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História Os Marotos (Livro 1) - Madrugada inesquecível


Escrita por: Cherry_hp

Capítulo 24 - Madrugada inesquecível


Fanfic / Fanfiction Os Marotos (Livro 1) - Madrugada inesquecível

(P.O.V. Sirius)

 

...

- Como é que você consegue ler tantos livros?

- Como eu sempre vivi trancado dentro de casa, meus livros eram meus únicos amigos e... – Já imaginava que Remus gostava mesmo de livros, no entanto, o que eu não esperava era aquela resposta. Éramos seus únicos amigos... Era doloroso saber daquilo, e, o pior, era que eu sabia exatamente o que aquilo significava... Também havia passado minha infância trancado em casa... – Você nem deve querer saber da minha vida e eu tô aqui falando sem parar.

- Você falou que eu podia contar com você, faço de suas palavras as minhas, querido.

- Querido? Sério? Sirius, você definitivamente é um idiota – falou, empurrando meu ombro.

- Mas é claro que sou! Qual seria a graça se eu não fosse? – Começamos a rir, até ele parar e voltar seu olhar para mim.

- Não vai mesmo me contar o motivo do seu choro?

- É complicado, Remus. Eu... – Nunca havia falado para ninguém sobre o tipo de "família" que eu tinha... Sobre as merdas que eu passava em casa, sobre tudo que eu já havia passado... Não é fácil contar coisas que te machucam tanto. – É coisa de família, sabe como é?

- Acho que sim... Essa carta é... ahn... da sua mãe? – Um sorriso percorreu meus lábios ao notar seu cuidado enquanto perguntava.

- Não.

- Não?

- A dela eu joguei fora, picada em vários pedacinhos. Essa carta é do meu irmão...

- Sente a falta dele? – Remus me interrompeu tão rapidamente que fiquei sem reação. Não havia se passado tanto tempo assim, não deveria sentir falta de alguém, sendo que o vi há "dois dias”. Entretanto, eu sabia que o problema não era só a falta que sentia dele, mas o que... o nosso “pai" estaria fazendo com ele...

- Sinto..., mas não é só isso... – Acabei deixando um longo suspiro me escapar. – É que... er... bom... os Blacks não são uma família muito... agradável, principalmente quando você discorda das opiniões deles... E os seus pais, são legais? – perguntei, tentando mudar de assunto. Somente pelo seu olhar tive certeza que ele havia percebido isso...

- São. Minha mãe sempre foi muito carinhosa e cuidadosa comigo e meu pai... ele não costuma ficar muito tempo em casa, mas quando está em casa, ele costuma conversar muito comigo. Não tenho do que reclamar deles... Tudo que fazem é pra tentar me proteger. E o seu irmão? Você não falou nada dele.

- O Régulus é meu irmão mais novo, a maior alegria – e talvez a única – que eu tenho em casa... Eu gosto muito de estar em Hogwarts, mas deixá-lo lá é horrível e eu me sinto muito mal por isso.

- Em que ano ele vem pra Hogwarts?

- Ano que vem.

- Eu não sei como você se sente por deixar seu irmão em casa, até porque eu não tenho irmãos, porém, pensa pelo lado positivo, você terá ele aqui em Hogwarts com você durante seis anos. O que é apenas um ano perto de seis? – Muita coisa poderia acontecer em um ano, principalmente em uma casa cheia de familiares, mas preferi não dizer aquilo.

- É, você tem razão. Sabe, eu tava pensando uma coisa...

- E lá vem bomba! – Minha risada surgiu antes que eu pudesse impedi-la.

- Não é só porque tô pensando que quer dizer que é algo ruim! – Cruzei os braços e fiz um biquinho magoado.

- Sendo você, eu duvido muuuuuito disso.

- Touch, essa doeu! Mas, falando sério agora, Remus, tô percebendo que claramente não vamos dormir hoje, então... temos duas opções: a primeira é tentar dormir, por mais que estejamos sem sono e... temos a segunda, que em minha humilde opinião é a melhor, que é continuarmos conversando a madrugada inteirinha e quando amanhecer nós vamos acordar esses dois de uma forma inesperada.

- Por Gryffindor, Sirius. Não tem uma terceira opção, não?

- Não. Pode escolher!

- Que tipo de forma inesperada?

- Isso aí, esse é o meu Remus! – exclamei, abraçando-o. – Eu tava pensando em acordá-los com um belo banho, o que você acha?

- Aguamenti, sério?

- Exatamente.

- O James vai nos matar, você sabe disso, né?

- Você sabe que uma hora ou outra ele vai tentar fazer isso, nós só estamos lhe dando o incentivo adequado.

- Tá, eu escolho a segunda opção.

- Sabia, você gosta de aprontar, Sr. Certinho.

- Talvez...

- Você gosta tanto quanto gosta de mim.

- Vish...

- Vish, o quê?

- E se eu não gostar de você? O que isso indica? – Arqueei as sobrancelhas e o observei, sorrindo.

- Ah, Lupin, é impossível não gostar de mim. Eu sou perfeito, magnífico, exuberante e...

- Metido, Arrogante, Esno...

- Caramba, Remus, isso machuca, sabia? – disse, colocando a mão no peito e me jogando na cama.

- Alguém já te disse que você é muuuito dramático, Sr. Black?

- Acredita que vivem me dizendo isso, Sr. Lupin? – Começamos a rir novamente. – O que você tá esperando? Um convite formal pra se deitar aqui? – o provoquei.

- Na verdade, sim. Uma carta formal seria muito mais elegante da sua parte! – exclamou sarcasticamente. – Se quer tanto que eu deite, chega pra lá!

- Daqui a pouco você me derruba da minha própria cama!

- Como se você precisasse da minha ajuda pra isso, não é mesmo?

- Pelo que vejo teremos uma noite bemmm longa.

Remus e eu, por mais diferente que fôssemos, parecíamos nos entender como ninguém. Passamos a madrugada inteira conversando. Um assunto mais aleatório que o outro, já que nós dois, aparentemente, estávamos evitando os pontos mais delicados de nossas vidas. Aquela, com certeza, havia sido a melhor noite de insônia da minha vida.

 

...continua no próximo capítulo...



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