros do Infinito - Os times estão formados


Escrita por: LordeKata

Capítulo 4 - Os times estão formados


Fanfic / Fanfiction Os Guerreiros do Infinito - Os times estão formados

Era uma bela manhã na InfiTec, organização secreta da Terra que tem como responsabilidade manter a paz e a harmonia com civilizações extraterrestres, além de melhorar a tecnologia com a exploração espacial. Seria um dia comum como qualquer outro, se não fosse pelo buraco enorme presente em uma das laterais da sede, escondida entre as árvores de uma floresta. A passagem havia sido aberta por uma marciana invasora cujo nome ainda era desconhecido, que estava à procura do poder do Cristal da Esperança, e por isso acabou entrando em combate com seu portador, Connor Hunter. Felizmente, ela foi finalizada com rapidez pelo suposto novo aliado, Alec, um cruygark que tinha como objetivo proteger os cristais, e trouxera consigo mais uma portadora: Artêmis, hospedeira do cristal azul, representante do mundo físico. A invasora estava prestes a ser interrogada em uma sala especial dentro da organização, por Connor, Alec e Artêmis, embora o cruygark já tivesse tomado a frente na primeira oportunidade.

Com ambas as mãos sobre a mesa e os dedos cruzados, ele a encarava com a testa franzida, e um olhar ameaçador, que fazia com que a marciana arqueasse a sobrancelha, estranhando a sua posição.

- O que você tá olhando, seu estranho?! – Ela disse com uma voz estridente, e ele apenas sorriu de modo perverso, dizendo em um tom sério:

- Estou procurando alguma coisa que possa servir em seus olhos, mas parece que você é inútil. E nem é inteligente como marciana.

Recuou, encostando suas costas na cadeira em que estava sentado e cruzou os braços, olhando-a agora de forma mais irônica.

Furiosa, ela tentou se levantar para lhe dar a melhor surra que pudesse, mas no mesmo instante foi eletrocutada pelas algemas de energia que continham o seu corpo, assim impedindo seus movimentos.

- Parece que nossa segurança realmente funciona. Bem, vamos começar. – Alec disse, voltando a sua posição inicial e limpando a garganta em uma breve tosse. – Qual é o seu nome?

- Isso não te interessa.

- Se não me interessasse, eu não estaria perguntando, querida. – A última palavra saiu mais irônica do que qualquer gesto que ele havia feito até então, e isso fazia com que a raiva da extraterrestre subisse pelo seu corpo, mas ela sabia que devia se conter. Com um suspiro pesado por nada pode fazer, ela disse, revirando os olhos:

- Me chamo Aelin Aigner.

- E como você sobreviveu à explosão de Marte?

Rangendo os dentes e franzindo a testa, prestes a explodir de raiva por sua terra natal ter sido citada, Aelin exclamou:

- Não ouse mencionar meu lar em vão...

- Peço perdão se lhe ofendi. Mas eu preciso saber.

- Antes do planeta ser explodido... eu fui encaminhada pra uma missão de reconhecimento de um planeta próximo... a minha nave foi atingida por um destroço da explosão... e acabou caindo no planeta. – Ela dizia pausadamente com os olhos fechados, enquanto flashbacks do ocorrido passavam de forma lenta e dolorosa em sua mente. Ela sabia que não precisava dizer mais nada, mas precisava colocar aquela dor para fora, afinal ela sairia hora ou outra, e quanto antes, melhor. – Na cratera criada pelo impacto da minha nave, eu encontrei o Cristal Negro... era o que havia causado a minha queda. Eu estava com medo. E ele me escolheu. Agora eu só quero vingança... mas não posso derrotar quem quer que tenha feito isso sozinha. Eu preciso de mais poder. Eu preciso de mais daquilo. – Abrindo os olhos, ela apontou com o indicador canhoto Connor, o hospedeiro do Cristal da Esperança. Alec seguiu o seu olhar e suspirou de leve, assentindo com a cabeça. Voltou o seu olhar à ela, e prosseguiu:

- Você não vai conseguir tirar o cristal dele. E mesmo que consiga, será inútil.

- Por quê?! – Aelin disse, incrédula e revoltada. Como se já não fosse de praxe.

- Está preso a ele. O escolheu como seu hospedeiro, e não você. As pesquisas que o seu povo fez não avançaram o suficiente para descobrir uma forma de extrair o cristal de seu hospedeiro. E mesmo que você consiga, não vai poder usufruir de seu poder. Connor é o escolhido. Não você. Será apenas um pedaço de cristal. – E deu uma pausa, fechando os olhos para concentrar os pensamentos. – Tem seres vindo atrás dos cristais. Isso inclui você. E você tem dois caminhos a seguir. No primeiro, você se junta a nós, aprende a dominar os seus poderes, e tem mais chances de sobreviver. Na segunda, eu te liberto, e você tenta sobreviver sozinha. Porém vai morrer em, no máximo, um mês. Seu controle sobre o cristal ainda é mínimo. Connor é o mais qualificado daqui. - Bem como da outra vez em que argumentou com a marciana, ele não tinha como ser derrotado em um debate, e ela ficou sem palavras. Não queria aceitar a sua proposta, mas também não tinha outra escolha plausível. Estava ciente de que se ela escolhesse trabalhar sozinha, não sobreviveria muito tempo, e então não concluiria a sua vingança. Precisava se unir a eles, mesmo que fosse apenas por um pequeno período de tempo. Então, com um suspiro pesado e um revirar irônico de seus olhos, ela respondeu: - Escolho o primeiro caminho. – Sua decisão final fez com que um sorriso cínico fosse esboçado nos lábios de Alec, que assentiu com a cabeça normalmente, como se já tivesse previsto todas as palavras ditas por Aelin. Batendo as palmas de suas mãos na mesa, ele se levantou, rumando à porta do cômodo e abrindo-a, para então falar a todos por cima de seu ombro direito. – Temos trabalho a fazer, apressem-se.

Connor e Artêmis o seguiram sem o menor problema, porém, como sempre, Aelin resmungou baixo, e decidiu se levantar para fazer alguma coisa. O que quer que fosse, certamente era melhor do que ficar sentada ali, vegetando.

Alec, após falar com Bronze Thunder, fez questão de reunir a equipe especializada de busca no centro da sede, juntamente com os outros hospedeiros e a marciana. Ele se colocou à frente de todos, começando a falar:

- Antes que vocês comecem a se perguntar coisas como ‘’ Quem esse cara pensa que é? Acabou de chegar e já quer mandar’’, entendam que eu recebi a autorização do agente Bronze Thunder, seu superior, para executar este plano. Pois bem, indo direto ao assunto: eu não sei quem está vindo atrás do cristal, mas eu sei que existem seres vindo, e eles não estão de brincadeira. Talvez até mesmo o meu povo esteja atrás de vocês, além de que, eles já estão atrás de mim. É só uma questão de tempo até que eles e os outros caçadores cheguem à Terra, e não é um planeta seguro para a batalha. Precisamos encontrar os outros hospedeiros e qualquer ajuda que seja útil, e nos preparar para o pior. – Como antes, deu uma pausa, suspirou de leve, e prosseguiu. – Quando entrei na órbita do planeta, eu pude notar grandes níveis de energia afetando a gravidade e consegui referências das localizações dessas anomalias. Essas coordenadas já estão programadas em seus aparelhos de busca, e com o meu conhecimento e a sua tecnologia, seremos capazes de encontrar os outros guerreiros. Por ventura do destino, todos vieram parar aqui. Mas tenham cuidado. Nem toda anomalia pode ser causada por um guerreiro. Iremos nos dividir em dois grupos: a divisão A será composta por mim e Aelin, além dos soldados. A divisão B, por Connor e Artêmis. – Quando os times foram anunciados, a marciana revirou os olhos em desgosto e bufou, ainda amaciando seus pulsos que estavam roxos devido à pressão das algemas de energia que havia tirado há pouco. Ela poderia correr a qualquer momento, mas sabia que era uma péssima ideia. Apesar de toda a sua rebeldia, ainda tinha bom senso. – Vamos.

Todos começaram a se aprontar, os soldados entraram em seus veículos tecnologicamente avançados: eram como motocicletas, porém com um design e cores mais modernas. Connor estava um tanto quanto nervoso, nunca havia pilotado em sua vida, nada além de sua humilde bicicleta que esquecera quando se envolveu com o cristal, mas pra tudo tem a sua primeira vez.  Artêmis tinha um sorriso de canto em seus lábios quando montou na moto pela primeira vez. Era uma garota corajosa, sem medo de correr riscos, e a adrenalina estava fluindo pelo seu corpo mais do que em muito tempo. Connor via toda a sua empolgação de longe e quase chegava a se sentir envergonhado por estar com ‘’ um pouquinho’’ de medo. Alec não iria usar um veículo, ele preferia se locomover através da sua própria força, a gravidade, afinal assim seria mais fácil de captar as anomalias caso elas mudassem de lugar. E por fim, Aelin estaria bem mais animada se não tivesse sido ‘’ forçada’’ a acompanhar o grupo, mas no fundo ela admitia que era sua melhor opção no momento, porém não passaria por cima de seu próprio orgulho tão fácil e por isso mantinha um semblante emburrado no rosto, com as bochechas levemente infladas, apesar de as mãos estarem prontas para dirigir a qualquer momento. Apesar de não ter nascido com a inteligência natural dos marcianos, ela ainda trazia um enorme amor por tecnologia de sua raça, e por isso adorava conhecer novas máquinas, e nunca tinha visto uma moto como essa. Em seu planeta, os cidadãos usavam coisas como planadores e propulsores a jato. Apesar de serem mais avançados, ela ainda preferia modos de locomoção como a motocicleta em que estava montada, por ter mais estilo.

Por fim, ambos os grupos partiram. A divisão A era comandada por Alec, que escoltava Aelin por questões de segurança, ao mesmo tempo que guiava o grupo para a coordenada mais próxima. O grupo B era comandado pelo melhor soldado da InfiTec, Dead Eagle, que mantinha contato constante com o cruygark para receber quaisquer atualizações sobre as localizações.

Enquanto o grupo A se dirigia ao seu destino e Connor tentava manter a calma para controlar a sua moto, ele pensava no que resultaria tudo o que estava acontecendo. Para sua mãe, ele estava numa excursão escolar, mas por quanto tempo essa mentira iria durar? Ele teria que contar a verdade alguma hora, claro. Mas não seria fácil. Pensava no que aconteceria se ele tivesse de sair do planeta por algum motivo, se a Terra fosse atacada por algum desses maníacos que estavam atrás dos cristais. Enfim, eram muitos pensamentos repentinos, para uma mente ainda muito jovem. Ele não sabia o que fazer, nem o que devia fazer. Mas sentia que ele precisava fazer o certo, precisava fazer o que O Guerreiro da Esperança faria, então ele só ‘’ deixava rolar’’. Paralelamente, Artêmis estava se lembrando de casa. Constantemente fazia isso. O cristal azul ainda estava preso ao seu pescoço, ela ainda não havia absorvido os seus poderes, só sabia o que ele era, e que ela tinha o dever de usá-lo para o bem. Mas a hora certa ainda não havia chegado. Ela precisava de um empurrãozinho assim como Connor para liberar o seu potencial. Falando nisso, o garoto estava curioso quanto à ela. Não havia dito uma palavra sequer desde que se conheceram, apesar de que seus gestos o encantaram. Mas ele estava tentando descobrir como uma pessoa tão quieta como ela, podia parecer, ao mesmo tempo, misteriosa e intelectual, como se pudesse resolver qualquer enigma que aparecesse em sua frente, e provavelmente tinha mais inteligência que a própria marciana. Ele queria desvendar os seus segredos, e se não fosse por isso, já teria se distanciado dela devido a sua enorme vergonha.

Passaram-se alguns minutos de viagem, e o grupo B estava chegando ao seu destino, que parecia ser uma...faculdade de ensino médio. A princípio, os soldados estranharam, afinal, como poderia um Cristal do Infinito estar em uma faculdade e ninguém ter notado ainda? Mas então se lembraram que, como com Artêmis, seu momento podia não ter chegado ainda. Então a tropa estacionou seus veículos em frente ao local e desceram, cercando o perímetro para impedir que qualquer pessoa suspeita entrasse. Eagle, Connor e Artêmis adentraram no local, conversando com o diretor da faculdade sobre o que precisavam fazer. É claro que no começo ele negou, mas depois de ver o distintivo hipnótico do agente líder, obviamente, ele cedeu. Os três andavam pelos corredores e inspecionavam minuciosamente cada sala em busca do hospedeiro, mas não haviam encontrado nada ainda. Estavam começando a perder as esperanças, mas não podiam desistir. Ainda faltava uma sala, mesmo que fosse improvável a presença do Cristal Branco no local.

Lá, o detector que Eagle estava usando começou a disparar enquanto os alunos passavam o tempo jogando em seus celulares ou conversando, as aulas haviam sido suspensas até que a busca terminasse. O alarme chamou a atenção de todos, e o agente ergueu seu olhar lentamente pela sala, olhando cada jovem presente. Por fim, acabou pousando seus olhos em uma garota de cabelos platinados sentada no fundo da sala, quieta e tímida. Estava usando um colar com o pingente de um pequeno cristal branco, similar à gargantilha de Artêmis, que sorriu ao perceber que aquela era a pessoa que estavam procurando. A garota tinha a pele extremamente pálida e seus olhos eram azuis como os cabelos da hospedeira do cristal da mesma cor. Ela estava usando um moletom rosa, apesar do fato de que não estava fazendo tanto frio, calças da mesma cor e um par de tênis brancos. Roupas típicas de estudantes. Eagle ordenou que todos os alunos se retirassem da sala para que um diálogo pacífico pudesse ser estabelecido, a última coisa que queria era ter de tirar ela dali à força. Olhou para Connor, e assentindo a cabeça, disse:

- Hunter, você tem meia hora. Não temos muito tempo. Faça o seu melhor.

O garoto apenas concordou, e o agente saiu da classe, fechando a porta. Estavam apenas os três agora: Connor, Artêmis, e a suposta portadora do Cristal da Paz. Ele suspirou fundo e caminhou por entre as carteiras, se sentando na mesa ao lado da qual a garota estava se encolhendo de timidez, deixando que os cabelos platinados formassem uma franja sobre seus olhos. Sorriu gentilmente para ela, e estendeu a destra, como um cumprimento. Tentou dizer da forma mais confortante possível:

- Olá. Eu me chamo Connor. Connor Hunter. E você?

Engolindo em seco, a princípio ela hesitou por ser muito tímida, mas ao mesmo tempo era muito gentil e simpática, querendo agradar a todos. Por isso, ergueu a sua canhota e apertou a mão dele de leve, abrindo um sorriso após retirar os cabelos de sua face e coloca-los atrás de suas orelhas.

- Eu sou Akemi...

Foi quase um sussurro, como um segredo que só ele e Artêmis pudessem saber. Falando nisso, a garota de cabelos azulados havia se sentado em cima da mesa de Connor, e observava a conversa dos dois em silêncio, queria ver do que Hunter era capaz. Então, ele prosseguiu:

- Você sabe alguma coisa sobre esse cristal em seu pescoço, Akemi? – Disse com a mesma voz de antes, apontando o colar com seu indicador direito.

Engoliu em seco mais uma vez, se lembrando da triste ocasião em que encontrou aquela pequena pedra. Seu irmão estava indo para o combate enquanto seu planeta era sugado pela estrela de seu sistema, e uma invasão inesperada ocorria. Enquanto armava seu plano para fugir, o cristal atingiu o solo, e ela o encontrou por acidente, sendo teleportada para uma floresta de neve na Terra. Não eram lembranças que ela gostava de ter, mas sabia que tinha que compartilhar, porque era algo importante. Devia ser, para que tudo aquilo estivesse sendo feito.

- Eu... encontrei ele quando estava fugindo do meu planeta... – Connor já havia notado que ela não era humana devido ao tom exageradamente pálido de sua pele, mas não podia julgá-la até ter uma confirmação concreta, e agora ele sabia a verdade. Akemi havia usado a desculpa de uma doença de pele para se camuflar entre os humanos por todo esse tempo, porém havia chegado a hora de revelar a verdade. Tudo fazia mais sentido, afinal as chances de vários cristais caírem no mesmo planeta são quase nulas. Erguendo o punho direito e puxando a manga vermelha de sua jaqueta, o garoto revelou em seu pulso direito uma pulseira de couro marrom, com uma representação física do Cristal da Esperança armazenada em seu centro. Era hora do teste definitivo. Se duas teorias estivessem corretas, os cristais se atrairiam e brilhariam ao estarem próximos, confirmando sua veracidade. Então aproximou a pulseira de seu colar, e no mesmo instante, as pedras criaram um campo magnético que as grudou, enquanto inalavam um brilho verde e outro branco. Isso também aconteceu com o cristal na gargantilha de Artêmis, que ao perceber a atração causada, desceu da mesa e se aproximou dos dois, ficando ao lado de Connor. Se agachou e ergueu o colar com a destra, em direção aos outros dois, e o mesmo ocorreu. Com um sorriso determinado no rosto, ele disse:

- Akemi, está vendo esses três cristais? Eles são chamados de Cristais do Infinito. São cristais cósmicos que incorporam aspectos do universo, e são muito importantes. O verde representa a esperança, o azul, o mundo físico, e o seu, o branco, a paz. Eles nos escolheram como seus hospedeiros em momentos específicos de nossas vidas. Até onde eu sei, apenas eu e mais uma marciana despertamos nossos poderes. Existem seres extraterrestres que estão atrás desses cristais, e eles não vão descansar até conseguir o que querem. Se conseguirem, tudo estará perdido, não haverá mais paz, e eu acho que você se interessa por isso. Nós precisamos da sua ajuda. – Como se fosse um convite, ele estendeu sua palma canhota à ela, esperando para que ela segurasse a sua mão como uma confirmação. Akemi tentava processar tudo, e apesar de serem muitas informações, não era tão difícil. Desviou o olhar para pensar um pouco, e ficou receosa ao imaginar os riscos que correria, mas seu sorriso gentil de costume voltou quando percebeu o bem que ela poderia fazer, ela poderia finalmente ser a escolhida que seu pai acreditou que ela era, embora aparentemente fosse o seu falecido irmão. Voltou o rosto para Connor e assentiu com a cabeça, colocando a mão direita sobre a sua. O pacto havia sido selado. Artêmis observava tudo enquanto permanecia quieta, e recolhia sua ‘’ primeira impressão’’ do garoto. A princípio, ele havia passado, e isso era bom. Havia notado também que ele era uma pessoa boa, como se ela tivesse esse dom natural de perceber quem é bom ou ruim, e depois de chegar a sua decisão final, ela simplesmente esboçou um pequeno sorriso, e raramente sorria.

Enquanto isso, o esquadrão B se dirigia ao centro da cidade, ocupando bastante espaço nas ruas. Porém como as motos eram flexíveis devido a sua tecnologia, o trânsito continuava fluindo normalmente, e nenhum caos era criado. Não demorou muito para que Alec, seus soldados e Aelin chegassem a uma lanchonete de fast food aparentemente normal. O cruygark deixou de flutuar e caminhou até a entrada, arqueando a sobrancelha esquerda.

- Isso é estranho. – Porém deu de ombros, sabia que a sua percepção nunca falhava, e então ordenou que os soldados cobrissem o perímetro bem como no time B, além de algemar novamente a marciana, que bufou e se sentou em um lugar qualquer. Por fim, adentrou no estabelecimento e começou a andar por entre as cadeiras, olhando ao redor lentamente, a procura de qualquer um que atiçasse os seus sentidos. Finalmente chegou ao caixa e encarou o atendente com a testa franzida, como se estivesse procurando alguma coisa, e realmente estava. Tudo o que restou ao pobre coitado foi tremer de medo, mas apesar disso, gaguejou:

- P-Posso anotar o seu pedido, senhor?

No mesmo instante, alguém saiu de dentro da cozinha. Era um homem alto, de cabelos roxos que seguiam até a sua cintura. Olhos igualmente roxos, e sua postura impunha respeito e orgulho. Parecia suspeito. Estava usando uma jaqueta de couro negro e uma camiseta preta. Suas calças eram do mesmo material da jaqueta. As únicas cores além do preto que se destacavam no homem eram o roxo de seus cabelos e olhos e o prata presente na fivela de seu cinto. De alguma forma, ele pôde notar as características peculiares de Alec, e franziu a testa como ele. Em uma voz calma, disse ao atendente:

- Deixe que eu assumo agora. – Não precisou dizer duas vezes, o garoto que estava com medo antes correu para dentro da cozinha, deixando apenas o seu avental de empregado. O homem misterioso andou em passos calmos e pesados até o caixa, encarando o cruygark bem em seus olhos. Podia sentir a curiosidade em seu ser, e isso não era por acaso.

Alec já sabia que aquele homem não era um ser humano, bem como sabia que a anomalia causada na gravidade ao redor da lanchonete não era causada por um Cristal do Infinito, e sim pela figura a sua frente. Isso significava encrenca. Se não era um hospedeiro, era alguém atrás de um hospedeiro. Sorrindo de modo irônico como fazia sempre que quisesse irritar os eu adversário, ele proferiu:

- Irei abrir o jogo, meu caro. Sei que você não é humano, as anomalias que você causa são bem fáceis de se perceber. E eu também sei que você provavelmente está atrás dos cristais.

- E se eu estiver? Você tem alguma informação sobre eles? – Ponderou o homem, se apoiando sobre o balcão do caixa.

- E se eu tiver, o que você vai fazer?

- Irei arrancá-las de sua cabeça.

- Eu adoraria ver você tentar.

Sorrindo de modo perverso assim como Alec, o homem misterioso então abriu os seus braços, manipulando a própria adrenalina que estava sentindo e a convertendo em energia empática, assim expelindo-a ao seu redor em uma explosão vermelha potente que explodiu toda a lanchonete. Felizmente, os soldados da InfiTec estavam preparados para isso e ativaram um mecanismo em suas armaduras que gerou escudos de energia ao redor deles, protegendo-os e consequentemente, Aelin. Para se salvar, Alec concentrou um campo de força gravitacional ao seu redor e repeliu a energia que fora lançada em sua direção para longe, não sendo afetado pelo ataque de seu inimigo. De qualquer forma, a lanchonete havia sido destruída. O homem agora estava trajando roupas elegantes, geralmente usadas por membros da côrte no período colonial. Elas eram roxas, com detalhes dourados e um pano branco em seu peito. Em suas costas, havia uma bainha negra posta em diagonal, e uma espécie de compartimento da mesma cor, colocada na vertical, em sua cintura. Também havia um coldre de couro negro acoplado ao lado esquerdo de sua cintura. Ele levou a destra à bainha em suas costas e de lá retirou uma espada dourada com a face de um kruazip’t moldada no ouro de seu pomo. Pela sua lâmina, seguiam-se alguns vãos preenchidos com uma energia azul, dando um toque mais misterioso à arma. Depois, levou sua canhota ao coldre na sua cintura e de lá retirou uma arma alienígena, também notavelmente fabricada pelo exército kruazip’tiano. Ela era toda negra e resultava em quatro canos, cujas bocas inalava o brilho de uma energia roxa, que também estava presente na base. Alargando ainda mais seu sorriso maníaco, ele apontou a ponta da espada e os canos da arma contra Alec, dizendo:

- Meu nome é Sateriasis Venomania, comandante das tropas kruazip’tianas, e o empata mais poderoso que já existiu. Estou aqui em nome do meu povo, para capturar os Cristais do Infinito... – neste momento, ele apontou a ponta de sua espada para Aelin, que permanecia sentada, mas apesar de toda a sua revolta e um incrível dom de não ligar pra nada, ela sentiu medo. Sentiu medo daquele ser, e não era à toa. Os kruazip’ts são uma raça alienígena cruel que tem como poder a empatia, basicamente, a manipulação das emoções. Uma prova de que Sateriasis podia ser o mais poderoso e mal de sua raça era todo o sangue espalhado pelo local. Ele fez questão de esquartejar os corpos dos empregados que estavam ali com a sua explosão, e finca-los em qualquer coisa afiada que sobrasse. Era um verdadeiro circo de horrores. Ele estava enchendo a marciana de medo, e isso estava tirando Alec do sério. Então, o cruygark olhou ao redor e gritou para os soldados: - Isolem a área! – Logo, sem nem questionar, os homens e mulheres ali presentes retiraram de suas motos um pequeno dispositivo, um pequeno bastão. Ao ter seu centro pressionado, ele se alargou e de suas laterais se estenderam espécies de refletores. Quando esses dispositivos foram fincados no chão, cobrindo o perímetro da agora destruída lanchonete, ergueram entre si um campo de força feito de energia, e que acabou por cortar a conexão de Venomania com os sentimentos da marciana, que após sofrer um choque emocional, desmaiou. Por sorte, ela estava sob os cuidados de um soldado.

Retomando a sua calma dificilmente perdida, Alec respirou fundo, e sorriu de forma irônica.

- Vejo que assim como o resto de seu povo, és um covarde que não consegue pensar muito. Acha mesmo que eu viria aqui com uma hospedeira sem nem tomar as devidas precauções? Está muito enganado. Agora, se quiser ter dignidade ao menos uma vez na vida, enfrente-me em uma batalha limpa, e honrada. – Em um movimento rápido, Alec retirou o sobretudo negro que usava, jogando-o ao longe e deixando a parte superior de seu corpo exposta. Seu peitoral era bem definido, porém, assim como a sua face, sua pele estava repleta dos mesmos mecanismos que usava em seu rosto para poder controlar de forma melhor a sua manipulação da gravidade. Ele ergueu os seus punhos, e naquele instante, todos os pregos do seu corpo brilharam em uma luz arroxeada. Sobre a pele de suas mãos, surgiu uma camada espessa de energia gravitacional, que ao se moldar completamente, formou espécies de manoplas em seus punhos. – Meu nome é Alec Hyung Morgenstern, único cruygark a ter o poder de controlar as forças gravitacionais e a própria gravidade em si. Estou aqui para proteger os hospedeiros de seres imundos como você.

Assentindo com a cabeça de modo perverso, Venomania deu um passo à frente, ficando em posição de combate, na qual Alec já estava. – Que seja.

EPÍLOGO

Enquanto ambos os esquadrões haviam saído em uma missão de busca pelos outros cristais e qualquer ajuda que fosse necessária, Bronze Thunder e as outras tropas cuidavam da sede da InfiTec, quando a atenção do líder da organização foi requisitada no pátio de entrada. Segundo o relatório, haviam quatro seres que alegavam precisar falar urgentemente com ele. Chegando lá, ele não esperava encontrar o que encontrou. O primeiro do quarteto era um homem alto e de estatura bem definida. Sua pele era branca e seus cabelos eram quase tão claros quanto os de Akemi, a portadora do Cristal da Paz. Eles se seguiam pelo seu corpo até pouco abaixo de sua cintura, sendo presos por um laço apenas no final. Seus olhos eram vermelhos. Ele estava trajando um kimono amarelo e bem elegante, apesar do estilo de roupa não combinar com a ocasião. Suas vestes estavam fechadas no momento, e ele carregava consigo uma bainha branca e dourada ao lado esquerdo de sua cintura. Com uma voz calma e gentil, ele se apresentou:

- Me chamo Yin Shirosaki. Sou um kloeru, e eu sei sobre a existência dos Cristais do Infinito. Estou aqui para ajudar. Como encontrei a sua sede? Simples, me guiei pelo fluxo de mentes.

A outra era uma garota de aparência invejável e uma beleza estonteante. Sua pele era clara e suas curvas bem delineadas. Ela parecia humana, a única coisa que diferenciava-a eram suas orelhas um tanto quanto pontudas. Ela era loira e tinha olhos dourados como seus cabelos. Estava usando uma espécie de armadura de combate prateada, com detalhes em vestes azuis. Fez uma leve reverência e reergueu o seu corpo com um largo sorriso no rosto, dizendo:

- Me chamo Ashryn Wallenstein, eu sou a rainha do país de Fiore, no planeta Elenyn! Sou uma elfa solar.

Ela era acompanhada por um homem com aparência séria e mais alto do que ela, com o corpo robusto e a pele mais bronzeada do que os outros dali. Seus olhos e seus cabelos eram vermelhos como as íris de Yin, e estava usando uma armadura ainda mais completa do que a de Ashryn, que tinha a coloração branca em seu peitoral, mas que se seguia preta pelo resto de seu corpo. Sua voz era grossa.

- Eu sou Ryfon, elfo elementar, e guarda-costas da rainha. Ela é a portadora do Cristal da Guerra, como vocês devem chamar. Viemos aqui atrás de informações, mas achamos que podemos ser úteis.

Por último, a quarta era uma garota de estatura baixa com os cabelos curtos e loiros. Seus olhos eram verdes e brilhantes, seu corpo não era muito avantajado, porém sua pele estava coberta por uma armadura da cor cinza, igual à que Aelin estava usando quando invadiu a base. Sem dúvidas, ela era mais uma marciana que havia sobrevivido ao ataque. Animada, ergueu os braços e exclamou com um largo sorriso nos lábios:

- Eu me chamo Lilyth e sou uma marciana! Sim, eu e a minha família sobrevivemos! Eu vi essa moça passando perto da nossa casa... – Neste momento, ele apontou a figura de Ashryn com o indicador canhoto. – E eu pensei que só poderia ser problema. Afinal, esses cristais só levam destruição aonde vão. Por isso eu quero ajudar.

Tentando assimilar tudo de uma vez, Bronze Thunder assentiu com a cabeça lentamente, e tomou mais um pouco do café da xícara que segurava, enquanto arqueava a sobrancelha esquerda.

- Certo. Mas... com o que vocês querem ajudar, exatamente? Digo, a senhorita Ashryn é aceitável pelo cristal... mas e o resto?

Repentinamente, um agente em desespero alcançou Thunder e o cutucou da forma mais frenética que seus músculos o permitiam. O homem se virou para seu soldado, que começou a ler o relatório mais recente da missão de busca no visor de seu pulso. Gaguejando, ele informou:

- S- Senhor! Sinto informar, mas recebemos informações de que o alvo encontrado pelo esquadrão A não é um hospedeiro, e sim um kruazip’t infiltrado na Terra com a missão de capturar os cristais! Alec e ele estão lutando agora mesmo!

Bronze teria cuspido o seu café de forma clichê se já não tivesse o engolido, mas isso não o impediu de arregalar os olhos. Se virou para as visitas e disse:

- Estão dentro. – E se voltou para o agente desesperado de antes. – Organize os melhores soldados disponíveis no momento e prepare os equipamentos. Nós temos uma missão a cumprir.

 

 


Notas Finais


Apenas constando que a aparência de Venomania foi adatada para se encaixar melhor à história.


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