História Os Herdeiros - Meu Antigo Apartamento

- Acontece que eu não quero essa herança - disse de forma rude - Esse dinheiro é roubado, vocês sabem disso” pensem nas pessoas que sofreram e estão sofrendo por causa disso... Chad enganava as pessoas, tirava delas o pouco do dinheiro que tinham. E eu não quero receber esse dinheiro sujo - disse brava e Hamilton e Benjamin fizeram cara de esnobe. Será que eles não tem um pouco de senso se quer? Será que só pensam na grana da herança e nada mais?

- Bom, seja do modo que quiser, nós estaremos dispostos a os ajudar - Benjamin disse.

- Obrigada - assenti.

Conversamos por mais algumas horas. Colocamos os assuntos em dia. Tomamos uma xícara de café e comemos alguns biscoitos, que pareciam acabar de sair do forno, que por sinal estava muito bom e nem parecia ter sido feito pelo meu tio Hamilton, um porco e desleixado.

Tio Hamilton se dispôs a nos ajudar a arrumar um emprego, e também ofereceu uma certa quantia de dinheiro, para mim e Matthew usarmos ate encontrarmos um emprego. Era uma quantia bem alta, mas que parecia que não iria fazer falta para ele. Já estava ficando tarde, então eu e Matthew decidimos ir embora. Afinal, ainda tínhamos que deixar o meu antigo apartamento em ordem, antes de se acomodar...

Nos despedimos do tio Hamilton, e Benjamin nos deu uma carona até o meu antigo apartamento, que agora seria o nosso novo lar. Ele nos deixou na frente do prédio onde ficava o apartamento e foi embora. Entramos no prédio. Fui ate o balcão de atendimento e lá estava Taylor Caniff, o mesmo balconista de à 5 anos atrás.

- Ola Caniff! Se lembra de mim? - perguntei sorridente.

- Oh, mas é claro que me lembro. Você é a Alyssa não é? - ele sorriu ao me ver e eu assenti - O que faz por aqui? Veio nos visitar? - ele continuou.

- Na verdade não é uma visita - eu ri - voltarei a morar no meu antigo apartamento.

- Sério? Que legal ! Sentimos a sua falta - ele comemorou.

Taylor Caniff era um grande amigo meu. Ele exerceu a função de balconista ainda novo, ele quis seguir a mesma função de seu avô, que também trabalha de balconista neste mesmo prédio. Conversamos um pouco e eu o expliquei o que havia acontecido com meus pais e o porque de eu voltar a morar aqui. Logo em seguida fui para o meu apartamento, junto com Matthew.

Entrando no apartamento, notei que ele continuava do mesmo modo de que antigamente, com o mesmo cheiro de aromatizante de lavanda. Tudo ainda estava em seu devido lugar. Colocamos as nossas mochilas no chão e começamos a arrumar algumas coisas no apartamento. Depois de algumas horas terminamos e nos deitamos no sofá para descansar. Matthew logo caiu no sono e eu também.

“Não adianta fugir você não ira escapar”, “Não adianta...”, “Não adianta...”, vozes ecoavam pela minha mente, como uma voz de tortura. Elas me perseguiam e davam eco em minha mente. Eu não sabia para onde correr. Todos os lados estavam cercados por vozes torturantes. "Alyssa!”, “CORRE FILHA”, vozes dos meus pais gritavam em meu ouvido, suplicando socorro. “Já estão mortos”. Meu coração começou a bater mil vezes mais rápido do que antes, ele nunca havia batido tão rápido como agora.

Corri desesperadamente, sem olhar por onde andava. Tentava ir o mais longe possível dessas vozes. “Não adianta fugir, você não ira escapar”, ouvi uma voz estridente dizendo isto novamente, e por fim se inicia um silencio. Então um buraco se abre em minha frente. Ainda correndo eu tento desviar, mas atropeço em meus próprios pés e caio.

De repente sinto uma mão puxando meus pés, para dentro do buraco. Eu me debati, usei todas as minhas forças, mas o esforço foi tudo em vão. Eu cai dentro do buraco. Um buraco sem fim, totalmente obscuro, cheio de vozes sussurrando. Um buraco um tanto quanto “assombrado”...

Eu tentei gritar pedindo ajuda, mas minha voz não saia, era como se algo estivesse entalado na minha garganta, me pedindo de falar. Então escuto vozes nítidas e reconhecidas:

- Alyssa? Ei, acorda é só um pesadelo. Esta tudo bem... Alyssa? - era a voz de Matthew.

- AAH! - gritei me debatendo e empurrando o Matthew para bem longe, enquanto eu acordava.

Na calada da noite você vem me perturbar. Pensava que já havia se acabado. Mas não! Ainda tenho muito o que passar...